— O Joui nunca disse nada sobre ter parentes maternos do Sul. Você deve estar cansado da viagem, não é?! — Arthur pergunta animado, os olhos brilhavam enquanto fazia milhares de outros questionamentos para o demônio em sua frente.
Quando Joui avisou Arthur, Erin, Liz e Thiago sobre seu novo colega de quarto, foi obrigado a dar uma boa desculpa. Não seria uma situação agradável dizer sobre o lado demoníaco do seu "colega". Eles deram uma rápida desculpa de que César era um parente distante de Joui, que mandava cartas para o asiático para tentar recuperar o contato.
— Eu descansei o suficiente quando cheguei, obrigado.. — Respondeu.
— Ei, porque você mandou cartas anônimas ‘pro Joui ao invés de dizer que era você? — Elizabeth perguntou desconfiada e nem um pouco gentil, olhando para o outro com um semblante fechado. — Isso evitaria a confusão de ontem, da próxima vez vê se pensa.
— Elizabeth! — Joui parou a moça. — De qualquer forma, se ele tivesse dito que era meu familiar eu não acreditaria. Eu não tenho contato com a família da minha mãe faz tempo, você sabe disso.
A mais velha se calou, dando de ombros e voltando a se sentar perto de Thiago que estava prestes a puxar papo com o cabeludo.
— Mas, e aí meu querido.. Como é a vida lá no Sul? Seja bem vindo a cidade, é bem movimentado mas com o tempo ‘cê se acostuma.
— Valeu... — Respondeu simples.
— Foi muito boa a visita de vocês, mas eu e o Kaiser precisamos descansar agora, Ok? Vemos vocês mais tarde — Falou enquanto puxava os amigos para fora do Apartamento.
— Mas hoje é sábado!
— Dia de descanso! Voltem mais tarde.
Fechou a porta por fim. Pediria desculpas depois, mas por enquanto precisava de uma soneca.
— Você está com fome?
— Demônios não tem fome, primo querido.
— Sobra mais para mim então. — Deu uma pequena risada pelo nome e foi andando até a cozinha de seu apartamento, pegando alguns ingredientes para fazer um macarrão.
— Sua casa é muito fria. — Mudou de assunto rapidamente.
— Pois então coloque seus oitenta casacos novamente, folgado.
Kaiser sorriu e se levantou, indo até o balcão onde Joui se encontrava fazendo a comida e ficando ao seu lado, observando o que o outro fazia.
— O que foi? Achei que demônios não sentiam fome.
— Não sentem. Mas já que sou praticamente um mortal agora, quero experimentar coisas novas.
— Então pode começar lavando a mão, você vai me ajudar a fazer a janta. — Colocou o macarrão na água já fervendo e viu Kaiser indo em direção a pia, lavando sua mão rapidamente e voltando para ajudá-lo.
— Você sabe cozinhar?
— Não.
— Certo... Sendo assim você pode apenas ficar de olho para a massa não grudar enquanto eu faço o molho, tudo bem?
— Entendi. — Kaiser colocou uma cadeira perto do fogão e se sentou, olhando fixamente para a massa sem desviar o olhar da panela. Joui achou a cena engraçada e riu levemente. — Do que você está rindo?
— Nada.. — Falou com um pouco de dificuldade em meio às risadas que tentava segurar. Kaiser estava engraçado observando a panela parada como se sua vida dependesse disso, Joui não tinha culpa de rir.
— Eu tenho cara de palhaço?
— S-Sim... — Começou a ter uma leve crise de riso, onde Kaiser se perguntou internamente se podia mudar seu cálice.
— Seu humor é estranho. — Continuou observando a panela, olhando de relance para Joui que agora tentava se concentrar em fazer o tal molho. — Pelo menos não vou precisar me esforçar para fazer você ter uma crise de riso. — Falou, sem perceber o que havia acabado de dizer. Joui abaixou a cabeça para esconder um certo rubor em suas bochechas pela frase do mais baixo.
Quando finalmente terminaram a janta, Joui colocou os pratos e talheres na pequena mesa, sentando junto ao colega logo em seguida.
— Algum dia eu vou te ensinar a fazer comida japonesa. — O Asiático falou enquanto servia ambos os pratos. Assim que terminou de servi-los, olhou para César esperançoso, esperando a reação do demônio ao experimentar o macarrão.
— Como se come isso? — Tentava pegar a massa de forma falha, furando e cortando ela com os talheres. Joui se aproximou levemente, pegando um garfo e enrolando a massa, logo em seguida levando em direção a boca do de cabelos grandes que estava um pouco surpreso com a ação repentina.
— Assim. — Se sentou novamente, observando Kaiser mastigando lentamente. Sorriu ao ver que havia deixado o homem desconfigurado, foi uma forma de vingança pelo o mesmo havia feito mais cedo na cozinha. — O que achou?
— É.. Bom... Muito bom.
— O macarrão ou quando eu te dei ele na boca?
O asiático se divertiu ao olhar para a reação de seu novo colega.
Cohen ficou um pouco incomodado ao se ver tão envergonhado a cada ação do mais novo sobre si, então em um pequeno movimento; Sorriu ladino e colocou sua mão em cima da do ginasta, voltando a comer normalmente em seguida. O ginasta não queria mostrar que ficou chocado pela ação do colega, então apenas voltou a se alimentar como se nada tivesse acontecido também.
[...]
Agora, ambos se encontravam no quarto de Joui. O mesmo estava procurando cobertores e almofadas para deixar o colchão de visitas ainda mais confortável, enquanto Cohen tomava banho.
Primeiramente, houve uma briga para que o demônio finalmente tomasse banho. Aparentemente não se banhava há alguns anos, já que nunca precisou realmente. O asiático afirmou que se César não tomasse banho, expulsaria ele do apartamento. De início Kaiser não acreditou nisso, mas logo em seguida Joui o colocou para fora do quarto imediatamente.
O japonês estava tão absorvido em seus pensamentos que nem percebeu a presença do colega em seu quarto, apenas com uma toalha em sua cintura.
— Joui.. — Chamou — Eu não tenho roupas.
O moreno olhou para o parceiro de quarto, mas rapidamente desviou o olhar ao vê-lo sem camisa.
— A-Ah.. É mesmo... P-Pode pegar alguma roupa minha, deve servir em você já que somos quase do mesmo tamanho. — Olhou para baixo.
— Certo.. Obrigado. — Foi em direção ao guarda-roupa e pegou a peça mais quente que encontrou, vestindo ali mesmo.
— Você poderia ter pegado a roupa antes de tomar banho.. seria menos constrangedor.
— Eu me esqueci. Mas.. Então eu te deixei constrangido? — Perguntou, convencido.
— Vai se ferrar!
Ambos deram leves risadas e deitaram em suas camas, dando rapidamente “Boa noite” um para o outro.
César não sabia exatamente quantas horas tinha ficado alí acordado, mas conseguiu ver o Sol nascer até que finalmente conseguisse adormecer.
Perguntou a si mesmo se ficaria mais confortável se estivesse descansando ao lado do asiático.
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