Regina olhou através da janela do quarto o carro sendo estacionado enquanto colocava os brincos.
— Emma, seus pais chegaram — Avisou e pegou o celular sobre a mesa de cabeceira.
— Já estou indo.
— Eu estou descendo.
— Okay — Respondeu e a morena saiu do quarto vendo alguns e-mails.
Quando chegou na sala viu os sogros cumprimentando Cora, Tinker e Killian, aproximou-se dos cinco.
— Pensei que não fossem chegar antes do dia vinte e quatro — Disse e abraçou Mary Margaret.
— Eles bem que tentaram me prender por mais alguns dias, eu não sei o que querem tanto em um colégio no fim do ano sendo que na maior parte do ano letivo, eles querem fazer alguma greve.
— Eu concordo com você — Cora disse enquanto a filha cumprimentava o sogro — Vamos tomar café, eu já arrumei a mesa.
— E aonde está Lyra?
— Dormindo, ela acordou mais cedo hoje e passou boa parte do tempo acordada, Emma deu um banho nela e ela dormiu.
— E como vocês estão? — David quis saber enquanto seguiam para a cozinha.
— Bem — Sorriu ao responder — Na verdade muito melhor do que pensei que estaríamos durante esses dias.
— Isso é ótimo e como está a adaptação de Lyra? — Mary Margaret perguntou sentando-se em frente a nora.
— Ótima, Lyra é tranquila, isso só fica evidente com o passar dos dias — Serviu-se com café.
— Ameaçou alguém pra conseguir sair do trabalho mais cedo, dona Mary Margaret? — Emma perguntou adentrando a cozinha.
— Sim, por isso eu precisei tirar-la rápido da cidade — David se juntou a provocação da filha.
— Vocês são insuportáveis — Mary retrucou enquanto recebia um beijo da filha, Emma sentou-se ao lado de Regina e começou a se servir.
[...]
— Você é a coisa mais fofa da vovó — Mary disse a Lyra que tinha os olhinhos abertos de modo preguiçoso.
— Daqui a pouco elas estarão brigando pra saber quem é a avó favorita da Lyra — Emma comentou ao ver a sogra perto da mãe, Regina as observou e riu.
— Não divindo nossa filha ao meio já ta ótimo pra mim.
— Eu não dúvido que elas tentarão fazer isso — Killian disse.
Os quatro estavam mais afastados nos recém-chegados e de Cora, sentados na varanda enquanto os três estavam na sala.
— O pior é que se quisermos dar outro neto a elas, nós é quem teremos que fazer — Emma disse a Regina que aconchegou-se ao seu peito.
— Isso ta fora de questão.
— Eu sei — A beijou na testa — Killian, Rose, façam um filho e deixem com a minha mãe.
— Eu acho que seria uma coisa bem difícil de se fazer em cinco minutos, até lá elas já estariam com a Lyra partida ao meio — Tinker respondeu.
— Acho que eu vou mandar a Kristen resolver isso, vocês héteros dificultam tudo — Regina riu da esposa.
— Você é muito chata — Killian retrucou.
— Calado ou vai ganhar trabalho extra quando a gente voltar ao trabalho.
— Não faz isso com ele, Emma — Tinker abraçou o noivo ao dizer e Killian fez uma feição de coitado.
— Viu como ele me maltrata? —Perguntou fazendo Emma revirar os olhos.
[...]
Regina cruzou os dedos aos de Emma enquanto seguiam para a lanchonete, haviam aproveitado que as avós estavam as empurrando pra rua.
Emma havia pedido ao pai pra intervir se algo envolvesse furar a orelha de Lyra ou algo tão radical quanto.
— Olha amor — Regina mostrou a árvore enquanto passavam pelo parque.
— Acha que ainda está ai?
— Provavelmente, é uma árvore bem antiga.
— Do que vocês estão falando? — Tinker perguntou enquanto as duas se aproximavam da árvore.
— Emma marcou nossas iniciais no tronco, foi na primeira vez que viemos aqui como casal.
— Pra lésbicas, vocês fazem muita coisa de hétero — Killian disse fazendo Regina rir junto a Rose.
— Aqui, ainda está — Regina a abraçou pela cintura e sorriu — A gente vai mostrar pra Lyra um dia.
— Vamos sim — A beijou nos lábios.
— Regina, que bom te ver — A voz chamou a atenção dos quatro.
Emma revirou os olhos ao ver o ex-namorado da esposa e respirou fundo.
— Não posso dizer o mesmo, Robin.
— Você costumava ser mais maleável quando a gente tava junto, certamente é porque eu te comia melhor — Disse e caiu de bunda no chão quando Emma acertou um soco em cheio em seu rosto.
— Se falar mais uma merda, eu te mando para o hospital, seu imbecil — Vociferou sentindo Regina segurar seu braço.
— Amor vamos, não vale a pena — Disse vendo o homem cuspir o sangue que estava na boca.
Alguma pessoas que estavam por ali, encaravam a cena estupefatos, afinal de contas Emma era uma pessoa muito pacífica e eles sabiam.
— Isso não vai ficar assim.
— Ótimo, pois eu vou adorar quebrar algum osso seu, seu babaca — Disse raivosa — Chega perto da minha mulher outra vez e vai se arrepender — Abraçou Regina pela cintura e os quatro voltaram a andar.
— Ta doendo muito? — A arquiteta perguntou segurando sua mão.
— Nem tanto.
— Esperei anos pra ver isso e você não decepcionou, Emma — Tinker disse.
— É o Killian que bate fofo, Tinker, não eu — Provocou fazendo-o revirar os olhos.
[...]
Assim que adentraram a lanchonete seguiram para a mesa que Kristen e Ruby estavam e sentaram-se.
— Que bom que chegaram, o que estavam fazendo que demoraram tanto?
— A Emma teve que fazer uma parada ali na praça e socar a cara do Robin — Killian disse enquanto Regina chamava uma garçonete.
— E eu perdi isso? Ah não patinha — Ruby resmungou.
— O que o asno fez dessa vez?
— Disse que a Gina era melhor comida quando tava com ele — Tinker repondeu.
— Uma bolsa com gelo, por favor — Regina pediu e a garota afirmou antes de sair — O Robin é um idiota, sempre vai ser assim.
— Nós sabemos disso, Gina — Tinker disse.
— Ele sabe que nunca te fez gozar? — Kristen perguntou vendo a amiga rir negando.
— Me deixa ver essa mão, patinha — Ruby pediu e a viu colocar a mão avermelhada sobre a mesa — Caramba, foi um soco e tanto.
— Está doendo, amor? — Regina perguntou acariciando-a na bochecha.
— Não, mais se você quiser dar dois beijinhos — Disse e recebeu dois selinhos demorados.
— Nojentas — Ruby e Kristen disseram juntas.
— E como ta a patinha menor?
— Sendo disputada pelas avós — Regina disse pegando a bolsa de gelo com a garçonete — Obrigada — Agradeceu pegando a mão da detetive e colocou o gelo.
— Pensei que a tia Mary só viria no dia vinte.
— Eles ligaram cedo dizendo que estavam vindo — Emma respondeu à melhor amiga.
— Pobre patinha menor.
— Pobre nós duas também que ficaremos malucas com minha mãe e Mary Margaret querendo pegar Lyra no colo a cada barulho que ela fizer — Regina disse atenta a mão da esposa.
— Isso ai com certeza — Kristen disse.
[...]
Já se passava dás dez, a casa estava silêncio, Lyra dormia tranquilamente no colo de Regina que estava na rotina diária de indução.
A morena a colocou com cuidado na cama e saiu a passos calmos do quarto, seguindo para o próprio.
— Pronto? — Emma perguntou desligando a televisão enquanto a arquiteta subia na cama.
— Sim, foi um pouquinho difícil hoje.
— Sabe amor, eu preciso de um pouquinho de cuidados também.
— Eu tenho certeza disso, salvadora — Aproximou-se beijando-a lentamente nos lábios — A mão não ta doendo?
— Não, eu consigo.
— Tudo bem — Disse retomando o beijo enquanto se aproximava do corpo da loira.
Emma a apertou na cintura, deslizando a mão para sua coxa, o desejo crescia em seu corpo a cada segundo que a língua de Regina tocava a sua.
O choro alto fez com que parassem o beijo, Regina suspirou se preparando pra levantar.
— Eu vou — A loira disse e lhe deu um selinho, levantou calçando as sandálias e seguiu para o quarto ao lado.
Pegou Lyra que chorava em plenos pulmões e a aninhou em seus braços, começando um carinho em suas costas.
— O que aconteceu patinha? Foi um sonho ruim? — Perguntou vendo-a se acalmar aos poucos.
Em menos de dois minutos Lyra já dormia outra vez, Emma a colocou no berço e seguiu para a porta, mas antes que pudesse sair o choro voltou a ecoar.
Regina apareceu no quarto vendo a loira pegando a filha do berço.
— Ela está com dor?
— Não sei, ela não parecia com dor quando eu peguei ela — Disse entregando a filha pra ela.
— Ela não ta se contorcendo.
— Mas não acho melhor dar duas gotinhas?
— Sim, melhor prevenir — Emma foi até a farmácia e pegou o remédio, pingou duas gotinhas na boca de Lyra e o guardou.
Regina lhe entregou a chupeta e lhe deu um beijo na testa vendo-a ressonar em seus braços, então a colocou no berço.
As duas voltaram para o quarto e fecharam a porta seguindo para a cama, Emma puxou a morena pra perto.
— Me lembre de colocar ela de castigo antes dos três anos, eu perdi completamente o foco — Regina riu a abraçando e lhe deu um selinho.
— Eu também perdi o foco, vamos tentar dormir um pouquinho.
— Sim, eu acho... — O choro ecoou e Emma levantou — O que será que ta acontecendo? Ela não costuma chorar assim.
— Trás ela, amor — Disse vendo-a seguir para fora do quarto.
Emma logo estava de volta com Lyra nos braços, aproximou-se da cama colocando-a no centro escutando-a chorar novamente.
— Pode ser esse saco de dormir — Regina disse abrindo o saco de dormir enquanto lhe entregava a chupeta.
— Eu vou buscar uma fralda, pode ser isso também.
— Meio difícil, eu a troquei não tem nem mesmo meia hora — Disse e a loira saiu do quarto outra vez — O que você tem, princesa? — Perguntou analisando o saco de dormir, pra ver se não tinha algo.
O choro de Lyra continuava em plenos pulmões, Regina deixou o saco de dormir de lado, analisou sua fralda vendo que estava limpa e massageou sua barriga.
— Aqui.
— Não é a fralda — Disse olhando-a, Emma sentou ao seu lado.
— Fome também não é, ela nem come a essa hora.
— E ela mamou não tem nem uma hora ainda — Disse escutando-a choramingar e então aumentar o choro.
Regina a pegou no colo e colocou o seio pra fora do pijama, tirou a chupeta da boca de Lyra e a colocou no seio.
Após um pouco de birra a pequena aceitou, Emma beijou seus fios negros enquanto os dedinhos apertavam o dedo da arquiteta.
— Quer leva-la ao hospital?
— Não, o remédio nem mesmo deu tempo de fazer efeito, talvez seja outra coisa ou talvez apenas birra pra não dormir.
— Ela não faz birra pra não dormir, Regs.
— Eu sei — Disse com os olhos marejados, Emma lhe beijou na testa.
— Ta tudo bem, amor, logo ela se acalma, ta bem? — Regina afirmou e encarou a pequena.
O silêncio reinou no quarto até Lyra iniciar uma nova onda de choro quando Regina a colocou na cama, so notar notou que ela já dormia.
— Tenta dormir, eu fico com ela — Emma disse pegando a pequena e começou a caminhar pelo quarto.
A enrolou na coberta e começou a cantarolar baixinho, Regina os observou por um tempo até cair no sono.
Emma a observou e olhou para Lyra que dormia tranquilamente, seus olhos seguiram para o relógio vendo que se aproximava da meia noite.
Quando foi posta na cama o choro se iniciou outra vez, Emma suspirou colocando-a sobre seu peito e a acalmou aos poucos.
Um suspiro escapou dos lábios da loira e logo seus olhos foram se fechando, entregando-se ao sono também, mas passou a acordar a cada cinco minutos quando sentia Lyra ou Regina se moverem.
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