- Para cima. - Natasha diz guiando Nick e Calvin que segurava Ben no colo para subir as escadas.
- Por que vamos subir? - Tony pergunta.
- Teremos carona. - Ela responde simples.
- Asas de anjo? - Tony zomba.
- Helicóptero. - Natasha rebate sem se abalar com as gracinhas do amigo.
- Sério? - Steve pergunta saindo do transe que estava.
- Sim. - Natasha diz e quando finalmente vão subir as escadas, um tiro atinge o as costas do Capitão.
- Argh! - Steve ruge sentindo a dor estridente em suas costas, queima e lateja, e para melhorar tudo seu abdômen volta a sangrar.
- Merda! - Natasha resmunga puxando o Rogers pela camisa para trás de uma mureta, enquanto Tony e Cal passam pela porta da saída de incêndio que seria onde estava as escadas habitando lá dentro. - Subam, O agente Coulson estará as suas espera! - A Romanoff grita e finalmente volta sua atenção para o loiro a sua frente. - Como você tá? - Ela pergunta puxando ele para seu peito e o deixando sentado, o que não era uma posição muito boa já que ele tinha feridas no abdômen e agora no músculo infraespinal, mas era necessário para que ela pudesse ver se conseguia estancar o sangramento de alguma forma.
- Mal. - Steve resmunga sôfrego e Natasha solta um suspira com pena do amigo. Uma facada e um tiro em menos de duas horas. Tudo bem que ele já lidou com coisas piores, mas podemos dizer que o tempo sem lutar tirou ele de forma.
Sem muitas alternativas Natasha tira a jaqueta de couro que usava e com esforço rasgou a manga do braço, pegando a peça e atravessando ela por baixo do braço do Rogers e entre o pescoço dele, estancando por fim, temporariamente, o sangramento dele.
- Não faça esforço a bala ainda tá aí dentro. - Natasha diz ajudando Steve a deitar no chão e voltando sua atenção para quem havia atirado.
Gabriel.
Natasha sente o sangue ferver, mas antes de fazer qualquer coisa procurou por Nicholas e Clint. Viu Nick agachado atrás de um armário e seu olhar era de horror. Rodou o olhar mais uma vez e se desesperou quando o viu apagado sobre os pés do Gutierrez. Sentiu um pânico subir a garganta sufocando-a, não estava pronta para perde-lo pela segunda vez, ainda mais depois do esforço que fez para recupera-lo.
- Ele não está morto. Ainda! - Gabriel diz ainda meio zonzo pelo gás de antes, mas consciente o suficiente para ter uma arma apontada para a cabeça do homem deitado no chão que tinha o cabelo meio avermelhado, e pelo chão sangue escorrendo.
- O que fez com ele? - Natasha grita ainda escondida atrás do balcão.
- Bati na cabeça dele. Mas não forte o suficiente para mata-lo. Se fizer o que eu digo, eu o solto. - Natasha se xinga baixo não acreditando que deixou aquilo acontecer.
- O que você quer? - Natasha diz rendida.
- Você destruiu o que eu queria, acabou com as chances que eu tinha de tê-la de volta! - Ele grita a última palavra.
- Do que está falando? - Natasha pergunta não entendendo do que aquilo se tratava.
- Da minha filha! Aquela pedra era a única coisa que poderia trazê-la de volta! E agora ela está com a S.H.I.E.L.D. - Ele diz armagurado. "Como assim filha?". Era o que se passava na cabeça de Natasha e Nick no momento.
- Minha pequena Lohan... - Ele lamenta e Nick parece desvendar um quebra cabeça.
Nicholas Gutierrez
- Espera, Lolo... - Digo tentando acompanhar Lohan que corria na minha frente rindo. Começo a choramingar baixo e paro de correr cruzando os braços e ela volta até mim revirando os olhos.
- Você é um bebezão, Nico. - Ela fala cruzando os braços também e eu fico bravo.
- Eu não sou um bebezão! Papai disse que já sou um rapazinho! - Brigo empurrando ela e é bem nessa hora que minha mãe aparece.
- Que isso, Nicholas? - Ela diz me repreendendo e ajudando Lolo a levantar que logo abaixa a cabeça na presença da mamãe. - Querida está tudo bem?
- Sim senhora. - Lolo diz tentando segurar o choro e eu fico triste, não queria ter machucado a Lolo.
- Desculpa, Lolo. Não chora, por favor! - Digo tentando pegar em sua mão, mas ela se solta correndo para o celeiro de casa que era onde ela e a tia Lúcia moravam.
- Já pro seu quarto! - Mamãe diz e eu abaixo a cabeça indo para casa.
...
Acordo com barulho de vozes. Levanto da minha cama e ando até a porta tentando ver o que estava acontecendo no corredor.
- Eu já disse para você não forçar simpatia entre minha filha e tua esposa! Ela é uma criança de oito anos, não entende que os pais não podem ficar juntos! - A tia Lúcia brigava com meu papai. Por quê?
- Eu sinto muito, eu só queria que elas se entendessem melhor, Lu... - Papai diz pondo a mão no rosto da tia e acariciando. Ele devia fazer isso apenas na mamãe, ou em em mim e no Cal.
- Olha, eu entendo, okay? - Tia Lúcia diz fazendo a mesma coisa que o papai tava fazendo nele. - Amanhã Lohan fará uma viagem...
- Papai? - Chamo meu pai da porta do quarto e vejo tia Lucia se afastando rapidamente.
- Filho... - Meu pai diz indo até mim e me pegando no colo, entrando comigo para dentro do quarto. - O que está fazendo acordado a essa hora?
- O que você e a tia Lúcia estavam fazendo? - Pergunto não querendo responder a pergunta dele.
- Conversando sobre a Lolo. Verdade que você empurrou ela? - Ele diz baixo e eu escondo minha cabeça no pescoço do papai.
- Desculpa...
Um pequeno flash passa pela minha cabeça de muitos anos atrás. Meu pai traía minha mãe desde aquela época... E tinha uma filha!
Sinto meus olhos lacrimejaram e meu peito apertar. Aquilo foi como uma bomba. Descobrir que tinha uma irmã, e saber que ela está morta.
Eu lembro que no dia seguinte que vi Lúcia e meu pai conversando, Lohan foi viajar para a casa da vó dela, mas no meio do caminho um homem embriagado dirigindo em alta velocidade dormiu no volante e acabou indo para a contramão acertando o carro que Lolo e o tio dela estava. Os dois morreram, e tia Lúcia quando soube da notícia saiu da nossa casa e eu nunca mais a vi. Meu peito apertava ao lembrar disso tudo. Lohan era minha irmã...
- E agora eu farei o mesmo com você! - Ouço meu pai dizendo e logo em seguida apontando a arma para baixo. - Diga adeus!
Vejo Natasha saindo de trás do balcão que estava, mas pela distância não chegaria a tempo de salva-lo. Por um momento vejo tudo em câmera lenta e meu coração acelera, uma lágrima solitária desce pelo meu rosto...
Sem pensar duas vezes corro em direção a meu pai olhando para Natasha antes de pular em cima do mesmo na hora em que ele havia apertado o gatilho. Caio de barriga pra cima e com meu pai ao meu lado. Sinto o sangue molhando minha camisa e eu simplesmente não sentia nada... Foi aí que eu vi que morreria.
- O que está fazendo, querido? - Mamãe pergunta vendo eu correr pela sala em círculos.
- Me preparando para ser um super herói! - Digo e ela ri sentando no sofá e me puxando quando passa na frente dela.
- Mãe eu tenho que treinar se não nunca serei um super herói! - Digo pra mamãe que me segurou em seu colo.
- Ser super herói não é o quanto pode correr, é ajudar da maneira que pode, onde precisam de você. - Mamãe diz e eu paro pra pensar.
- Mas e se um homem mal estiver machucando alguém e para mim salvar quem está sendo machucado eu precisar correr? - Digo em dúvida e ela ri negando.
- Vai saber o que fazer na hora sem precisar correr. - Ela diz e eu volto a pensar.
- Mas eu vou ser um super herói né? - Pergunto só para ter certeza.
- Sim querido. - Ela diz me dando um beijo na testa e eu sorrio largamente.
Eu sentia tudo escurecendo e clareando, o suor escorria pela minha testa rapidamente. Dava pra sentir os órgãos dentro do meu corpo se mexendo e eu simplesmente não sentia.
- Não, não, não, não, não! Por favor não! - Aquele era meu pai. Ele tinha as armas em mãos ainda e parecia horrorizado. - Por favor filho, não me deixa, me perdoa, meu menino! - Meu pai chorava muito e havia largado as armas pondo as duas mãos sobre meu sangramento. - Por favor, se você sobreviver eu prometo largar o trabalho, perdoar o Cal, se acertar com sua mãe, serei uma pessoa melhor, mas por favor não morra... - Sorri com o que meu pai dizia, ele podia ser o vilão mais cruel de todos que eu não conseguiria odia-lo. Que belo super herói em, Nick?
- Pro... Promete... Que va... Vai mel... Melhorar... Mesmo... Mesmo se... Eu não... Es... Estiver aqui. - Eu digo com dificuldades já que a cada palavra eu sentia que meus órgãos sairiam do meu corpo uma hora.
- Não fale asneiras, você vai sobreviver! - Ele grita desperado apertando minha ferida, mas o sangue não parava se escorrer. - Ligue para uma ambulância! - Ele grita.
- Pro... Promete? - Insisto e ali ele viu que eu não tinha mais salvação.
- Prometo... - Ele diz baixo abraçando meu corpo. - Me desculpa, filho, eu te amo tanto. Estava tão obcecado em ter todos meus filhos reunidos de novo, e não vi que quem os matou fui eu. Eu matei meus filhos. Matei Lohan quando fiz ela viajar, matei Cal quando o desprezei, e agora...
- Eu te amo... - Digo e sinto minhas pálpebras pesarem, mas tento mantê-las abertas.
Ouço o barulho de janelas quebrando e uma forte ventania me atingir.
- Nicholas! - Era Calvin! - Oh Meu Deus, Nicholas!
- Entrem, venham, não temos tanto tempo, os Vingadores desistiram de vir misteriosamente, mas tem três equipes da S.H.I.E.L.D subindo. - Coulson diz na porta do helicóptero enquanto May pilotava. Será que eu tinha chances?
- O que aconteceu? - Cal pergunta a Natasha totalmente desesperado.
- Depois digo, temos que leva-lo a um hospital imediatamente. - Era de se notar o nervosismo de Natasha e fiquei feliz em saber que eu era importante para aquela cabeça oca, já que ela estava com medo de dormir.
- No três você levanta ele junto comigo, nem um segundo a mais e nem um menos, porque se isso acontecer os órgãos dele provavelmente sairão. - Natasha explica para Cal que acenou parecendo horrorizado. E depois disso minhas pálpebras se cansaram...
Continua?
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