~ Lucy Povs ~
**
O silêncio ali era assustador. Depois do que aconteceu nos sentamos e desde então estamos comendo quietos, apenas com o barulho dos talheres batendo no prato.
Precisava acabar com aquele clima ruim.
_ E então, está gostoso? – Ele apenas assenti com a cabeça e solta um ‘uhum’ quase inaudível. Nem ao menos me olhou. _ Que bom. – Torno a comer o macarrão.
_ Desculpe. – Olho para ele, que finalmente me olhava também.
_ Pelo que?
_ Por ter segurado seu braço, e por ter gritado. Tenho certeza que está assustada.
_ Não se preocupe com isso.
_ E também por ter batido no loirinho.
_ Não é para mim que você deve se desculpar Natsu. – Ele faz uma cara de bravo. _ Pelo que vi você não gosta dele né.
_ Não.
_ Por que? Já foram amigos?
_ Não. Não quero ser amigo daquele playboyzinho. – Rio de canto.
_ Aquele ‘playboyzinho’ é muito gente boa.
_ Não é o que eu vejo.
_ Como assim? – Ele bebe um gole do suco e come mais um pouco do macarrão.
_ Seu olho está doendo? – Ele desvia do assunto, e eu não teria coragem de perguntar novamente sobre Sting.
_ Um pouco. – Passo de leve o dedo sobre o olho, e sinto que o inchaço já havia diminuído bastante. _ O gelo que estou passando está melhorando o inchaço. – Natsu revira seus bolsos e joga algo em cima da mesa, em minha direção. Pego a pequena caixa, era uma pomada.
_ Passe isso, vai desinchar e tirar o hematoma.
_ Obrigada.
_ Sabe que não deve me agradecer Luce. Foi por minha causa que isso aconteceu.
_ Mas ainda sim eu quero agradecer. – Ele sorri de canto.
_ Onde está o seu pai?
_ Ele está entregando algumas encomendas de pães e bolos, e por causa da chuva disse que ficou preso no transito.
_ Então, isso significa que estamos só você e eu aqui nessa casa?
_ Sim. – O encaro assustada na mesma hora. Eu havia me esquecido completamente de me atentar a essa fato::: que Natsu era um garoto, e eu uma garota, e nesse momento estamos sozinhos em minha casa.
Meu rosto arde na mesma hora, e ouço uma risada vindo dele.
_ Relaxa Luce, eu não farei nada a você. Eu não sou esse tipo de garoto.
_ E-Eu sei. – Viro o rosto para tentar disfarçar a vergonha. _ V-Vamos terminar de comer, antes que a comida esfrie.
**
Depois que Natsu me lembrou sobre estarmos sozinhos, confesso que fiquei tensa o tempo todo. Eu confiava no Natsu e sabia que ele não faria nada, mas....
_ Luce. – Desperto dos meus pensamentos.
_ O-Oi?
_ A chuva já passou, então vou ir embora.
_ Certo. Meu papai também deve chegar logo.
_ Se ver alguém estranho por perto, ou sentir que está sendo perseguida ou vigiada, me ligue imediatamente, não importa a hora. – Assenti com a cabeça. _ Eu vou vir te salvar. – Rio com isso.
_ Parece até um príncipe encantando falando desse jeito. – Ele ri de canto.
_ Exceto pelo fato de que foi por causa do príncipe encantando aqui que você está nessa situação. – Natsu não perdoaria a si mesmo tão já. _ Passe a pomada, e se acabar me fala que eu compro mais.
_ Sim. – Vamos até a porta, e quando abro sinto aquele vento gelado entrar com força na casa. _ Tome cuidado, já está bem escuro. – Ele se aproxima e faz um cafuné em minha cabeça.
_ Tchau Luce. – E ele se afasta e se perde na escuridão da rua.
Fecho a porta e tranco, afinal ainda estava com medo.
[...]
~ TRIM TRIM ~
Desligo o despertador e me levanto rapidamente. Olho para o espelho e sorrio com o que eu vejo.
O hematoma já estava bem melhor, não estava tão inchado, mas a coloração roxa ainda era forte, mas nada que um pouco de maquiagem não melhorasse, mas ainda sim resolvo colocar um band-aid no ponto mais machucado. Só precisaria pensar em uma desculpa para dar as pessoas.
_ Lucy, querida, seu café da manhã está pronto.
_ Já vou papai.
Rapidamente faço minha higiene matinal, coloco o uniforme e passo dezenas de camadas de base no hematoma.
_ Pronto, está perfeito. – Arrumo meu cabelo e vou até a cozinha onde meu pai estava. _ Hm, o cheiro está ótimo papai.
_ O que houve no seu rosto? – Sorrio sem graça.
_ E-Eu devo ter me arranhado enquanto dormia, mas já passei um remédio.
_ Ontem era um tapa olho, hoje um band-aid. Se estiver escondendo algo de mim mocinha, ficarei bem triste. – Sorrio sem graça, afinal eu estava escondendo algo, e era algo bem grave.
_ Relaxa papai, não é nada. – Ele sorri.
_ Se apresse e coma querida.
_ Sim.
**
_ Itekimasu papai.
_ Iterashai filha. – E saio de casa em direção ao colégio.
Eu odiava mentir para o meu pai, mas agora era necessário. Se ele soubesse que sua filha apanhou de um grupo de gangster, eu nem imagino como ele reagiria. Me envolvi nisso sozinha, e devo sair disso sozinha.
Mas mesmo assim, hoje eu sentia que o dia ia ser bom.
Meu hematoma está bem melhor, já conversei com o Natsu e nos acertamos, e o melhor de tudo... Sting e eu ficamos bem próximos depois de ontem. Ele não parou de me mandar mensagens perguntando sobre como eu estava. Ele estava preocupado comigo.
_ Que minha aproximação com o Sting não seja um sonho, por favor.
_ Por que está falando sozinha Luce?
_ Kyaaa! – Me assusto quando Natsu surge a minha frente. _ N-Não me assuste assim Natsu.
_ Foi mal.
_ O que está fazendo aqui? – Olho ao redor, e ele estava sozinho, sem seu grupinho de sempre.
_ Vamos ir juntos ao colégio.
_ Hã?
_ Eu te falei que iria te proteger todo o tempo, e é isso que farei.
_ Natsu, acho que isso não é necessário. – Ele se aproxima, estava sério, e quando ele ficava daquele jeito eu já ficava assustada e com medo.
_ Eu não deixarei mais ninguém encostar um dedo em você Luce, eu prometo. – Ele se afasta. _ Então vou ir escondido, ninguém vai nos ver juntos. – Mas antes que ele se afastasse me movo e seguro sua mão.
_ Vamos juntos. – Ele sorri de orelha a orelha.
_ Vamos.
**
_ E então o Romeu pegou o controle e escondeu. Fiquei com raiva. Ele tem só 10 anos. – Rio com a história que ele contava, sobre seu irmãozinho Romeu. Eu nem imaginaria que Natsu pudesse ser assim.
_ Ele é só uma criança Natsu. Tem que ter paciência.
_ Mas ele tira minha paciência Luce, um dia você vai conhecer ele e vai ver do que estou falando.
_ Certo.
_ Você é filha única, deve ser tão bom. – Nego com a cabeça.
_ Eu não sou filha única, tenho um irmão mais velho. – Natsu para de caminhar e me olha surpreso.
_ S-Sério?
_ Uhum.
_ Você me falou que morava apenas com seu pai.
_ Ele mora na Rússia.
_ Caramba Luce, que legal.
_ Sim, mas eu queria ele aqui comigo e com meu papai. Ele foi embora pouco tempo depois que minha mamãe faleceu, e desde então só tempos contato por ligação ou vídeo chamada. Mas ele me disse que estava pensando em voltar para cá. – Sorrio e solto um suspiro. _ Eu quero tanto ver meu onii-chan de novo. – Natsu ri. _ O que foi essa risada?
_ É tão fofo ouvir você falar ‘onii-chan’. – Rimos.
Já estávamos em frente ao colégio, e todos os presentes nos olhavam e cochichavam entre si.
A minha amizade com Natsu ainda era vista com estranheza pelas pessoas.
Mas um dos olhares me chamou atenção... era o olhar de um dos garotos do grupo que havia me atacado dias atrás, e seu olhar era de raiva, podia sentir seu ódio sendo direcionado a mim e ao Natsu, e isso fez meu corpo se retrair um pouco, e claro, Natsu percebeu, e nesse momento sinto sua mão sobre a minha.
_ N-Natsu, o que está fazen--- -
_ Se ele ficar te encarando assim mais um pouco, eu juro que vou quebrar a cara dele. – Natsu também encarava o garoto, que desvia o olhar e se retira da onde estava.
_ Acho que ele entendeu seu recado. – Olho para nossas mãos ainda dadas, e isso me faz ficar envergonhada, afinal parecíamos um casal.
_ Vamos Luce. – E adentramos o colégio de mãos dadas.
Agora, literalmente, todos nos olhavam e resmungavam coisas como ‘eles estão namorando?’, ou ‘que casal estranho’.
Chegamos ao pátio e nos sentamos em um banco vazio. Só então ele solta minha mão.
_ Seu olho está melhor?
_ Sim, graças a pomada que me deu.
_ Depois eu quero ver. – Assenti com a cabeça. _ Me espere para irmos embora juntos.
_ Certo.
_ Acabei te envolvendo novamente nos meus problemas. Aparecer assim hoje no colégio só deixou claro que eu estou batendo de frente com a grupo do Richard. – Ele me olha e sorri. _ Mas não se preocupe, eu estarei ao seu lado te protegendo.
_ Obrigada.
~ PLIM ~
Pego meu celular e leio a mensagem que havia recebido, era da Levy.
“_ O QUE ESTÁ FAZENDO??? ENTRAR DE MÃOS DADAS COM NATSU DRAGNEEL???? O QUE ESTÁ ROLANDO LUCY HEARTFILIA????”
Eu seria interrogada severamente por Levy. O melhor seria contar tudo pessoalmente, mas ainda não podia contar sobre a violência que sofri.... ela ficaria louca e podia fazer alguma besteira.
“_ Te conto na sala. ”
~ TRIM TRIM ~ - O sinal toca.
_ Vamos? Eu te levo até a sala. – Nos levantamos e fomos até as escadas que davam acesso a minha sala de aula.
Chegamos e paramos em frente a porta.
_ Obrigada Natsu. – Ele se aproxima e faz um cafuné em meu cabelo.
_ Que tal almoçarmos juntos? Eu te pago um lanche.
_ Eu iria adorar. – Ele sorri, e isso me faz sorrir também.
_ Eu venho te buscar na sala.
_ Certo, meu príncipe. – Ele se curva, como a realeza, e se retira.
Entro na sala e sou metralhada por olhares de curiosidade.
Me sento na carteira e logo aparece aquela mini pessoa a minha frente, com os braços cruzados e batendo o pé descontroladamente.
_ Oi Levy.
_ É melhor me explicar tudo direitinho.
_ Senta e eu conto tudo.
**
_ Então ele está com medo de você ser atingida por algum membro daquela gangue do tal Richard, o garoto que ele esmurrou?
_ Sim, isso mesmo. – Contei tudo a ela, exceto pela parte que eu já tinha sido atingida. _ Digamos que ele está sendo meu guarda costa.
_ Até quando?
_ Até ele resolver as coisas com o grupo.
_ Ele te envolveu nos problemas dele de novo. Eu quero socar a cara dele.
_ Me envolvi porque quis Levy. Eu quero ser amiga dele, e infelizmente existem esses obstáculos.
_ Ninguém mandou ele ser um delinquente. – Ela pega em minhas mãos. _ Lu-chan, por que você quer ser amiga de um delinquente como ele? Tem tantos outros caras. E o Sting? Você não estava ficando amiga dele? Esqueça o delinquente de cabelo rosa.
_ Pare de chamar ele de delinquente Levy. E sim, eu e Sting estamos nos aproximando, mas ainda sim quero ser amiga do Natsu. Ele é uma boa pessoa Levy, e aposto que descobriria isso se desse chance a ele.
_ Dar uma chance e depois ter que ser escoltada? Obrigada, mas passo.
O Sensei entra na sala e Levy volta ao seu lugar.
Odiava mentir para minha melhor amiga, mas também era necessário.
~ PLIM ~
Pego o celular e vejo a mensagem de Levy.
“_ Esqueci de perguntar, o que fez no olho? “
“_ Arranhei enquanto dormia. ”
Por favor, que ela acredite nessa mentira, afinal ontem era um tapa olho e hoje um band-aid.
[...]
_ Parece que seu segurança chegou. – Levy aponta para a porta onde estava o Natsu. Aceno para ele entrar na sala, afinal já estávamos no intervalo. Ele faz o que peço.
_ Vamos?
_ Sim. – Me levanto e olho para o lado. _ Vamos Levy?
_ Vou almoçar com outra pessoa hoje. – Ela olha para Natsu, e sua feição não era das melhores.
_ Oi Levy. – Ela se levanta e pega seu celular e se retira da sala. _ Ela realmente não gosta de mim.
_ Dê tempo a ela, que logo ela muda.
_ Você contou a ela? Sobre o que aconteceu?
_ Contei metade. – Olho para ele. _ Vamos manter isso entre nós.
_ Como quiser Luce. – Pego meu celular e minha garrafa de água. _ Vamos?
_ Sim. – E nos retiramos da sala em direção ao pátio do colégio.
**
_ Nee Luce, me fala mais sobre seu irmão. – Mordo um pedaço do pão de melão que havia comprado, na verdade Natsu comprou para mim.
_ Por que a curiosidade no meu onii-chan?
_ Apenas fiquei interessado.
_ Hm, o nome dele é Laxus Dreyar Heartfilia, ele tem 25 anos, mora no exterior há alguns anos, se formou em medicina veterinária e exerce a função. Ele estava namorando, mas me disse que terminou a pouco tempo. Ele é loiro, igual eu, tem uma cicatriz no olho, e é bem alto e forte.
_ Se ele vir pra cá, eu gostaria de conhece-lo.
_ Claro. – Mas acho que isso não aconteceria. Laxus é do tipo certinho, e talvez não iria gostar muito do Natsu. _ Mas ele é bem ciumento quando se trata de mim, ciumento até demais. Quando ele ainda morava aqui os garotos não se aproximavam de mim por causa dele. – Natsu ri.
_ Coitado do seu futuro namorado. Jude-san é uma boa pessoa, mas além dele teria que passar pela aprovação do grande Onii-chan.
_ Sim. – Rimos.
_ Lucy-san. – Olhamos para frente e sorrio de orelha a orelha ao ver quem era.
_ Sting, que bom te ver. – Ele sorri, e céus, meu coração quase saiu do peito ao ver aquele sorriso.
_ Só queria saber se está tudo bem. – Ele olha para Natsu que o encara de volta. _ O hematoma está melhor?
_ A-Ah sim, eu estou bem, e já está bem melhor. Natsu me deu uma pomada e ela está sendo ótima.
_ Óh, que ótimo. – Ele sorri para Natsu, mas era um sorriso carregador de sarcasmo e deboche. _ Que bom que está cuidando dela, afinal isso tudo foi sua culpa. – Natsu se levanta e já cerra os punhos, mas sou mais rápida e abaixo seus braços.
_ Natsu, calma. – Olho para Sting. _ A culpa foi apenas dos que me agrediram, e de ninguém mais. – Sting sorri de canto.
_ Que bom que está melhor. Depois nos falamos. Até mais Lucy-san.
_ Tchau Sting. – E ele se retira. Encaro Natsu brava. _ Ia bater nele de novo?
_ Tsc.
_ Nada de ‘tsc’. E você deveria pedir desculpas a ele pelo que fez ontem. – Natsu senta-se novamente.
_ Eu não gosto desse cara.
_ Por que?
_ Ele não é uma boa pessoa Luce.
_ Hã? Como sabe disso?
_ Apenas sei. – Rio.
_ Deveria ter um motivo melhor para achar isso. – Ele me olha.
_ É por ele que está apaixonada? – Na mesma hora meu rosto ferve de vergonha. C-Como Natsu tinha descoberto??? Se ele descobriu isso significa que Sting também já sabia???
_ C-Como sabe?
_ Está escrito na sua testa Luce.
_ Ah caramba, será que ele já percebeu? – Natsu toma um gole de seu suco.
_ Por que se apaixonou por ele?
_ Hey! Você está muito interessado no assunto. Só falo se me falar sobre a garota que ama.
_ Não tenho muito o que contar. Ela tem a sua idade, e estuda no colégio Sabertooth. Somos amigos de infância, e sempre estudamos juntos.
_ Então ela te conhece bem.
_ Mais do que eu mesmo. – Sorrio de canto.
_ Deve ser bom ter um amor correspondido. – Ele me olha, e nesse momento vi tristeza em seu olhar.
_ Ela namora outra pessoa, e não sabe que eu a amo desse jeito.
_ E por que não conta? Ela deve te amar também, já que são amigos a tanto tempo.
_ Isso não quer dizer nada Luce. Ela sempre me disse que eu sou como um irmão para ela. Minhas chances são zero, então não tenho motivos para estragar o relacionamento dela e deixa-la confusa. Eu só quero que ela seja feliz, mesmo que não seja comigo. – Eu jamais imaginaria que por toda essa casca de durão existia alguém tão puro e romântico. Pego em sua mão e aliso. _ Está me consolando?
_ Tenho certeza que logo encontrará um amor reciproco.
_ Valeu. – Ele solta minha mão. _ Melhor não agirmos desse jeito, ou o playboyzinho vai entender errado. – Droga. Eu não tinha pensando nisso.
_ T-Tem razão.
_ Inclusive você me defendeu na frente dele, acho melhor explicar a situação.
_ Farei isso mais tarde. – E nesse momento algo é jogado em minha direção e acerta meu rosto. _ Kyaa! – Me assusto com isso, e Natsu levanta rapidamente e fica na minha frente, me protegendo.
_ Merda! Quem fez isso?? Quem foi o merdinha que fez isso?? – Olho para meu colo e vejo a bolinha de papel. Pego e abro, e então entendo do que se tratava. _ O que é isso Luce?
_ Nada. – Pego o papel e tento esconder, mas Natsu é mais rápido e consegue pega-lo de mim. _ N-Não leia Natsu.
_ Hã? Uma carta de confissão?
_ Sim.
_ Confissão? – Ele me olha. _ Isso é uma carta de amor?
_ S-Sim, e por favor, fale baixo. – Ele ainda lia a carta.
_ Tem um garoto apaixonado por você Luce.
_ É o que parece.
_ Então você é popular? Mas acertarem uma carta de amor na sua cara é sacanagem. – Rimos.
_ Mas pelo jeito ele não fará mais isso, você deve tê-lo assustado.
_ Ele que me assustou. Acertar algo assim em você. Vai dar uma resposta a ele?
_ Eu recebo essas cartas quase todos os dias, e a maioria nem pede uma resposta, pois sabem que eu não aceitarei os sentimentos. – Olho para ele. _ Você também parece ser popular entre as garotas. – Ele ri de canto.
_ Popular?
_ Sim, afinal você é bem bonito, e seu cabelo rosa é um charme à parte. – Nos olhamos e rimos.
_ Se eu não soubesse que está apaixonada pelo loirinho iria pensar que está apaixonada por mim.
_ Meus sentimentos seriam retribuídos?
_ Não.
_ Ah quanta maldade Natsu Dragneel. – Já riamos alto, e isso chamava a atenção de quem passava por ali, quer dizer, apenas por estarmos juntos já chamávamos a atenção.
_ Que tal rirem um pouco mais baixo? – Olhamos para frente e lá estava Levy, com os braços cruzados e aquele olhar de poucos amigos.
_ Levy-chan! – Me levanto e a abraço. _ Que saudades.
_ Não faz nem meia hora que estamos longe.
_ Mas sinto muita falta sua. – Ela olha para Natsu.
_ Quer dizer que até mesmo o delinquente da escola estando do seu lado as confissões não pararam Lu-chan?
_ L-Levy! – Chama-lo daquele jeito era ruim.
_ Acho que nem o delinquente número um da escola coloca medo neles.
_ Levy! O nome dele não é delinquente. – Natsu se levanta, e meu corpo se treme todo. Será que os dois iriam brigar? Sei que Natsu é forte, mas Levy também era, mesmo pelo pouco tamanho. Em uma briga entre eles eu não saberia dizer qual seria o resultado final. _ N-Natsu, ignora ela. – Ele se aproxima e sorri, mas seu sorriso era triste.
_ Vou ir ao banheiro, e como já está quase na hora do intervalo acabar acho melhor ir direto pra sala.
_ Certo. Obrigada pela companhia, e pelo pão também.
_ Jya-nee Luce. – E ele se afasta. Dou um tapa no braço de Levy.
_ Hey!
_ Não o chame mais daquele jeito.
_ Por que? Ele é um delinquente mesmo. – A encaro séria.
_ Natsu é uma boa pessoa, e chama-lo daquele jeito o deixa magoado, então por favor, não o chame mais assim.
_ Tsc.
~ TRIM TRIM ~ - Ela pega em minha mão.
_ Vamos logo pra sala.
E nos encaminhamos para a nossa sala de aula.
**
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.