Epílogo.
3 anos depois.
- Luna! – Gritou Hermione para a loira que acabara de entrar no quarto. – Tire a porcaria do seu marido daqui! E se puder, tire o meu também! – Luna estremeceu ao vê-la ofegar de dor. Os demais estavam fora do quarto, aguardando na recepção. Gina, por também estar próxima do próprio parto de seu segundo filho, achou mais sensato não entrar para acompanhar a morena, pois tinha certeza que entraria em pânico.
- Amor, acho que isso não é bom para os bebês. – Fred estava indeciso se ficava perto da esposa ou não, porque ela parecia bem homicida naquele momento.
- Luna Weasley! – Gritou novamente. – Aproveite e tire minha varinha de perto de mim ou então cometerei um assassinato. Talvez vários. – Hermione estava redondamente grávida de gêmeos e estava em pleno trabalho de parto.
Só que já haviam 4 hrs.
Fred pegou sua mão ao vê-la contorcer as belas feições em uma careta, provavelmente ocasionada por mais uma contração.
- Está doendo muito? – Ela lhe lançou um olhar de puro ódio.
- Não, é como um passeio no parque. – Olhou para o cunhado e para a mulher dele. – Alguém me dê uma faca que eu mostrarei pra ele se dói ou não.
- Ela está parecendo que tem um Alíen saindo dela. – George sussurrou para Luna, recebendo uma cotovelada da loira.
- Se Hermione te escutar, você está ferrado. – O ruivo assentiu, se afastando um pouco da cama por motivos de precaução.
- Ela já tem quantos centímetros de dilatação? – Harry colocou a cabeça na porta, já prevendo o temperamento péssimo da amiga naquele momento.
- Malditos 6 centímetros! – Hermione apertava a mão de Fred, que fazia um esforço Hercúleo para não gemer de dor.
- E precisam ser quantos? – George perguntou, se arrependendo em seguida, quando Hermione pegou um copo que estava do lado da sua cama e jogou direto na sua cabeça, errando por pouco. O vidro se estilhaçou na parede atrás dele. Luna consertou o copo com um aceno de varinha e usou o accio para colocá-lo de volta no lugar, recebendo um olhar de repreensão do marido, já que estava dando à Hermione mais munições para jogar nele.
- Precisam ser fodidos 10 centímetros. – Gritou. – Mais alguém tem alguma pergunta imbecil? Estou totalmente apta para respondê-las.
- Qualquer notícia, me avisem. – Disse Harry, correndo do quarto do Hospital. Luna Se aproximou da amiga para limpar seu rosto com uma toalha, já que ela suava muito. Fred aproveitou para tentar fazer o sangue circular na mão.
- Merlin, ela está assustadora. – George murmurou atrás dele.
- Sou eu quem tenho que lidar com ela todos os dias, colega. – Fred sussurrou em resposta.
- Ela é assim sempre? – Perguntou o gêmeo.
- Pode ser pior. Uma vez ela viu uma cliente dando encima de mim... - Fred estremeceu com alguma lembrança perturbadora. – Tio Vold teria sido menos aterrorizante. – George quase riu, mas lembrou-se do copo lançado e voltou a seriedade.
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3 hr mais tarde.
Se eles tinham achado que Hermione estava ruim enquanto ameaçava, não era nada perto dos gritos ensurdecedores dela agora. Uma hora atrás tinha alcançado 9 centímetros e o medibruxo a mandou esperar mais um pouco. Não havia sido uma cena nada bonita e o médico estava com medo dela agora.
Quando o médico entrou mais uma vez, já amuado de antecedência para ver a dilatação, a mulher gritou com ele.
- Meu amigo, se você não tirar esses bebês daqui agora, você vai se arrepender amargamente pelo resto da sua vida. – Ela rosnou como um animal ferido e violento. – Que não será muito longa. – O homem arregalou os olhos. Fred pediu desculpas de forma muda.
- Vou checar agora se está pronta. – Ele quase derreteu de alívio ao ver que ela alcançara a meta. – Temos 10 cm! – 4 suspiros de alívio foram ouvidos no quarto.
- Vou avisar os outros. – George falou se dirigindo à porta.
Luna pensou nas probabilidades. Se Hermione com as contrações estava daquele jeito, quando os bebês estivessem saindo, ela iria pôr fogo no hospital.
- Eu vou com você, amor. – A loira correu até o marido que esperava com a mão estendida para ela. Fred quis gritar com eles por ter sido deixado sozinho no fogo cruzado.
- Covardes! – Ele sibilou baixo, tendo o irmão e a cunhada feito leitura labial. Os dois encolheram os ombros. Preferiam ser covardes a ficar ali com o monstro que ganharia fácil de todos os seus pesadelos de infância.
- Boa sorte. – George respondeu e correu dali com a esposa. Fred olhou para o médico, que lhe deu um olhar de compreensão e simpatia.
- Vamos encaminhá-la para a sala de parto. – Ele concordou com um aceno, ouvindo mais um gemido da esposa. Aquilo partia seu coração, odiava ver Hermione sofrer e não podia fazer nada. – Também virá alguém aqui para te paramentar.
- Vai demorar muito agora? – O medibruxo deu um olhar de esguelha para bruxa.
- Não. – O homem voltou a olhar pra ele. – Mas vai ser mais intenso. – Fred passou a mão nos cabelos.
- Obrigado, Dr.
- De nada. Vou mandar o pessoal vir arrumar sua esposa e você para o parto. – Ele assentiu.
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20 minutos mais tarde.
- Força, Sra. Weasley! Já consigo ver a cabeça do primeiro bebê. – Hermione apertou a mão de Fred com toda força, enquanto tentava pressionar o filho para baixo. Parecia que ia rasgar seu corpo ao meio. O marido ao seu lado, aguentava com louvor as investidas dela contra ele.
- Eu te odeio, Fred Weasley! – Gritou mais uma vez. Os médicos e enfermeiros se entreolharam achando graça. Aquilo sempre acontecia. As mulheres tendiam a xingar muito os pais da criança na hora do parto. – Eu devia ter ignorado o caralho do seu pedido para ser pai. Da próxima vez, faça um pedido que envolva seu maldito corpo! – Fred estremeceu. A esposa passara os últimos minutos falando uma longa lista de impropérios para ele.
- Mais uma vez, Sra. Weasley! – Colocou toda a força que conseguiu e logo em seguida a uma dor excruciante, um choro cortou a sala. O primeiro bebê havia nascido. O ruivo sentiu os olhos marejarem ao ver a criaturinha tão pequena, enquanto o médico cortada seu cordão umbilical. – O outro bebê está vindo! – O médico passou a primeira criança para a enfermeira, para terminar os procedimentos com o neonato.
- Vamos, amor, você consegue. – Fred falou, a mulher grudando os lindos olhos cor de mel nos dele. A raiva parecendo se dissipar aos poucos. Com mais um empurrão, um segundo choro foi ouvido na sala.
- Dois meninos lindos e saudáveis. – O medibruxo sorriu para eles, enquanto fazia o mesmo procedimento no segundo bebê.
Hermione sorriu pela primeira vez desde que aquele terrível dia começara, as lágrimas de alegria correndo livres no rosto. Ela parecia cansada, mas para Fred, Hermione nunca estivera tão linda. Se inclinou e beijou sua testa. As enfermeiras lhes trouxeram os bebês. Ambos completamente idênticos, com lindos cabelos cacheados ruivos e olhos verdes. Eram uma mistura redonda, fofa e perfeita dos pais.
- Obrigado, amor. – Falou com ternura. – Eu amo você. – A morena lhe deu seu sorriso mais ofuscante, embora estivesse visivelmente cansada.
- Eu também amo você.
- Até quando quer me matar? – Ela riu, completamente exausta.
- Sim, até assim.
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8 anos mais tarde.
- Nathan e Henry, se vocês não descerem aqui nesse instante, eu garanto que vão ficar sem os produtos da Gemialidades por 1 ano! – Hermione gritou ao pé da escada. Fred estava sentado na poltrona, a perna esquerda apoiando-se na direita, enquanto olhava a esposa com divertimento. Hermione estava com os braços cruzados, batendo o pé de forma ritmada contra o chão.
- O que foi, mamãe? – Os gêmeos desceram as escadas com cautela, conhecendo o gênio ruim da mãe.
- Algum dos dois pode me explicar porque diabos nossa casa tem flores por todos os lados? Inclusive no chão, nas paredes e no TETO! – Os gêmeos deram de ombros, fazendo pouco caso.
- Não sabemos. – Responderam em unissom. Tinham as personalidades iguais às do pai e do tio.
- Se só moram 4 pessoas nessa casa, me digam como não sabem. – Olhou para Fred para se certificar que não fora ele. O marido negou com um balanço de cabeça e voltou os olhos para o jornal que tinha em mãos, não querendo se meter na bronca da morena. Tinha aprendido com o tempo que era mais saudável deixar os culpados lidarem com aquilo, porque se tentasse defender, sempre sobrava pra ele. E nunca era agradável. – Garanto que não fui eu, nem seu pai e duvido que tenha sido o Sr. Dom. – Se referiu ao gato persa da casa. Olhou para a almofada do gato e viu que o coitado tinha uma flor nascendo em sua cabeça, enquanto ele tentava pegá-la. Hermione pareceu que ia ter um treco, passando a mão no rosto quase com desespero.
- Agora vocês estão bem complicados. Vai começar a caça às bruxas e se não entenderam a referência, vocês são as caças. – Sussurrou o pai, recebendo um olhar feio da esposa e um risinho dos gêmeos.
- Vamos reformular a resposta, mamãe. – Falou Nathan, que era o mais calmo entre os dois.
- Não temos a mínima ideia de como fizemos isso. – Henry completou o irmão.
- Como assim não sabem? – Hermione perguntou, a indignação se dissipando, dando lugar a curiosidade. Os gêmeos se entreolharam.
- Assim. – Estenderam as mãos direita para a mãe, onde ela viu, com surpresa, duas belas flores nascerem do nada. Fred se levantou e abraçou a esposa por trás, colocando o queixo no seu ombro, olhando os filhos.
- Oh, que magia linda! – O pai falou, recebendo olhares esperançosos dos filhos.
- Vocês são empáticos com a natureza. – Hermione falou com orgulho.
- Já tínhamos feito isso antes. – Falou Henry.
- Mas nunca com essa proporção. – Nathan emendou, apontando com um gesto a casa.
- Foi sem querer dessa vez, mãe. – Hermione não pode deixar de notar o “dessa vez”.
- Ora, vamos, amor. Todos nós fazíamos magia inconscientemente quando éramos crianças. – O pai piscou para os gêmeos, que pressionaram os lábios para não sorrirem. Quando o pai se metia, eles costumavam se livrar de problemas. “Provavelmente porque sempre sobrava para ele” pensaram com divertimento. Hermione olhou do marido para os filhos, todos com a cara mais inocente do mundo.
- Ah! Tudo bem! – Concedeu com um suspiro. – Mas você vai limpar tudo isso, Fred. – Fred sorriu sabendo que no fim ia acabar daquele jeito.
- Tudo que minha linda esposa quiser. – Ele fez um movimento com a mão, onde Hermione não podia ver, mandando os filhos irem para cima antes que ela mudasse de ideia. Os meninos subiram correndo, sem conter as risadinhas. Hermione sorriu involuntariamente ouvindo o som cristalino, enquanto os pestinhas corriam para o quarto. Amava incondicionalmente os filhos, por mais levados que fossem.
- Você é muito mole com eles. – Ela fez uma careta. Fred beijou o pescoço da esposa, sentindo-a relaxar contra seu corpo. Hermione jamais resistira a ele. Esse pensamento lhe tirou um sorriso de satisfação.
- Não foi culpa deles, amor. – Mordeu o lóbulo da orelha, fazendo-a se arrepiar.
- Dessa vez. – Ele riu, o som rouco no ouvido dela. – Pare com isso, Amor! – Ele sorriu, puxando a mulher para ficar de frente a ele e beijando-a. Os lábios tão conhecidos, mas tão absolutamente apaixonantes da esposa sempre eram capazes de fazê-lo esquecer qualquer coisa. – Os meninos podem descer... – Ela falou num lamento. Com um suspiro, ele a soltou.
- Ok. Você vai escapar de mim agora mocinha, mas esteja pronta às 19hrs. – Hermione o olhou com uma curiosidade infantil.
- Vai me levar pra jantar? – Ele assentiu, sentindo o peito se aquecer com o sorriso que a morena lhe deu. – Eu te amo, sabia?
- É claro que sabia. Eu sei tudo sobre você, amor. – Ela o abraçou, afundando o rosto em seu peito e se aconchegando. – E a coisa que eu mais sei, é que você é o amor da minha vida. E se tiver mais de uma, de todas elas.
- Obrigada por isso, Fred. Pela nossa vida, pelos nosso filhos. Nunca imaginei que pudesse ser tão feliz assim. – Os olhos claros se fixaram nos dele. – Acho que nunca agradeci o suficiente por conhecer você.
- Pode desistir, bruxa. Não existe como eu me apaixonar por você mais do que eu já sou. – Beijou a ponta do nariz da esposa, que mordeu seu lábio e o sugou. – Retiro o que eu disse, eu posso sim. – E a beijou novamente.
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