William's pov
No meio da noite decidi que faria uma visita a (S/n). A garota havia comido apenas o café da manhã naquele dia, mas por conta dos enjoos que vinha sentindo ela acabou passando mal. Como eu a estava mantendo em minha oficina, era minha responsabilidade mantê-la bem e a salvo.
Preparei uma refeição rápida para ela, peguei também uma de minhas camisas que poderia ser usada por (S/n) e assim deixei a casa, atravessando o quintal em direção ao pequeno galpão que me servia de oficina. Durante o trajeto notei que havia um brilho azulado no interior do local.
-O que é aquilo? - Sussurrei para mim mesmo e continuei a minha caminhada até a porta. Ao abri-la me deparei com (S/n) acordada e ainda amarrada com eu a havia deixado, mas próximos dela estavam duas crianças, ou melhor duas de minhas vítimas; um menino e uma menina. Eu não podia negar, as crianças tinham uma aparência um tanto assustadora, pareciam ter acabado de sair de seus túmulos. O que era um tanto perturbador até para mim. Eu as encarei por alguns instantes e percebi que (S/n) olhava para o mesmo ponto onde aquelas assombrações estavam. Logo a jovem desviou seu olhar para mim e disse.
-William… Não as machuque.
Voltei a encarar as crianças que continuavam ali, imóveis e com expressões de medo de medo em seus rostos, as mesmas expressões que tinham na noite em que as matei.
-Não as machuque.- Ouvi a voz de (S/n) novamente.
Sem tirar os olhos dos fantasmas, eu a questionei.
-Você consegue vê-los?- Percebi o movimento que a jovem fez com a cabeça assentindo a minha pergunta.
-Eles estão me protegendo agora.
Não pude deixar de voltar meu rosto para a jovem amarrada à mesa, ela me encarava com uma expressão irritada.
-Te protegendo? Por quê? -Falei arqueando uma sobrancelha e deixando a comida sobre uma cômoda que eu usava para guardar minhas ferramentas.-Eu já estou fazendo isso. Você não precisa da proteção delas.
Nesse momento as duas almas desapareceram, levando consigo aquele brilho azulado que as acompanhava.Isso fez com que a oficina voltasse a ficar escura, então acendi as luzes e falei.
-Eu trouxe comida, minha coelhinha.
(S/n) franziu o cenho.
-Está envenenada por acaso?
Contive uma risada e rebati a pergunta.
-Por que estaria?
-Porque você quer me matar.
Sem dizer nada, caminhei até a jovem que continuava nua, olhei para seu corpo despido, mas tentei afastar qualquer pensamento pervertido.
-(S/n), vou soltar seus pulsos para que você possa se sentar e comer, mas se você fizer qualquer gracinha, vai se arrepender amargamente.
Ela assentiu e eu desatei os nós que a prendiam e a ajudei a sentar, lhe entreguei minha camisa e disse.
-Vamos vestir isso, está bem? A madrugada está fria e eu não quero que você fique doente.
-Por que você decidiu cuidar de mim assim de repente?
A ajudei a se vestir.
-Eu estou cuidando de você desde a morte daquele seu namoradinho idiota.
-Não fale assim do Connor… Ele era uma boa pessoa, diferente de você!- Ela cuspiu.
Nesse momento eu agarrei o rosto da jovem e pressionei suas bochechas, colocando meu rosto bem próximo ao dela.
-Shhh. Eu já disse para você se comportar.
(S/n) se encolheu e eu continuei.
-Agora vamos comer.
Caminhei para pegar o prato e logo voltei para perto de (S/n). Dei uma garfada no macarrão e comi.
-Veja, não está envenenada, eu posso lhe garantir.
Peguei uma segunda garfada e levei até a boca de (S/n), mas a jovem se recusou a comer.
-Eu não quero…
-Você precisa se alimentar.
Ela suspirou, desviou o olhar por um instante, mas logo me encarou e exclamou.
-William, eu estou grávida! Essa comida está com um cheiro horrível!
Naquele instante eu fiquei sem reação com a revelação da garota que até deixei o garfo cair no chão.
-Como assim? Grávida?
Ela assentiu.
-Sim. É isso o que acontece quando duas pessoas fazem o que nós fizemos!
Eu meneei com a cabeça.
-Eu sei o que acontece… Mas eu não esperava isso… Não assim…Quero dizer… Eu serei pai, você será mãe. Isso é ótimo, minha coelhinha, nós seremos uma família perfeita…Quando você descobriu isso? E por que não me contou?
(S/n) desviou seu olhar mais uma vez e não me respondeu. A jovem então começou a chorar. Percebi que ela não queria falar sobre esse assunto, então coloquei uma mão em seu ombro.
-Está tudo bem…-Naquele momento decidi que faria algo por ela.
Então desamarrei seus pés e falei.
-Vamos, (S/n)... Eu vou cuidar de você.
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