Sasuke respirou fundo pela milésima vez e tentou não se estressar para não sair daquele quarto sem conseguir fazer as pazes com a Sakura. Sério, ele não conseguia entender o que estava acontecendo entre eles, o que estava deixando a amizade de ambos na corda bamba ou o que estava incomodando a vida dos dois, pois era nítido que tinha algo diferente. Quando ele não ficava zangado, ela fazia ou falava alguma coisa, acabando por cutucar a ferida e tudo aquilo estava deixando-o extremamente chateado. Sua intenção desde o começo foi ajudá-la a se recuperar e voltar a ser aquela adolescente de antes ou ser uma adolescente muito melhor. Ela estava melhorando, isso era notável para qualquer um, mas ela estava agindo de uma maneira diferente e ruim perante a ele. Chegava a ser frustrante.
A briga daquele dia estava acontecendo por causa de Shin, como todas as outras desde o aniversário dela. Fazia o que?
Duas semanas?
Estava ficando difícil suportar tudo aquilo porque ela não falava e não estava se expressando, a única coisa que conseguia expressar era a sua raiva diante ao fato dele ter se tornado "BBF" do Shin. Essas foram as palavras da própria Sakura, o que chegava a ser um tanto engraçado, já que era nítido que estava com ciúmes, mas o problema era que ela não chegava para ele, falava de uma vez que estava incomodada com a amizade repentina entre eles, ao invés disso, ficava emburrada pelos cantos e estava o tratando com ignorância a maior parte do tempo. Ela estava sendo muito infantil.
— Tudo bem, Sakura. — Falou após outro suspiro alto. — Você não quer colaborar, ok. Eu não vou mais insistir!
— Vai embora? — Perguntou, ele concordou e era isso que o deixava estressado. Ela não queria conversar e ficava com raiva quando ele estava decidido a ir embora. — Vai lá. É o que mais acontece nos últimos dias, não é? Vem aqui e depois vai embora em menos de cinco minutos!
— Por que será? Você não está sendo legal comigo nos últimos dias, Sakura! Eu não sei o que está havendo com você! — Praticamente gritou, ela arregalou os olhos e não demorou para a sua expressão mudar. — Eu estou cansado! Estou sempre tentando agradá-la e você sequer reconhece isso! Você não me quer na sua vida?
— Não é isso! Por que você não consegue entender, caramba! — Os olhos dela se encheram de lágrimas e ele sentiu-se péssimo por ter gritado com ela. — Eu reconheço e agradeço, mas eu não estou conseguindo retribuir. Não sei! Não sei o que acontece comigo! Desculpa!
— Me diz o que acontece. O que aconteceu com aquela menina que eu conheci? — Ela negou, dizendo que não sabia e ele caminhou até ela, abraçando-a em seguida. — Você retribuía quando estava sendo você mesma. Não precisa de muito e pare de se cobrar tanto, por favor.
— Tá bom. — Ficaram em silêncio, ele perguntou a si mesmo se alguém escutou a discussão e torcia para ninguém ter ouvido.
No dia anterior a senhora Haruno acabou ouvindo e entrou no quarto para saber o que estava havendo, Sakura mentiu dizendo que eles estavam brincando, no entanto, a mãe dela não era idiota, apenas fingiu que acreditou no que a filha falou e saiu do quarto. Quando ele desceu para ir embora não muito tempo depois, ela o parou na porta e perguntou o que estava acontecendo, ele foi muito sincero quando disse que também queria saber o que estava acontecendo. Era sua culpa, sabia que era sua culpa por tudo estar do jeito que estava, mas não conseguia virar as costas para alguém que pedia a sua ajuda. Mesmo Shin vacilando muito no passado, ele também era humano e Sasuke não iria negar ajuda a ele.
Tudo seria mais fácil se pudesse contar a Sakura o que estava havendo, assim ela seria mais compreensível, porém prometeu a Shin que não diria nada para ninguém, principalmente para ela. Se ele contasse, a relação dos irmãos iria mudar muito, mas não cabia a ele tomar aquela decisão. Era o direito de Shin, mas pelo menos ele sentia-se mais tranquilo por saber que estava ajudando-o a passar por todas aquelas coisas e estava o incentivando aos poucos a tentar se aproximar da irmã. Para ser honesto, achava muito difícil que ela confiasse em Shin de novo, ainda mais depois do ocorrido com o travesseiro. Era por conta disso que ela não estava sendo legal ou conseguindo entender o que ele e Shin tanto faziam juntos. Seu irmão de certa forma se tornou um inimigo e ele estava sendo amigo desse inimigo nos últimos dias.
Sakura se afastou dele, limpando as poucas lágrimas que ainda chegaram a sair de seus olhos. Ambos já tinham dito que não gostavam de brigar, mas tinha tantas coisas acontecendo, que estava confundindo suas mentes e nenhum tinha coragem de pedir para conversar sobre isso. Mesmo não demonstrando, eles estavam lutando contra tudo aquilo sozinhos e estavam se frustrando, por isso estavam descontando as frustrações um no outro. Ele colocou algo em sua cabeça a respeito dela e ela colocou algo em sua cabeça a respeito dele. Nenhum tinha parado para pensar que os meses passaram, que a vida seguiu e que eles tinham mudado junto com esse ciclo. Não eram mais os mesmos do mês de Abril quando se conheceram e não eram mais os mesmos de uma semana atrás. Seus pensamentos mudaram e sentimentos também.
— Sabe o que eu nunca perguntei a você porque sempre esqueço? — Ele negou e se deitou no chão, ela também fez a mesma coisa. — No dia do meu aniversário, quando eu liguei 'pra você, você estava estranho.
— Ah, eu também esqueci de tocar nesse assunto com você. É uma longa história. — Ficou deitado de lado, olhando para a metade do rosto dela, já que esta estava de peito para cima. — Eu estava na casa da Karin.
— Você estava com ela? Por isso se atrasou? — Virou somente a cabeça para o lado, olhando para ele. — Se estava com ela, por que me chamou de "amor"?
— Porque eu disse que tinha uma namorada para não levar porrada da namorada dela. — Sorriu, ela acabou rindo junto. — Aí quando você ligou, achei o momento perfeito para provar que eu estava mesmo namorando.
— Assim você perdeu pontos de ter algo com ela, não acha? — Negou, ela o olhou curiosa e deitou de lado para compreender melhor aquela história. — Aliás, o que você estava fazendo com a Karin e a namorada dela?
— A Ino me arrastou até lá sem eu saber. — Esfregou os olhos com uma das mãos, sorrindo ao lembrar das mentiras que inventou naquele dia. — A mãe da Sakiko é a cadela da família da Karin.
— Uau, então eu estou criando a minha bebê com todo o amor do mundo e a minha bebê tem ligação com a sua futura namorada? — Soltou uma risada da maneira a qual ela falou aquilo. — Estou falando sério. A Karin é mãe da cadela e avó da minha filha… Ah, não!
— Sim, parece que é isso. — Ela fez uma careta e ele gargalhou alto. — Entendo como se sente.
— Ótimo. — Ambos pararam de rir e ela suspirou. — De qualquer forma, ela nunca vai saber de qual família ela veio antes de ser minha e eu te proíbo de contar!
— Ué, mas por que?
— Porque a Sakiko é somente minha e eu sou muito egoísta para dividi-la.
— Ela está na minha casa nesse exato momento, com os meus irmãos e você é egoísta? — Provocou, ela deu um peteleco no nariz dele, fazendo uma expressão fofa. — Tudo bem, eu nunca vou contar 'pra ela de onde ela veio.
— Eu deixo ela com a sua família, porque eu penso muito no Shiro. Ele tem o direito de passar um tempo com a irmã mais nova. — Sasuke negou com a cabeça, um tanto desacreditado, enquanto sorria da audácia dela. — O que foi?
— Então somos uma família, Sakura? — A garota ficou com as bochechas coradas e não respondeu. — Eu sou o pai do Shiro e você é a mãe da Sakiko, o que faz da gente uma família?
— Ah, Sasuke! Isso não vem ao caso, não era sobre isso que estávamos falando! — Outra vez ele notou que ela fugiu. Ela sempre fugia de assuntos semelhantes àquele. — Como foi lá na casa da Karin?
— Foi tenso, achei que a namorada dela fosse me matar a qualquer momento. — Ambos sorriram, ela levou uma de suas mãos até o rosto dele e tirou uma mecha de cabelo que caiu sobre o local. — Foi desnecessário e eu percebi que a minha vida não gira em torno delas.
— Isso quer dizer que você perdeu as esperanças no amor?
— Não perdi as esperanças no amor, mas eu parei de manter esperanças como se a Karin fosse a única pessoa na minha vida. — Explicou, a mais nova fez um biquinho e concordou. — Ela está sendo feliz e eu também mereço ser feliz.
— Devo parar de torcer 'pra vocês ficarem juntos? — Soltando uma risada, ele concordou e Sakura sorriu, se aproximando mais. — Posso te contar um segredo?
— Não só pode, como deve.
— Talvez eu resolva dar uma chance ao amor. — Aquilo o fez se sentir extremamente feliz, afinal era um passo e tanto. — O Deidara é solteiro, não é?
Mesmo não gostando muito e não querendo responder, ele concordou. Sorrindo, ela suspirou de um jeito que por pouco não o fez revirar os olhos e naquele momento, percebeu que o senhor Haruno estava certo sobre aquilo que disse no dia do aniversário dela. Tinha demorado demais, agora o seu trabalho como amigo era torcer para dar tudo certo entre Deidara e ela. Ambos tinham direito de serem felizes, ambos eram solteiros e se deram muito bem quando se conheceram. No dia do aniversário dela, ela estava muito animada conversando com Deidara, estava muito entusiasmada com a presença dele e agora entendia o motivo dela ter o convidado naquela noite. Sakura estava pronta para viver novamente um romance e Deidara era uma boa opção. Tinham praticamente a mesma idade, tinham coisas em comum e se deram bem.
Virou o rosto, ficando praticamente colado com o chão, enquanto pensava em várias coisas e uma delas, era o fato de que passou meses mantendo esperanças com alguém que estava cagando para a sua existência, sendo que existia alguém tão incrível ao seu lado. Seu coração o enganou e sua mente finalmente denunciava isso. Todo aquele tempo era seu ego ferido, não aceitava o fato de que a Karin estava namorando e sendo feliz, pois não gostou de como as coisas aconteceram. Estava com o coração machucado e agora que tinha cicatrizado, uma outra ferida estava se formando em seu coração. Puta merda, ele era tão idiota e tão lerdo para entender os seus sentimentos, que ele sentia ódio de si mesmo. Queria chorar de frustração!
Finalmente deixou a Karin seguir em frente, virou a página e tudo isso tarde demais. Sakura finalmente queria voltar a sentir uma paixão, viver um grande amor e ele outra vez sentia-se um perdedor. Dessa vez, era muito mais doloroso, pois não era somente o seu ego ferido, o seu coração e mente também estavam machucados. Tinha muita intimidade com ela, assim como tinha muita afinidade com Deidara, os dois eram seus amigos e teria que conviver com ambos. Esperava que aquilo que estava sentindo por Sakura fosse apenas uma paixão passageira e que logo poderia torcer de todo coração para ela ser muito feliz. Não que não pudesse fazer isso agora, mas era como dar um facada no próprio coração quando imaginava o irmão da sua melhor amiga e Sakura, namorando.
Com a metade do rosto ainda escondida no tapete e a outra metade sendo escondida pelos seus cabelos, deixou as poucas lágrimas descer discretamente pelos cantos dos olhos, sumindo quando se chocaram com o carpete. Fechou a mão com força, segurando um pedaço do tapete fofo, enquanto tentava controlar a vontade de chorar como se fosse um bebê na frente dela. Sabia que ela ia querer saber o que estava acontecendo e ele não podia contar. Teve sua chance, teve vários meses e não era certo contar justo quando ela tomou a sua decisão, não poderia fazer isso. Ele não iria ser egoísta, não ia fazer isso com a Sakura depois dele mesmo ter estragado tudo.
— Você está bem, Sasuke? — Sakura pegou em sua mão, fazendo ele soltar o carpete. — Você está passando mal?
— Não. — Disse baixinho, respondendo às duas perguntas com uma única resposta.
— Tem certeza? O que aconteceu? — Negou com a cabeça, ela se aproximou mais e encostou a sua testa na bochecha dele. — Você estava tão bem.
— Eu já disse que as pessoas mudam? — Perguntou em um sussurro, ela suspirou e deixou um beijo no cantinho da sua boca. — Aí não é a minha bochecha.
— Eu sei e também sei que não é a sua boca. — Sussurrou de volta, ele soltou uma risada triste e ficou quietinho. — Você não gosta ou quer que eu beije em outro lugar?
— Não use as minhas palavras contra mim. — Dessa vez foi ela quem soltou uma risada e ele virou um pouco o rosto, sendo assim ela se afastou. — Por que?
— Por que o que?
— A pergunta. — Ficou de peito para cima, olhando para ela, esta que estava apoiando o corpo com as mãos. — Quer beijar ou quer que eu beije em outro lugar?
— Quero beijar. — Sorriu envergonhada, ele não esperava que ela fosse mesmo responder. — Mas aonde você quer que eu beije?
— Aonde você quiser. — Eles estavam com os olhares vidrados um no outro e ainda estavam sussurrando. — Você escolhe…
Sem dizer nada, ela se abaixou e deixou um beijo demorado em sua bochecha. Sorriu e quando ia falar que já imaginava que seria ali, ela encostou a sua boca na dele. Dessa vez foi rápido, logo se afastou novamente e olhou completamente envergonhada para Sasuke, este que foi pego desprevenido. Fechou os olhos, lembrando dos sonhos que teve com ela e tentando lembrar se a textura era do mesmo jeitinho da vida real, mas ficava muito difícil, além de serem sonhos antigos, o selinho tinha sido muito rápido. Abrindo os olhos lentamente, ele suspirou e levantou uma das mãos, levando até a nuca dela, onde deixou um carinho no local e a puxou gentilmente para beijá-la. Não tinha mais o que temer, quando ela já tinha dito de forma indireta que ele tinha permissão para beijá-la.
Primeiramente começou apenas com um selar demorado, dando tempo para se sentir confiante e tempo para sentir a textura dos lábios dela com calma. Ela mexeu a boca primeiro, ele não perdeu tempo em fazer também, dessa maneira, sem pressa e com delicadeza, ambos deram início a um beijo muito bom. Era macio e causava uma sensação tão gostosa em sua barriga, ao ponto de deixar o seu coração acelerado. A boca dela era muito peculiar. De uma forma boa, muito boa mesmo. Era peculiar porque ela conseguia causar nele coisas que já tinha lido somente em livros e visto somente em filmes, não tinha ideia de que isso podia acontecer na vida real.
Que podia acontecer com ele!
Sem quebrar o ósculo, levantou o seu tronco, ficando sentado e igualmente, ela também se sentou melhor. Sasuke segurou o seu rosto com as duas mãos, aprofundando mais o contato, enquanto fazia carinho nas bochechas dela usando os seus dedos. Queria poder dizer tudo o que estava sentindo, mas não era possível, pois só de se imaginar tentando explicar cada sensação, deixava sua mente complementarmente confusa. Não tinha como explicar algo que somente ele estava tendo a honra de desfrutar e sentir. Foi difícil não ficar curioso para saber se ela também sentia tudo aquilo em seu interior ou se era apenas ele o sortudo a sentir aquelas sensações inexplicáveis. Deixando um selinho na boca dela, ele se afastou devagarinho e deixou sua testa na testa alheia, enquanto tentava formular alguma coisa coerente e digna para descrever aquele beijo.
Sakura estava quieta, ainda mantendo seus olhos fechados e ele tentava adivinhar o que aquela cabecinha tanto pensava. Acariciou novamente as bochechas dela, se afastando mais, somente para poder deixar um beijo em sua testa, em um comentário silencioso de que acima de qualquer coisa, iria sempre manter o respeito para com ela. Sorrindo, ela curvou o corpo para a frente e repousou a cabeça em seu ombro, o fazendo sorrir igualmente a ela. Não precisava procurar palavras para descrever o beijo, quando ela deixava claro que tinha gostado e que tinha sido bom.
— Me diga o que aconteceu. — Falou baixinho, fazendo carinhos com as pontas dos dedos na coxa dele. — Você ficou triste…
— Já passou… — Respondeu no mesmo tom, abaixando o rosto e beijando a cabeça dela. — São os meus pensamentos mudando.
— Teve um motivo, não é? — Concordou, por um momento ele esqueceu que ela era insistente. — Não sei se estou certa, mas foi porque eu perguntei sobre o Deidara?
— Talvez. — Sakura levantou a cabeça, sem desencostar do ombro dele e estreitou os olhos, interessada na conversa. — Eu só quero que você seja feliz, Sakura, mesmo que não seja comigo.
— Você já me faz feliz. — Levou uma das mãos até o rosto dele, fazendo carinho no local, enquanto olhava em seus olhos. — Vai sempre me fazer feliz do jeito que ninguém mais poderá fazer.
— É? — Sorriu igual um idiota diante ao comentário e ela gargalhou, no entanto concordou. — Então, somos uma família?
— Você é muito chato, Sasu. — Ambos gargalharam e ele deixou um selinho rápido em seus lábios. — Mas somos uma família.
Ficaram em silêncio, sentindo o calor do corpo um do outro, já que o vento gelado do outono entrava pela janela aberta e refrescava todo o cômodo. Ele ainda não sabia se ela tinha entendido tudo o que precisava saber, mas tinha certeza de que ela compreendeu o que aquele beijo significou. Era muito mais do que um simples beijo, ele estava se abrindo para ela, dizendo de forma indireta que gostava dela, que queria fazê-la feliz não só como um amigo e que foi graças a ela, graças a sua companhia de todos os dias, que ele finalmente conseguiu entender que a sua vida não se baseia apenas em uma paixão do colegial. Tinha outras pessoas no mundo, pessoas incríveis que estavam todos os dias fazendo-o sorrir e fazendo da sua vida uma maravilha.
Ela podia ser somente mais uma paixão passageira, mas também podia ser o amor da sua vida, Temari disse que talvez fosse possível saber quando a pessoa certa aparecesse, ainda não sabia como, porém, ele ia saber. Era tudo questão de tempo.
Ambos se afastaram quando alguém bateu na porta e em seguida a senhora Haruno entrou assim que abriu-a. Ela estava carregando algumas roupas perfeitamente dobradas e disse que só passou ali para guardá-las no lugar, mas que já estava de saída. Parecia muito nervosa e sem graça, ele achou aquele comportamento muito estranho, no entanto, ficou quieto, enquanto Sakura falava sobre as roupas. Era estranho vê-la daquela forma, não deixou de pensar na hipótese dela ter visto ou ouvido alguma coisa antes de bater na porta. Quando a possibilidade dela ter entrado no quarto quando eles estavam se beijando passou pela sua cabeça, ele quis se enterrar, enquanto pedia mentalmente a todas divindades existentes que ela não tivesse visto nada e que ela não o parasse na porta quando fosse embora. Ficava nervoso só de imaginar o quanto aquilo seria constrangedor.
Sakura disse a sua mãe que ia guardar as roupas e que ela não precisava se preocupar quanto a Sakiko, pois os irmãos dele iriam trazer a cachorrinha antes do anoitecer. A mãe dela tinha um grande amor pela Sakiko e a mimava muito ao ponto da Sakura precisar descer algumas vezes para pegá-la do colo da genitora ou ela não teria tempo com a sua cadelinha. Era muito bom, afinal ele por um momento temeu que os pais dela não gostassem do fato dele dar um cachorro para ela. Sakiko estava sendo muito mimada por todos, tratavam ela como se fosse a filha caçula da família, o que não era mentira, já que era dessa forma que ele e seus irmãos viam o Shiro.
A senhora Haruno deixou o quarto logo depois, olhando uma última vez com um olhar um tanto curioso para ambos e assim que eles estavam outra vez sozinhos, ele respirou aliviado. Pegou o celular e Sakura levantou para guardar as roupas em seus devidos lugares. Sorriu travesso, mirando a câmera do celular em direção a garota, capturando a imagem dela no exato momento em que ela olhou em sua direção. Tudo teria dado certo, no entanto, não estava no silencioso e ela ouviu o barulhinho de quando se tira uma foto. Ele arregalou os olhos, já que era a primeira vez que estava sendo pego em flagrante, tinha umas trezentas fotos dela na memória de seu celular, todas ela estava distraída e não tinha ideia da existência dessas fotos.
— Tirou foto minha? — Perguntou séria, ele mordeu o lábio inferior apreensivo e ficou sem saber o que responder. — Eu estou perguntando, Sasuke!
— Ficou bonitinha. — Tentou amenizar a situação, mas ela estava zangada. — Desculpa, eu vou apagar.
— 'Pra que é essa foto? — Cruzou os braços, se abaixando para ficar mais perto dele, já que ele ainda estava no tapete. — Por que tirou essa foto?
— Só queria registrar a sua beleza. — Sorriu com cinismo, fazendo de tudo para tirar aquela carranca da cara dela. — Não seja malvada. Só queria uma foto sua 'pra olhar quando eu estiver com saudades.
— Não use essas táticas 'pra cima de mim! — Disse séria, mas suas bochechas estavam vermelhas por conta do comentário dele. — Deixa eu vê!
— Promete que não vai apagar? — Ela deu de ombros e pegou o celular da mão dele, observando a foto com atenção. — Ficou bonita como sempre!
— É, ficou bonita, mas eu não quero que tenha foto minha no celular de qualquer um. — Devolveu o celular para ele e fazendo um biquinho, ele apagou a foto. — Você apagou!?!?
— Ué, você disse que não queria!
— No celular de qualquer um! Você não é qualquer um, Sasuke! — Segurou o rosto dele com as duas mãos, para ele entender as palavras dela direito. — Não era 'pra apagar, mas não era 'pra enviar a ninguém.
— Você não explica, caramba! — Colocou as uma das mãos em cima da mão direita dela, levando até seus lábios e deixando um beijo singelo no local. — Tire uma foto comigo 'pra compensar…
— Uma foto com você? Nós dois na mesma foto? — Soltou o rosto dele, arqueando a sobrancelha e ele concordou. — Tudo bem…
— Ah, você é incrível! — Disse animado, ligando novamente o celular e colocando na câmera.
Sakura ainda parecia incerta da sua decisão, mas não daria tempo para ela voltar atrás e se arrepender da sua decisão. A puxou para mais perto e bateu várias fotos de ambos, sem ao menos dar tempo dela protestar. Conseguindo se soltar do aperto dele, ela o olhou séria e perguntou o que diabos estava fazendo. Gargalhando, ele conseguiu pedir desculpas e começou a bater fotos dela zangada. Ela não estava com raiva de verdade, só estava intimidada com as fotos e ele queria fazer com que ela se sentisse à vontade com fotografias novamente. Mesmo que demorasse, ia começar a estimular esse lado dela, afinal os dois iam sair ganhando. Estava doido para olhar as fotos deles antes de dormir ou olhar as fotos e lembrar de cada detalhe do dia que tiveram, enquanto ia sorrir feito um idiota.
Durante a sessão de fotos, ele a beijou novamente, deixando o celular de lado para desfrutar daquele contato, nem mesmo percebeu que o seu dedo tocou na tela e registrou aquele momento. Mesmo saindo embaçada, a foto estava ali e ele ia gostar de qualquer forma. Ficava feliz por saber que a amizade deles não foi afetada por causa do beijo, esperava que ficasse ainda melhor e quem sabe, ambos deixassem de brigar tanto como vinha acontecendo nos últimos dias. No fundo, ele sabia que a relação deles ia mudar a partir dali, sentia e desejava que fosse de uma forma boa.
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