História Um Amor Paciente - Imagine Byun Baekhyun - Aproximação

Alguns dias tinham passado e eu não tinha conversado com meu melhor amigo sobre o nosso beijo e, para ser bem sincera, nem queria. Nós -de maneira natural- decidimos não tocar nesse assunto por enquanto e tentamos retomar nossa amizade de onde ela parou antes de todo esse caos começar. Apesar de estar mais aliviada, ainda estava muito confusa e incomodada e senti que ele também se sentia do mesmo jeito. Porém, não estávamos devidamente prontos para falarmos sobre isso. 

Decidi colocar em prática os conselhos da minha psicóloga. Eu já havia começado algumas sessões de terapia e achei melhor contar para ela este ocorrido. A mesma me aconselhou tirar uns momentos sozinha para tentar me reconectar comigo e conseguir entender mais sobre o que estava se passando na minha cabeça. Visando isso, decidi almoçar fora ao invés de almoçar no refeitório junta de meus amigos.

Mandei apenas uma mensagem no nosso grupo os avisando para não esperarem por mim e não se preocuparem, já que os conhecia bem e sabia que eles poderiam ficar alarmados com o meu sumiço. Rumei para fora do hospital e fui até o estacionamento em direção ao meu carro. Julguei ser melhor não ir muito longe para não me atrasar e deixar algum paciente esperando e deixar minha estagiária na mão.

Parei em um restaurante com uma fachada de letras metálicas, me chamando muita atenção. Entrei e notei um certo movimento por ser horário de almoço, mas não estava lotado, ainda bem. Me sentei pegando o menu em minha frente, e sem demora chamei o garçom e fiz o meu pedido. 

Enquanto o esperava, fiquei observando o lugar e ele era extremamente aconchegante, me fazendo ficar feliz por isso. Olhei pela grande janela do lado de minha mesa e fiquei completamente distraída pela pequena paisagem até que escuto alguém falar comigo.

— Doutora (S/N)? - me viro em direção a sua voz e acabo dando de cara com o homem lindo de cabelos castanhos a minha frente.

— Sr. Byun? - falei depois de quase me engasgar com a minha própria saliva. — Que coincidência te encontrar por aqui. 

— É verdade. - sorriu me tirando o foco. — Eu decidi vir almoçar aqui antes da nossa consulta já que por enquanto não posso voltar aos meus dotes culinários. - disse de forma brincalhona.

— Pois é, nem pense em aprontar de novo. - sorri tentando agir normalmente. Byun Baekhyun era um homem extremamente charmoso, e ter que lidar com isso era muito complicado. Na primeira vez que o vi já fiquei nervosa, mas consegui me controlar pois eu estava em meu habitat natural. Entretanto, como estava fora da minha zona de conforto, era um pouco mais difícil me controlar. — Você já fez o seu pedido? 

— Na verdade não, eu acabei de chegar. 

— Você... não gostaria de se sentar aqui? - perguntei hesitante. Nem eu sabia de onde tinha tirado tanta coragem.

— Imagina, não quero incomodar a senhora. - falou negando rapidamente com as mãos.

— Não precisa ser tão formal comigo. - falei tentando ao máximo ser simpática. — Não vai me incomodar, fique tranquilo. 

— Se a senh... - o interrompi com um olhar repreensor. — Se você insiste. - falou rindo e se sentando à mesa. 

— Te falar a minha idade vai ajudar a não ser mais formal comigo? - perguntei e o vi assentir. — Tenho 24 anos. - vi seus olhos arregalarem e eu prendi um riso.

— Uau, não imaginei que fosse tão nova. 

— Acho que ser estrangeira ajuda nisso. - sorri. — Acha que agora consegue não me chamar de senhora? 

— Com certeza! - riu. — Se não for muito invasivo, poderia dizer de onde veio e como veio parar na Coreia? - perguntou cauteloso.

— Eu sou brasileira e vim por intercâmbio. - o expliquei como tudo havia acontecido. Contei de como sempre gostei muito da cultura asiática e decidi fazer uma faculdade por aqui. Acabei fazendo muitos amigos e me apaixonando mais ainda pelo país. Tentei a sorte de enviar o meu currículo em um hospital que era reconhecido por ''abrigar'' diversos estrangeiros e acabei sendo contratada junta de Johnny.

Acabamos entrando em diversos assuntos relacionados ao Brasil e a Coreia, a diferença cultural e os costumes e mesmo sendo interrompidos por alguns segundos pelo garçom trazendo os nossos pratos, continuamos a conversar e dar muitas risadas juntos. Por um instante tinha até me esquecido que ele era o meu paciente e que me causava um certo nervosismo.

Ele também me contou do quanto amava as diferentes culturas do mundo, de como um país era completamente fechado e o outro completamente aberto. Byun disse que amava a França e que lá tinha feito a sua faculdade de gastronomia e que eu deveria ir à França pelo menos uma vez pois tinha certeza de que eu me encantaria pelo país.

A cada minuto eu ficava mais encantada com o seu jeito. Era muito fofa a forma que seus olhos brilhavam quando ele falava de algo que gostava e admirava. Eu apenas torcia pra que eu não estivesse o encarando com uma cara de boba. Acabei nem percebendo os minutos passando, até que recebi uma mensagem de Jongin perguntando se eu já estava chegando. Olhei as horas no relógio e quase saltei quando vi que faltava apenas 10 minutos para acabar o meu horário de almoço. 

— Senhor Byun, eu tenho que ir. - falei apressada.

— Pode me chamar só de Baekhyun. 

— Tudo bem, Baekhyun. - falei me corrigindo. — Eu realmente preciso ir, estou atrasada. - me levantei da mesa sendo acompanhada do mesmo. Pagamos o nosso almoço e nos despedimos indo cada um para um lado. 

Adentrei em meu carro e dei partida tentando ser o mais rápida o que conseguia. Entrei praticamente correndo até minha sala morrendo de medo de estar atrasada, mas assim que cheguei vi que estava tudo vazio e pude suspirar aliviada. Eu ainda me encontrava encantada pela conversa com Byun e o quão próximos nós havíamos ficado em pouquíssimo tempo e isso me dava um certo frio na barriga. Fui dispersa de meus pensamentos ao ver minha estagiária entrando com um paciente.

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O horário da consulta de Byun estava se aproximando e eu estava me sentindo cada vez mais ansiosa, minhas mãos já estavam suando - mesmo com o ar condicionado ligado - e meu coração estava acelerado.

— Tá' tudo bem, Dra.? - minha estagiária perguntou notando meu nervosismo. 

— Está sim. - sorrio tentando a tranquilizar. Ouço batidas na porta e vou até ela dando de cara com o motivo do meu quase colapso.

— Oi de novo! - disse animado e logo sorriu. Sorri de volta e dei espaço para ele entrar. Assim que entrou, fechei a porta e segui até a pia a fim de tirar qualquer sujidade e suor das minhas mãos. 

Fui até a estante do meu consultório que tinha cremes, óleos e objetos para auxiliar os exercícios e retirei de lá um hidratante. Fui até a pequena mesa em que ele estava sentado e me sentei ao meu lado. 

— Tá' pronto pra sua massagem? Te juro que sou uma ótima massageadora - falei e o vi rir. 

— Só acredito vendo. - neguei com a cabeça rindo. 

— Me dá sua mão. - ele a estendeu e eu a peguei. Analisei e a coloquei em cima da mesa pingando algumas gotas de hidratante e as espalhando. — Me conta, já tinha ficado fora da cozinha por tanto tempo? 

— Definitivamente não. - suspirou. — Cozinhar é a minha paixão, não me vejo fazendo outra coisa. 

— Fica tranquilo, logo você estará cozinhando de novo. - disse olhando em seus olhos tentando o tranquilizar. — E quando voltar a trabalhar, faço questão de ir até seu restaurante. - sorri. 

[...]

Já tinha acabado a consulta com Byun e estávamos fora da minha sala, mas nós não estávamos conseguindo nos despedir. A nossa conversa nunca terminava, mais e mais assuntos surgiam e ficávamos muito animados em falar sobre. Notei que era hora de ir quando vi Jongin parado um pouco distante de mim me olhando com um olhar muito suspeito. Baekhyun também pareceu notar e sorriu sem graça olhando o relógio e acabou se despedindo e indo embora. 

— Nossa, quem é o seu namoradinho novo? - perguntou assim que o viu sair. 

— Não vem dar uma de Taeil para o meu lado. - revirei os olhos. — Ele é meu paciente. 

— Estavam entusiasmados demais, nem quis atrapalhar vocês. - brincou. — Senti sua falta no almoço, por incrível que pareça. 

— Fui almoçar sozinha. - dei de ombros. — Acabou que almocei acompanhada. - sorri me lembrando.

— Com o seu namorad... ops, paciente. - falou fingindo se confundir. E eu olhei sem falar nada e parece que Jongin entendeu tudo. — Ok, eu não esperava que fosse realmente com ele. 

— Nem eu. - suspirei. 

— Sabe que não pode ter esse tipo de relação com ele, não é? - perguntou.

— Sei, Jong. Relaxa, ele é só mais um paciente. - respondi sabendo lá no fundo que isso não era totalmente verdade.