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História Trouble boys - Como você definiria traição? - História escrita por chierry - Spirit Fanfics e Histórias
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História Trouble boys - Como você definiria traição?


Escrita por: chierry

Capítulo 38 - Como você definiria traição?


Quando Felix ficou pronto o sol ainda nem tinha dado sinal de que iria aparecer. Pretendia sair antes mesmo que seu pai podesse pensar em abrir os olhos, então combinou de ir de mansinho até a casa do Seo. 


Sua mãe lhe esperava na beira da escada quando desceu com a mochila nas costas. Era uma madrugada fria, o Lee usava mais um de seus lindos moletons e mais um cachecol fofinho que quase cobria seu queixo. 


— Fiz um lanche 'pra você, sei que gosta de tomar café sempre na hora. — a mais velha sorriu, puxando o mais novo para um beijo estalado na bochecha e um abraço apertado. — Eu nem acredito que meu menininho está saindo escondido 'pra viajar com os amigos. 


— Mãe, não é escondido. Você sabe. — cochichou de volta, sorrindo também. Estavam sendo o mais cuidadosos possível. 


— Tá legal, agora vai indo que já são quase seis e seu pai acorda cedo. — se despediu da progenitora com um aceno rápido, abrindo e fechando a porta da frente tentando fazer o mínimo de barulho possível. Depois, correu pela rua até dobrar a esquina e sair da zona de perigo. 


Quando chegou na frente da casa de Changbin, ele, Hyunjin e Mimi esperavam na calçada, os gestos que a garotinha fazia para tentar fazer os mais velhos acertarem uma mímica eram engraçados por ela estar usando um casaco que claramente não era seu. 


Quando lhe viu chegar, Miyeon abandonou o jogo e correu para lhe dar um abraço. Foi esquisito a forma como ela ficou apegada a si. Quando Changbin lhe apresentou como namorado, a menina cruzou os braços e disse que ninguém nunca substituiria Hyunjin e que Changbin era um "malvado". 


Mas na verdade ela pareceu entender bem mais rápido do que os adultos, e Felix logo se tornou o ursinho particular dela. 


— Oi gracinha, o que faz acordada tão cedo? — seguiu a menina pela calçada até os namorados, sorrindo corado quando eles lhe beijaram ao mesmo tempo. 


— Ela nem dormiu desde que soube que eu ia sair. — Changbin revirou os olhos, voltando a sentar no meio fio onde estava antes. Hyunjin riu da birra do mais velho, puxando Felix para sentar entre eles. 


— Mimi está fazendo mímica, ajuda a gente a adivinhar e se você conseguir... — o Hwang se esticou, encostando os lábios na orelha bonita de Felix e sussurrando. — Vamos te dar o que você quiser. — seu tom malicioso, que antes seria como se nem existisse, soou tão forte que Felix corou.


Hyunjin arregalou os olhos. Felix tinha entendido uma insinuação sexual, e não fazia ideia de como lidar com isso. No começo, não tinha dúvida nenhuma de que o que queria com Felix era uma noite de sexo, mas depois de conhecer o menino e tudo mais que aconteceu, não conseguia imaginar nada assim com ele agora. Felix era puro demais, brilhante demais. Não tinha coragem de tirar isso dele. 


Usar uma certa conotação sexual era algo natural de si, não controlava. Mas não estava mesmo esperando que Felix fosse entender, e isso lhe deu um pouco de medo. 


— Aqui! — Mimi tomou a atenção de novo, e os outros dois focaram nela. Ao contrário de Hyunjin, que estava a um passo de perder o fôlego. Aquilo não era um bom sinal, não podia ser nada bom. 


Changbin pareceu notar, e já conseguia entender mais ou menos o que se passava. Felix estava amadurecendo, mas ninguém além de si parecia compreender isso como algo bom.


Poucos minutos depois, um carro preto alto que Felix não sabia dizer o quão caro era apenas olhando se aproximou devagar, e dele desceram Minho e Jisung, ambos sorrindo tão largo que era impossível não se sentir curisoso. 


Changbin foi colocar Mimi para dentro, e ela se despediu dos namorados do irmão com um beijinho em cada. 


— Eu fico até com medo de perguntar o porquê desse sorrisos. O que vocês fizeram nesse carro? — Hyunjin perguntou brincalhão, pedindo a Felix sua mochila para levar para o porta malas. 


— Não seja idiota, só estamos felizes. Quando papai me deixou ir, eu não imaginei que eu iria poder ir sozinho! — Jisung comemorou, mostrando empolgação por não ter nenhum segurança ou motorista ali. 


— Eu tô feliz porque o pai do Sung pagou 'pra eu tirar minha carteira de motorista só 'pra levar vocês hoje. 


— Termina com esse interesseiro Jisung! — O Hwang exclamou, fechando o porta malas e se aproximando dos meninos. Eles riram. 


— Babaca, Minho estava guardando dinheiro 'pra isso a meses. Papai perguntou se um de nós tinha carteira e disse que ia ajudar Minho 'pra gente não precisar de motorista. 


Changbin voltou antes que alguém respondesse, passando um dos braços pela cinturinha de Felix, lugar o qual nunca deixou de adorar. O Lee sorriu fraquinho, se sentindo mais a vontade. 


— Vem Lix, eu vou prender o seu cinto só por precaução. — Hyunjin chamou, e todos entraram no carro com as risadas e o reclamar indignado de Minho. 


Quando já bem arrumadinho entre os mais velhos, Felix olhou para Minho pelo espelho retrovisor e falou algo pela primeira vez desde que eles chegaram. — Somos só nós?


A voz grossa e grave fez Jisung soltar um "ui" e Changbin sorrir. 


— Sim, eu chamei mais um amigo mas ele disse que não queria ficar de vela e deu uma desculpa. — O Lee mais velho deu de ombros e deu a partida no carro, revirando os olhos com a forma que Hyunjin passou o braço sobre Felix e Changbin. 




[•••]




Chan coçou os olhos pela milésima vez. Ainda era oito e meia e tinha começado o trabalho a menos de vinte minutos, mas já sentia como se fosse uma eternidade. Não que fosse um preguiçoso mimado que não queria trabalhar, mas é que não conseguia entender nada do que tinha naqueles papéis e organizar uma coisa que você não entende é complicado. 


Estava lendo o mesmo papel pela quarta ou quinta vez, quando alguém bateu na porta – não sabia dizer de quem era aquela sala, seu pai o sentou ali e lhe deu uma pilha de papéis amarelados. Mas mesmo assim disse que a pessoa podia entrar, e os momentos seguintes foram meio desconfortáveis. 


— Como licença Tio Jun- — Seungmin parou no meio da fala, levantando os olhos e dando de cara com o homem que vinha evitando a dias. — Tá de brincadeira! — murmurou, rindo meio indignado. 


Christopher arqueou uma sobrancelha, deixando a folha na mesa e se perguntando o que o garoto estava fazendo ali. Tinha percebido que Jeongin tinha bloqueado seu número, provavelmente o Kim tinha feito isso sem o outro nem saber, mas não tinha mais ido atrás dele depois do bolo que levou. 


Ainda sentia a necessidade esquisita de tentar se explicar, mas se o garoto não queria falar consigo não seria o tipo de pessoa irritante que ficaria insistindo. 


— Desculpe, eu não sei de quem é essa sala e nem sei se a pessoa está aqui. — Deu sem ombros, voltando a atenção ao que fazia antes mesmo que estivesse morrendo de ansiedade por dentro. 


Seungmin franziu as sobrancelhas. Estava ali porque sua mãe lhe pediu para falar com o irmão dela, que trabalhava coincidentemente naquela empresa e naquela sala. Cruzou os braços, porque nunca imaginou encontrar o cara que vinha lhe deixando tão curioso desde jeito, e nem que quando o visse fosse ficar tão mais ainda. 


— Você não... — arrumou a postura, ganhando a atenção do maior de novo. — Você não queria falar comigo? 


— Queria. Ainda quero, na verdade. 


— Então porque não fala?


— Você vai me deixar falar? — questionou, curvando a cabeça para o lado, e Seungmin diria que era fofo se não o achasse um pé no saco. 


— Vou. — falou meio hesitante, caminhando até a cadeira em frente a mesa que o australiano estava e sentando. — Fala. 


Chan respirou fundo, guardando a folha na caixa ao seu lado e cruzando as mãos sobre a mesa, encarando o Kim. 


— Você e Jeongin já se acertaram? — o mais novo assentiu, se isforçando para manter a expressão seria e não acabar soltando nenhum arfar ansioso. Chan lhe deixava intrigado. — Isso é ótimo. — deu um sorriso sincero, quase aliviado e pensou bem antes de falar. — Sabe, eu já fui traído mais vezes do que seria mentalmente tolerável. — engoliu em seco. — E eu não tenho justificativa 'pra querer falar com você, na verdade eu nem sei o que eu queria falar de verdade. Eu só- eu só acho que se a garota tivesse me explicado tudo o que aconteceu na época eu não ia precisar gastar tanto dinheiro com psicólogos.


Seungmin afastou o tronco, se recostando no encosto da cadeira sem braços.


— Jeongin já me explicou o que aconteceu. — disse baixo quando o silêncio pensativo de Chan começou e se tornar incomodo. O mais velho pareceu perceber que ele ainda estava ali e suspirou. 


— Você deve achar que eu sou um idiota pegador que não liga 'pra nada, não é? — Seungmin assentiu com um bico meio enojado, acrescentando "pé no saco" a lista de Chan em seu cabeça.  — Eu tenho nojo de traição, muito mesmo. Não faz ideia do quão mal passei quando descobri que Jeongin namorava. — riu sem graça, balançando a cabeça em negação. — Não estou tentando me fazer de vítima, só estou tentando dizer me desculpe. 


O mais novo ficou quieto, pensando tão forte que o eco em seu cabeça estava fazendo-a martelar. Respirou fundo, analisando os prós e contras do que estava prestes a fazer mais uma vez. Era só uma dúvida afinal, não iria fazer tanto mal, iria? 


— Você disse que já foi traído várias vezes... — Chan assentiu, curioso sobre onde ele queria chegar. — Como você definiria traição?


Chan ficou confuso, mas se arrumou na cadeira porque aquela conversa estava ficando intrigante. Já falou o que tinha para falar, não havia problema em continuar ali.


— Bom, eu acho... Que a partir do momento em que seu parceiro quebra sua confiança, seja com o que for, já é uma traição. Fisicamente falando, olhar não machuca, mas dependendo do que a pessoa sente, qualquer toque já faz mal. — Sua voz quis falhar, mas respirou fundo, voltando a focar a visão que ficou baixa no mais novo. Ele parecia pensativo, quase em uma meditação improvisada.


Mas se recuperou rápido, engolindo em seco e levantando. 


— Eu nem deveria estar aqui. — resmungou enquanto andava até a porta, provocando uma risada baixa e escondida do Bang. — Ate mais Christopher. — saudou, saindo pela preta e a fechando quase inaudívelmente. 


— Até.



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