Simon estava ainda mais curioso para saber aonde estavam indo, Raphael segurava sua mão e eles caminhavam tranquilamente conversando e rindo pela Washington Avenue. Haviam passado pela ponte do Brooklyn há alguns minutos e Simon sentia que aquele passeio os levaria a um lugar especial, não parecia ser apenas andar de mãos dadas com seu pretendente a namorado, havia algo mais.
A noite estava linda. A lua cheia se destacava no céu dando um ar de romance e sedução a atmosfera daquele lugar. Simon não conseguia acreditar que Raphael pudesse ter planejado algo tão lindo só para agradá-lo, aquilo era o sinal que ele precisava para entender os sentimentos dele, a peça que estava faltando para que suas dúvidas cessassem.
Eles estavam no Jardim Botânico do Brooklyn (Brooklyn Botanic Garden), Simon não conseguiu adivinhar de cara porque tinha ido pouco lá – umas duas ou três vezes no máximo – mas aquela paisagem maravilhosa o deixou estarrecido.
A natureza exalava vida naquele lugar.
O jardim possui 21 hectares e diferentes seções onde há coleções de rosas, lírios, orquídeas, peónias, um jardim japonês – que além de colinas, pontes e lagos possui até uma ilha – e ambientes como a piscina dos lírios e o Jardim Shakespeare.
Eles transitaram por vários ambientes, devido a hora o jardim estava vazio e o espaço era só deles. Na verdade a noite era só deles, tudo estava mágico, era tão perfeito que chegava a ser inacreditável.
Um dos momentos mais lindo foi quando passaram pela Esplanada das cerejas. Estavam em abril e era época das cerejeiras exibirem todo o seu esplendor por meio de suas magníficas flores que tingiam o jardim de rosa.
Foi lá que Raphael decidiu parar um pouco e conversar.
- Então, o que achou da noite?
Ele estava desconfiado. Sabia que a visita à casa de Magnus e a noite com os amigos fez muito bem a Simon, mas talvez a idéia do jardim botânico tivesse sido demais, ou talvez ele nem tivesse percebido a intenção por trás daquilo.
Raphael era muito romântico, gostava de cuidar das pessoas que amava e dava o máximo de si para vê-las bem e felizes, não sabia se o sentimento que começava a nutrir por Simon era amor, mas já estava completamente apaixonado por ele.
Aquilo não surgiu após o tempo que ficou longe de Simon, foi uma construção. Desde que começaram a conviver juntos no hotel Dumort que Raphael percebeu que ele era diferente dos outros, não por ser engraçado e sensível, mas por despertar nele uma sensação de que devia protegê-lo, de que ele era especial.
Os últimos dias, porém, deixaram tudo às claras, e ele só estava tentando mostrar a intensidade dos seus sentimentos. Só queria saber se o outro poderia retribuí-los ou se era apenas mais uma tentativa frustrada, como tantas outras em sua existência.
- Eu nem sei o que dizer! – Simon confessou totalmente boquiaberto.
Mas aquilo não era suficiente. Ele analisou o rosto de Raphael por alguns momentos e começou novamente.
- Bem, vamos lá. – começou sem fazer a mínima idéia do que dizer – Primeiramente, eu preciso te agradecer por tudo isso. Você não sabe o quanto foi importante pra mim poder rever a Clary e os meus outros amigos, e quero que saiba que reconheço tudo o que está fazendo e a cada minuto eu me sinto mais envolvido por você. Eu nunca pensei que pudesse fazer tudo isso por mim, primeiro o encontro com aqueles que amo e depois esse passeio maravilhoso em um lugar tão incrível e romântico. Eu sinto que tudo isso tem um propósito, o de mostrar o que você sente por mim, só não sei se estou pronto para retribuir tudo isso. Eu tenho certeza de que quero ficar do seu lado, Raphael, cuidar de você e enfrentar o que quer que possa nos acontecer, mas não sei se sou tão romântico para retribuir estas suas demonstrações de afeto.
Raphael pareceu absorver aquilo por algum tempo e depois se pronunciou.
- Eu não preciso que você retribua minhas demonstrações de afeto com o mesmo nível de romantismo, Simon. Eu só preciso de você do meu lado. Eu não vou nomear o que estou sentindo por você porque talvez ainda seja cedo pra isso, mas tudo o que eu fiz hoje valeria a pena se eu visse um simples sorriso seu, é isso que você representa pra mim e é desta forma que quero te ver sempre. Eu só preciso saber o que você sente por mim, porque se não puder retribuir os meus sentimentos eu prefiro não me envolver tanto.
- Não foi o que eu quis dizer – Simon falou e se aproximou ainda mais dele – Tudo o que eu quero é ficar do seu lado, Raphael. Eu quero você, quero ser seu. Posso não ter realmente demonstrado o quão importante você é pra mim, mas não consigo mais me imaginar longe de você. Eu ainda não sei bem como agir, nunca senti isso antes, nem mesmo pela Clary. Você é o meu presente, Raphael, e quero acima de qualquer coisa que seja o meu futuro.
Foi só aí que eles se beijaram pela primeira vez naquela noite. O beijo era tão intenso que não só suas bocas mas toda a extensão de seus corpos pedia pelo outro, aquele beijo era mais do que uma união de línguas, era a união de suas almas.
E assim eles ficaram por horas, beijando-se e se amando à luz da lua.
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