História Um Raio de Sol para... - Chapter Thirteen

Depois de dias desacordado, YoonGi despertou no hospital, sua cabeça doía muito, assim como todo seu corpo.

- Filho? Que bom que acordou. Irei chamar um médico. -sua cabeça estava zonza, não reconhecia a voz, mas achava que poderia ser sua mãe.

- Bom. Você consegue me ouvir? -o médico perguntou depois de checar as máquinas ao seu lado. – consegue responder?

- Sim.

- Que bom. Vamos ver seus reflexos? -ele pôs uma pequena lanterna na frente dos seus olhos e a moveu de um lado para o outro. – ótimo. Estar sentindo dor?

- Sim, meu... corpo dói.

- Isso é normal por causa do acidente.

- Acidente? -YoonGi levantou uma mão para tocar sua cabeça e sentiu que estava enfaixada.

- Não se lembra? Qual a última coisa que fez antes de acordar aqui? -só em tentar lembrar, sua cabeça doeu, mas lembrou de algo.

- Lembro que joguei golfe, depois... Fui em uma reunião com um patrocinador, depois cancelei todos meus compromissos e voltei pra casa... jantei com meu irmão e a esposa dele, depois fui dormir, então acordei aqui. -tentou se sentar, mas não tinha forças em suas pernas.

O que estar acontecendo?

- Por que ele não se lembra do que ocorreu depois disso? Isso foi a mais de um mês. -ouvi a voz do seu irmão e tentou olhar ao redor.

- Isso é normal, como ele bateu a cabeça, ele deve ter esquecido os acontecimentos recentes, mas não se preocupem, com o tempo as lembranças voltaram.

- O que eu esqueci? -tentou novamente se sentar, mas ainda não tinha forças nas pernas. – eu quero me sentar.

- Não, você ainda não pode, no acidente você machucou a coluna, terá que ficar em observação, isso pode ter... -ele parou olhando para a Sra. Min e JunKi. – podemos conversar lá fora? -virou de costa para YoonGi.

- Por que? Eu quero ouvir o que o tem a dizer. -se apoiou nos cotovelos ignorando a dor.

- Tudo bem. -voltou a se aproximar dele. - Como sua coluna foi atingida... tem noventa por cento de chance de que não ande.

O quê?

- Como? Eu não vou poder andar?

-Tem uma possibilidade. Mas não se preocupe, com fisioterapia, você voltará a andar normalmente. Agora peço que descanse, tente não força muito a cabeça, pode ocorrer outro lapso na suas memória e piora, quem sabe até perder totalmente a memória. Voltarei daqui a pouco para levá-lo a radiografia, para ver se não há nada errado na sua cabeça. -o médico saiu e YoonGi fechou os olhos pensando que não poderia mais andar.

Maldição.

- Estar se sentindo bem? -sua mãe perguntou se aproximando.

- Podem me deixar sozinho. -pediu sem abri os olhos.

- Mas...

- Eu quero ficar sozinho. -gritou com raiva.

Ele só queria ficar sozinho e lembrar o que havia esquecido, mas nada de novo vinha em sua mente.

Que droga.

Longe dali, Nari estava saindo do velório da sua tia. Quase não se aguentava em pé, Sojin era a única com ela, já que não tinha nenhum familiar ou algum outro amigo. Considerava Yang Mi como uma mãe, foi a única que a quis por perto quando sua mãe levou seu pai embora para a América, junto com o irmão.

(...)

Horas depois YoonGi foi fazer uma radiografia, mas ficar sendo carregado pra lá e pra cá, ele já estava odiando aquilo. O quanto mais rápido voltasse a andar, melhor. Primeiro ele tinha que sair daquele hospital, mas assim que os dias foram passando, viu que isso ia demorar, ele já estava ficando com raiva dos médicos.

Nesses dias seus amigos foram visita-lo, mas não quis ficar muito tempo com eles, YoonGi não queria que o vissem como um inválido.

- O senhor estar se sentindo bem? -David perguntou assim que entrou no quarto.

- Não. -YoonGi se posicionou para sentar na cama ainda sem sentir suas pernas. – me diz... como estar indo a empresa?

- Estar indo bem, mas como o senhor não foi na reunião em Suwon...

- Eu não fui, por que? Essa reunião era importante, foi marcada semana passada... isso é muito confuso.

- Ah é, o senhor perdeu a memória. Me disseram que perdeu as memórias recentes. Essa reunião foi marcada a mais de um mês e o senhor não foi por causa do acidente, que ocorreu no mesmo dia da reunião, a cinco dias.

- Que dia é hoje? -passou a mão na testa.

- Hoje é vinte e cinco.

- Então o acidente ocorreu no dia... mas a reunião não era no dia vinte.

- Sim, eu sei, é que o Senhor desmarcou ela.

- Por que eu faria isso?

- É que... o médico me recomendou a não contar nada ainda.

- O que de tão importante ocorreu para eu remarcar minhas reuniões? -Min encarou o secretário.

- Não posso tocar nesse assunto. Eu só vi ver como o senhor estar, então eu já estou indo. -ele se virou para a porta.

- David, o que estar me escondendo? -tentou sair da cama, mas voltou a lembrar que não podia andar. – David. -gritou vendo ele sair do quatro.

Que porra estar acontecendo com todo mundo?

Min YoonGi passou o dia forçando sua mente tentando lembrar de algo, mas ele não fazia ideia do que havia esquecido. Ele quase nunca remarcava suas reuniões importantes, então tinha curiosidade sobre o que o fez fazer isso.

Na quinta fizeram uma cirurgia em sua coluna, se ele se saísse bem, logo poderia estar em casa, então no fim da segunda ele estava saindo do carro, seu motorista o ajudou a sentar na cadeira de rodas e o levou para dentro de casa. Ele deveria voltar somente no outro dia, mas pediu para receber alta logo, já que se sentia muito bem.

- Sr. Min, o que faz aqui? -uma das empregadas perguntou assim que entrou.

- Essa não é minha casa?

- Ah, sim, mas disseram...

- Tá, tá. Avise a todos que cheguei e que estou no meu quarto.

Para sua sorte, a casa tinha um elevador, anos antes, quando seu pai ainda morava com ele, ele havia ficado doente e tinha que usar cadeiras de rodas, então reestruturaram a casa para um elevador. Ficava no corredor da cozinha, pediu para o motorista o levar até lá e subir com ele e ir até seu quarto. Ele não poderia ficar cuidando sempre de YoonGi, então tinha que contratar um ajudante. Assim que ficou sozinho no quarto, olhou ao redor e tudo parecia muito grande e distante, se sentiu um inútil.

- Querido, por que veio hoje? -ouviu a voz da sua mãe, fechou os olhos e virou as rodas da cadeira para ficar de frente pra ela.

- Pedi ao médico para me dar alta. -viu que ela não estava sozinha, haviam duas garotas com ela. A de vestido preto que estava parada na porta ele não reconhecia, e a outra, ele conhecia perfeitamente.

- Hyomin? -fez a cadeira andar se aproximando dela.

- Oi YoonGi. -sua voz saiu baixa, mas seus olhos não o encaravam.

- Desde quando estar aqui?

- A alguns dias, meu irmão pediu para você que eu ficasse aqui.

- Jimin? Onde ele estar? Faz tempo que não o vejo.

Quando finalmente ela o encarou nos olhos, não conseguiu evitar a não pensar naquela noite, na última vez que a viu a quase cinco anos atrás. Sua expressão de desespero correndo atrás do carro onde ele se encontrava, a cara de decepção de seu irmão quando os viu juntos em uma cama.

- Você já estava aqui antes do acidente? -YoonGi perguntou pra ela vendo sua mãe da uma rápida olhada na outra garota de cabelo curto. Nari estava sem saber o que fazer, principalmente por ainda estar sentindo a morte da tia.

- Sim.

- Então me diz o que ocorreu, ninguém quer me contar.

- YoonGi meu filho...

- Por favor mãe, eu preciso lembrar de tudo. Por que não me contam?

- Meu filho, primeiro tente focar na sua recuperação.

- Se não vão me contar, então me deixem sozinho. -virou a cadeira rumo a cama.

- Filho eu...

Ninguém consegue entender?

- Já disse para me deixar sozinho. -gritou sacudindo as mãos.

- Tudo bem. -ela falou e ouviu um soluço. Depois que seus passo sumiram, foi até a cama e tentou se levantar para deitar, mas assim que se apoiou nos braços da cadeira, não teve forças o suficiente e a cadeira saiu do lugar o fazendo cair de bruços no chão.

- Droga. -socou o chão, se virou e deitou de costa olhando para o teto.

- Posso... te ajudar? -ouviu uma voz, ergueu a cabeça e viu que era a garota de cabelo curto. Nari não tinha ido com as duas, por estar extasiada vendo YoonGi de cadeira de rodas e por ele ter perdido algumas memórias.

- Quem é você? -ela fez uma expressão de surpresa. Nari sentiu medo naquele momento. YoonGi não a reconhecia.

- Você não se... Eu me chamo... Nari. -sua voz saiu trêmula. – eu posso... posso te ajudar? -tentou se aproximar, mas parou ao vê-lo se sentar sozinho.

- Não preciso de ajudar de ninguém. -com muita dificuldade, se agarrou na tecido da cama e subiu, ofegante pelo esforço, se sentou na cama e fechou os olhos antes de olhar pra ela, que não o encarava.

- Quem é você? Eu não te conheço e nem me lembro de já ter te visto.

- É porque você... Me conheceu a pouco tempo... tempo que você esqueceu. -YoonGi franziu a testa pela forma triste que ela falou.

- Eu não esqueci, eu apenas não consigo me lembrar. Aliás, em quê situação eu te conheci, e que grau de intimidade nós temos para estar na minha casa e falar comigo como se fossemos amigos? É alguma nova empregada? -questionou enquanto ajeitava suas pernas sobre a cama.

- Não... não sou nenhuma empregada.

- Mesmo que não seja, pode chamar minha governanta? -Nari continuou parada e ele viu que ela começava a chorar. – ei, por que estar chorando? -ela o olhou por alguns instantes, mas saiu correndo. – mas o que... -Min suspirou se deitando.

Nari correu para o quarto da tia e caiu ao lado da cama chorando. Estava vendo sua futura vida se arruinando. YoonGi certamente não lembrava do contrato, então ele não sabia que era noiva dele, e ela já não era esposa de um milionário. Mas se deu conta de algo, se sentou na cama enxugando as lágrimas. Viu que a perda de memória dele poderia ser uma chance dela recomeçar, parar de mentir pra ele, e contar o que ainda escondia da sua vida pra ele. Poderia iniciar uma amizade antes dele lembrar que era noivo dela.