Ao terminar de descer as escadas, Jongin foi recebido por Medeia e a pegou no colo para que acalmasse a euforia por vê-lo, e a deixou com Lu Han em frente ao sofá, e acariciou a cabeça da criança, desejando um bom dia antes de continuar o caminho até a cozinha. Assim que entrou no cômodo, viu Kyungsoo e Baekhyun sentados à pequena mesa que usavam para tomar café, conversando, e os viu olhar para si com uma expressão séria.
— Aconteceu alguma coisa?
Kyungsoo deu um pequeno sorriso e apontou para a cadeira livre entre ele e o marido.
— Bom dia. Não aconteceu nada, mas precisamos ter uma conversa.
Jongin estranhou e sentou-se após desejar bom dia para o casal.
— Sobre?
O beta respirou fundo, procurando as palavras certas para dizer.
— Soo me contou sobre você. — Baekhyun disse.
Jongin franziu o rosto, sem entender do que ele estava falando.
— Como assim?
— Contei para ele que você é filho do... você sabe quem. — preferiu não pronunciar o nome para não correr risco de ser ouvido, apesar de falar baixo. — Não precisa se preocupar, ele não vai contar para ninguém.
Jongin abaixou o olhar e se curvou para o alfa.
— Por favor, não conte para ninguém.
— Pode ficar tranquilo. — Jongin sentiu a mão do alfa em seus cabelos e permaneceu curvado por mais um tempo antes de levantaru o corpo. — Apesar de ter feito uma promessa ao Soo, eu entendo o seu lado e nunca seria capaz de te prejudicar, nem a ninguém.
— Obrigado. Eu entendo se você ficar bravo comigo.
Baekhyun deu um riso divertido e bebericou o suco que tomava.
— Você tem pensamentos errados sobre mim, garoto.
Jongin sentiu suas bochechas esquentarem de vergonha.
— Desculpe. — olhou para Kyungsoo, que sorria carinhoso. — Mais alguém sabe?
— Não. — respirou fundo. Odiava mentir, mas não queria que ele soubesse que Minseok havia descoberto sozinho. — Para onde vai? — perguntou ao notar que o garoto estava bem vestido. — Se é que posso saber. — provocou.
— Argh! Vocês têm pensamentos errados sobre mim! — os três riram. — Eu pedi ao Bon-Hwa para me levar ao hospital.
— Bon? Quem sempre te leva é o Sehun.
— Eu sei. — murmurou. — Estou evitando o Sehun, então pedi ao Bon.
— Não acha que isso vai causar problemas para vocês?
— Não mandei o idiota do Sehun ser idiota. — olhou para Baekhyun. — Se você namorasse comigo, eu ainda sendo ômega e você alfa, não passaria o cio comigo?
Pela primeira vez, Baekhyun se encontrou sem palavras para responder e envergonhado com a pergunta.
— Não me meta em problemas, garoto. — resmungou e se dedicou em beber lentamente o suco para não ter que responder.
Kyungsoo tentou segurar a risada por ver o marido sem saída, mas foi algo impossível. Quando se acalmou, enxugou as lágrimas do riso.
— Eu vivi para ver o Baek sem saída! Obrigado por me proporcionar isso, Jongin!
Jongin arregalou os olhos ao perceber o que tinha feito.
— Me desculpem! Eu não quis insinuar nada!
— Tudo bem, Jongin. — o beta disse, sentindo os resquícios da vontade de rir. — Eu entendi o que você quis dizer e, realmente, se eu ou o Baek fôssemos parceiros seu, com certeza passaríamos o cio com você. — respondeu com toda certeza, sabendo do fogo que o marido tinha.
— Viu? Por que aquele idiota não passou?
— Ficar nervoso de fazer sexo com quem se ama não é algo apenas de ômegas, Jongin. Alfas também sentem nervosismo, tanto pelo ato quanto por não quererem machucar o parceiro. Talvez o Sehun tenha medo de te machucar.
— Ou ele pode estar esperando o momento certo. Como é a primeira vez dele, pode querer que seja especial e não algo feito por obrigação. — Kyungsoo completou. — Sehun é um pouco clássico. É daquelas pessoas que presenteiam o parceiro para que saibam que são amados e só avançam quando sentem que é o momento certo.
— Estou esperando esse momento certo há quase quatro meses. — resmungou. — Nunca tive tanta paciência na vida!
— Isso mostra que você realmente gosta dele. — deu-lhe um sorriso carinhoso e levantou o olhar ao ver que o alfa em questão se aproximava. — Bom dia, Sehun!
— Bom dia, Soo! Bom dia, Baek! A Medeia já comeu?
— Ainda não.
— Ela já foi lá fora fazer as necessidades?
— Já.
Jongin observou Sehun ir até o armário onde guardavam a ração, com a filhote no colo, e encher a vasilha para ela. Em seguida, o viu lavar as mãos e pegar uma maçã antes de se sentar ao chão perto do animal para acariciá-la enquanto comia. Resmungou baixinho, quase inaudível, e se levantou para se retirar sob o olhar do casal à mesa, estava irritado por ter sido ignorado. Ao se virar, deu de encontro com alguém e levou um susto ao ver Bon-Hwa.
— O que está fazendo aqui?
— Estou te chamando há cinco minutos lá fora, até te mandei mensagem e te liguei!
— Meu celular está lá em cima, desculpe. Vamos?
— Vamos.
— Não vai comer, Jongin? — Kyungsoo questionou.
— Não. Vamos aproveitar para tomar café em algum lugar.
— Cuidado com esse aí! — Baekhyun avisou ao alfa, apontando para Jongin. — Parece que come pouco, mas é um poço sem fundo. Não se deixe enganar!
Bon-Hwa riu e atrapalhou os cabelos de Jongin ao ver a cara enfezada que fazia.
— Eu sei muito bem. — assustou-se ao sentir ser puxado pela mão e acenou para o casal. — Até mais tarde!
— Até! — o beta acenou de volta, sorrindo amigavelmente para ele, e olhou para Sehun ainda sentado ao chão, o vendo olhando para trás com uma cara irritada. — Sehun. — O alfa bufou e voltou a olhar para Medeia até decidir se levantar, e sentou-se à mesa. — Vão ficar nesse jogo até quando?
Sehun encheu uma xícara de café e suspirou antes de beber um gole.
— Até ele parar de ser idiota.
— Sabe o que vai acontecer? — Baekhyun perguntou simples, espetando o garfo contra a fatia de bolo no pratinho a sua frente. — Vocês dois são teimosos, uma hora alguém terá de ceder ou irão brigar de verdade, acabando o relacionamento e levando junto a amizade.
Kyungsoo olhou surpreso para o marido, sabendo que ele não era de se intrometer em assuntos daquele tipo, apesar de ser o que mais provoca, e apenas o fazia quando realmente gostava dos envolvidos. Olhou para Sehun, vendo-o pensativo enquanto permanecia com a xícara nos lábios, e preferiu encerrar o assunto por ali, sabendo que ele havia entendido o que Baekhyun queria dizer.
Durante o trajeto até o hospital, Jongin ficou reclamando de como Sehun havia o ignorado e, ao mesmo tempo, escutava os sermões do alfa que dirigia. Sabia que Sehun tinha todo o direito de o ignorar também, mas estava revoltado com isso porque era seu plano ignorá-lo, e não ser ignorado.
Assim que chegaram ao hospital, Jongin só precisou pegar os adesivos que informavam que eles eram visitantes, já havia pedido permissão a Chin-Hwa para ver sua mãe e levar Bon-Hwa junto, e guiou o alfa pelos corredores.
— Por que insistiu para eu vir? — perguntou curioso.
— Minha mãe sabe da sua existência e, bem, sei que ela adora conhecer pessoas e que vai adorar te conhecer.
— Como ela sabe de mim? Ora, Jongin! Está namorando o Sehun e não me tira da cabeça? — brincou.
Jongin o olhou com escárnio e bateu na porta do quarto após vestirem a roupa obrigatória, e entrou ao ouvir a voz da mãe.
— Bebê, você... — calou-se ao ver o rapaz que acompanhava o filho. — Não sabia que viria acompanhado. Olá, rapaz!
Bon-Hwa ficou surpreso com a simpatia da mulher e deixou que um sorriso escapasse enquanto permanecia curvado em sinal de respeito.
— Olá, madame!
Jongin olhou indignado para o alfa e sentou-se na cadeira perto da cama, vendo a mãe rir.
— Quem é esse cavaleiro, filhote?
— Oi, mãe. — retribuiu o sorriso caloroso que ganhou e ficou feliz de ver que ela parecia melhor. — Esse cavaleiro — fez aspas ao pronunciar o adjetivo. — é o Bon-Hwa.
HyoJin se ajeitou na cama, surpresa de estar diante do alfa que já estava tão famoso nas conversas que tinha com Minseok.
— Então, você é o Bon-Hwa? Minseok fala bastante de você, isto é, falava. Ultimamente não vejo ele com tanta frequência.
— Minseok fala de mim? — sentiu o peito aquecer ao ver o sorriso de afirmação. — Fico feliz em saber.
— Ele e o Chanyeol vieram aqui ontem, antes de anoitecer, mas não puderam ficar muito tempo.
— Chany veio? — Jongin perguntou surpreso.
— Uhum! Fazia tempo que não o via, continua um garoto tão bonito e adorável. Bon-Hwa, você tem sorte de ter aqueles dois!
O alfa arregalou os olhos, envergonhado.
— Mãe, eles não estão juntos!
— Não? Seriam um trio tão bonito! — Jongin ficou boquiaberto, sem reação diante ao que a mulher falava. — Torço para que tudo dê certo entre vocês.
— A senhora é uma mulher de mente aberta, senhora Kim. — Bon-Hwa afirmou gentilmente e fez uma pequena reverência. — Respeito muito isso.
— Você é alguém de mente aberta, Bon?
— Está mais para boca do que para mente. — Jongin murmurou e ganhou um soquinho na cabeça. — Ai, mãe!
— Sim, eu sou.
— Então eu tenho certeza de que tudo dará certo, querido.
O alfa sorriu carinhoso, pensando no quando havia sido uma boa ideia ter aceitado o convite de Jongin, a mulher realmente o estava dando um fio de esperança.
— Posso perguntar uma coisa, senhora Kim?
— Me chame de HyoJin. Não precisa ser formal comigo e pode perguntar o que quiser.
O rapaz demorou alguns segundos, pois procurava as palavras certas para perguntar.
— A senhora sabe se é possível alguém ter conexão com duas pessoas?
Jongin olhou surpreso para o alfa e, em seguida, olhou para a mãe.
— Você e o Minseok tiveram conexão, e o Chanyeol teve pelo Minseok, é por isso que pergunta? — Jongin questionou ao rapaz.
— Sim. — respondeu baixo.
Hyojin suspirou antes de responder.
— Bon, eu não vou te responder porque não quero que tenha pensamentos errados. A conexão é como se fosse um aviso de que a pessoa é a parceira ou parceiro ideal, mas vai de cada um aceitar ou não. O que importa são os reais sentimentos que uma pessoa nutre pela outra. Minseok realmente gosta do Chanyeol mesmo que não tenha tido a conexão, entende? Ele teve conexão com você, mas ele está em um processo de aceitação, imagino. Minseok é um ótimo garoto, se ele te aceitar e aceitar o Chanyeol, não será por causa da conexão, mas sim por causa dos sentimentos que nutre por vocês. Dê um tempo para eles entenderem toda essa avalanche de sentimentos e informações novas. — Bon-Hwa agradeceu baixinho e fez outra reverência, dessa vez ganhando um xingo da mulher por insistir em ser formal. — Bebê, agora me conta, como você está? Como está o Sehun? Por que ele não veio? Tae Won está bem? Você viu que gracinha a filhinha dele? Tae Won me mostrou foto de todos os garotos da mansão, eles são tão lindos! E o pequeno Lu parece ser uma fofura! Eu também vi foto da sua cachorrinha. Medeia, acertei? Ela tem cara de ser sapeca.
Jongin saiu do quarto atordoado por causa das várias perguntas que teve de responder e pelo xingo que levou por estar se vingando de Sehun. Por outro lado, Bon-Hwa se divertiu muito com a animação da mulher e por ver o ômega tão envergonhado com as coisas que ela falava.
— Eu não sabia que você tinha contado para ela que já transamos, bebê. — provocou ao saírem do hospital e, para sua própria segurança, saiu correndo para não apanhar de Jongin. — Obrigado por ter me apresentado sua mãe, ela parece ser legal e, bem, me ajudou com algumas coisas. — agradeceu ao estarem dentro do carro.
— Usa os apelidos dela comigo e eu juro que te deixo estéril!
O alfa riu e atrapalhou os cabelos de Jongin, mas no fundo sabia que ele era bem capaz do que havia dito.
O dia passou tranquilamente, com Jongin ainda ignorando Sehun e vice-versa. Diferente dos anos anteriores, dessa vez não teriam a presença de Yifan no Natal, mas teriam Jongin e convidados.
Jongin passou a tarde toda seguindo Kyungsoo e quem achasse que seria digno de sua curiosidade, queria saber o que faziam naquela data, se poderia ajudar em algo, se deveria seguir algum costume, mas, por fim, acabou percebendo que era mais um dia normal, exceto pela movimentação do beta que preparava a ceia e as crianças que montavam a árvore natalina, que haviam esquecido de montar na data certa por causa da correria do dia a dia. Se contentou em ajudar Kyungsoo em pequenos afazeres e a brincar com Medeia, aproveitando para tentar fazê-la obedecer algum comando, o que só aconteceu uma vez.
Quando Bon-Hwa chegou no início da noite, Jongdae logo correu para recebê-lo e ficou extremamente feliz ao saber que havia ganhado o videogame que o alfa prometera levar para ele jogar.
— Você não tinha videogame nenhum, não é? — Minseok perguntou baixinho ao se aproximar por trás.
— Como sabe? — devolveu a pergunta no mesmo tom.
— Esqueceu que já fui na sua casa? Não me lembro de ter visto videogame lá.
O alfa olhou para o garoto ao seu lado, este sorria vendo a felicidade da criança enquanto tirava o objeto da caixa com a ajuda de Baekhyun.
— O que importa é que ele está feliz. — respondeu olhando para a agitação de Jongdae. Minseok observou o perfil do alfa e sorriu ao pensar que ele realmente estava demonstrando ser uma boa pessoa. — Cadê o Chanyeol?
Minseok ficou tomado de vergonha ao ser pego o encarando.
— Já que chega. Com licença!
Bon-Hwa o observou se distanciar quase que correndo e ficou observando a movimentação dos rapazes até ouvir alguém batendo na porta, e prontamente a atendeu mesmo não sendo um morador da mansão. Deparou-se com Tae Won e sua bebê no cinto canguru e se viu sendo analisado da cabeça aos pés.
— O que está fazendo aqui?
— Kasper! — viram Junmyeon se aproximar para receber o amigo. — Entrem, está frio. Veio bem? Posso pegar essa lindinha?
Bon-Hwa fechou a porta e observou os dois se distanciarem conversando, e suspirou. Ao decidir voltar para a sala, ouviu uma leve batida na porta e se virou para atender, mas não foi necessário tal trabalho ao ver Chanyeol entrar e deixar o guarda-chuva ao lado da entrada. Olhou para ver como estava o tempo antes do beta fechar a porta e viu que caia uma fina chuva de neve.
— Ah! Já chegou. Como passou de ontem?
— Hã? Está falando comigo?
Chanyeol arqueou uma sobrancelha.
— Hum... é.
— Falei que ele estava chegando! — ouviram Minseok dizer alegre e observaram o ômega se aproximar correndo para beijar o namorado. — Veio sem problemas?
— Sim.
— Bon. — chamou o alfa quieto no canto.
— Hum?
— Jongin está chamando, ele está lá no quarto dele.
— Eu... Vou lá ajudar ele.
Minseok observou o alfa se distanciar o mais rápido que suas pernas permitiam e o chamou antes que sumisse de vista.
— Você também veio sem problemas?
O rapaz não entendeu o motivo da pergunta, mas assentiu em resposta e continuou seu trajeto ao ver o sorriso do ômega.
Chanyeol olhou para Minseok, que retribuiu o olhar, e respirou fundo antes de deixar um beijo em sua cabeça e atrapalhar seus cabelos.
— Jongin! — deu duas leves batidas na porta. — Posso entrar?
— Entra!
Bon-Hwa abriu a porta e, vendo que o garoto estava vestido, entrou e a fechou. Olhou Jongin da cabeça aos pés e não evitou um assobio admirado.
— Uma pena que você tem o Sehun e eu sosseguei. — umedeceu os lábios e mordeu o lábio inferior enquanto dava uma última olhada. — Como sempre, lindo.
— Argh! Para com isso!
— Não vai usar o cropped? — ignorou o protesto.
— Não. Se estivéssemos em outra data, eu até usaria. Não ficou estranho? Não estou acostumado a usar roupas chamativas.
Bon-Hwa pegou o celular e tirou uma foto, aproximou-se do ômega e o mostrou.
— Confie em mim. Está lindo.
— Modéstia parte, estou mesmo!
O alfa riu e guardou o aparelho.
— Uma pena que não quis usar o colete.
— Bon! Está frio e não é uma data adequada!
— Por que quis vermelho? — sentou-se livremente na cama.
— Porque é a cor favorita do Sehun.
— E qual é a sua cor favorita?
— Hum... Gosto de preto, vermelho e... azul. E você?
— Preto e cinza. — observou o garoto ajeitar o cabelo. — Já vai descer?
— Já chegou alguém?
— Só eu e o Chanyeol. Ah, é, aquele jornalista também.
— Tae Won?
— Uhum.
— Já vou descer, só preciso achar...
— Gargantilha?
— O quê? Não! — deu um tapa no sapato do alfa. — E tira o pé da cama! — o viu obedecer rapidamente. — Quero o meu celular. — viu o alfa pegar o aparelho na cama e o oferecer. — Obrigado. Acho que é só. — assustou-se ao vê-lo se levantar de uma vez e se aproximar, cheirando seu pescoço. — O que diabos está fazendo?
— Perfume. Esqueceu de colocar perfume!
Jongin suspirou ao perceber que não tinha perfume. Saiu do quarto e foi ao de Minseok, mas também não encontrou. Correu para o quarto de Yixing e suspirou ao encontrá-lo terminando de se arrumar.
— Tem perfume, Xing?
O garoto arregalou os olhos ao ver o amigo e não disse nada, apenas entregou o frasco do perfume que tinha e o pegou de volta ao ser usado.
Jongin voltou para seu quarto e perguntou pela última vez ao alfa se estava tudo certo, ouvindo o mesmo elogio que antes.
Bon-Hwa desceu na frente ao receber mensagem da irmã avisando que havia chegado. Encontrou a gêmea na sala com a esposa e a abraçou, logo questionando se ela e o bebê estavam bem, mesmo que a tivesse visto poucas horas antes. Hei não se importou com o rapaz importunando a irmã, já estava acostumada e, algumas vezes, quando não estavam no trabalho, se juntava a ele. Lu Han tinha toda a atenção da alfa, que se encantou com a doçura e educação dele.
Baekhyun e Junmyeon levaram mais tempo do que deveriam para conseguirem instalar o videogame para Jongdae e suspiraram aliviados ao verem a tela da televisão ligar, ouvindo uma risada de Tae Won que observava todo o trabalho que tiveram. Jongdae não se aguentava de ansiedade para poder jogar, sempre quisera um videogame, mas nunca ganhou um e sabia que não deveria insistir tanto.
— Da próxima vez, a gente lê o manual. — Junmyeon disse para Baekhyun, que havia insistido de que não precisavam de instruções.
— Combinado.
Jongdae escolheu entre um dos três jogos que também ganhara e se aproximou do videogame, ficando confuso de como deveria colocar o CD, e obteve ajuda de Baekhyun. Porém, em vez de chamar o irmão ou Baekhyun para jogar consigo, chamou Bon-Hwa, o que fez os dois alfas da casa protestarem até se renderem à face pidonha do ômega.
Jongin descia conversando com Yixing sobre coisas banais quando todos se viraram para vê-lo. Yixing, que não tinha nada a ver com a história, sentiu-se envergonhado ao ter toda a atenção na direção deles e desceu correndo para ficar perto de Junmyeon. Jongin ignorou os olhares e o sorriso malicioso de Bon-Hwa, pensando que certas coisas realmente não mudavam no alfa, procurou por Sehun na sala e não o encontrou. Suspirou e se aproximou do sofá, cumprimentando Tae Won, Jae-Hwa e Hei antes de se sentar na poltrona.
— Está bonito, Jongin.
Olhou para a ômega perto de si, ela sorria sincera, e sentiu a vergonha finalmente o atingir. Murmurou um “Obrigado.”, pensando se deveria dizer “Você também está.”, mas desistiu ao ver que Hei prestava atenção e não sabia se ela acharia ruim ou não. Bufou, relaxando a postura, ouvindo um risinho da maioria dos que estavam presentes.
— Ah! Eu perdi? — ouviram Bon-Hwa indignado. — Quero revanche!
Jongdae riu divertido.
— Não, hyung. São três rounds justamente para não ter revanche. Quem vem? — perguntou olhando para os outros.
Minseok pegou o lugar do alfa e jogou com Jongdae, perdendo feio. Chanyeol pegou o lugar do namorado e, diferente dos dois antecessores, venceu Jongdae e viu Bon-Hwa pegar seu lugar.
— Aceita o desafio? — o alfa estendeu a mão.
— Você perdeu para o Jongdae.
— Mas não vou perder para você.
Chanyeol apertou a mão do alfa e se viraram ao mesmo tempo para Minseok, e disseram:
— Min, para quem vai torcer?
O ômega, que estava brincando com a filha de Tae Won, arregalou os olhos e sentiu o rosto esquentar de vergonha. Procurou por alguma saída, olhando para cada um que estava na sala, mas apenas os encontrou interessados em sua resposta.
— Eu... Eu vou torcer é por mim, vocês que se virem! — ditou revoltado.
Chanyeol e Bon-Hwa resmungaram e, por um breve momento, se encararam antes de começarem a jogar, ouvindo as gargalhadas.
— Parece estar divertido. — Sehun comentou.
Kyungsoo olhou para o alfa tentando espiar o que acontecia na sala e sorriu, sabendo que ele estava doido para se juntar aos outros.
— Pode ir, Sehun. Eu termino aqui.
— Não. Eu disse que ia te ajudar.
— Só falta colocar as carnes no forno. Você já ajudou bastante. — pegou uma travessa com petiscos e se aproximou do garoto. — Aqui. Leva lá para eles e pode ficar por lá, eu já vou.
Sehun pegou a travessa e foi para a sala, encontrando Chanyeol e Bon-Hwa jogando e conversando como se fossem amigos de longa data, e entendeu que as risadas dos outros eram por causa deles. Parou pouco atrás da poltrona e procurou por Jongin, achando estranho de estar sentindo seu cheiro, mas não o ver.
— Quem quer petiscos? — passou pela poltrona, ficando pouco atrás dos rapazes que jogavam. — Yixing, pega a mesinha de centro que está ali no canto, por favor? Vou...
Sehun finalmente percebeu que Jongin estava na poltrona, com Lu Han no colo. Olhou o garoto da cabeça aos pés, ficando sem reação por longos segundos. Jongin vestia terno vermelho, uma blusa preta por baixo do paletó aberto e sapatos pretos, e seus cabelos estavam bem arrumados, o que era um milagre. O perfume familiar chegou em suas narinas, o fazendo despertar da visão que tinha.
— Sehun? — ouviu Yixing o chamar. — A mesa.
Sehun pigarreou e deixou a travessa em cima da pequena mesa de centro, e voltou para a cozinha, mas não antes de dar uma última olhada em Jongin e franzir o rosto ao perceber um cheiro diferente do perfume de Yixing e o cheiro normal do namorado. Era cheiro de um alfa que conhecia muito bem.
Assim que Sehun saiu, Jongin resmungou decepcionado. Havia se arrumado tanto para se deparar com o alfa vestindo uma calça moletom preta com blusa de lã azul marinho e chinelo slide cinza com meias pretas. Olhou para os rapazes e viu que eles também vestiam roupas confortáveis, e que apenas os convidados usavam roupas mais formais.
Sehun só voltou para a sala quando Kyungsoo foi para lá e sentou-se na poltrona quando Jongin se levantou para pegar petiscos, e o ômega quase sentou em seu colo, se não fosse o aviso de Yixing. Jongin lançou um olhar irritado para o alfa e sentou-se no chão ao lado de Minseok, e abraçou o amigo.
Minseok poderia dizer que estava feliz por ver Chanyeol e Bon-Hwa se dando tão bem, para a surpresa de todos. Quando não estavam discutindo por causa do jogo, estavam conversando sobre seus filmes, séries, músicas e jogos favoritos, vez ou outra até mesmo comida surgia no meio dos itens em comum. Apesar da felicidade de vê-los iniciando uma amizade, se sentia desconfortável quando beijava Chanyeol na frente do alfa, não queria magoá-lo, mas também sabia que não havia nada de errado com a demonstração de carinho.
Agradeceu aos céus quando Jongin sentou ao seu lado à mesa, fazendo com que Chanyeol sentasse em outro lugar, mesmo sabendo que o amigo só estava querendo provocar o namorado. Sehun, por outro lado, sentou-se entre Jae-Hwa e Tae Won, e permanecia calmo diante as várias provocações de Jongin, que eram basicamente abraçar Minseok, Chanyeol e Bon-Hwa, neste último foi preciso que se controlasse ao extremo. Minseok queria bater nos dois por tamanha insistência de não deixarem o orgulho de lado e conversarem sobre o problema que os estavam levando àquilo.
Após o jantar extremamente agitado, amigável e recheado de elogios a Kyungsoo pela comida saborosa, Jae-Hwa começou a dar pequenos sermões e tapas no irmão por estar ajudando Jongin na vingança contra Sehun. Hei, apesar de algumas vezes achar graça das provocações, sabia que poderia acabar prejudicando de vez o relacionamento dos dois e também deu sermão no rapaz, que tentou se defender dizendo que havia sido um pedido de Jongin. Ao contrário das duas, Tae Won manteve-se calado diante a situação, não havia sido difícil ver que algo estava acontecendo entre eles e entendeu melhor a situação quando teve uma breve explicação de Kyungsoo.
Sehun manteve a calma diante as provocações até pouco mais de onze horas, quando não aguentou mais ver Jongin deitado no sofá com a cabeça no colo de Bon-Hwa, tendo seus cabelos acariciados por ele, e as pernas esticadas no colo de Chanyeol, que tentava se manter o mais imóvel possível sabendo que Sehun, apesar de quieto, estava os observando com uma cara de dar medo em qualquer um. O alfa parou de brincar com a bebê em seu colo e a entregou ao pai. Levantou-se em silêncio e aproximou-se do sofá, chamando a atenção dos adultos para o que faria. Jongdae e Lu Han estavam jogando videogame, alheios ao que acontecia atrás deles.
Jongin observou Sehun parado a sua frente, estranhando sua atitude repentina, e assustou-se ao ser pego no colo com tamanha facilidade. Seu coração disparou e não conseguiu reagir por causa da surpresa, apenas ficou imóvel enquanto era carregado para o terceiro andar. Ao ser deixado de pé no chão, observou o alfa fechar a porta do quarto e, ao ter seus ombros tocados por ele e ouvir “Precisamos conversar”, foi tomado por uma fúria e começou a empurrá-lo, mesmo que Sehun insistisse continuar a segurá-lo.
Sehun suportou os empurrões, os tapas, os socos não tão fortes no peito e as acusações do garoto. Assim que o ouviu dizer choroso que o odiava, não suportou mais e o abraçou apertado. Sentiu o ômega soltar o peso e o acompanhou ao chão, ficando ajoelhados um de frente ao outro, e esperou que ele se acalmasse do choro.
Distribuiu selares pela face de Jongin, que não protestou, antes de começar a falar.
— Eu sei que eu fui um idiota por ter deixado você sozinho no cio.
— Ainda bem que sabe!
— Eu estava com medo, Jongin. Quando senti seu cheiro forte e te vi sendo levado por um alfa para outro lugar, eu entrei em desespero. Fiquei com medo de que pudessem te fazer algum mal. Fiquei com medo de que eu pudesse te fazer mal.
— Era o San, Sehun. Ele só queria me ajudar e você ficou bravo com ele! Eu podia ouvir tudo de dentro do camarim.
— Eu sei. Na hora eu não estava pensando direito, acabei sendo rude com ele e falei coisas idiotas. Você tem todo o direito de ficar bravo comigo por eu ter te chamado de meu, por eu ter maltratado o San, por eu ter deixado você sozinho.
— É bom que fique claro que eu não pertenço a ninguém! Quando eu casar e for marcado, se for por você, espero que respeite os meus amigos!
Jongin se espantou ao vê-lo se curvar até o chão.
— Você tem a minha palavra, Jongin. Só peço que me desculpe pelo o que fiz. Eu sei que errei e sei que o meu cio não é desculpa para os meus atos.
— Seu... cio?
— Sim. Eu não passei o seu cio com você por causa do meu, além da minha insegurança, que você já sabe, fiquei com medo de te machucar. Não quero ser que nem o meu pai.
— Seu pai?
— Antes de eu ser abandonado por causa da minha saúde, eu via minha mãe ser maltratada pelo meu pai nos cios dele. Tenho medo de acabar fazendo o mesmo com você. Eu te amo, Jongin, e não quero te machucar.
Jongin sentiu sua visão embaçar ao ouvir o relato do alfa de voz chorosa e secou os olhos antes que as lágrimas escorressem. Segurou as laterais da cabeça de Sehun, que permanecia curvado, e o fez se levantar.
— Você não é e nunca será que nem ele, Hunnie. — disse ao acariciar a bochecha do amado e encostar sua testa na dele. — Eu te perdoo, mas só peço uma coisa.
— O quê?
— Que você vá, amanhã, pedir desculpas aos rapazes, especialmente ao San.
— Eu irei.
Jongin deu um sorriso carinhoso e beijou os lábios de Sehun de maneira delicada.
— Eu já estava com saudade de te beijar.
Sehun deu um riso baixo e o puxou para mais perto, fazendo-o se sentar com as pernas em volta de sua cintura. Viu Jongin olhar para baixo e entendeu que ele olhava para suas cinturas a míseros centímetros de distância, e ignorou seu olhar, e possível pensamento, malicioso. Segurou a nuca de Jongin e o puxou para um beijo mais afoito, como se aquilo pudesse acabar com um pouco da saudade que também sentira dele.
Cessaram o beijo para poderem respirar e, não satisfeito, Jongin se aproximou mais, fazendo suas cinturas se tocarem. Viu o olhar questionador de Sehun e mordiscou seu lábio inferior antes de tentar tomar seus lábios em outro beijo. Resmungou quando o alfa distanciou a boca e sentiu os lábios dele beijarem seu maxilar, deixando uma mordiscada nele antes de descer para o pescoço, onde parou.
— Por que sua roupa está com cheiro daquele alfa? — precisou questionar, estava incomodado com aquilo.
— Porque eu emprestei do Bon. É bonita, não é? Tem um colete e uma gargantilha, mas optei por não usar.
— Por que está usando roupa dele?
— Porque eu sei que você gosta de vermelho e eu não tinha nenhuma roupa dessa cor, além do cropped que você me deu. — Ouviu um resmungo do alfa e levou um pequeno susto ao ser impulsionado para trás, e deu um risinho ao vê-lo em cima de si. Rodeou as pernas na cintura de Sehun e os braços no pescoço. — Sabe, eu estava puto da vida porque me arrumei para te provocar e você apareceu com essa roupa que mais parece pijama, mas agora agradeço por você estar usando ela.
Sehun queria rir, mas teve que morder o lábio inferior na tentativa de conter um gemido ao sentir a mão do garoto dentro de sua calça.
— Senti sua falta, Nini.
O ômega deu um risinho e o empurrou para inverter as posição, e sentou-se sobre ele.
— Também senti sua falta — inclinou-se até o ouvido do alfa. —, Hunnie. — levou a mão para dentro da calça moletom, sentindo o pênis ficar duro conforme o masturbava. Sehun começou a puxar o paletó vermelho até retirá-lo, o cheiro de Bon-Hwa na roupa o estava deixando irritado, e levou seus lábios à pele morena, onde deixou beijos molhados até Jongin se erguer. — Se achou que eu ia te perdoar tão facilmente sem te deixar um castigo, pensou errado, gatinho.
Jongin estava com um sorriso travesso quando se levantou. Pegou um casaco de Sehun no guarda-roupa e o vestiu antes de sair, deixando o alfa excitado sozinho no quarto. Ao chegar na sala, percebeu os olhares curiosos em sua direção e apenas sorriu enquanto se sentava no chão em frente a Chanyeol. Ninguém ousou questionar o que eles tinham resolvido, até porque não foi necessário, pois, minutos mais tarde, Sehun desceu furioso e, quando todos acharam que ele seria capaz de agredir alguém, apenas jogou o paletó vermelho em Bon-Hwa e mandou que levasse a roupa embora.
O resto da noite passou tranquila, com todos aliviados ao verem que Jongin e Sehun haviam se acertado, apesar de ainda continuarem se provocando. Quando as visitas decidiram ir embora no início da madrugada, ouviram de Kyungsoo que era melhor ficarem, pois estava nevando e poderia ser perigoso voltarem no escuro e com a pista escorregadia.
— Temos lugar para todo mundo, não se preocupem. — Baekhyun completou para reforçar a ideia de ficarem. Lu Han já dormia em seus braços.
— Vocês têm certeza? Não queremos incomodar mais. — Hei perguntou.
— Vocês não incomodam em nada. — Kyungsoo respondeu.
— Acho melhor a gente ficar. — Jae-Hwa disse. — Eles têm razão, é perigoso voltarmos com esse tempo.
— Tae, você fica também, viu? — Kyungsoo avisou.
— Tudo bem. Eu durmo em qualquer lugar.
— Jae, Hei, vocês podem dormir no quarto do Yifan, a cama é grande suficiente para ficarem confortáveis. — Kyungsoo propôs e, vendo que aceitaram, pediu que Junmyeon e Yixing as acompanhassem até o quarto. — Tae, você...
— Tae Won pode ficar no meu quarto. — Minseok ofereceu. — Jongin e o Sehun já subiram, mas acho que não vão dormir juntos, e é melhor que o Tae pode ficar à vontade com a bebê.
— E onde você vai dormir? Falta você, o Chanyeol e o Bon-Hwa.
— Não se preocupe, Tae, a gente dá um jeito aqui na sala. Pode ficar à vontade para usar o meu quarto.
— Se realmente não tiver problema, eu aceito.
— Vou te acompanhar até lá. Chany, já volto.
Vendo que só faltavam eles para se arrumarem, Kyungsoo se despediu e foi embora com o marido e o filho.
Minseok voltou pouco depois e deixou duas cobertas, algumas roupas e lençóis em cima do sofá. Esticou dois lençóis para forrar o tapete e dobrou três blusas para usarem como travesseiros, e esticou outro lençol antes de fazer o mesmo com uma coberta.
— Quem dorme no sofá?
— Pode ser você.
Minseok olhou para Chanyeol e o viu concordar com o alfa.
— Não se matem, por favor.
— Sua confiança em nós é surpreendente. — o beta provocou.
Minseok fingiu o imitar e arrumou o sofá para si.
Ficaram conversando no escuro até o sono atingir primeiro ao ômega, fazendo Chanyeol e Bon-Hwa ficarem em um clima, não desagradável, mas estranho, pois tiveram de deitarem próximos por causa da coberta, e ficaram de costas um para o outro.
— Boa noite.
O alfa virou o rosto para trás e observou as costas do beta.
— Boa noite, Chany.
Bon-Hwa permaneceu acordado mesmo após Chanyeol ter dormido, o que pensou ter sido uma coisa boa, pois pôde perceber que Minseok se encolhia de frio no sofá. Pensou no que deveria fazer e levantou-se, tomando cuidado para não acordar o beta, e tirou a coberta de Minseok, vendo-o acordar com seu ato.
— O que...
— Shii! Está tudo bem. Você está com frio.
— O que vai fazer? — questionou ao sentir as mãos do rapaz rodearem seu corpo.
— Confie em mim.
Vendo que o alfa não tinha nenhum intuito malicioso, Minseok aceitou ser pego no colo e só entendeu o que ele queria fazer ao ser colocado com cuidado no chão. O observou esticar a outra coberta por cima da que já estava no chão e se deitar ao seu lado ao arrumar a blusa como travesseiro. Suspirou aliviado ao sentir que aquele lugar, entre o alfa e o beta, estava mais confortável e quente.
— Obrigado.
O alfa o encarou por um breve instante e soltou um “Hum” antes de se virar, ficando de costas para ele. Minseok o observou por alguns segundos e, sentindo o sono pesar, virou-se e abraçou o corpo de Chanyeol.
Yifan estava sentado à sua mesa de trabalho na delegacia, havia chegado de viagem mais cedo do que o previsto e havia optado por fazer hora extra para ajudar os colegas caso ocorresse alguma solicitação de viatura. Suspirou de olhos fechados e alongou o pescoço, massageando os ombros e sentindo sua marca incomodar.
Ouviu algo contra a mesa e viu uma xícara de café quente, e olhou para a beta apoiada no móvel.
— Noite longa?
Yifan respirou fundo e pegou a xícara.
— Normal.
— Faz alguns minutos que cheguei e vi que não para de tocar a sua marca. Seu ômega está no cio?
— Eu não tenho um ômega.
A mulher sabia da existência de Zitao graças às inúmeras vezes que o alfa fazia questão de falar sobre ele para os colegas até todos perderem a paciência e saírem para fazer ronda, e sabia também do problema que eles tinham.
— Mas... o Zitao...
— Nós terminamos... mesmo não havendo nada. Zitao não está no cio, é diferente a sensação. Essa está mais para... tristeza, eu acho.
— Por que não vai vê-lo para saber o que está acontecendo?
— Ele está bem, está na mansão com os rapazes.
Yifan pegou o celular e mostrou uma foto que Baekhyun tirou durante o jantar e mandou no grupo. Zitao era o único desanimado em meio à bagunça.
— Este não é o modelo Bae Bon-Hwa?
— Sim. Esta é a irmã dele, Jae-Hwa, a esposa dela, Hei, e um antigo integrante da mansão, Kim Tae Won. — apontou para cada um conforme falava.
— Kim Tae Won... Ele é o filho do Kim Chin-Hwa, não é?
— Hã? Filho? — olhou confuso para a foto na tela do celular.
— É. — Yifan deu espaço para que a colega usasse seu computador e a viu abrir uma página jornalística com fotos de Tae Won. — É ele, não é?
— Sim, é o Tae.
— Então. Ele é filho do Kim Chin-Hwa, dono da mansão onde vocês moram. Não sabia disso?
Yifan olhava as fotos, sem acreditar no que estava ouvindo.
— Tem certeza disso?
— Uhum. — observou a mulher procurar informações sobre o alfa Kim e se questionou o porquê de nunca ter feito aquilo. — Achei. Tae Won é filho de um caso que o Chin-Hwa teve com um ômega pouco antes de se casar com a Kim HyoJin. Tae Won é o primogênito dele.
— Ele tem mais filhos?
— Ele tem um filho com a HyoJin.
— Sabe o nome?
— Hum... Ele virou modelo há pouco tempo, você deve conhecer. Qual era mesmo o nome? Ele é só um ano mais novo que o Tae Won. — dizia enquanto olhava para os escritos na tela, procurando pelo nome. — Kim Jongin!
Yifan quase derrubou a caneca de café ao ouvir o nome e olhou o escrito na tela. Pegou o celular e aproximou a imagem em Jongin.
— Esse aqui?
A mulher olhou para o garoto na foto.
— Ele mesmo!
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