– ...e como eu tive que remarcar a apresentação do André e da Jade parece que teremos que improvisar um pouco hoje – Tori ouviu enquanto entrava na sala – Eu estava pensando em um exercício de...
– Doce! – Cat gritou absurdamente alto e começou a pular, fazendo Sikowitz lhe acertar com um coco. A ruiva caiu no chão, porém rapidamente se levantou e pôs a mão na cabeça, massageando sua testa – Eu tô bem, viu, não precisam se preocupar! – Então SIkowitz a acertou com um segundo coco, porém diferente da primeira vez, a garota não se levantou.
– Como eu estava dizendo, eu estava pensando que poderíamos improvisar um exercício de... – Nesse momento Jade entrou na sala com um semblante sério e passos firmes, chamando toda a atenção e atraindo olhares curiosos para si.
– Que foi? Uma pessoa não pode mais se atrasar para uma droga de aula? – Todas as cabeças viradas para ela voltaram a olhar pra frente num instante, menos uma. Tori ainda a encarava com uma expressão confusa. Não sabia ao certo o que pensar de tudo aquilo, mal conseguia digerir o que aconteceu no almoço quando de repente Jade apareceu com uma cara de quem mataria qualquer um que aparecesse em sua frente. Será que é por minha causa? – O que foi, Vega? Perdeu alguma coisa aqui? Se não, já pode virar essa sua patética cabecinha antes que eu corte ela com a minha tesoura – A morena engoliu em seco ao ver uma tesoura muito bem afiada e brilhante sair da bolsa da gótica. Ela imediatamente se virou, lançando um pesado suspiro.
– Guarde a tesoura e sente-se no seu lugar Jade, já temos um cadáver nessa sala e eu não pretendo conseguir outro – Sikowitz bebericou um pouco da água de coco e apontou para o corpo da ruiva que continuava caída no chão – Sabe de uma coisa? Isso me lembrou do verão de 87, as minhas primeiras férias em Ohio... – Suspirou enquanto a gótica cruzava os braços e se sentava em seu lugar de costume, largando a bolsa no chão e esticando as suas pernas de maneira folgada – Onde eu estava? Uh! Essa água é péssima!
– Então por que está bebendo? – Beck perguntou confuso, lançando um olhar debochado para André.
– Eu não sei – Respondeu simplesmente, voltando a tomar sua água – Agora vamos falar sobra a aula de hoje, eu estava pensando que poderíamos fazer uma improvisação com um exercício de... – E foi mais uma vez interrompido. Um garoto usando uma máscara de jacaré e uma estranha roupa de paraquedista entrou correndo na sala e jogou um monte de farinha bem no rosto do Sikowitz. Depois ele começou a pular e fazer barulhos esquisitos, e saiu correndo.
– Cara como eu odeio esse moleque! – Rex quebrou o silêncio. Todos na sala estavam boquiabertos e sussurrando.
– A gente devia pegar ele! – Beck disse – Já não basta ele atacando os alunos daqui, agora ele tá mexendo com os professores!
– É isso aí! – André concordou – Eu acho que a gente pode encurralar ele perto da quadra e...
– Uou! – Tori gritou, interrompendo a todos, inclusive Cat, que estava começando a despertar – Esperem um minuto, quem é esse cara?
– Não sabemos – Beck deu de ombros – Ele começou a implicar com os estudantes daqui semana passada, o pessoal tá chamando ele de o bombardeador de farinha.
– A gente tem que dar um jeito de encurralar esse cara – Jade entrou no meio da conversa – A gente tem que conseguir uma distração para que eu possa pular e imobilizar ele.
– Eu tive uma ideia! – Cat se levantou de repente – Que tal se a gente fizer hambúrgueres em formatos de salsichas e colocar dentro de um cachorro quente? – Todos pareceram ignorar a ruiva e voltaram a debater sobre seu plano de deter o tal bombardeador. Sikowitz não estava mais na sala então toda essa conversa não era um problema. Tori estava imersa em seus pensamentos, mas não pode deixar de notar o quanto a gótica ficava linda com sua calça preta rasgada no joelho, uma blusa de rock qualquer e suas botas pretas de salto. Ela tinha um jeito único e Tori adorava isso, porém se lembrou de como a gótica havia falado com ela quando entrou na sala. Seu jeito era meio estúpido as vezes, e isso a magoava facilmente. Tudo essa implicância só realçava a certeza de que o sentimento da morena não era recíproco.
– Ai! – Sentiu alguma coisa acertar a sua cabeça e fez uma careta de dor. Olhou para o chão e viu um apontador com uma pequena bolinha de papel dentro. Abriu para ler seguinte recado: "Te espero no auditório quando acabar a aula, não se atrase, ou irei passar por cima do seu corpo com o meu carro. PS.: Odeio atrasos" Ela sabia exatamente de quem era, tinha certeza.
– Se eu fosse você realmente não me atrasava, uma vez tínhamos que ensaiar para uma peça e eu acabei esquecendo de ir. Ela passou em cima de mim com o carro. Duas vezes – Robbie começou contando, e Rex finalizou soltando uma gargalhada.
– Robbie! Você não sabe que é feio ler as conversas dos outros? – Tori apontou o dedo ferozmente na direção do garoto.
– Eu sei, eu sei. É que as vezes eu não consigo me controlar! – A morena então bufou frustrada e revirou os olhos, recolhendo sua minha bolsa do chão e saindo da sala, ao ouvir a campainha soar – Ei, espera! Eu posso ir junto?
– Não! – Gritou fechando a porta atrás dela.
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