Bon-Hwa acordou cedo e encontrou Minseok andando de um lado ao outro do quarto, e se questionou se ele ao menos havia dormido. Verificou o celular para conferir se havia alguma mensagem de Chanyeol e, ao ver que não havia nada, deduziu que ainda estivessem dormindo. Quando viu Minseok sair do quarto, foi atrás dele com medo de que pudesse ir enfrentar Sehun novamente. Relaxou-se ao vê-lo descer e deduziu que iria tomar o café da manhã. Aproveitou para ir ao banheiro, e depois desceu.
Na cozinha, Minseok comia algumas frutas acompanhado do namorado quando Jongdae entrou. O garoto olhou em volta, achando estranho de a mansão estar vazia, e juntou-se a eles. Alguns minutos depois, Kyungsoo apareceu com cara de sono e, cansado, os desejou um bom dia.
— O que aconteceu? — Jongdae questionou. — Voltamos tarde da festa?
— Também. — Bon-Hwa respondeu.
— Também? Aconteceu alguma coisa?
— Daqui a pouco o seu irmão acorda e te conta. — Kyungsoo disse. — Tome o seu café da manhã tranquilo.
Jongdae ficou assustado e começou a se questionar o que poderia ter acontecido. Alguém tinha morrido? Alguém tinha brigado? Se machucado? Ninguém ficou com herança nenhuma? De surpresa, Medeia pulou nele e Jongdae achou estranho de Jongin não estar com ela.
Como Kyungsoo havia pedido, Jongdae tomou seu café da manhã como de costume e foi para a sala assistir televisão. Depois de quase uma hora, viu Sehun descer calado e com cara de que não havia dormido, ir para a cozinha e voltar calado para o quarto. Não precisou pensar muito para deduzir que todo aquele clima estranho tinha alguma coisa a ver com Jongin.
Curioso, subiu em silêncio para o andar dos alfas e tentou sentir o cheiro de Jongin através da porta do quarto de Sehun, mas não havia qualquer sinal de que ele poderia estar lá. Estranhando, desceu um lance da escada e foi até a porta do quarto de Jongin. Deu uma leve batida e a abriu de olhos fechados, pronto para recuar ao primeiro sinal de que ele poderia estar em um momento privado. Ao perceber que não ouvia nenhum barulho, abriu os olhos e viu que o quarto estava vazio. Assim que saiu para o corredor, deparou-se com o irmão o observando e que aparentava estar irritado. Fechou a porta rapidamente e ficou cabisbaixo.
— Eu juro que não estava aprontando.
— Por que estava no quarto do traidor?
— Eu estava procurando... Traidor? — olhou confuso para o irmão. — Quem é traidor?
— Jongdae. — o garoto virou-se ao ouvir a voz de Yixing. — Alguém já acordou?
— Kyungsoo, Minseok e Bon-Hwa.
— Hum. Vá ficar com eles, por favor. Quero conversar com o seu irmão.
Jongdae sentiu que o clima estava pesado e o obedeceu, apesar da curiosidade.
Yixing caminhou até Junmyeon e parou de frente para ele. Como já havia tentado conversar com o noivo no caminho para casa depois da festa, sabia que ele não concordava com seu ponto de vista.
— Pensou melhor sobre o assunto?
— Jongin é traidor e ponto final!
Yixing suspirou e não se deixou abalar pela irritação do alfa.
— Jongin gosta da gente e nunca nos magoaria de propósito.
— Então por que ele mentiu para nós? Hum?
— Ele fez o que fez para proteger a mãe dele. Eu te disse, o Jongin recebeu ordens do pai para não revelar quem ele era.
— Desde que chegou ele demonstrou que andava fora da linha. Ele não poderia ir contra a ordem?
— E correr o risco da mãe dele perder o tratamento médico?
— Chin-Hwa nunca a deixaria sem apoio.
— Ele deixou, Junmyeon. — percebeu que o alfa ficou desconfortável com sua afirmação. — Depois que eles se separaram, ele não ajudou mais. Você ouviu o discurso dele de ontem. Ele abandonou o próprio filho enquanto adotava a gente. Só no ano passado que ele levantou a mão para ajudar a mulher e com a condição de que o Jongin viesse para cá. Você acha isso justo? — ao ver Junmyeon virar a cara, percebeu que ele não mudaria de opinião. Suspirou pesaroso. — Eu irei contar para o Jongdae sobre o que houve. Se quiser me acompanhar para garantir que não irei mentir...
Junmyeon ficou surpreso com o tom de Yixing e o observou caminhar em direção da escada. Sua marca no pescoço começou a arder e seu corpo sentiu como o noivo estava chateado consigo.
— Yixing...
Yixing parou antes de começar a descer e olhou cabisbaixo para ele.
— Eu sabia que você era um pouco cabeça-dura, mas apaixonei-me pela boa pessoa que você é. Eu não esperava isso de você, Junmyeon.
O alfa observou-o sumir. Estava assustado com o que estava sentindo através da marca. Yixing nunca havia usado a marca para demonstrar seus sentimentos, mas naquele momento ele queria que soubesse como se sentia.
Yixing preferiu esperar até o horário de almoço para contar a Jongdae o que havia acontecido. Como não havia ocultado nenhuma informação, não tinha nada que Junmyeon ou alguém pudesse reclamar. Porém, foi a sua maneira calma e sem acusar ninguém que deixou Jongdae livre para decidir sozinho o que achava da situação. Percebendo que a criança estava pensativa, aproveitou que todos estavam escutando a conversa para contar que conhecia Jongin antes mesmo dele ir para a mansão e que, durante aquele tempo, ele não havia mudado em nada.
Yixing ganhou a ajuda de Minseok e de Yifan para tentar fazer Sehun, Zitao e Junmyeon mudarem de ideia. Zitao demonstrou uma leve inclinação a perdoar Jongin, mas não confirmou nada; estava chateado e levaria algum tempo até que pudesse se decidir. Sehun continuou sem se pronunciar e Junmyeon continuou a recusar em perdoá-lo.
Quando todos estavam almoçando, Jongdae chegou a uma conclusão:
— Só recapitulando rapidinho. — anunciou em um momento de silêncio e teve toda a atenção para si. — Jongin é filho biológico do Chin-Hwa, mas foi abandonado pelo pai ou saiu de casa, algo assim. Ele morava com a mãe que ficou doente e que não podia pagar por tratamento. Aí ano passado o Chin-Hwa levou a mãe dele para se tratar em troca de que o filho vivesse com a gente. Detalhe: durante todo esse tempo, aquele velho estava cuidando da gente e não do próprio filho. — Jongdae continuou a falar sem perceber que quase fez Bon-Hwa, Kyungsoo e Baekhyun rirem ao chamar Chin-Hwa de velho. — E a única coisa que o Jongin não poderia fazer era contar pra gente que ele era filho biológico do Chin-Hwa, coisa que, pasmem, o Tae Won também não pôde fazer e não estou vendo ninguém crucificar ele.
Yifan observou os rapazes ficarem quietos e com cara de culpa. Jongdae tinha razão, ninguém estava falando sobre Tae Won.
— E o que você acha disso, Dae? — questionou ao garoto.
— Bem... — colocou a mão no queixo, pensativo: — Se eu não entendesse o motivo dele ter feito isso, eu ficaria no máximo chateado, mas nunca o chamaria de traidor. — olhou bravo para o irmão que abaixou a cabeça ao entender a indireta bem direta.
— Então não está com raiva dele? — Yixing perguntou.
— Não. Jongin não fez nada de errado. Ele ama a mãe dele e estava protegendo ela. Não vejo motivos para ficarem com raiva dele. — Sehun largou o garfo e saiu da mesa. Jongdae o observou e balançou a cabeça, indignado. Nunca entenderia os adultos. — Eu só não entendo uma coisa.
— O que você não entende?
— O Jongin e o Tae Won são filhos biológicos do Chin-Hwa, mas em nenhum momento vocês mencionaram o que eles receberam de herança. — os rapazes se encararam e até mesmo quem estava com raiva de Jongin percebeu que Jongdae tinha razão. — Eles que têm mais direitos não receberam nada? — Jongdae observou os rapazes e percebeu que ninguém havia pensado naquilo. — Vocês são um bando de adulto reclamando de barriga cheia!
Enfezado, Jongdae pegou seu prato e foi terminar de comer na sala enquanto assistia um programa de mágica.
— Esse menino tem coragem. — Bon-Hwa comentou para quebrar o silêncio.
Yifan riu achando graça da situação, mas estava orgulhoso de Jongdae ter notado o que nem mesmo ele havia percebido.
— Ele daria um ótimo detetive.
Junmyeon o olhou bravo.
— E correr risco de receber um monte de tiros igual você? Nem por cima do meu cadáver!
Yifan deu um riso nasalado.
— Você ainda não percebeu, mas o Jongdae está crescendo e ficando cada vez mais independente. Chegará um dia que você não vai mais conseguir controlar o seu irmão.
Chanyeol levou Jongin para a mansão no final da tarde. Assim que entraram, percebeu o clima desagradável que tomou conta do lugar. Observou Jongin subir calado para o quarto e deu atenção a Minseok, que se aproximou para perguntar como o amigo estava, e descobriu que Bon-Hwa havia ido para casa.
Yifan bateu na porta aberta do quarto e entrou ao ver que Jongin não se importava. Aproximou-se da cama e percebeu que o garoto arrumava as malas.
— Para onde vai?
— Embora.
— Por quê?
Jongin respirou fundo e jogou a camiseta na cama.
— Veio aqui para zoar da minha cara? Você foi o primeiro a me confrontar, por que está aqui agora?
Yifan respirou fundo e dobrou a camiseta que havia sido jogada.
— Eu já pedi desculpas por aquilo. Vim para ver se você está bem.
— Como posso estar bem depois do que aconteceu? Não era para nada daquilo ter acontecido!
— Não tinha como você prever que o seu pai faria aquilo.
— Ele não é meu pai!
Yifan passou a mão na camiseta dobrada para tirar o amassado, ignorando a irritação alheia.
— Olha, nós dois sabemos que esse dia chegaria. Só aconteceu antes do que esperávamos e de uma forma desagradável.
— O que você quer? Caso não tenha percebido, não estou de bom humor.
— Vim para oferecer a minha ajuda. Ainda estou limitado por causa do acidente, mas, se precisar de algo, saiba que estou aqui para te ajudar.
Jongin sentiu-se mal por ter sido rude com o alfa e o viu saindo do quarto. Chamou-o e pediu desculpas pelo modo que havia agido. Yifan apenas sinalizou com a mão que estava tudo bem e saiu. No corredor, encontrou Kyungsoo, Baekhyun, Yixing e Minseok esperando para saberem como Jongin estava e pediu para que o deixassem sozinho naquele momento.
Não seguindo o pedido, Minseok entrou no quarto e fechou a porta ao encontrar Jongin chorando. Fez com que parasse de dobrar as roupas e o puxou para um abraço apertado. Em meio aos soluços, Jongin o agradeceu por não ter ficado contra ele e pediu desculpas por não poder ter contado a verdade.
— Eu descobri sem querer. Escutei uma conversa sua com o senhor Kim. Eu fiquei irritado no começo, mas mais por você não ter me contado. Kyungsoo me explicou o motivo e percebi que eu estava sendo idiota daquela vez que fiquei sem falar direito com você. Lembra? — conseguiu arrancar um sorrisinho do amigo e o viu concordar com a cabeça. — Vai ficar tudo bem. Logo eles vão perceber que estão errados.
— Sehun... Ele falou alguma coisa?
— Está quieto. Mas veja pelo lado bom, Jongdae demonstrou ser mais maduro que aqueles idiotas. — tentou mudar o foco. — E acredita que ele percebeu coisas que ninguém tinha percebido?
— Ah, é. — disse ao voltar a arrumar as malas.
Minseok percebeu que Jongin não estava interessado e parou com aquele assunto.
— Você tem que ir mesmo?
— Será melhor se eu for. Não quero causar mais confusão.
— Para onde vai?
Jongin parou ao ver que havia pegado o cropped vermelho. Suspirou e dobrou-a. Em seguida, fechou a segunda e última mala.
— Obrigado por tudo, Minseok.
Minseok observou-o sair e percebeu que havia deixado o cropped para trás.
— Não vai levar?
Jongin parou na porta e olhou para a peça em cima da cama.
— Não.
Minseok achou estranho, Jongin adorava aquele cropped, mas compreendeu que era por causa de Sehun. Suspirou e o acompanhou para o andar inferior.
Quando chegaram na sala, Jongin ouviu Lu Han questionar para alguém se ele estava indo embora e precisou respirar fundo para se controlar. Escutou Kyungsoo e Yixing o chamarem, provavelmente para tentar fazê-lo ficar, mas os ignorou e caminhou para a saída, acompanhado de Chanyeol que o levaria embora.
— Você não precisa ir! — Jongin parou ao ouvir Jongdae dizer e ficou surpreso com o abraço que ganhou dele. — Não é justo você ir!
Jongin deixou as malas no chão e curvou-se até a altura de Jongdae, e deu-lhe um pequeno sorriso.
— Eu tenho que ir. Será melhor assim. Não quero causar mais confusões. Obrigado por tudo, Dae. Você é um garoto muito esperto.
— Eu não quero que você vá!
— Eu sei. Prometo que iremos sair bastante juntos, está bem?
Jongdae queria dizer alguma coisa para fazê-lo mudar de ideia, mas sabia que apenas uma pessoa era capaz disso. E essa pessoa havia acabado de chegar com Medeia.
— Sehun, fale para o Jongin ficar!
Sehun ficou surpreso com o pedido de Jongdae e analisou o ambiente. Retirou a coleira de Medeia, que correu feliz até Jongin, e entrou sem dizer nada.
Minseok percebeu que Jongdae queria discutir com Sehun e o impediu, dizendo que era melhor não se intrometer. Chanyeol despediu-se de Minseok e carregou as malas de Jongin para o carro. Por outro lado, Jongin estava com problemas com Medeia, que choramingava enquanto pulava em si.
— Vai levar ela? — Kyungsoo perguntou ao se aproximar.
Jongin agachou-se para acariciar a filhote, que já não era tão pequena.
— Ela ficará melhor aqui.
— Se você mudar de ideia, sobre qualquer coisa, sabe que pode nos avisar.
— Obrigado.
Jongin deu um beijo na cabeça da filhote e a entregou para Kyungsoo, que teve que a segurar firme para que não escapasse e corresse atrás do dono.
— Tem certeza disso? — Chanyeol questionou quando Jongin entrou no carro. — Você nem conversou com ele.
— Você viu como ele está.
— Tente conversar com ele. Eu espero.
— Não. Ele não quer nem me ver. — afivelou o cinto e ficou cabisbaixo. — Meu relacionamento com o Sehun acabou.
Chanyeol não insistiu. Sabia que Jongin estava chateado com toda a situação e não queria piorar. Bagunçou os cabelos do amigo e tentou confortá-lo dizendo que superaria aquela situação e que, como era bonito, facilmente encontraria outro namorado.
— Eu não sou bonito, eu sou maravilhoso! — Jongin sabia que Chanyeol estava se esforçando para ajudá-lo a melhor, e esforçou-se para fazer aquela brincadeira.
Chanyeol deu um risinho rápido. Ao ligar o carro, deu uma última olhada no amigo e o viu chorando.
Depois que Jongin foi embora, Yifan comentou que precisava ir embora naquela semana porque queria arrumar algumas coisas antes de seu cio no final do mês. Baekhyun voluntariou-se para levá-lo no dia seguinte quando fosse para o trabalho.
Junmyeon ouviu a conversa e lembrou-se que Yixing também teria um cio no final daquele mês. Sabendo que o noivo estava chateado consigo, achou melhor não ficar por perto naquele período para que não houvesse arrependimentos depois. Como as aulas iriam começar na semana seguinte, achou que também era uma boa ideia ir para seu apartamento no dia seguinte para arrumar alguns materiais.
De madrugada, quando imaginou que todos estavam dormindo, Sehun desceu para o segundo andar e parou em frente da porta do quarto que era de Jongin. Após alguns segundos, entrou, acendeu a luz e observou o lugar. Aproximou-se da cama ao perceber que uma peça de roupa havia sido deixada para trás e viu que era o cropped vermelho que havia dado de presente para Jongin. Quando Medeia entrou correndo no quarto e começou a farejar em busca do dono, Sehun percebeu que alguém poderia acordar. Ao se virar para sair, deparou-se com Minseok o observando da porta. Ignorou o olhar reprovador do ômega e saiu em silêncio.
Durante os primeiros dias, Jongdae e Lu Han eram os que mais demonstravam sentir falta de Jongin. Além deles, Medeia deixava claro a falta que sentia do dono ao chorar enquanto o procurava por toda parte. Conforme os dias passaram tediosos, sem agitação, sem discussão e sem provocação, os rapazes, mesmo os que estavam com raiva, começaram a compreender os sentimentos da filhote e das crianças: gostando ou não, Jongin havia conquistado todo mundo e sua presença fazia falta.
— Por que parece que o Jongin deixou um vazio? — Jongdae comentou ao ir buscar ajuda por causa do cio que estava começando. — A mansão não é mais a mesma.
Minseok estava em casa naquela noite e puxou Jongdae para um abraço no sofá. O cheiro do garoto estava aumentando. Por sorte, os alfas já haviam saído por causa do cio de Yixing que poderia começar a qualquer momento.
— Porque ele realmente faz falta, mocinho. Parece que alguém tem um cio na mesma época que o Yixing. Que coincidência! Está com dor?
— Ainda não. — resmungou. — Faz leite quente pra mim?
— Claro. — antes de se levantar, mudou a televisão do canal jornalístico e a colocou em um canal de desenho. — Já volto.
Minseok preparou o leite quente e retornou para a sala. Encontrou Medeia deitada no colo do garoto e aproximou-se para entregar o copo. Sentou-se ao lado de Jongdae e voltou a abraçá-lo.
— Cadê o Zitao?
— Estudando no quarto.
— O Soo já foi pra casa. Depois de beber o leite, vá dormir, está bem? Mais tarde eu subo para verificar como você e o Yixing estão.
— Uhum.
XXX
Jongin entrou no terreno da mansão e deu uma volta pelo grande quintal. Nada havia mudado desde que fora embora. Os empregados que o reconheceram cumprimentaram-no e se aproximaram para comentarem como ele havia crescido e se tornado um belo rapaz. Jongin não tinha nada contra aquelas pessoas e conversou com elas antes de entrar na mansão.
Respirou fundo ao se deparar com o lugar que lhe trazia de volta as lembranças de quando morava ali. Deu uma volta pelo andar e ficou observando a decoração enquanto esperava ser chamado pelo pai. Parou ao ouvir uma risadinha infantil e ficou surpreso de ver um bebê engatinhando sem jeito em sua direção. Reconheceu Ga-eul e a pegou no colo, e viu que Tae Won seguia devagar a filha aventureira. O irmão parou ao seu lado e olhou para o quadro que observava antes de perceber a criança.
— Também foi chamado pelo pai?
— Sim.
— Me pergunto o que ele quer falar com a gente.
— Desde quando sabia que éramos irmãos?
— Eu sempre soube. O meu outro pai me contou que o Chin-Hwa tinha outra família.
— Por que você morava na mansão?
— O meu pai também ficou doente e não pôde cuidar de mim. Quando sai da mansão, dediquei em cuidar dele enquanto trabalhava.
— Sinto muito.
— Tudo bem. Logo depois que ele se foi, dediquei em ter a minha família. — olhou orgulhoso para a filha que parecia gostar de ficar no colo de Jongin. — Será que ela sabe que você é tio dela?
Jongin sorriu ao ver a criança tentando pegar seu cabelo e a deu um dedo para brincar.
— Ela é fofinha. Tae Won, eu... Sei que não iniciamos da forma certa, mas quero que saiba que não tenho nada contra você. Eu só não me acostumei ainda com a ideia de que eu tinha um irmão esse tempo todo.
— Não se preocupe. Eu compreendo. Se você quiser, podemos nos encontrar para nos conhecermos melhor. O que acha?
— Seria legal.
Tae Won concordou e, percebendo que ficariam em silêncio, questionou:
— Como os rapazes estão? Já faz duas semanas que tudo aconteceu e eu ainda não fui na mansão para falar com eles.
— Eu não sei.
— Como assim?
— Depois do que houve, eu sai de lá.
— E onde você está ficando?
— No primeiro dia fiquei na casa do Chanyeol e agora estou ficando na casa onde eu morava com minha mãe.
— Eu não sei como está a sua situação, mas me fale se precisar de ajuda.
— Ainda sei me virar sozinho.
— Entendi. Posso fazer uma pergunta indelicada? — viu o irmão levantar os ombros, sinalizando que não se importava. — Aquele dia o Sehun não parecia bem com as novidades. Como vocês estão?
— Não estamos mais juntos.
— O quê? Ele pediu para terminar?
— Ele não falou nada, eu também não, mas, como você deve saber, dá para saber quando a situação não está legal.
Tae Won ficou surpreso de saber que eles não estavam mais juntos e preferiu não continuar o assunto ao ver que Jongin ficou chateado. Logo em seguida, foram chamados para o escritório do pai e entraram. O alfa ficou surpreso de vê-los juntos e que Jongin segurava a sobrinha.
— Estão se dando bem?
Jongin ficou quieto. Estava com raiva do pai por ter bagunçado sua vida.
— Por que nos chamou? — Tae Won questionou rude.
Chin-Hwa respirou fundo e encostou-se na cadeira.
— Sentem-se. — indicou as cadeiras para os filhos. Ao ver que eles não iriam se sentar, continuou: — Eu os chamei aqui para dar a parte de vocês da herança.
— Eu já falei que não quero nada.
— Não importa. Todo mundo recebeu uma parte.
— O que é a nossa herança? — Jongin questionou.
— Continua ambicioso?
— Eu não aguentei toda essa confusão por nada.
— Entendo. Fiquei sabendo que você saiu da mansão. Onde você está ficando?
— No lugar que eu nunca deveria ter saído.
— Entendi. Bem, não vou tomar muito tempo de vocês. — pegou duas folhas e entregou uma para cada um. — Vocês irão ficar com esta mansão. Ela tem um valor alto, então não será um problema se forem comparar com as outras partes.
Jongin leu o documento rapidamente e olhou irritado para o alfa.
— Está me zoando? Depois de toda essa merda, você vai me dar o lugar que eu mais odeio?
— Sinto muito, Jongin, mas não sobrou mais nenhum lugar.
Jongin entregou a sobrinha para Tae Won. Olhou com raiva para o pai, rasgou a folha e jogou os pedaços na mesa.
— Você é o pior.
Surpreso, Tae Won observou o irmão ir para a porta e parar para ouvir o pai dizer para ir visitar a mãe. Assim que Jongin saiu, virou-se para o pai e pegou os pedaços da folha do irmão para ver o que poderia fazer para reverter a situação.
— É uma cópia. — ouviu o pai dizer. — Eu suspeitava que ele iria agir assim.
— Por que está dando essa mansão para nós?
— A mãe do Jongin não tem muito tempo de vida. Eu fiz de tudo para tentar reverter o quadro dela e ela está batalhando para sobreviver — levou a mão até o pescoço e viu o filho abaixar o olhar ao compreender. —, mas sinto que logo ela irá partir. Quando isso acontecer, irei mudar para outra casa, mas ainda na cidade para ficar de olho nos rapazes. Sei que o Jongin não gosta daqui, mas eu queria que essa mansão ficasse na família. Agora ele tem você e acho que podem criar novas memórias nesse lugar.
— Você sabe que você bagunçou a vida dele quando o levou para a mansão, não sabe? Além disso, ele e o Sehun não estão mais juntos.
— Eu sei. Sehun é um bom garoto. Se eles realmente se gostam, logo devem se acertar. Eles ainda são jovens, têm muito tempo pela frente.
Jongin agora tinha contas para pagar e não tinha muito tempo livre. Sempre que surgia uma folga no trabalho de entregador do Correio, usava o tempo para visitar a mãe. Não foi preciso que ninguém lhe dissesse que ela não estava melhorando, apenas foi preciso observá-la para saber. Além disso, o pedido do pai para ir visitá-la era suspeito. Seu trabalho o deixava esgotado. Como não sabia dirigir, havia ficado responsável pelas entregas nas ruas próximas, mas correr de um lado ao outro era cansativo e apenas podia se dar ao luxo de chamar um táxi quando a entregar era grande. Porém, sempre que entrava no quarto da mãe, colocava o seu melhor sorriso para não a preocupar.
Na primeira quinzena do mês, Jongin encontrou Sehun duas vezes no hospital e soube por Minseok que o alfa havia ido visitar sua mãe. Ficou surpreso por ele ainda ir vê-la e, na segunda vez que o encontrou, agradeceu-o pelo gesto carinhoso com sua mãe, mas o monólogo não passou disso.
No meio do mês, Jongin recebeu uma folga de alguns dias por causa do cio que começaria. Estava encerrando o último dia de trabalho e estava esgotado. Para ajudar na situação, sentia a barriga começar a doer. Entregou a última lista de entrega no serviço e saiu. Queria chegar logo em casa para tomar um banho, comer uma boa refeição e se trancar no quarto até o cio passar. Não sabia se seu cheiro estava nítido, mas sentia alguns olhares surpresos, curiosos e maliciosos em sua direção. Havia sido um erro ter insistido em ir trabalhar naquele dia.
Adiantou o passo para chegar mais rápido em casa, mas não aguentou muito. Sentiu as pernas ficarem fracas e a visão ficar turva. Seu cio estava começando e seu corpo estava reagindo. Apoiou-se na parede e continuou andando. Sabia que não podia parar, senão seria um alvo fácil. Ao escutar alguém chamar seu nome, desesperou-se e começou a correr com o resto de força que ainda tinha. Mas o alfa o alcançou facilmente e Jongin se agachou com medo. Ao ser coberto por um casaco, ficou paralisado até perceber que ninguém o tocava. Analisou a peça de roupa que o protegia e, ao ver o símbolo da polícia, olhou para cima. Yifan estava com um pano em frente do nariz e falava ao celular enquanto o protegia.
— Você está bem? — perguntou para Jongin ao encerrar a ligação.
— Sim. O meu cio...
— Eu percebi. Eu estava falando com o San e ele vai pedir para o Hongjoong vir te buscar. Tudo bem? Vocês são amigos, não é?
— O Chanyeol pode cuidar de mim.
— Tentei falar com ele, mas não consegui. O Hongjoong trabalha aqui perto e está na cidade, ele é a melhor pessoa para te ajudar agora.
— Como me achou?
— Eu estava fazendo ronda e vi você sair do Correio. Está trabalhando lá?
— Sim. Eu insisti para trabalhar hoje, não achei que o cio ia começar já.
— Você precisa ter mais cuidado. O seu cheiro está ficando forte e atraindo atenção indesejada.
Jongin resmungou e apertou o casaco do alfa contra o corpo. Yifan permaneceu a alguns passos de distância para não ser tão afetado pelo cheiro de Jongin, e ambos ficaram em silêncio até Hongjoong chegar. Assim que o beta parou o carro, Yifan ajudou Jongin a entrar no veículo e pegou seu casaco de volta. Explicou rapidamente para Hongjoong o que estava acontecendo e pediu para que ficasse com Jongin até que Chanyeol ou alguém fosse ficar com ele.
Hongjoong já estava acostumado com aquela situação, tinha quatro irmãos ômegas que davam bastante trabalho nos período de cio. Seguindo as direções que Jongin dava, chegou até uma pequena e simples casa. Assim que desceu do carro para ajudá-lo, observou a rua e percebeu que era um bairro simples. Guiou Jongin até a porta e o esperou que abrisse. Como Yifan havia pedido que ficasse com ele, pediu licença e entrou. Ao fechar a porta, percebeu que os vizinhos observavam curiosos. Pigarreou e observou a sala onde estava. Havia apenas um sofá e uma televisão velha em cima de um raque que parecia que iria desmontar a qualquer momento. Do lado direito, viu que havia uma cozinha. Seguiu Jongin para o interior da casa e encontrou um banheiro pelo caminho. Parou na porta do quarto que o Kim entrou e viu que havia outro quarto logo ao lado.
— Você vai tomar banho? Quer que eu prepare alguma coisa para você comer?
Hongjoong esperou por uma resposta, mas tudo o que teve foi Jongin se deitar e ficar quieto debaixo da coberta. Sem saber o que fazer, foi conferir o que tinha para ele comer. Ficou deveras surpreso com a limpeza da casa que, apesar do tamanho e simplicidade, demonstrava ter o aconchego de um lar. Ao abrir a geladeira, deparou-se com porções prontas de comida caseira suficientes para uma semana. Após esquentar uma porção, levou-a para Jongin, mas ele não quis comer. Deixou a comida tampada na cozinha e voltou ao quarto. Questionou se Jongin queria algo, mas não obteve resposta. Sem saber o que fazer, foi para a sala matar tempo enquanto esperava alguém chegar.
Chanyeol chegou quase oito horas da noite e pediu desculpas por ter demorado. Assim que Hongjoong foi embora, foi para o quarto conferir como Jongin estava e o encontrou encolhido debaixo da coberta e chorando baixinho.
— Está com dor? — como não teve resposta, apertou de leve a barriga do amigo e o ouviu choramingar. — O remédio está no banheiro?
— Eu não quero remédio.
— Quer passar o cio todo com dor? Você está chorando, maluco.
— Não é por isso que estou chorando.
— Então por que está chorando? — suspirou ao entender. — Não vai me dizer que... — respirou fundo e sentou-se na cama. Puxou Jongin para seu colo e o abraçou. Durante seu ato, procurou por alguma marca no amigo e ficou aliviado de não encontrar. — Nunca te vi assim, Jongin. Você nunca sentiu falta de um namorado. Por que agora?
— Porque eu amo o Sehun.
Chanyeol suspirou cansado. Aquele seria um longo e cansativo cio para Jongin e quem fosse cuidar dele.
Chanyeol, Minseok, Kyungsoo e Hongjoong revisaram para ficarem com Jongin. Hongjoong não teve tanta sorte e acabou precisando fugir das investidas do amigo nos piores momentos. Chanyeol também quase virou alvo, mas, como já sabia como ele era, apenas o trancou no quarto e ignorou suas súplicas. Graças aos rapazes que o avisaram para não ficar muito perto de Jongin, Kyungsoo também se salvou de ser alvo dele. Já Minseok, sabendo que Jongin não se importava de usar remédios, preferiu usá-los para acalmar o amigo. Quando o cio passou e ficou sabendo que havia tentado transar com Hongjoong, Jongin não soube onde enfiar a cara de tanta vergonha e pediu sinceras desculpas ao amigo, que demonstrou não estar bravo com a situação.
— Então — Minseok pronunciou de forma arrastada enquanto acompanhava Sehun pelos corredores do hospital. —, que cara é essa? Ficou assim só por que contei que o Jongin queria transar com você no cio?
Minseok também queria contar que Jongin tentou fazer sexo com Hongjoong, mas pensou melhor e deduziu que não seria uma boa ideia.
Sehun parou de andar e olhou bravo para ele.
— Você não cansa, não é? Não entendeu ainda que acabou?
— Jongin claramente sente sua falta, Sehun! E não pense que eu não sei que você sente falta dele!
— Do que está falando?
— Todo mundo já viu você indo no quarto dele, como se fosse uma ação automática.
— Justamente! Ainda não me acostumei. Nunca me envolvi com alguém antes e é estranho não ter mais a pessoa por perto. Além disso, eu fui para conferir como o quarto estava.
— Desde que o Jongin saiu, aquele quarto permaneceu intocado. Ou você acha que algum objeto vai se mover sozinho? — Minseok suspirou ao ver o alfa revirar os olhos. — Escuta, eu sei que você ainda gosta dele. — pararam em frente a um balcão e Minseok focou sua atenção na atendente. — Os exames dos filhos do Chin-Hwa, por favor. — virou-se para Sehun. — Por que não vai lá conversar com ele?
— Por que você não se preocupa com a sua saúde e deixa que eu cuido da minha vida? — referiu-se aos mal-estares que Minseok sentia nos últimos dias.
— Diferente de você, eu não estou fugindo dos meus problemas.
Sehun o deu um olhar irritado e o observou pegar os envelopes dos exames que a atendente colocou no balcão e assinar a ficha. Em seguida, Minseok lhe entregou os exames dos rapazes.
— Você realmente não acha errado ele ter escondido que era filho do Chin-Hwa?
— Cara, falando assim até parece que ele te traiu com outro cara. Olha, você já parou para pensar como iria reagir se soubesse antes? Vamos supor que ele tenha te contado. O que você faria? — abriu seu envelope de exame e começou a conferir os resultados. — Acredita que hoje eu me senti enjoado? Acho que a pizza de ontem não fez bem.
Sehun continuou andando enquanto Minseok falava e achou estranho seu silêncio repentino. Ao olhar para trás, viu que ele estava parado olhando para a folha como se estivesse vendo um fantasma. Aproximou-se dele e passou a mão na frente da folha, mas não houve qualquer reação. Ao tocar em seus ombros, precisou ser rápido para segurá-lo e impedir sua queda.
Assustado com a reação de Minseok, Sehun o puxou para um banco próximo e chamou uma enfermeira que passava. Observou a mulher falar com Minseok e ele permanecer paralisado, olhando para a folha. Curioso para saber o que havia o feito ficar daquele jeito, tentou identificar a causa no meio de tantos resultados que não entendia. Apesar disso, havia um resultado que estava bem explícito: “Positivo para gravidez. Aproximadamente nove semanas”.
— Minseok! — pronunciou assustado. Logo em seguida, viu o amigo começar a chorar. — Não, não, não. Não chore! — puxou-o para si e o abraçou. — Eu não estou bravo com você.
O professor de Minseok aproximou-se e fez sinal para que a enfermeira saísse. Em seguida, cumprimentou Sehun com um aceno de cabeça e sorriu para Minseok.
— Vejo que já viu o resultado. Eu queria falar com você sobre isso.
— O que eu faço? — Minseok perguntou desesperado.
— Bem, primeiro você precisa se acalmar. — sentou-se ao lado do aluno e perguntou calmo. — Por que está chorando?
— Eu não sei o que fazer!
— Minseok, você adora crianças. — Sehun tentou ajudar.
— Mas eu não esperava ter uma tão cedo! E nem foi planejada!
— Minseok, eu não quero insinuar nada, mas você só teve relação sexual com os seus namorados nesse período, não é? — o professor perguntou.
— Sim. — começou a contar as semanas no dedo. — Nove semanas atrás eu estava no cio.
— Veja pelo lado bom, você sabe quem é o pai... De certa forma. Independente de quem seja, você precisa contar para os seus namorados. Está bem? — viu o garoto assentir. — Escute. Eu venho te observando nesses últimos dias e suspeitei que você estivesse apresentando alguns sintomas de gravidez. Como fui eu quem pegou os exames no laboratório, vi o resultado e contei para o Chin-Hwa. Você não precisa ir contar para ele, ok? E pode ficar despreocupado, ele não está bravo. Só ficou surpreso. Independente do que você escolher fazer, saiba que estou aqui para te ajudar, entendeu? Eu já tenho permissão do Chin-Hwa e, se você escolher continuar com a gravidez, eu posso ser o seu médico, se você quiser.
— Eu não vou tirar a criança, professor! — respondeu surpreso. — Eles gostando ou não, eu terei essa criança!
O professor sorriu aliviado de saber aquilo.
— Fico feliz de ouvir isso, Minseok. Não se esqueça do que falei, viu? Conte para os seus namorados e conte comigo para te ajudar, está bem? Se você quiser que eu seja o seu médico, me avise para começarmos o pré-natal o quanto antes.
— Você está livre amanhã? — perguntou rindo.
— Eu te ligo hoje à noite para confirmarmos uma data. Você é um dos meus melhores alunos, Minseok, sei que vai saber se cuidar.
Minseok assentiu e o observou se afastar. Com um suspiro, guardou o exame no envelope e apoiou a cabeça no ombro de Sehun.
— Eu não esperava ficar sabendo de uma gravidez através de um exame de rotina. Será que deu positivo para os rapazes também? Eu sempre achei que o Zitao seria o primeiro a engravidar.
Sehun tirou os envelopes de perto de Minseok.
— Vira essa boca pra lá! É capaz de o Yifan ter um infarto se der positivo para o Zitao!
— Será que eles já transaram?
— Minseok!
Minseok deu um risinho divertido.
— Eu achei que eu seria tio primeiro.
Sehun deu um riso nasalado.
— Os rapazes vão ter um treco quando ficarem sabendo.
— Jongin vai me matar. Ah, desculpe.
— Tudo bem.
— Me promete uma coisa?
— O quê?
— Promete que se você e o Jongin tiverem uma criança, eu serei o padrinho? — esticou o dedo mínimo para o alfa jurar.
— Prometo.
Assim que teve seu dedo segurado pelo o de Sehun, Minseok começou a bater nele.
— Vagabundo! Você fica cheio de Jongin isso, Jongin aquilo, e agora vem prometer isso na maior cara de pau? Eu estou de olho em você, Oh Sehun!
Sehun ficou assustado com os tapas e tentou segurar os braços do amigo, mas falhou. Minseok estava decidido em bater nele e nada o pararia.
— Minseok, pare com isso!
— Você sabia que um sintoma de gravidez é alteração de humor? Enquanto você não for conversar com o Jongin, irá sentir a fúria de um Minseok grávido!
— Você está fingindo! Ai! Para de me bater!
No final do expediente, Minseok comprou dois testes de gravidez e verificou se o resultado batia com o exame de sangue. Não queria ter nenhuma dúvida antes de contar a Chanyeol e a Bon-Hwa sobre a novidade.
De noite, Kyungsoo ouviu sua conversa com o professor e não teve como não contar a novidade para ele. Kyungsoo ficou surpreso, mas não falou nada além de que poderia contar com ele para qualquer coisa, e Minseok pediu para que mantivesse em segredo dos rapazes até contar para os namorados. Antes de dormir, mandou mensagem aos namorados avisando que precisava falar com eles com urgência. Os dois ligaram ao mesmo tempo, preocupados, e Minseok não conseguiu escapar de uma chamada de vídeo, mas conseguiu fugir do assunto.
No dia seguinte, depois da faculdade, realizou o primeiro exame do pré-natal com o professor e a supervisão de Chin-Hwa. Foi liberado do trabalho naquele dia e, com o resultado dos exames em mãos, foi para o apartamento de Bon-Hwa.
Assim que entrou, o alfa começou a perguntar o que tinha acontecido e se ele estava bem. Minseok o acalmou dizendo que preferia esperar a chegada de Chanyeol para dizer de uma vez. O alfa notou os envelopes que carregava e tentou pegá-los para descobrir o que era, mas parou ao ver que Minseok realmente não queria que visse. Chanyeol chegou uma hora depois do horário que haviam combinado de se encontrarem no apartamento porque Jongin havia precisado de sua ajuda para uma entrega.
Quando percebeu que não dava para enrolar mais, Minseok obrigou os namorados a se sentarem no sofá e pegou o copo de suco de Chanyeol para que não se afogasse. Em seguida, pegou uma cadeira para se sentar de frente a eles. Sem saber como contar a novidade de forma decente, com receio, entregou os envelopes para eles e permitiu que vissem o que havia dentro.
Bon-Hwa pegou o envelope onde estava o teste de sangue e levou um tempo para entender o que era para ele ver. Ao ver o resultado, seus olhos se encheram de lágrimas e olhou surpreso para Minseok, que lhe dava um sorriso tímido. Chanyeol, por outro lado, ficou com o envelope do pré-natal e não entendeu o que era aquilo. Olhou para o alfa para ver se ele havia tido mais sorte e levou um susto ao encontrá-lo chorando. Assustado, olhou para Minseok e ficou confuso ao vê-lo sorrindo para si. Decidido que iria entender o que estava acontecendo sem ninguém lhe dizer, olhou dentro do envelope ao perceber que havia mais alguma coisa e retirou os dois testes extras.
— Minseok, você está grávido? — disparou surpreso ao ver os resultados dos testes e olhou para o papel que o alfa segurava. Ao ler atentamente, viu o que ele havia visto e pegou o papel de sua mão para ler novamente. — Minseok, você está grávido! — olhou surpreso para o namorado.
Minseok deu um risinho achando graça das reações e confirmou com a cabeça. Levou um susto ao ver Bon-Hwa avançar em sua direção e riu alegre ao ser pego no colo e girado no ar. Deu um selinho no alfa que não conseguia falar por causa do choro e abraçou seu pescoço. Ao olhar para Chanyeol, deu um risinho ao encontrá-lo tentando não chorar.
— Está feliz, Chany?
Chanyeol assentiu com a cabeça e se encolheu no sofá para chorar enquanto olhava o resultado do exame.
Minseok apoiou a cabeça no ombro do alfa e começou a chorar baixinho. Estava aliviado por saber que aceitavam a gravidez e feliz por saber que o pai da criança também era uma manteiga derretida — independente se fosse Bon-Hwa ou Chanyeol.
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