História Um amor de morrer (ObiDei) - Impulso

DEIDARA POV

“ ... no entanto, terá que confiar em mim... “

Aquela frase ecoava na minha mente feito eco. Confiar em Orochimaru seria algo certo ou errado??

Tentei ponderar, mas só de imaginar voltar para a casa do Obito e correr o risco de ver Kakashi lá outra vez, era torturante demais. Sabe-se lá, o que os dois estão fazendo, porque aparentavam estarem naquela cama a um bom tempo. Entretanto, eu não dei a mínima chance do Obito explicar-se.. e se tivesse algo a mais? Afinal de contas, ele sempre esteve comigo até em pensamentos ... hum

Comecei a soltar do abraço de Orochimaru e como se ouvisse meus pensamentos, o moreno conseguiu acertar a ferida ainda aberta.

- Está com dúvidas? Talvez precise ver Obito errando outra vez com Kakashi.. garanto que ele terá uma boa desculpa para justificar as horas em que ficou fodendo sem parar o Kakashi.. – Aquelas palavras trouxeram toda a dor de volta e só conseguia lembra dos sons que eles faziam e do meu amor entregando-se para outro.

Automaticamente apertei meus braços envolta de Orochimaru e sussurrei que só queria apagar tudo aquilo da minha cabeça e quem sabe depois, com a cabeça mais tranquila, conseguiria ver o que realmente havia acontecido.

- Pode deixar, vou apagar tudo da sua mente... – Seu tom era malicioso e aquilo acendeu um sinal de alerta em mim, contudo antes de tentar soltar-me, senti seus dentes sendo cravados em meu pescoço.

Um liquido começava a invadir a ferida e queimava a cada milímetro que tocava.

O empurrei com toda a minha força e separamos nossos corpos. Sentindo meu sangue queimar por dentro, só conseguia gritar de dor.

- O QUE FEZ COMIGO, HUM? – cai de joelhos segurando a ferida. Ao encara-la, haviam varias marcas pretas que começavam a espalhar-se por todo meu corpo.

Levei as mãos a cabeça que parecia que explodiria. Sentia como se sufocasse de dentro para fora. Como se queimasse e afogasse ao mesmo tempo.

- O QUE FEZ COMIGO, OROCHI.. AHHH. – Mal consegui terminar de falar, minha garganta se fechou e minha visão escureceu por completo.

- Sasori sempre teve razão a seu respeito... sua ingenuidade e seu sentimentalismo sempre lhe atrapalharam para tomar decisões... – Deu uma risadinha. – Tão bobinho..

Senti apenas o chão tocando minha testa, quando cai de cara. As mãos foram para a garganta e o medo terminou de sufocar-me.

“ Estou morrendo,  hum?”

Era tudo que ecoava na mente.

Eu só queria esquecer a cena de Obito com Kakashi, entretanto, agora meu medo era de nunca mais conseguir ver o meu Uchiha.

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OBITO POV

 Haviam se passado duas semanas desde que Deidara viu aquela terrível cena minha e desde esse dia, nunca mais o encontrei.

Andei pelos parques, pelas ruas e até mesmo fui ao cemitério.  Procurei pelos jornais qualquer morte estranha que pudesse ligar ao meu shinigami, mas não havia nada. Um sinal sequer e aquilo me deixava desesperado. Cada vez mais preocupado.

Não conseguia trabalhar direito e mal comia, pensando no que poderia ter acontecido.

Deidara estava ferido, lembrava daquele machucado em seu peito e mais do que isso, encontrava-se muito ferido emocionalmente. Só queria encontra-lo e explicar tudo. Não tiraria a minha culpa, contudo, Deidara precisava saber que não fui para a cama com Kakashi intencionalmente.

Dormia na varanda todos os dias, não importava o frio que estivesse, tudo para tentar encontra-lo. Não sentir sua presença mais era desesperador, desde os meus dez anos o sentia comigo. Agora encontrava-me completamente só. De certa forma era amedrontador essa solidão.

Sem falar as vezes que quase morri durante essas semanas.

No entanto, tentava manter todos os ensinamentos de proteção que o loiro havia deixado. Havia desde sal grosso nas portas e janelas á agua benta em todos os cantos da casa. Crucifixos e até círculos de proteção desenhados pelos chão.  Minha casa estava uma verdadeira loucura, até mesmo porque ultimamente,  andava vendo coisas estranhas na escuridão e sentia a energia pesada e amedrontadora daqueles seres que sempre rondavam.

Dormir no escuro? Nunca mais, desde a noite retrasada onde ouvi um barulho estranho perto do pé da cama e acordei com um bicho de olhos esbugalhados e as bocas com mais de cem dentes, prontinho para comer meu pé.

Aquela visão  causava pesadelos desde então.

Minha cabeça não pensava em mais nada além de Deidara e vendo que não conseguiria trabalhar, decidi juntar suas coisas e voltar para casa.

- Aonde vai? -  escutei aquela voz doce e sabia que vinha atrás de mim. Virei-me dando de cara para a garota de cabelo roxo já parada ao meu lado.

- Para casa, não consigo trabalhar mais hoje... – Murmurei chateado por meu rendimento cair quase a zero.

- Outra vez? Fazem duas semanas e você não quer me falar nada. – pausou olhando para a minha sala. – Só fica tacando sal grosso em tudo... Acho que logo é capaz de achar uma galinha preta correndo por ali. – apontou para o escritório.

- Você não entenderia, Konan. -  Encarei o chão chateado. Nunca poderia falar com ninguém sobre Deidara e minhas preocupações,  era uma dor que teria que suportar sozinho.

- Bom, já que sei que não vai contar.. Podemos sair para beber algo, vamos Obito. – grudou no meu braço. – Esfriar a cabeça  e tentar tirar essas olheiras enorme da cara. – sorriu no final.  – Podemos chamar os meninos e irmos tomar umas.

- Eu agradeço a preocupação.. mas juro que não estou com cabeça nenhuma.. – A minha voz saiu mais triste que o normal.

- Podemos beber na sua casa então se achar melhor..

- Desculpe Konan.. – soltei nosso braços. -  preciso ficar sozinho. – Seu olhar de desapontamento era igual ao que todos me olhavam nos ultimos dias. Eu já não tinha interação social com ninguém e com certeza, estava a beira de um colapso.

Chegando em casa tentei comer algo, e aproveitar a luz do dia para dormir um pouco. Porque parecia que a noite que esses seres saiam e nas madrugadas eram piores ainda.

Por um milagre ou por muito cansaço acumulado, dormi por horas e ao escutar um ruído parecido com uma lamina abri os olhos correndo.

Tudo estava escuro e ao encarar o relógio vi que eram três da manhã .

- Não, Não, não!! Dormi demais e está  tudo escuro.  – Resmunguei levantando do sofá e tentando apressar-me para ir até um interruptor. Não poderia de maneira nenhuma ficar no escuro, ainda mais nessa hora.

No entanto, ao levantar escutei o barulho de lâmina raspando no chão.  Com o coração já batendo na garganta, congelei.

 Forcei os olhos em meio a escuridão para tentar achar o ser que fazia aquele barulho. Com toda certeza seria algo abominável.

Ouvia uma espécie de rosnado e seria um mentiroso se não confessasse que tremi de medo. Principalmente por achar a direção do rosnado e ver duas ires na cor de rosa púrpura encarando-me.

Fechei os olhos e sentindo as gotículas de suor escorrendo pela testa só torcia pelo que quer que fosse aquela criatura, só acabasse com tudo logo.

Dessa vez fui pego na desvantagem e andava tão exausto que só queria acabar com tudo logo.

- OONDE ELE ESTÁ???? – o monstro gritou com a voz rouca e quase urinei nas calça ali mesmo. – ONDE ELE ESTÁ, DIGA LOGO SEU MERDA!!!

- eu.. eu não sei do que está fal..falando.. – Tentei, entretanto minha voz saiu num mero murmúrio.

- PARE DE SER RETARDADO. – Escutei aquele som de foice raspando o chão novamente e dei um passo para trás. – O QUE FEZ COM DEIDARAAA!! ELE DESAPARECEU A DUAS SEMANAS!!

Naquele instante, mal importei quem estava naquela escuridão.  Corri até aquele ser, afim de descobrir qualquer coisa. Finalmente alguém ou alguma coisa que eu pudesse conversar sobre o meu loiro.

- Por favor me diga qualquer coisa sobre Deidara, diga que ele está bem.. qualquer coisa.. eu estou desesperado também a duas semanas e nem sinto mais a sua presença. - Joguei-me aos pés daqueles olhos. – Leve a minha alma, faça o que quiser.. mas diga que viu Deidara.

 Ouve uma pausa e o escutei respirando fundo.

- Mais que merda Kakuzu! Falei que esse humano seria inútil.. Nem ele sabe nada do Deidara. – Encarei a direção que seus olhos olhavam e no outro canto da sala havia outro par de olhos com uma coloração anormal as íris verdes, sem pupilas e escleras vermelhas, olhavam-me como se tentasse ler a minha mente.

Kakuzu tentou convencer ao outro de que deveriam ter vindo me ver e de repente, ambos gritavam e discutiam um com o outro. As luzes se acenderam e imediatamente reconheci que eram os mesmo que costuraram Deidara. Senti um certo alivio, contudo ao ver os dois quase saindo no soco, não acreditava que eram um casal tão amoroso quanto meu loiro explicou-me.

Kakuzu que colocaria medo em qualquer um, grudou-me pela gola e tentou arrancar qualquer informação minha e tudo o que disse foi os eventos que ocorreram naquele fatídico dia. Contei sobre Kakashi, sobre a droga colocada na minha bebida e que isso não fazia muito o seu feitio. No mesmo instante, as sobrancelhas do moreno juntaram-se curioso e seu olhar foi para seu parceiro.

- Será que foi alguma indução de Sasori usada no homem o obrigando a drogar Obito? – o moreno encarava seu parceiro e Hidan sorriu concordando.

- Foi tudo obra do Sasori.  – Sorriu maquiavélico.  – Que bicho baixo, usando humanos como marionetes. – Vamos atrás dele e trazer Deidara de volta.

- EU QUERO IR JUNTOO!!! – gritei desesperado. – Posso ajudar.. preciso encontrar Deidara a todo custo!! – grudei no casaco escuro do mais alto. – Eu imploro!!!

- Você será um estorvo, fique aqui e fique vivo pelo menos. Vamos trazer Deidara de volta a todo custo. -  Eles largaram-me e começaram a desaparecer. Notei um ódio crescendo nos olhos dos dois e naquele momento percebi que a amizade dos dois e do meu loiro era muito mais forte do que imaginava. – Ah, antes que esqueça,  estorvo. – Hidan parou na minha frente e rasgou minha camisa , deixando meu peito a mostra. – Isso vai te proteger mais do que  esses badulaques. – Juntou os quatros dedos da mãos e enfiou no meu peito.

Gritei de dor ao sentir seus dedos entrando em mim e gritei ainda mais de pavor quando avistei linhas vermelhas saindo de seu braço e passando para meu peito.

Quando olhei para a marca, havia um circulo com uma espécie de triangulo no meio.

- agora você não morre tão fácil, estorvo. – o Albino voltou ao lado do seu par.

- Eii, pare de me chamar assim.. – Resmunguei e quando seus olhos cerram encarando-me,  estremeci e abaixei a cabeça.

- Você tem sorte de ser o amor de Deidara senão já teria te matado, ESTORVO! – e os assisti sumindo.

Apesar de tudo, havia conseguido um nome: SASORI.

Agora teria algo para tentar procurar e fazer alguma coisa. Fui para a frente do notebook procurando qualquer coisa. Não ficaria parado aqui apenas resmungando.

DEIDARA POV

Acordei no meio da madrugada sentindo a cama ao meu lado vazia. Suspirei um pouco triste, mais uma noite em que ele trabalhava até tarde.

Encarei o relógio na cabeceira da cama que marcava quase quatro da manhã.

Vesti um roupão e andei até seu escritório.

Abrindo a porta dei de cara com o moreno, usando seus óculos e com a cara enfiada na frente do computador.

- Vai trabalhar até tarde outra vez? – Perguntei pela fresta da porta de madeira. Seus olhos dourados encaram-me e um sorriso gentil surgiu.

- claro que não, imagina que deixaria meu amor dormindo sozinho. – o avistei desligando a tela do computador e vindo me  abraçar. Seus dedos acariciaram meus cabelos e logo depois levantou meu rosto para dar um beijo tão doce que desmanchei em seus braços.

- Vamos para a cama , Orochimaru. – Sorri o abraçando e fechando a porta de seu escritório subimos para o nosso quarto.