História Turn the Page - Achei você

CAPÍTULO 19

Achei você

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— Ai que cedo! — Hyunjin reclama, só para variar, e deita sua cabeça na mesa.

— Cara, é para uma causa maior. — Jisung o "consola" e dá duas batidinhas leves em seu ombro.

— É tão legal ter mais gente na mesa! — Felix exclama todo feliz e animado, ninguém entendia como podia ter alguém dessa maneira energética em plenas sete horas da manhã em um sábado!

Quer dizer, eles meio que já estavam acostumados com esse aspecto considerando como Yeji é…

— Ela sempre acorda cedo. — Jeongin fala, já inquieto, ansiando pelo encontro com sua amada.

— Algum motivo específico? — Minho fica curioso.

— Bom, ela sempre foi assim. — ele forma um sorriso bobo no rosto. — Sempre precisa estar fazendo e descobrindo coisas novas. Logo, logo, aparece!

— E quanto a Yugyeom… — Seungmin começa.

— Ele não voltou ontem. — Jeongin já responde. — As coisas parecem feias pra ela… — fica um pouco tristonho.

— Ei, tá tudo bem, Jeongin. — Seungmin tenta apoiá-lo. — Vai dar tudo certo! 

— Espero também. — força um sorriso e… — Ali! Ela chegou! Ela tá ali! É a do meio! — Jeongin se exalta.

Todos não demoram para olhar e…

Oh céus, quão pior a situação poderia ficar?!

A amada de Jeongin era ninguém menos que… Yuna. 

E nesse exato instante, ela chegava marchando e bufando de raiva em sua direção.

— Yun… — Jeongin fala com animação e alegria, porém é interrompido.

— Mas que porra você tá fazendo aqui?! — faíscas saíam de seu olhar. — Seungmin, o que ele tá fazendo com vocês?! — ela olha para o garoto, buscando por uma explicação sem surtar.

Seungmin não conseguiu falar nada.

Então era a Yuna?! 

Ele realmente não estava conseguindo processar aquela informação. Era muito em pouco tempo!

E de alguma forma ele perdeu toda vontade de ajudá-lo...

— Calma, gata. — Minho chega e passa seu braço pelo ombro dela. — Tá tudo bem.

— Minho, o que diabos ele tá fazendo aqui?!

— Yuna, tá tudo bem? — Chaery e Yeji finalmente chegam.

— Rápido, aqui. — Yuna puxa as 2 garotas para um canto um pouco mais distante dos meninos. — É ele. 

— Ele o quê? — Chaery ainda não raciocinava direito nesse horário.

— Que me quebrou. — Yuna fala com amargura, fazendo referência à conversa que tiveram na noite anterior.

— Bom saber. — Yeji fecha o olhar e sai na direção de Jeongin. — Escuta aqui, seu maluco, eu não sei o que você consome, toma, ingere, ou respira. Mas, só lhe digo para ficar longe. Bem longe. Bem longe mesmo e não apareça na frente da minha amiga! Entendeu?! Você não vai querer ver do que eu sou capaz e ohh… — iria continuar uma palestra se Hyunjin não a abraçasse por trás, a puxando para longe. — ME SOLTA! AGORA!

— Calma, Yeji. Tudo sob controle! 

Mas, obviamente, Yeji continuou se debatendo e tentando sair. Ela não podia deixar Jeongin sem nada depois de descobrir o que ele fez com Yuna! Sua amiga! 

Yuna olhou aquilo e sentiu algo quente dentro dela. 

Então essa era a sensação de ter amigos… Ter pessoas que se importam e se preocupam com você. Ela acabou sorrindo com isso. Mesmo assim, era muito triste pensar que seu tempo estava próximo do fim, ela nem conseguiria agradecê-los por tudo.

— Eu só achei que tivesse deixado bem claro que nunca mais queria te ver na minha frente. — Yuna resolveu tentar acabar diretamente com o problema.

— Dragãozinha, eu só não consegui.

— Primeiro: pare de me chamar pela porra desse apelido. Segundo: conseguiu até agora e vai continuar conseguindo. Terceiro: tchau! — diz já o empurrando para longe, mas ele se vira, segurando as mãos dela e olhando no fundo dos seus olhos.

— Eu me arrependo de tudo que fiz. Sério mesmo. Eu ainda te amo. Amo muito mesmo. Por favor.

Yuna paralisa.

Mas havia outra pessoa mais paralisada e em choque que ela: Seungmin. Ele não entendia, mas de alguma forma seu coração parou com essa confissão repentina. Ela o aceitaria de volta?! Ele a perderia?! Ele demorou demais?! Seria tarde dema… 

— Jeongin. Eu… só não tô em um bom momento. — Yuna diz com calma, olhando para baixo. De alguma forma ela não queria magoá-lo… nem sabia o motivo. Nunca foi de se importar com o que os outros sentiriam, mas logo agora! — Então eu só peço para que... Ai! — ela para de falar do nada, colocando a mão na cabeça e expressando dor. 

Minho e Seungmin saem correndo até ela, a fazendo sentar.

— Yuna, o que tá acontecendo? — Seungmin a olha, preocupado.

— N-nada. — Yuna responde, de olhos fechados, tentando suportar o que parecia esmagar sua cabeça.

— Diga, sério. — Minho fala, preocupado. — Você tá estranha desde que chegou. Hoje tá super calor, por que está de manga comprida e luvas?

Realmente, nem dava para ver a pele de Yuna! E era exatamente essa a sua intenção... 

— Só... me deixem. Acho que não dormi direito. É isso. — ela inventa a pior desculpa possível, só querendo sair logo dali.

Ela se levanta e, na hora, quase cai, desequilibrada. 

Jeongin acaba a segurando, evitando sua queda. Suas mãos rodeavam a cintura dela e, de alguma forma, Seungmin não gostou nada da cena.

— Eu tô bem, me solta. — ela pede, autoritária.

Ela começa a andar até a saída e…

— Não quer ajuda mesmo? Você claramente não está bem! — Minho fala, acompanhado de Seungmin.

— Não quero. Tô 100% bem. — ela fala forçada, basicamente se arrastando para sair dali. — Se me acompanharem eu vou bater em vocês. — fala já com raiva.

Como os 2 garotos não queriam testar sua paciência, acabaram ficando no refeitório... Mentira.

Assim que ela dobrou o corredor, sumindo de vista, os 2 saíram em disparada atrás dela. Continuaram procurando Yuna, que claramente precisava de ajuda.

(...)

Yuna usou o Feitiço de Teletransporte e agora já estava dentro do banheiro de seu quarto. Já lá dentro, ela tira as luvas e arregaça as mangas, por conta do calor insuportável. Mas isso só deixou à vista a sua pele roxa e as veias totalmente escuras demarcando a sua pele. Literalmente, parecia um monstro.

Ela fica parada, esperando aquele “esmagamento” da sua cabeça parar.

Ela estava estranhando... geralmente esses sintomas e dores só ocorriam meia-noite e meio-dia. Não deveriam sair desse padrão.

De qualquer forma, quando finalmente para, ela resolve procurar Tzuyu. Vai que seu estado piorasse?! Porém, ao pisar fora do quarto, nota um papelzinho no chão da porta.

Ela não demora para ler:

“Yuninha, me encontre na Biblioteca!

Seung :)”

Yuna acabando travando o maxilar ao ler... 

— Vá se ferrar, Ryujin. — ela pensa sozinha.

Tinha certeza que isso era obra de Ryujin. Afinal, como que Seungmin teria enviado isso se estava no refeitório antes mesmo delas chegarem? E antes delas saírem do quarto, não havia nada assim na porta. 

Seungmin em nenhum momento saiu do refeitório, não tinha como ser ele.

Yuna suspira e sai marchando em direção a Biblioteca.

— Você que me aguarde agora. — pensa raivosa, não demorando para abrir (mais para chutar) a porta do local.

Ela entra, dando alguns passos rápidos tentando encontrar a garota. Até então estava tudo em silêncio, até que ela percebe que a porta frontal, pela qual ela havia acabado de passar, se fecha sozinha.

— Vai se fuder, Ryujin! — ela fala alto enquanto passa pelas prateleiras de livros. — Vamos, apareça! Estou com pressa hoje!

Ela continua andando até que finalmente se depara com Ryujin no topo de uma das mesas.

— O que quer agora? — Yuna se aproxima sem paciência, enquanto Ryujin olhava tranquilamente para suas unhas e a janela.

— Ua, jurava que viria toda apaixonadinha aqui procurando o Seung. — Ryujin fala indiferente, sendo que por dentro na verdade se contorcia de raiva.

— É "Seungmin" e não "Seung" pra você! E eu tô com pressa, porra!

— Ok, você que pediu então. — dá de ombros. — Últimas palavras, Yuna? — faz um sinal de microfone para ela.

— An?! — Yuna estava confusa.

Por conta do “esmagamento da sua cabeça” mais cedo, ela ainda não estava conseguindo raciocinar claramente. Mas ela definitivamente estava estranhando a situação... nenhuma ameaça.

Mas antes que uma delas pudesse dizer mais algo, Yuna sente uma forte pancada por trás na cabeça, suficiente para derrubá-la no chão e deixá-la inconsciente.

(...)

— MENINO BROWNIE! — Yeji fala assim que enxerga Felix.

— MENINA SUNSHINE! — ele sorri junto e a abraça.

— Se conhecem? — Chaery estranha, nunca viu Yeji falando com ele antes.

— Lembra do brownie que comemos na festa do pijama ontem? 

— Sim?! — Chaery ainda não entende.

— Ele que faz! — Yeji sorri.

— Sério? Uau, é muito bom mesmo! Acho que o melhor brownie que já comi na vida! — Chaery sorri para o garoto.

— Valeu! — responde sorridente, com sua voz grossa.

— Agora vamos comer logo. — Hyunjin passa pelo meio de Felix e Yeji, os afastando do abraço, e vai direto para o buffet.

Yeji só o segue, Felix vindo logo atrás.

— O Hyunjin de ciúmes. — Chaery ri baixinho ao cochichar para Jisung.

— O que tem?

— Só a Yeji não percebe. Mesmo assim, ele não devia ficar tão ciumento por abraços... não é como se ela tivesse beijando o Felix.

— Mesmo assim, não posso julgar Hyunjin.

— Hm? — Chaery queria entender a motivação por trás da fala de Han, jurava que ele só concordaria com ela.

— Se fosse com você, não tenho dúvidas que teria feito o mesmo. — Jisung fala de forma clara e começa a se servir, enquanto Chaery fica parada no local. Ela tinha escutado certo mesmo?!

(...)

Os amigos continuaram tomando o café da manhã. Na mesa estavam Chaery, Felix, Han, Hyunjin e Yeji. Jeongin acabou ficando magoado, por causa de mais cedo, e se retirou.

Na entrada eles logo se deparam com um Minho correndo. Ele chega na mesa parecendo que vai destruir tudo.

— E aí? — Han pergunta ao garoto.

— Sumiram. — Minho fala. — Eu desisto. Imagina se eu fico que nem um idiota procurando e no final Yuna e Seungmin só se esconderam e trancaram para... — é interrompido pela mão de Chaery em sua boca.

— Se estivessem aqui, definitivamente te bateriam! — explica.

— Pois é. Sofro muita agressão, Chaery. — Minho finge choro e acaba arrancando risadas deles.

De repente...

— Hwang Hyunjin e Hwang Yeji, favor compareçam à diretoria imediatamente! — um aviso é escutado por todos no refeitório através das caixas de som.

— Mas o que? — Chaery se levanta, indignada.

— Tá tudo bem, amiga. — Yeji sorri, por mais que estivesse desesperada por dentro. — Precisamos resolver o que aconteceu ontem de tarde.

— Ficaremos bem. — Hyunjin se levanta. — Nos vemos no almoço, então?

— Acho que sim. — Han suspira desanimado, admitia que estava preocupado com o que aconteceria com os dois.

— Vamos indo então. — eles começam a caminhar. 

Logo, Hyunjin segura a mão de Yeji, sabendo que estava nervosa.

— Vai ficar tudo bem.

— Eu espero, lobinho. — Yeji força um sorriso. — Se não minha mãe nos mata, que nem ela disse antes de nos despedirmos. — ri de leve, tentando descontrair o clima, com sucesso!

Mais alguns passos e eles finalmente chegam em frente a porta do diretor. Eles respiram fundo, dão duas batidas e... 

— Entre! — escutam do outro lado e abrem a porta. — Ohh, chegaram! — o diretor exclama. — Acho que precisarei conversar com um de cada vez. Podemos começar por você, Yeji?

— Ok. — ela responde e acaba olhando para Hyunjin, que por fim solta a sua mão para sair e sussurra um “Vai ficar tudo bem”.

A porta se fecha e ela caminha até a cadeira em frente a mesa. Ela senta e ajeita sua postura.

— Bom, creio que já deve imaginar o motivo de estar aqui, não, Yeji?

— Sim. 

— Como você já está bem informada e consciente, você quebrou regras e... 

Em outros casos, a esse ponto, Yeji já teria interrompido e pedido desculpa. Ela sempre fazia isso em outras situações.

O que mais lhe chateava era magoar, decepcionar e machucar os outros. Assim, sempre tentava se desculpar o mais rápido possível.

Mas, agora... ela não queria pedir perdão. Na realidade, ela não estava nenhum pouco arrependida de ter quebrado as regras da escola e ter feito o que fez. Se fosse para se arrepender e desculpar por algo cometido ontem, ela faria só para Hyunjin, já que em sua cabeça, havia sido tudo culpa sua. Mas agora em relação a quebrar as regras e jogar Livrobol, como ela fez por meses, ela não se arrependia nadinha! Se ela voltasse no tempo e pudesse repetir os eventos, sem dúvidas ela faria tudo novamente!

Ela estava errada em não se arrepender?

Ela logo se atenta novamente à fala do diretor. Parecia uma bronca, já estava esperando uma punição ou algo do tipo.

— ... por mais que isso seja errado, foi bom. — Yeji dá um pulo no lugar, surpresa e feliz. — Quer dizer, quebrar regras não é bom! Mas, nesse caso, as regras também eram bem injustas, você não está errada. O “diretor” antigo que as fez e realmente nunca entendi essa restrição imposta. Você me fez abrir os olhos e definitivamente mudarei. A partir de agora, Livrobol estará disponível para todos!

— Jura?! — Yeji se levanta, alegre. Seu objetivo deu certo então?!

— Sim! Aliás, parabéns, Yeji. Não sei se viu, mas muitas alunas também continuaram a sua luta. Você se tornou uma imagem de liderança e inspiração! 

— Muito obrigada! — pela alegria, ela acaba abraçando o diretor.

— E também gostaria de perguntar algo. — ela se atenta. — Por acaso, você aceitaria ser a líder e capitã do time de Livrobol de nossa escola?

Ao ouvir isso, Yeji sentiu seu corpo parar... mas em um sentido bom! Muito bom! 

Ela não conseguia ficar mais feliz com a proposta!

— Eu aceito! Sim, com certeza, eu... — ela só começa a pular de alegria e o diretor sorri com a cena, ela definitivamente era uma aluna especial. — Muito obrigada, mesmo, diretor. Você é o melhor! 

— Você que mereceu! Deve se orgulhar de tudo que fez, Yeji. 

— Valeu. — ela sorri, talvez só precisasse escutar isso de alguém. 

Sim, ela estava orgulhosa do que fez! Agora estava.

Ela sai da sala feliz e fica aguardando Hyunjin do lado de fora.

Mas talvez a conversa dele com o diretor não seria tão boa como a de Yeji...