— Então — começa Clary. — Precisamos saber como vamos achar os amigos de Oito e como vamos achar Leo, Hazel e Piper.
Estamos sentados no Instituto e sinto que todos estão pensando muito sobre isso. Tenho uma ideia que pode nos ajudar, mas acho que talvez seja estúpida.
— Oito pode se teleportar, certo? — pergunta Percy, dirigindo a pergunta a Oito.
— Posso.
— Vocês, alienígenas, não tem tipo, uma telepatia? — sugere Percy.
Oito então fica quieto, como se acabasse de se lembrar de algo que tinha esquecido e nem passava por sua mente que poderia ser útil.
— Ella! — exclama ele.
— Quem é Ella? — pergunto.
— Ella é a número Dez. Se não me engano, lembro que ela tem o legado de telepatia. Espero que tenha se desenvolvido bem para poder captar até essa distância.
— Espere! — digo.
— O que foi, Frank? — pergunta Jason.
— Quero sugerir que se isso não der certo, podemos ir para o Acampamento Júpiter e mandar semideuses à procura deles. Podemos avisar os que já saíram por mensagem de Íris.
— Isso é interessante — diz Reyna. — Podemos tentar.
Fico feliz que tenha sido uma boa ideia. E espero que Oito consiga falar com Ella, se tivermos eles conosco, será mais fácil de localizar Hazel e os outros.
Oito fecha os olhos e tenta se concentrar. Surge um clima tenso entre o pessoal presente.
Toda a calmaria se esvai quando uma garota adentra a sala junto com um homem e uma mulher ruiva, que aparenta ser mãe de Clary.
Alguns fazem um sinal pedindo silêncio.
Ficamos esperando em silêncio por alguns minutos, até que Oito desiste, dizendo que não consegue.
— Ella deve estar longe.
Ficamos tentando pensar em algo que possa ajudar.
— A propósito, eu sou Maia — diz a garota que entrou. — Esse é Luke e essa é Jocelyn.
Nos apresentamos novamente. Não aguento mais fazer apresentações para as pessoas.
— Estamos aqui para dizer que o mundo está ficando mais estranho — diz Maia desesperada. — Figuras pretas, como vultos, foram vistos no céu. Alguns juram terem visto naves alienígenas e teve uma mulher dizendo que viu um dragão.
Absorvemos as informações sem saber como reagir.
— A névoa não existe mais, Clary — diz Jocelyn.
— O mundo do sobrenatural é agora dos humanos — complementa Luke. — O inimigo secreto pode atacar a qualquer momento e é isso que ele está fazendo. Ele vai juntar todos os vilões, os piores dos piores e se transformar em um só. Está trazendo os mortos de volta à vida.
— Sinto o mundo inferior se agitando abaixo de nós — intervém Nico.
— Precisamos de toda ajuda possível — digo. — Por isso Oito e eu vamos ao acampamento romano.
Entreolhares.
— Precisamos da ajuda dos romanos, eles precisam ficar a par da situação.
— Então está feito — diz Reyna. — Vá agora, Frank Zhang. Você tem uma missão.
— Você pode nos teleportar até lá, Nico? — pergunto.
Nico segura minha mão e a de Oito e juntos, nós três desaparecemos e reaparecemos em San Francisco h.
Estamos num beco escuro e sem luz. Alguns ratos passam por cima de meu sapato. O lugar parece imundo.
Seguimos a pouca luz que surge ao longe e acabamos nas ruas movimentadas de San Francisco. Estamos perto do Golden Gate Bridge. O que ajuda bastante já que o acampamento é aqui por perto.
Andamos algumas quadras. As ruas estão movimentadas. As pessoas ricas nos olham dos pés à cabeça e devem achar que somos nerds, principalmente Nico, por estar vestido com roupas escuras e compridas num calor dos infernos.
Nico anda um pouco atrás de mim. Oito anda ao meu lado. Vejo que ele está um pouco tenso e não deve ser por causa da cidade. O dia está bonito e tudo mais.
Sua inquietação é perceptível.
— O que está acontecendo? — pergunto a ele.
Seus ombros caem. Ele está relaxando.
— Sinto uma presença estranha nesse lugar. Sinto que algo está acontecendo e não consigo enxergar — responde ele, soltando um breve suspiro e olhando para todos os lados procurando por algo que ele deveria saber.
Não sei o que mais dizer e tento ajudar, olhando ao redor e procurando algo que talvez posso ajudá-lo.
Sem olhar para quem vem e vai, esbarro num garoto alto e de cabelos compridos.
— Desculpe-me — digo.
— Olha por onde anda, japonês — reclama ele.
— EI! — grita Oito para o rapaz. — Nove?
De repente, é como se tudo e todos parassem, como se o mundo tivesse apertado o botão de pausa.
O garoto para e se vira lentamente.
— Oito? — pergunta Nove.
Oito balança a cabeça e os dois dão um abraço como se fossem melhores amigos que fazem tempo que não se veem.
— O que faz aqui, cara? — pergunta os dois ao mesmo tempo.
— Venham comigo — diz Nove. — Tenho um lugar onde podemos conversar em paz.
Nove nos leva até uma academia lotada que fica algumas quadras de onde estamos.
— Depois que você se foi, Oito, foi difícil para Marina seguir em frente. Não acho que ela esteja pronta para te ver agora — diz ele, enquanto passeamos pela academia.
O lugar é enorme. Parece um campus de universidade.
— Humanos receberam legados. Estou treinando-os para saberem como usar seus poderes futuramente caso uma nova ameaça apareça.
— Cof cof — finjo tussir.
— O que foi, cara? — pergunta Nove diretamente a mim.
— Já tem uma nova ameaça. Viemos aqui buscar reforços e por acaso encontramos você.
— Onde está Marina, Nove? — pergunta Oito.
— Ela está com John, mano. Onde estão seus reforços?
— No Acampamento Júpiter, alguns quilômetros daqui.
— Vamos lá, eu os levo.
— A propósito, sou Frank Zhang, filho de Marte, e esse é Nico DiAngelo, filho de Hades.
— Sou Nove — diz ele sem saber o que mais dizer.
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