handporn.net
História Tudo para que você confesse - Os dois capitães - História escrita por AubertoAisten - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Tudo para que você confesse >
  3. Os dois capitães

História Tudo para que você confesse - Os dois capitães


Escrita por: AubertoAisten

Notas do Autor


Oi oi galera, quanto tempo hein *rindo de nervoso*

Olha, eu sei que demorei, mas pensando bem foram duas semanas, como eu tinha dito que seriam, ent n podem dizer q n foram avisados

Foram duas semanas de muita frustração, raiva e ódio, mas ao menos agora eu tenho um norte para seguir com a história e ainda tem coisa pra acontecer

Bom, devem estar ansiosos ent eu deixo pra conversar nas notas finais

Boa leitura!

Capítulo 6 - Os dois capitães


 

Soltou o ar preso em sua boca com delicadeza sútil. A fumaça dançou tímida por cima de sua cabeça, dissipada segundos depois com o bufar de um vento calmo e leve, que aconchegava as pessoas naquele fim de tarde frio. 

Apertou as pálpebras, os olhos azuis-cinzentos encarando um ponto a muito mais tempo do que imaginava. Até mesmo as rugas causadas pelo apertar de olhos pareciam desconfiadas, apontadas para uma barraca qualquer de comida e para as duas pessoas atrativas em frente a ele.

Sanji estava encostado em uma árvore qualquer que tinha brotado na margem do inicio do pequeno bosque logo atrás de si. Riria da ideia de ser uma semente expulsa no meio de tantas outras e jogada para fora, crescendo sozinha e abandonada, mas não conseguia, porque as semelhanças entre ele e aquela árvore magra e triste eram grandes demais para causar-lhe qualquer divertimento. Mesmo que, oras, certamente a planta não tinha passado por tantos mal-bocados assim.

Suspirou pela décima vez, contrariando a própria ideia que pipocava em sua mente jovem e meio alucinada. Seus olhos não conseguiam correr para outra direção que não fosse os dois capitães grudados perto de si. Ele podia dizer que era preocupação, caso alguém perguntasse, mas no fundo sabia que estava apenas curioso.

Luffy era um idiota que confiava muito facilmente nos outros e que não demorava para tocar o coração das pessoas com quem tivesse contato. Na verdade, o Monkey tinha dois extremos fascinantes. O seu jeito abobalhado e infantil que faziam os desconhecidos duvidarem de sua força. E o lado em que mexer com um amigo seu era pedir para dormir dentro de um caixão com todos os ossos quebrados. De qualquer forma, ele sempre tinha uma gentileza grandiosa e bonita dentro de si, lutando sempre para conquistar seus sonhos e proteger a quem ele amava. Um dos vários motivos pelo qual o cozinheiro decidiu seguir aquele homem esquisito e sorridente. Ainda assim, não conseguia entender aquela aproximação.

Trafalgar Law era um pirata que tinha visto uma única vez, no arquipélago sabaody, no meio da confusão que a pior geração tinha criado com os dragões celestiais — iniciada, claro, pelo chapéu de palha —. Depois disso, apenas em noticias ou boatos. Mas Sanji bem lembrava de Luffy ter comentado algo sobre o moreno, um tempo atrás. Parecia que os dois se encontraram na guerra em marineford e mantiveram contato enquanto Luffy se recuperava na ilha Amazon Lily. O assunto nunca foi aprofundado e Luffy geralmente não falava tanto sobre os dois anos em que estiveram separados, assim como Zoro e o próprio Sanji, que preferia esquecer a tortura que tinha sido o seu treinamento. Só não esperava que fossem próximos assim, como amigos intimos.

Talvez Sanji estivesse paranóico demais, essas últimas semanas torturaram sua cabeça com ideias mirabolantes. A culpa era toda de Roronoa, é claro, por tê-lo feito ficar assim tão pensante.

Retirou o cigarro dos lábios depois de uma boa tragada, alguns segundos com o seu interior acolhendo e absorvendo a substância, jogou para fora a fumaça junto ao vento. Estalou a lingua no céu da boca, depois de ver um corpo muito familiar se aproximando do seu.

Quando disse que ele não conseguia tirar os olhos de Law e Luffy, bom, acontece que há uma excessão.

Uma excessão chata, ignorante, bruta e irritante que vinha para si com uma carranca no rosto que por muitas vezes, significava que tinha discutido com Nami e aumentado a divida em berries com ela.

Ele sentou no chão ao seu lado, quase encostando o lado do rosto em suas coxas, fazendo com que tivesse que ir mais para o lado.

— Não pode achar outro chão pra você fertilizar, não? Cabeça de alga.

— Cala boca, seu cozinheiro de merda. — Resmungou, coçando a cabeça e logo juntando os braços e cruzando-os iguais as pernas.

"Como uma criança birrenta", pensou Sanji, não conseguindo evitar de soltar um pequeno riso.

— O que foi? — Perguntou Zoro, um pouco confuso com a mudança de humor. Sanji apenas respondeu um "nada", balançando a cabeça — Esquisito.

— Olha quem fala, seu cachaceiro burro. — Murmurou entredentes, empurrando o rosto de Zoro para o lado enquanto se sentava também no chão.

Zoro revirou os olhos, mas sentiu o coração errar as batidas ao sentir o toque das mãos macias de Sanji em seu rosto e quase pediu para que voltassem quando o loiro as retirou de cima de si.

— Porque a carranca? Não que sua cara já não seja assim normalmente, mas tem uma leve diferença na forma como desce as sobrancelhas — Sanji brincou, tocando no meio da testa de Zoro, onde marcas de expressão se formavam com a forte junção de sobrancelhas, que suavisou rapidamente ao passo em que Zoro entendeu um modo diferente de compreender aquela frase.

— Então você repara? — Segurou a mão de Sanji com delicadeza, como se fosse vidro. O sorriso malicioso nos lábios deixando as pernas de Sanji tão moles que ele agradecia por estar sentado, caso contrário, certamente caíria sem forças.

— Claro que não! — Respondeu rápido, a vergonha subindo pelas bochechas — Eu estava apenas brincando.

— Sei. — Zoro revirou os olhos pela segunda vez, inclinando o corpo para o lado e tocando o joelho com o cotovelo, apoiando o rosto nos punhos. A mudança de humor foi inevitável ao se lembrar do porque estava bravo — Foi aquela bruxa! Roubou minha espada e me obrigou a pagar por ela! — Esbravejou com raiva.

— Ei! Não fale da Nami-san dessa forma. — Zoro fechou os olhos com força, mas não surpreso por ter saído como o errado para Sanji na situação — E como ela roubou suas espadas? — Perguntou quase rindo, vendo o rosto do esverdeado suavizar.

— Eu estava com a guarda-baixa — Resmungou baixo, envergonhado por ter sido enganado. "Mas foi só porque estava olhando pra você", concluiu mentalmente.

Sanji riu por mais alguns segundos, parando quando Zoro fez menção de ir embora por ter esgotado a sua pobre e minima paciência.

— Mas então... pagou?

— Claro que não, eu nem tenho dinheiro pra isso. Ela acrescentou na conta, e com juros! Eu nem sei o que é juros!

Outra série de risadas escapou de Sanji, enquanto se contorcia perto da árvore tentando recuperar o fôlego. Zoro achou estranho, porém, ouvir aquela risada acalmava os nervos de seu corpo. Como o sol se destampando dentre as nuvens com volúpia e afastando a chuva e a escuridão. Deixava as rosas crescerem, os cristais de orvalho reluzirem, os animais se aninharem nas sombras frescas e desfrutarem de uma boa soneca. O som parecia o cantar de anjos, e Deus, Zoro não queria parecer tão melodramático assim, mas era a única verdade que o assolava no momento. Se tornava um bobão apaixonado quando se tratava de Sanji. Ele poderia ouvir suas gargalhadas por horas a fio, e ali, sentado na grama verde, longe dos olhos interessados das pessoas da grande feira de festival, ele entendeu o motivo tão singelo de amar.

Seu cabelo loiro, os seus olhos, até as gotinhas que se formavam ao redor deles por conta das risadas. A vermelhidão de quando tocou seu rosto e enxugou as gotinhas no canto dos olhos. A vergonha que o fazia virar a cabeça para outro lugar e a mania de alisar os dedos enquanto suas orelhas se tornavam pimentões.

Tudo, exatamente tudo. Zoro não conseguiria contar nos dedos todas as qualidades e defeitos que adorava naquele ser tão chatinho e irritante que fazia seu coração saltar de alegria com movimentos e ações tão bobas.

No começo ele odiou se sentir tão vulnerável, agora ele apenas apreciava o calor que envolvia seu peito.

— Um dia quem sabe — Brincou o cozinheiro, se referindo ao dinheiro e a divida. Tossiu, querendo evaporar a onda de vergonha em volta de si. 

Zoro resmungou de dor nas costas com sua posição e se endireitou, agora empurrando Sanji com o ombro para poder se escorar na árvore fina.

Sanji lhe olhou feio e puxou as pernas, abraçando-as perto do peito e encostando o queixo nos joelhos. Aproveitou o silêncio de Zoro para passar os olhos pelo festival a procura de um certo rapaz.

Aparentemente, com o que diziam as pessoas ali, aquele festival acontecia noite sim e noite não. Não se comemorava nada em especifico, o jovem pensou que talvez fosse apenas algo para atrair turistas. Lanternas de papel eram espalhadas por ai, com bandeiras bonitas em um vermelho vibrante e em azul escuro como o próprio céu. Diversas tendas com mercadorias, decorações, e claro, muita comida. No entanto não era tão grande, ficava numa pequena praça, perto do bosque. A grande atração seria os fogos de artificios programados para as dez da noite. A ilha era conhecida por duas coisas, pelo parque aquático selvagem, ou pela noite estrelada de explosões que vislumbrava os olhos de turistas.

Luffy estava numa das tendas, pelo que podia ver, junto com Law, como em todo o tempo desde que o moreno entrou no parque aquático. Pouco tempo se passou com o capitão na piscina, e durante os minutos que teve para observá-lo, Sanji notou que aquele lugar não combinava em nada com o carrancudo do Trafalgar. Talvez um dos motivos para terem voltado para o navio para se trocar, sem contar o frio que estava fazendo e o inicio do festival que eles fariam questão de participar.

O capitão esticou os braços na altura do rosto de Law, deixando uma máscara branca de gatinho em seus olhos. Era incrivel como podia saber que Luffy estava sorrindo mesmo de tão longe.

— O que tanto olha? — Resmungou Zoro, mas de olhos fechados.

Sanji o estranha, encarando-o para saber se podia enxergar com os olhos fechados. No entanto, não teve uma resposta.

— Nada, só.... — Suspira tocando o queixo — Não acha estranho?

— Há muitas coisas estranhas aqui, seja mais específico.

— Você sabe do que eu estou falando, espadachim de merda.

— Então não.

Sanji ergueu uma sobrancelha.

— "Não" o que?

— Não acho estranho. — Zoro respondeu entediado — Você é idiota?

Sanji revirou os olhos, "Ter me apaixonado por você deve ter mesmo acabado com metade da minha inteligência", concluiu mentalmente.

— O que acha de estranho?

— Não sei... — Esfregou as duas mãos, incerto — Eles são próximos demais para alguém que se viu poucas vezes. Não, não é esse o problema. Talvez eu esteja preocupado. Luffy confia nas pessoas de maneira inconsequente, e Law não parece confiável, devo dizer. Só não quero que se machuque.

Zoro não respondeu, crispando os lábios e não deixando que as palavras presas em suas boca escapassem logo agora.

— E se ele se aproximou de Luffy para tentar matá-lo? — Sanji pensou alto, virando o rosto em prantos para Zoro, quase como se precisasse que ele lhe assegurasse de que não era nada disso.

— E porque está pensando nisso? É o Luffy, seu cabeça de vento, acha mesmo que ele seria derrotado?

Sanji ficou em silêncio, concordava com Zoro, ao menos nessa única parte.

Se preocupar com Luffy em uma batalha não era algo que o bando do chapéu de palha fazia normalmente. Eles só temiam que o Monkey comesse toda a comida da dispensa, ou que ele mudasse a rota do navio para uma ilha perigosa, que quebrasse uma ilha inteira com um único soco, ou que acabasse sofrendo por ter uma mente não tão.... inteligente.

Todos eles confiavam em Luffy e em sua força, mas era impossível para Sanji acreditar que seus socos pudessem destruir tudo. Logo ele, que conhecia o sofrimento do amor e o que causava. Luffy já tinha sido traído e enganado outras vezes, mas ele resolvia tudo com base no que seu coração dizia: se era um vilão, daria uma porrada e se era apenas alguém confuso e sozinho: Luffy estendia a mão ou ignorava suas ações ruins. Ainda assim, mesmo sabendo de seu espirito livre e alegre, até mesmo o mugiwara tinha suas dores e Sanji tinha medo porque ele nunca falava delas, como aconteceu com Ace.

Além disso, aos seus olhos, as vezes Luffy parecia uma doce criança, e ele não podia impedir o senso de proteção de aflorar o seu peito.

Eram companheiros, Sanji faria de tudo para proteger aqueles quem ama.

Encarou os dois de novo, e agora Law impaciente tirava a máscara de gato, enquanto Luffy ria alto. Ao ver a máscara branca no chão, o chapéu de palha se abaixou para pegar, e logo começou a correr atrás de Law, que tentava fugir dele e da coisa horrivel e feia em suas mãos.

— É isso que planeja fazer a noite inteira? Encarar eles?

— Não tem muito o que eu queira fazer — Deu de ombros.

"Mas eu tenho muita coisa que queria fazer com você, ero-cook" pensou Zoro, emburrado.

Law agarra Luffy pela gola de sua camisa e o trás para perto, impedindo que o baixinho se dirigisse para a barraca de takoyaki pela quinta vez só naqueles últimos vinte minutos. O mugiwara reclamou um pouco, mas parou quando Law apertou seu braço e o puxou entre a multidão, fugindo daquele lugar cheio e do olhar minucioso de Sanji.

— Pra onde vão? — Divagou.

— E isso importa?

— Não se esquecermos da habilidade poderosa do capitão dos piratas heart. — Sanji proferiu um tanto irritado, mas com uma ponta de preocupação no peito.

— O que? — Zoro abriu o único olho com indignação, mas o loiro pouco se importou com seu olhar fuzilado.

Crispou os lábios e tomou uma decisão de última hora. Baseada na sua extrema curiosidade e confusão e não tanto pela preocupação, como tinha pensando, enganando a si próprio pelo motivo de estar tão fissurado naqueles dois. Levantou da terra, agarrando o pulso de Zoro para que o levantasse junto, este que quase caiu com o puxão violento e repentino.

— Vamos.

— Pra onde? — Grunhiu o esverdeado, soltando a mão de Sanji do agarro em seu pulso.

— Pra casa da sua mãe. — Zoro ergueu uma sobrancelha e o cozinheiro bufou — Claro que vamos seguir eles! Ora essa!

Zoro não disse mais nada além de um urro reprovador. Se perguntassem à ele se foi por vontade própria, ele teria de mentir dizendo que sim, para encobertar a verdade vergonhosa de que o poder de manipulação e ordem de Sanji lhe atingiam como flechas venenosas a qual não podia sequer desviar. Se soubesse o loiro o tamanho do desastre que apenas sua voz causava no espadachim, então Roronoa estaria enrascado em enormes problemas.


. . .

 

— Merda — murmurou a contragosto, cortando um pedaço de galho que por pouco não o atingiu no rosto.

A escuridão não o ajudava a se guiar por ali, eram galhos, ou pedras que o faziam tropeçar e árvores minusculas de finas que não podiam ser enxergadas a menos que o cutucassem depravadamente. O loiro estava logo a frente, pelo que conseguia ver, estava passando agachado atrás de arbustos como um bandido da montanha perseguindo suas presas para lhes roubar todo e qualquer pertence depois de chegar no ponto exato de emboscada. Mas não havia ninguém além de Zoro e Sanji ali, e claro, os dois capitães andando ao lado.

A trilha ficava no meio, espaçosa o suficiente para um grupo pequeno de cinco pessoas conseguir andar lado a lado. Nas extremidades da direita e esquerda, começavam o bosque, que foram divididos em dois desde que formaram o caminho de terra. As atrações, o festival e a cidade ficavam no centro, e seguindo pelo caminho de onde estavam, parariam na costa. Um lugar reservado, longe dos olhares de todos, com o mar batendo nas pedras, Zoro queria ter pensado nisso antes deles.

A mente de Sanji trabalhava a vapor enquanto se esgueirava por rochas enormes e árvores. Seus olhos não conseguiam ser desviados de Luffy, e por mais que tentasse se convencer de que voltar era melhor, não conseguia.

Não era a preocupação. Nem de longe. Havia uma ideia em sua cabeça, pequena e rabiscada, uma semente que germinou aos pouquinhos e que o estava deixando maluco. Talvez o seu coração já tivesse a resposta para tudo aquilo, porém mais uma vez o cérebro decidiu ignorar o órgão pulsante e tentar ver com seus próprios olhos ao invés de olhos apaixonados e iludidos, segundo a mente.

Sanji não achava que espiar a vida privada de alguém era algo legal ou certo, mas depois de algum tempo pensando nisso, chegou na conclusão de que não importava. E não importava mesmo, ele era um pirata, a única moral que devia seguir era a conduta pirata — que sinceramente não era tão certa e rigida, apenas ligava para duelos justos e honras —. Então, com essa ideia na cabeça, ele continuou seguindo Luffy sem pensar que aquilo era uma baita falta de respeito.

Impossível que o capitão fosse ficar irritado com isso mesmo, afinal, não tinha nada para esconder, ou ao menos Sanji torcia para que não.

Uma das suas preocupações mais aparentes, no entanto, acabaram se voltando para outro assunto depois que abandonaram as luzes cintilantes do festival para mergulharem na escuridão do bosque, e apesar de estarem escondidos na beirada, a lua não os alcançava devidamente por conta das copas das árvores e as folhas que os barravam de uma iluminação melhor. E com isso, com seu corpo humano exposto numa selvagem aventura, ele estava praticamente entregue aos insetos noturnos daquele lugar. Engoliu em seco, desviando exageradamente de um galho. Trouxe os braços para o seu tronco, como se estivesse morrendo de frio, mas logo começaria a tremer de medo. Insetos não eram o tipo de criatura que Sanji apreciava. Não que fosse parte de um grupo a favor do exterminio dessas coisinhas pequenas com patinhas, até porque muitos deles contribuíam para a natureza de alguma forma, mas ele esperava que ao menos se estabelecesse uma distância entre eles, de um quilômetro, se possivel.

Não que ele tenha medo de insetos. Não, claro que não, era só uma aversão e nojeira significativamente pertubante. O medo ou o nojo, qual deles o faziam parecer menos patético? No fim não importava, porque ele sofria dos dois.

Borboletas eram fofas, românticas, belas. As abelhas bonitinhas quando não estavam picando alguém. As formigas eram determinadas e engraçadinhas, porém muito motivadoras quando carregavam coisas mais pesadas que seu próprio corpo como uma migalha um pouco maior ou um cubo de açúcar. Mas... Aranhas? Não! Definitivamente não! Por elas, Sanji triplicava seu terror e angustia. Tinham olhos demais, pernas demais e sabiam se enrolar e se esconder! Uma delas poderia estar no seu sapato neste momento e ele nem saberia antes de ela adentrar sua calça e lhe picar em algum lugar de suas pernas. E o escuro, sim, esse era o melhor lugar para aquelas perversas criaturas. Exatamente onde ele estava. Poderia ter uma ali na frente, no galho. No meio dos arbustos. Em suas costas, em seus cabelos, dentro de seu casaco ou bolso.

A ideia não poderia ter trazido mais arrependimento.

Pulou de onde estava, voltando para trás e trompando com Zoro que por algum grandioso milagre, ainda estava ali e não perdido no meio das florestas. Mas que a corda amarrada em sua cintura e puxada por Sanji fosse a causadora desse milagre, nenhum deles precisava comentar.

Zoro não se abalou mesmo quando Sanji praticamente se jogou contra ele. O olho confuso varrendo o lugar em busca de alguma ameaça.

— Oe, o que foi?

— Z-Zoro — Balbuciou com tremeliques na voz, se virando de frente para Roronoa e o encarando com olhos assustados e suplicantes — Ali... uma... uma...

O espadachim, por puro instinto e meio inconsciente de seus próprios atos, acabou rodeando os braços em volta do cozinheiro, preocupado com o que poderia ter deixado o cozinheiro ao ponto de quase se derramar em lágrimas.

— Uma? Uma o que? — Estava quase se desesperando junto ao loiro e nem mesmo sabia o que de fato estava acontecendo.

— Uma... N-Na folha... Tem uma... — E levantou o braço.

Zoro seguiu o dedo indicando uma folha bem grande, maior até que suas duas mãos juntas, inclinada para a lua e no meio do caminho. A sombra que fazia no meio dela era grande, uma bola escura que tentava se esconder no outro verso, mas atrapalhada pela luz que caía sobre si. Mesmo vendo, Zoro não achou nada demais, era só uma bola.

— Não tem nada ali. — Resmungou.

As sobrancelhas de Sanji desceram em indignação, como se Zoro tivesse proferido a mais estúpida blasfêmia apenas com quatro palavras contra sua pessoa.

— Seu idiota, olha lá! — Murmurou entredentes, agarrando a gola do mais alto e o chacoalhando com raiva — É a merda de uma aranha gigantesca!

Zoro levou a mão até os fios loiros, agarrando sua cabeça e tentando afastá-lo antes que as mãos da gola da sua camisa se movessem para o seu pescoço.

— Ah. — Ele estalou a lingua, suspirando — Você já venceu coisas bem maiores.

— Você não entende, seu troglodida sem coração, — dramatizou Sanji, escorregando para baixo, ainda pendurado em Zoro.

— Pronto, pronto. — Roronoa tocou em seus cabelos macios, dando tapinhas e esperando que Sanji se acalmasse com isso, mas continuou choramingando palavras desconexas - Eu vou lá matar ela, satisfeito?

Sanji arregalou os olhos, a esse ponto, já havia até esquecido o porque de estarem no meio do bosque. Se endireitou na altura de Zoro e correu para suas costas, agarrando-lhe os ombros e o empurrando numa ordem silenciosa para que matasse a criatura gigantesca e assustadora, mas pequena e inofensiva para o olho cinza do espadachim.

Não deu nem um passo e vozes extras tomaram seus ouvidos. Zoro paralisou e segundos depois um braço esticado adentrou o bosque e a mão bem conhecida por si agarrou a folha enorme onde a aranha estava. Sanji empurrou Zoro para o chão afim de se esconderem atrás dos arbustos, vendo a criatura sumir junto ao braço que tão rápido quanto apareceu, foi embora.

— Olha, Torao! É enorme! — Luffy exclamou com uma animação estridente.

— Luffy-ya, será que pode não se distrair a cada cinco segundos? — A voz de Law saiu arrastada, quase cansada, mas ainda calma. Sanji o parabenizava pela paciência.

— Eu não to me distraindo — Rebateu Luffy, e Sanji quase podia o ver de braços cruzados e um biquinho nos lábios.

Law suspirou alto, e então eles continuaram discutindo banalidades.

— Eu esqueci que eles estavam ali. — Sanji sussurrou no pé do ouvido do moreno.

Zoro cerrou os dentes, tentando não se abalar com Sanji tão perto.

— Será que nos viram?

— Será que pode parar de falar? — Zoro resmungou baixinho, se segurando para não agarrá-lo ali mesmo. O coração batendo com força.

— Grosso. — Se emburrou.

Não aguentando a curiosidade — até porque essa era a ideia principal de estarem ali — ergueu a cabeça para fora do arbusto, como um jacaré bisbilhotando por baixo da água. Sorrateiro e de ouvidos abertos, encarava a discussão dos dois com uma ponta de desconfiança.

— Tá bom, eu entendo que a aranha é muito legal — Trafalgar revirou os olhos, não sendo nem um pouco verdadeiro com suas palavras — mas nós não podemos levar ela para o mar.

— E porque?

Os dois estavam em uma discussão inútil e que tinha fugido completamente do assunto inicial.

— Porque ela é da terra, Luffy. Não pode mudar o habitat de um animal assim. — Gesticulou com as mãos, dizendo aquelas palavras com seriedade.

O mugiwara levou os dedos até o queixo, buscando uma solução para o problema enigmático como se sua vida dependesse disso.

— E se nós.... — Parou, semicerrando os olhos e levantando o dedo — ensinarmos ela a nadar?

Sanji podia ver a veia pulsar na testa de Law antes dele levantar o braço e ativar sua habilidade. Em segundos, a aranha foi transportada para algum lugar aleatório do bosque e trocado por uma pedra pequena.

— Ah! Torao! — Exclamou indignado, recebendo um bufar de Law como resposta.

— Porque eu ainda tento fazer essas coisas? — Questionou a si mesmo, se arrependendo amargamente de ter levado Luffy para lá por meio de uma caminhada. Se tivesse usado room, tudo seria mais fácil.

De repente, uma ideia milagrosa surgiu em sua cabeça. Iluminando a pobre alma sofredora em sua jornada de romantismo mal calculado.

— Se não formos logo, a comida vai esfriar — Jogou, com falsa tristeza.

— O que?! Vamos logo, Torao! — Luffy de repente se animou, jogando a pedra trocada pela aranha anteriormente para dentro do bosque atrás de si, acabando por acertar a cabeça de Zoro.

O loiro tampou a boca para não rir.

— Nah, vamos devagar. — Law implicou, começando a andar com passos lentos demais para a ansiedade de Luffy, que infelizmente, nem mesmo sabia onde estavam indo.

— Mas a comida, Torao! A comida! — Pulava em volta do mais alto como uma criança que bebeu energético ao invés de suco de maracujá.

— A comida pode esperar. — Resmungou, puxando o baixinho pela gola da camisa e o impedindo de correr para alguma direção aleatória. — Ou talvez você não queira caminhar comigo? — Virou o rosto para o lado, com falsa frustração. Manipular Luffy nunca foi uma tarefa muito dificil. O que sempre lhe aterrava era conseguir controlá-lo, e não enganá-lo.

— Ah. — Luffy parou, olhando para a carinha de cachorro abandodo de Law e soltou um suspiro, seguido de um sorriso pequeno. Ele não podia resistir, eram raras as vezes em que o maior demonstrava seus sentimentos de forma verbal e direta, e quando o fazia, o mugiwara simplesmente não tinha forças para negar. E como negar quando ele parecia com ciúmes e um tiquinho carente?

Levantou nas pontas dos pés, agarrando o rosto alheio com as duas mãos e o puxando para um selinho demorado, prontamente correspondido ao passo em que as mãos do moreno o apertaram na cintura.

— Eu vou caminhar com você. — Disse, ainda achando que era esse o grande problema — E eu amo você, Torao — Mais um selinho, e então um olhar extremamente sério. — Mas a comida vai esfriar.

O maior riu soprado, da forma que conseguiu, já que Luffy estava apertando suas bochechas em um biquinho.

No fim, nem ele conseguia negar algo para o mugiwara. Infelizmente, o amor que sentia podia ser uma fraqueza maior que um kairoseki.

Suspirou derrotado, segurou na mão de Luffy e puxou ele para a frente da trilha, em passos mais rápidos dessa vez, enquanto ouvia seu parceiro tagarelando sobre qualquer bobeira estranha que achava interessante. Deixando para trás um Sanji de boca aberta.

 


Notas Finais


O Sanji tava certo, o Law é realmente perigoso para o Luffy, só que de um outro jeito...

O q vcs acharam o Sanji poc fofoqueira? Eu fiquei com medo de fugir muito do personagem, mas simplesmente tinha que fazer essa cena

Sei q parece q nosso casal n ta andando, e peço q tenham paciencia um pouco, eu vou focar neles nos próximos caps, é só q preciso fazer algo sobre o casal lawlu e sobre o que Sanji acha sobre isso e tals


Mas enfim, vcs gostaram? Espero q sim, pq se n eu vou chorar (queria q fosse brincadeira), já tenho os próximos caps planejados ent pretendo trazê-los mais rápido, ent me desculpem pela demora e pfvr continuem acompanhando, pq ainda vai ter muita boiolagem (dps da sofrencia, é claro)



Amo vcs <3 Tomem banho e tomem água!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...