Depois do inusitado incidente com o gambá, Rin passou pelo menos três dias sem conseguir encarar Sesshoumaru. Ainda mais porque, quando o dito cujo chegou no banheiro, o animal mostrou-se extremamente colaborativo e foi embora com as próprias pernas pela fresta entreaberta da janela.
Ele nem sequer rosnou e mostrou resistência. Simplesmente, ao fincar os olhos pequeninos em Sesshoumaru, o bichano deu meia volta e...
FOI EMBORA!
Aquela foi, em definitivo, a coisa mais constrangedora que Rin já passou na vida. De posse da vergonha da própria existência, ela acatou o motivo do avestruz de enfiar a cabeça no solo. Sendo lenda ou não, ela só sabia de uma coisa: se pudesse, faria!
Mas, com o passar do tempo, aquela história foi ficando para trás e nada parecido, felizmente, os acometeu.
Isso é... Felizmente para Rin!
Porque do lado do Sesshoumaru, bem...
Ele não podia lamentar o fato de ter vislumbrado a silhueta bem desenhada da distinta mulher. Inclusive, aquele pensamento persistente, vez ou outra o perturbava e ele sentia-se altamente ridículo ao se remeter ao caso.
Pois, não era como se ele nunca tivesse visto uma mulher seminua. Ainda mais morando em Ogasawara. Personalidades femininas entravam e saíam da sua pousada vestidas, muitas vezes, somente com um bikini. O que não era muito diferente de calcinha e sutiã, afinal! O princípio era o mesmo.
E, francamente, não podia dizer que tinha idade para se embasbacar com algo assim. No ápice dos seus trinta e quatro, ele já havia visto mulher o suficiente...
Se é que dá pra entender.
O caso é que, querendo ou não, a mente é terra sem lei. Ambiente impossível de se controlar. À vista disso, Sesshoumaru tinha que lidar com o fato de que Rin aparecia por detrás dos seus olhos montada naquela vestimenta e provocando algo esquisitíssimo, tal qual ela. Ponderou que isso deveria ser falta de...
Carinho!
Porque, verdade seja dita, há tempos que ele não tinha um daquele tipo...
Quem sabe não fosse isso a estar o bagunçando.
Enfim… Virando a página!
A rotina deles dois foi como Jaken havia anunciado que seria. Eles mal tinham tempo para se encontrarem. Pois, enquanto Rin estava na cozinha preparando inúmeros pratos e monitorando todo o funcionamento do ambiente, Sesshoumaru cuidava dos outros assuntos inerentes ao restaurante bem como a pousada.
Apesar disso, do trabalho os manter separados por longas horas, eles costumavam interagir em algumas refeições e Rin postava-se a tagarelar em meio a uma abocanhada e outra sobre os diversos assuntos, falando a respeito do trabalho ou não.
Fato é que ela falava consideravelmente e possuía uma habilidade única de emendar com maestria um assunto no outro. No início, Sesshoumaru se espantou um pouco pela capacidade, mas depois ele passou a se acostumar pelo jeito dela e também a achar graça nos seus trejeitos tão únicos.
Um exemplo:
— Já faz cinco dias que está chovendo... — Rin falou a Sesshoumaru enquanto tomavam o café da manhã na casa do próprio.
Ele assentiu, dando uma golada no seu café, sem erguer o olhar para ela.
— As pessoas da ilha devem estar entediadas... — Ela voltou a dizer, sem tirar a atenção da sopa de Missô. — Pensava que só eu que não tinha sorte, mas pior do que eu, somente quem chegou à ilha no dia do tufão! Essas pessoas devem ter afrontado alguma divindade...
Sesshoumaru ergueu o olhar.
— Afrontado uma divindade? — Ele indagou com a testa franzida.
— Claro! Você não acha? — Rin o encarou de volta colocando a mão à frente da boca, pois mastigava em conjunto. — Imagina você se programar para um passeio na praia e acontecer algo assim!
— De fato, uma eventual falta de sorte. Mas, creio que as divindades têm coisas mais importantes para fazer do que estragar um passeio de uma pessoa aleatória.
— Tudo bem, entendo o seu ponto, mas fala a verdade! — Rin disse batendo com a palma na mesa e se inclinando um pouco para frente, como se o assunto fosse verdadeiramente importante. — Isso não parece cabalístico? Digo, sei lá! É como se a pessoa tivesse cuspido no templo! É um azar pontual ao extremo!
— Hm, está dizendo então que já cuspiu num templo? — Sesshoumaru indagou com um sorriso irônico.
— Hm? — Ela sobressaltou e tratou de apontar para o próprio peito. — E-Eu?
— Começou o assunto dizendo que não tem sorte — foi a vez do platinado se ancorar na mesa e inclinar sutilmente o corpo para frente. — Partindo do seu raciocínio, isso me induziu a pensar que, talvez, você costuma ofender divindades.
Rin engoliu a seco.
Sesshoumaru se divertiu com o aturdimento, por isso, prosseguiu.
— Será que não é tão boazinha quanto parece? Já a vejo, nitidamente, cuspindo nos templos.
— AIN! Claro que não! — Rin rebateu, sentindo a quentura subir o rosto.
Em primeiro lugar, porque ela entendeu que a sua tese era facilmente rebatida e em segundo, por conta daquela face debochada à sua frente que ocasionou uma corrente elétrica em toda a sua coluna.
Ele precisava mesmo ser tão bonito e charmoso, e inteligente, e interessante, e sexy, e...?
Arranhando a garganta, Rin voltou a recostar as costas na cadeira e, num súbito, ponderou sobre algo que não dizia respeito às qualidades do homem dos olhos âmbares. Tão logo, ela levou a mão ao queixo e mostrou uma tez reflexiva.
— Se bem que... Hm... — Ela retomou o diálogo em meio ao devaneio. — Tive um cachorro que o nome dele era Apolo! Isso seria considerado um tipo de ofensa?
Sesshoumaru não acreditou que ela estava ponderando verdadeiramente sobre aquilo. E pior foi quando Rin prosseguiu:
— Nossa, Apolo era terrível! Ele amava Onigiri! Se não ficasse de olho, ele até mesmo subia na mesa para roubar um! Mas como culpá-lo? É tão gostoso! — Ela deu uma risadinha quando a lembrança veio. E rapidamente voltou ao homem como se tivesse tido uma epifania. — AHHHH! Sesshoumaru! Você gosta de Onigiri? Podia preparar um para você! Os meus são muito bons! Gosta?
Sesshoumaru piscou lentamente.
Que tipo de conversa era aquela?
Mas, acatando as excentricidades daquela mulher, em especial, a forma que ela sorria tão limpidamente, ele não teve escolha a não ser se render. Pois, Rin tinha aquela mania, era dela, da sua personalidade tão peculiar e ao mesmo tempo fascinante.
Dessa vez, no entanto, Sesshoumaru não pôde deixar de rir brevemente para a confusão da dona dos cabelos pretos que inclinou a cabeça sem entender onde estava a graça.
— O que foi? Por que está rindo? — Rin indagou, coçando a lateral da cabeça, um tanto constrangida. — Disse algo idiota?
— Você vai do zero ao cem muito rápido. — Sesshoumaru respondeu voltando a encostar as costas na cadeira com os braços cruzados. — É difícil de acompanhar.
— Ahm... — Ela encolheu os ombros. — Desculpa, é só que...
— Gosto. — Ele a interceptou gentilmente, para a surpresa de Rin. Fitando-a de soslaio, enquanto bebia o café, Sesshoumaru concluiu. — De Onigiri…
Como de praxe, ela sorriu. E, igualmente, tudo se iluminou.
...
Havia passado do horário de pico do restaurante, já sendo um pouco depois das três da tarde poucos eram os clientes que permaneciam no salão ou que chegavam para um almoço tardio, quase com uma cara de lanche...
Rin aproveitava esse momento de marasmo para confeccionar receitas novas, que seriam adicionadas no cardápio do dia seguinte. Os funcionários ao redor adoraram aquela iniciativa e assim que tinham alguma singela folga dos seus próprios afazeres, se exprimiam com ela no balcão só para vê-la trabalhar.
Uma verdadeira artista. Ninguém podia negar. Sonoros espasmos e gritinhos de empolgação podiam ser ouvidos quando ela terminava.
— Uau! — Uma das funcionárias emitiu o som, extasiada, ao ver Rin terminando a sobremesa requintada. — Isso foi mesmo feito de açúcar? Que incrível!
— Uhum! — Rin assentiu enquanto ajeitava a cadeia açucarada por cima do sorvete. — Fica bonito, não é?
— Senhorita Rin, a senhorita é verdadeiramente impressionante! — Um dos rapazes, ajudante de cozinha, falou com os olhos brilhando.
— Não que Kohaku não fosse bom, mas a senhorita realmente é... — O outro rapaz se postou a dizer, mas foi interceptado pela voz masculina que se seguiu:
— Melhor! Tudo bem, eu aceito!
Tendo aquela voz ecoando de forma brincalhona pelo ambiente, todos direcionaram o olhar na direção da porta.
Havia um homem da qual Rin não conhecia, mas pelo braço direito estar engessado ela deduziu que só poderia ser o tal Kohaku.
O antigo responsável pela cozinha possuía uma aparência da qual Rin não esperava encontrar. Pois, ele era notavelmente charmoso com seus cabelos castanhos-escuros presos num rabo de cavalo alto e com olhos risonhos de igual cor. Seu porte físico alinhado encontrava-se resguardado discretamente por vestimentas despojadas, sendo essas uma camisa preta, jeans e tênis.
O pessoal da cozinha não tardou a cumprimentar o rapaz que mantinha um sorriso largo na face e era simpático com todos.
— Vim aqui ver como estavam se saindo sem mim, mas parece que está tudo mais do que certo! — Kohaku falou, dando uma careta ao rapaz que havia intercedido antes. — Basta eu virar as costas para falarem de mim!
— Ah! Não seja maldoso, Kohaku. — O rapaz coçou a nuca sem jeito. — Sabe que gostamos muito de você. É só que a senhorita Rin parece que vem de outro mundo.
— Só estou implicando! — Ele falou, dando uns tapinhas no ombro alheio com a mão livre. — Já soube dos talentos da Senhorita Rin.
— Venha ver, Kohaku! Olha o que a Senhorita Rin está fazendo de sobremesa! — A outra ajudante falou o puxando pelo braço que não se encontrava engessado.
Sendo direcionado até o balcão, ele primeiro focou na sobremesa pomposa com admiração e só depois repousou os olhos na mulher por trás do prato. Imediatamente, Rin fez uma breve reverência a ele que foi correspondida de pronto.
— É um prazer finalmente conhecê-lo! — Rin disse retomando a postura ereta. — Já quis conhecê-lo antes, mas não tive a oportunidade.
— Espero que não para me xingar. — Ele riu brevemente. — Pois claramente seu desempenho é admirável. Não é à toa que todo mundo aqui já tenha me esquecido.
— Ayaaaah! Quanto drama. — A mulher, que o segurava pelo braço, o balançou sutilmente com um largo sorriso. — Kohaku só quer que a gente diga que estamos com saudades dele!
Kohaku deu uma careta a ela. Rin sorriu amarelo e prosseguiu sinceramente.
— Na verdade foi para elogiar mesmo. Sou fã de carteirinha do seu Tamagoyaki!
— Então, devo dizer que me sinto honrado. — Ele se curvou solenemente para ela mais uma vez. — Muito obrigado.
— Bom, já que roubei sua cozinha temporariamente, o que acha de experimentar essa sobremesa? — Rin indagou dando uma piscadela a ele e de pronto o ofereceu uma colherzinha.
— Achei que não iria me oferecer nunca! — Kohaku assentiu risonho pegando a colher. — Claro que eu quero!
...
Sempre naquele horário de pouco movimento, Sesshoumaru sentava-se aos fundos do restaurante e aproveitava para fechar o caixa, a fim de verificar se as finanças seguiam o fluxo do qual deveriam.
Assomado pelos números, estando completamente submerso na atividade, ele demorou a perceber que Kohaku sentava-se à mesa, bem à sua frente.
— E não é que você arrumou uma Chefe e tanto, Sesshoumaru! — Kohaku disse com um sorriso amarelo enquanto se ajeitava na cadeira. — Que bom que está tudo correndo bem por aqui. Estava preocupado em como andavam as coisas.
— Preocupe-se com a sua recuperação. — Sesshoumaru respondeu sucintamente, num tom ameno. — Como tem se sentido?
— Entediado. — Kohaku suspirou. — Mas, bem...
— Logo poderá voltar.
— Isso é, se me quiser de volta. — Kohaku deu uma risadinha. — Além da Senhorita Rin ser melhor, devemos combinar que, para você, certamente, ter a visão dela é melhor do que ter a minha!
— Não diga tolices. — Sesshoumaru desviou o olhar, voltando aos papéis à mesa.
— AHN? — Kohaku tentou cruzar os braços, mas lembrou-se no meio do movimento que estava incapacitado de tal ato. Por isso, ele bastou-se erguer uma sobrancelha para demonstrar a incredulidade. — Vai dizer que não acha que ela é linda?
Sesshoumaru não disse nem que sim e nem que não. Manteve-se quieto como de costume.
Kohaku sorriu por aquela postura. Depois de tantos anos de convivência, ele já estava acostumado com os trejeitos daquele homem silencioso e aquela atitude, sem dúvidas, era a cara dele. Calar-se quando não queria admitir ou recusar-se categoricamente a manter um diálogo sobre determinado assunto que não lhe apetecia era de praxe.
Mas, apesar da tal pauta ter ficado sem resposta, Kohaku não precisou esperar muito para confirmar o que já sabia. Pois, só foi Rin ultrapassar as portas da cozinha para Sesshoumaru erguer os olhos e a acompanhar com o olhar pelo salão.
Kohaku quis dar uma risada, mas se conteve. Contentou-se também a vislumbrar a figura que cortava por entre as mesas do salão e que parecia ter um destino certo.
A princípio, pelo caminho percorrido, os dois pensaram que Rin estivesse indo até a mesa que se encontravam. Ela, inclusive, chegou a olhá-los e sorrir de forma amena. Mas, para a surpresa de ambos, a mulher parou na mesa à frente onde jaziam dois clientes e da qual era possível escutar a conversa.
— Com licença — Rin disse aos dois homens sentados que a olharam de volta. — Disseram que gostariam de falar comigo. Sou a responsável pela cozinha no momento.
— Ah! Sim, sim! — O homem, localizado na outra ponta da mesa, falou com um largo sorriso. — Queríamos cumprimentar a pessoa responsável porque a comida estava maravilhosa.
— Fico muito contente. Que bom que tenham gostado. — Rin disse solenemente, fazendo uma breve reverência.
— Mas, agora dá para entender o motivo. — O outro homem, que se localizava imediatamente ao lado de Rin, complementou. — Com uma Chefe como essa, é impossível alguma coisa sair ruim...
— É verdade. — O outro complementou com uma risadinha maliciosa.
Rin quis ter girado os olhos, mas não o fez. Ponderou que era melhor dar uma última reverência e sair de perto daqueles dois.
Assim ela o fez e já na iminência de evadir do local, o homem que estava na ponta a segurou pelo braço, a impedindo de sair.
— Hei! Espere um minuto...
Kohaku abriu a boca ao ver aquela cena, pois o dito cujo não somente impediu Rin de prosseguir, mas também o fez simplesmente falar meia dúzia de coisas idiotas da qual claramente a mulher não tinha qualquer interesse.
— Isso é sério? — Kohaku disse num sobressalto voltando os olhos para Sesshoumaru que...
Não estava mais sentado à mesa e tampouco no seu campo visual!
Tendo seu cérebro colapsado por não compreender bem o que havia acontecido, Kohaku só se deu conta de onde Sesshoumaru estava ao ouvir o timbre pesado e inconfundível do platinado soando um pouco adiante.
— É melhor soltá-la. — Sesshoumaru disse dando um aperto firme no ombro do homem que segurava Rin.
Imediatamente todos olharam para ele. Em especial, o que mantinha os dedos envoltos no braço fino de Rin.
Aquele homem quis ter retrucado, mas...
Sesshoumaru não só era maior do que ele como também possuía um olhar tão mordaz que era impossível negligenciar. Aqueles olhos, definitivamente, não cabiam em alguém afável e mesmo sem dizer, o homem soube que bastaria uma única palavra atrevida para o tal prateado partir para algo mais enérgico.
Sendo assim, ele engoliu a seco e soltou Rin de imediato, que respirou aliviada por aquilo.
O outro homem que o acompanhava arranhou a garganta e deu um sorriso amarelo ao compreender a situação que haviam se metido.
— Olhe, ele só estava elogiando a comida, não era nada sério! Desculpe se pareceu algo indelicado... Não foi nossa intenção.
— É! Era só isso mesmo! — O outro concordou assentindo em positivo. — Imagine! Só quis elogiar!
— Se houver próxima vez, nem pense em encostá-la de novo. — Sesshoumaru disse dando um último aperto nada delicado no ombro alheio. — Certo?
— Ahn! Si-Sim! — O homem falou torcendo a face. — Nós já estamos até mesmo indo embora!
Liberando o ombro do desafortunado, Sesshoumaru voltou seus olhos a Rin que sentiu o coração retumbar com força contra o peito.
Sem demora, os dois inconvenientes se levantam da mesa e partiram como um raio para a saída.
— Obrigada... — Rin falou dando um longo suspiro.
— Não deixe que ninguém a trate assim. — Sesshoumaru falou seriamente a ela.
— Hm... É só que... — Rin ancorou as mãos nos quadris um tanto sem jeito. — Não soube como deveria agir e... Não queria causar problemas ao restaurante.
— Não a contratei para ser entretenimento de ninguém. — Sesshoumaru prosseguiu com o tom firme. — Se algo assim acontecer de novo, não pense duas vezes em me chamar ou a qualquer um que possa lhe ajudar daqui do restaurante.
Rin ficou um tanto quanto tocada pela atitude. Pois, no seu último emprego, não podia dizer que seu chefe era condescendente com ela. Na realidade, algumas vezes que algo parecido aconteceu, o antigo patrão chegava a dar razão aos clientes só para não perder a clientela.
— Você entendeu, Rin? — Sesshoumaru indagou por não ter tido uma devolutiva.
— Ah! Si-Sim! — Ela assentiu.
— Ótimo.
Girando os calcanhares, Sesshoumaru retomou a mesa que anteriormente dividia com Kohaku.
Rin, por sua vez, fez o mesmo movimento na direção contrária, retomando para a cozinha.
Mas, tanto um quanto o outro, ainda que seguindo caminhos opostos, não deixaram de olhar discretamente na direção alheia antes de sumirem, respectivamente, do campo visual.
...
A chuva havia dado uma pequena trégua naquela noite.
Rin havia acabado de tomar um banho quente e relaxante.
De posse da única roupa limpa que possuía, sendo essa uma yukata vermelha com estampas de peônias em branco, ela refletiu que, no final, tinha sido ótimo ter levado tanta roupa para a ilha. Pois, foi aquele exagero que a estava salvando nos últimos tempos, e que, agora com quase tudo na lavanderia, era uma verdadeira benção ainda ter alguma coisa da qual pudesse vestir decentemente.
Esfregando os fios molhados da cabeleira negra com a ajuda de uma pequena toalha macia, Rin se postou na janela a fim de vislumbrar o tempo. Do quarto em que estava locada, ela conseguiu ver alguns feixes estrelados que brigavam com as nuvens pesarosas num céu enegrecido. Soube então, ao vislumbrar a natureza acima de si que apesar da abóbada celeste não desaguar por aqueles instantes, provavelmente, a tal chuva voltaria a cair.
Um suspiro escorreu dos lábios viçosos. Aquela condição atmosférica a deixava nostálgica.
Mas, o que se podia fazer contra a natureza? Aquela mulher compreendia que absolutamente nada. Sendo assim, restava apenas aceitar a melancolia dos dias restantes e acatar a proposição de que muita água ainda estava por vir.
De mãos atadas, Rin deu de ombros para o imbróglio. E já na iminência de abandonar a janela, tudo de repente mudou quando seus glóbulos oculares mudaram de direção.
Pois, foi só ela mover o olhar para o andar debaixo que ela pode vê-lo nitidamente.
Sesshoumaru vinha há passos rápidos, numa corrida ritmada que pouco a pouco cessava à medida em que se aproximava da casa. Pela vestimenta atlética e pelo suor que empapava toda a sua camisa branca, não era difícil deduzir que ele praticava um exercício físico.
Mais claro ficou quando ele finalmente parou há poucos metros da residência e retirou os fones de ouvido de dentro das orelhas.
Com uma respiração ofegante, ele passou o antebraço pela testa a fim de evitar que gotas de suor recaíssem sobre os olhos âmbares e tão logo ancorou as mãos nos quadris numa face torcida que denunciava o esforço que deveria ter feito.
Não era difícil entender o motivo daquela cena ser tão hipnótica. Embora não expressasse qualquer assombro um homem estar se exercitando, Rin precisava admitir que ele não se tratava de qualquer homem e que muito menos não chamava a sua atenção.
E se antes a coisa estava interessante, mais ainda ficou quando Sesshoumaru desistiu da camisa pesada e a tirou de uma só vez por sobre a cabeça revelando um torso impecável, de músculos bem desenhados.
Involuntariamente Rin prendeu a respiração quando ele terminou o movimento e focou com tanto afinco naquela figura que se perdeu por um segundo de si mesma.
Isso é...
Até, sem mais nem menos, uma gota cair do céu e pousar diretamente no ombro desnudado do homem.
E, como se fosse ensaiado, Sesshoumaru ergueu a cabeça e seus olhos pousaram diretamente nos de Rin.
Ela engoliu a seco por aquele contato visual e mais ainda por estar bancando uma espécie patética de stalker.
Havia sido pega com a boca na botija!
Nem em um milhão de anos ela conseguiria reverter a situação. Mais claro do que dois e dois são quatro, ela estava secando o dito cujo até o último centímetro!
Mas, é como dizem...
Situações desesperadas pedem medidas desesperadas!
Como um foguete, em questão de segundos, seu cérebro mobilizou-se pela adrenalina da coisa e pontualmente algo veio à sua cabeça.
— Ah! Que bom que chegou! Estava esperando por você! — Rin disse de forma urgente e com o rosto mais vermelho do que a yukata que usava.
Sesshoumaru franziu o cenho enquanto jogava a camisa por cima do ombro desnudo.
— Para...? — Ele indagou sem entender.
— Ah! Sabe... — Ela arranhou a garganta, mas conseguiu prosseguir mesmo com a face quente e com uma voz esganiçada pela vergonha. — Eu ganhei uma garrafa de Shochu do pessoal da cozinha, pensei que poderíamos beber um pouco juntos! O que você acha?
Sesshoumaru não desanuviou a tez. Além dela estar gritando do segundo andar, sem qualquer propósito, não fazia o mínimo sentido. Em definitivo, a razoabilidade não abarcava Agatsuma Rin.
E talvez, ele também não...
Porque Sesshoumaru não podia negar que aquilo nela era um tanto quanto... Fofo!
Esquisito também!
Mas, sobretudo, fofo.
Uma excentricidade deliciosa que indubitavelmente o atraía!
Ancorando outra vez as mãos nos quadris, Sesshoumaru deixou o batido sorriso de canto surgir na face, a derrubando mais uma vez pelo conjunto terrivelmente perfeito.
— Está bem. Tomarei um banho primeiro.
— Ó-Ótimo! — Ela sorriu amarelo. — Já desço então.
...
Ao terminar de arrumar a mesa de centro da sala, Rin apertou a ponte do nariz e respirou profundamente.
Porque...
QUE TIPO DE CONVITE TINHA SIDO AQUELE?
Ela teve vontade de pegar uma almofada e dar um grito. Evidentemente, não o fez. Sua cota de loucuras decididamente já havia ultrapassado as raias do absurdo. Se Sesshoumaru a pegasse no meio de tal ato, certamente, ele a colocaria para fora de casa por ter a confirmação de que ela só podia ser louca.
Mas, quando ele retornou as suas vistas, usando uma singela roupa que recairia ordinária em qualquer ser humano, menos nele, Rin pensou que, no final, até que não havia sido uma ideia tão ruim assim...
Independentemente de qualquer coisa, Sesshoumaru era um homem interessante e gostava de estar na sua companhia. Mesmo que muitas vezes ele não verbalizasse e preferisse vestir o tom silencioso, ela se sentia bem na sua presença. Até porque, era evidente que ele prestava atenção nos seus infindáveis assuntos e não se mostrava mergulhado em tédio nas diversas conversas que ela se compromete a praticar. Aquilo era o bastante.
— Vamos brindar? — Rin sorriu a Sesshoumaru enquanto entregava o copo contendo a bebida e um cubo de gelo.
— A que gostaria? — Ele indagou pegando o copo da mão alheia.
— Hm...
Ponderando sobre a questão, Rin recostou o cristal no lábio inferior, o que induziu Sesshoumaru a olhar diretamente para lá. Para os lábios que pareciam macios e que estavam relativamente úmidos. Uma boca rosada simetricamente perfeita da qual havia um mistério...
Sesshoumaru sentiu a garganta secar pela atração que subitamente sentiu, mas não quis se prender ao frenesi. Preferiu evadir.
— Ah! — Rin cortou o silêncio com uma face animada e rapidamente deu uma piscadela divertida a ele. — Ao meu maravilhoso chefe!
—Hm! Quanta bajulação... — Ele falou debochado. — Se quer um aumento, sinto informar que não é assim que funciona comigo.
— Nah! — Ela riu balançando a cabeça em negativa. — Juro que não!
Rin baixou o copo brevemente e com um sorriso ameno, ela prosseguiu.
— É só que... Estou verdadeiramente grata por tudo e, principalmente, por hoje. Por ter me defendido...
Sesshoumaru sentiu-se tocado por vê-la naquela roupagem agradecida. Seu coração, sempre tão contido, repentinamente, bateu torto. Uma errada de batida considerável que não o deixou calar, ao contrário, que o impulsionou.
— Se é assim, eu deveria brindar a você. — Ele disse com o timbre sério. — Porque também me sinto grato a sua pessoa.
Rin não esperava por aquelas palavras, ainda mais sendo ditas de uma maneira tão taxativa. Mas isso não a impediu de degustá-las até o final e de sorver da melhor sensação que poderiam propiciar.
Digerindo, ela sorriu contente e ergueu mais uma vez o copo na direção do platinado.
— Então, que seja um brinde a nós!
Sesshoumaru concordou e assim brindaram de uma vez. Depois, levaram o líquido à boca e tomaram um gole generoso.
Enquanto Rin torceu levemente o semblante, Sesshoumaru manteve-se impassível. O tom refrescante da bebida aliado ao final cortante o apeteceu drasticamente. Já estava acostumado a, vez ou outra, degustar aquele tipo de destilado e por isso, não houve uma surpresa abrupta. Mas, ao olhar para Rin, ele soube, definitivamente, que ela não era adepta...
— Não gostou? — Sesshoumaru indagou repousando o copo sobre a mesa.
— Na verdade, eu prefiro cerveja. — Ela sorriu sem jeito. — Mas, o gosto não é ruim. Na verdade, é interessante...
— Fica mais interessante depois do segundo copo.
Inicialmente Rin havia duvidado daquela afirmação. Mas, realmente, depois da segunda dose, o seu paladar moldou a bebida e as notas picantes puderam ressonar satisfatórias na língua.
Ou, quem sabe, fosse a conversa que ambos estavam tendo que tornava o álcool ingerido maravilhosamente suportável e a fizesse querer que aquela dose nunca se acabasse. E, por isso, sequencialmente, os copos foram sendo virados, um a um, enquanto se discorria os mais diferentes assuntos.
— Diga, Sesshoumaru... — Rin disse, apoiando o queixo sobre a mão espalmada.
Seu corpo um pouco fora do eixo denunciava que ela não estava propriamente sã, mas também não completamente bêbada...
Digamos que no meio da coisa!
— Hm? — Ele a fitou de soslaio.
— Há quanto tempo está na ilha? Digo... Você está aqui desde que nasceu?
— Essa pousada, quem a construiu foi o meu pai. Nasci em Ogasawara, mas não estou aqui desde sempre.
— Ahm... Estava em Tóquio? — Ela indagou com os olhos curiosos, inclinando-se um pouco para frente.
— Sim. Na época da faculdade. — Sesshoumaru assentiu. — Depois, quando meu pai faleceu, voltei a Ogasawara para tocar as coisas por aqui.
— Entendo... E a sua mãe?
— Minha mãe morreu quando eu era criança.
— Hm... Sinto muito. — Rin falou dando um longo suspiro. — Não quis aborrecê-lo.
— Já faz muito tempo. — Sesshoumaru falou voltando a atenção a bebida da qual bebeu num único gole.
— E quanto ao seu irmão? Disse que se chamava Inuyasha.
— Inuyasha, na verdade, é meu meio-irmão. — Sesshoumaru disse recostando mais as costas no sofá atrás de si. — Mas, ele não se compromete muito com o legado do nosso pai, então... Não costuma estar por aqui.
Rin notou um tom hostil, contudo preferiu não comentar sobre. Aquilo poderia ser invasivo e pessoal demais para se debater. Se ele quisesse falar, falaria a respeito. Não seria ela a endossar. Melhor guardar a língua entre os dentes.
— E quanto a você? — Sesshoumaru indagou, cortando o silêncio que havia ocorrido entre eles.
— Faz tempo também que meus pais morreram... — Rin respondeu num tom nostálgico, fitando o gelo no seu copo que já dava sinais de derretimento. — Às vezes, sinto muita falta de ter uma família...
Sesshoumaru esmoreceu com aquela face deprimida. Aquilo, irrefutavelmente, não combinava com ela. Com o semblante tão bonito e repleto de luz. E sempre que ele a via daquela forma, algo no seu interior afundava e ricocheteava de volta com violência.
O motivo de ser tão insuportável, ele não sabia. Mas, negligenciar, seria mais impossível do que qualquer outra coisa.
— Logo terá uma. — Sesshoumaru falou com o tom repleto de certezas.
— Acha mesmo? — Ela sorriu amarelo.
— Basta querer.
— Um namorado já facilitaria. — Ela deu de ombros com o sorriso encabulado. — Mas, nem isso tenho.
— Não é como se ninguém fosse aparecer.
— Hm... Sei lá...— Rin deu uma careta. — Devo confessar que não tenho muita sorte com homem...
— Não é de se admirar... — Sesshoumaru disse com um sorriso travesso. — Uma pessoa que cospe em templos, não pode mesmo ter sorte no amor.
Rin deu uma risada.
Aquela sim era ela!
E só isso já bastou para que ele acendesse outra vez.
— Até quando você vai ficar zombando de mim com isso? — Ela indagou com um tom divertido e não se demorou a encará-lo na mesma proposição debochada. — Você também não parece muito sortudo... Afinal, não o vi com ninguém...
— Se quer saber se tenho alguém, basta perguntar, não precisa jogar dessa forma. — Sesshoumaru disse cruzando os braços, numa pose libertina.
— E tem? — Ela arqueou uma sobrancelha.
— Definitivamente você é uma péssima espiã. — Ele riu brevemente.
Por causa do álcool, Rin já se encontrava corada, mas depois daquela frase aí mesmo que ela enrubesceu até o último fio de cabelo!
Mais claro impossível...
Óbvio que a sua tentativa de fazer Sesshoumaru não notar que ela o olhava horas atrás tinha sido em vão...
Outra vez a vontade de virar um avestruz veio a galopadas!
— Mas, não. — Sesshoumaru falou retomando a face contida. — Não tenho ninguém... Ainda.
A última palavra a fez estremecer. Mas, ela tentou não demonstrar o quanto ficou aliviada em saber que não existia ninguém na vida do platinado. Seja por qual motivo fosse...
Assim sendo, Rin desviou rapidamente o olhar e se propôs a virar a bebida de uma só vez. Não sendo o bastante, ela decidiu direcionar a conversa para outro lado, a fim de ultrapassarem o dado momento.
Magistralmente ela o fez e lá estavam os dois a discorrerem sobre coisas aleatórias que não ocasionaram qualquer tipo de constrangimento.
E naquela dança de palavras, alguns bons minutos se passaram…
As maçãs do rosto daquela mulher ficaram visivelmente coradas. E Sesshoumaru não podia dizer que aquela coloração nova não a dava um semblante aprazível aos seus olhos tão atentos aos movimentos da outra. Porque, apesar de ela não querer e tampouco perceber, estava um tanto interessante com a yukata um pouco mais aberta, o que o proporcionou uma visão quase que hipnótica do seu colo e de parte das suas pernas.
Não adiantava tentar desviar o olhar. Dado que, os olhos teimavam em ganhar vida própria e se direcionarem nos pontos indiscretos. Ainda mais quando os cabelos dela, parcialmente úmidos, se atiraram para dentro da roupa e desenharam com precisão o contorno dos seios modestos.
Mediante a persistência dos seus olhos e da propagação de inúmeros pensamentos desalinhados, ele ponderou que estava mais do que na hora de evadir do local...
A bebida, naturalmente, estava fazendo com que ele perdesse o tino!
E Rin também...
Provocando uma bagunça horrorosa que estava difícil de resistir.
— Acho que está na hora de deitar. — Sesshoumaru falou, repousando o copo vazio sobre a mesa.
— Ahm, é... — Rin assentiu, mas não demorou a dar uma risadinha e levar a mão ao rosto. — Confesso que... Estou um pouco tonta.
— Então vamos juntos.
— Uhum. Vamos…
Rin repousou o copo na mesa e quando levantou, percebeu que, de fato, estava ébria. Pois, o mundo não poderia estar girando, e sim, somente a sua cabeça! Sesshoumaru percebeu porque o passo que ela deu a sua direção não fez o mínimo sentido.
Um cavalo manco teria andado melhor.
Mas, ele não falou qualquer coisa depreciativa sobre. Ao contrário, a segurou pelo braço e foi a guiando escada acima.
Por sorte, Rin era colaborativa e não deu a ele muito trabalho durante a subida. Ela obedecia prontamente aos seus comandos e fazia de tudo para manter a coerência nos passos.
O problema é que...
Bem... A escada não era exatamente o resumo de algo amplo! Então, Sesshoumaru teve que passar o braço direito ao redor do corpo feminino a fim dos dois caberem no espaço restrito.
Ele ignorou o fato de que Rin tinha uma curvatura perfeita para a sua mão, também não quis pensar no quanto seu corpo estava quente e no aroma doce que a pele dela exalava. Focou em absoluto nos degraus e agradeceu ao divino por chegar no alto da escada.
Mais alguns passos e estaria livre dela.
Cada um, devidamente, no seu quarto.
Acontece que, em meio ao curto caminho, um estrondo de um trovão vociferante foi escutado ao longe e imediatamente todas as luzes se apagaram pela violência do fenômeno.
E Sesshoumaru não soube dizer se foi maldição ou uma bênção, porque assim que o ronco do trovão ecoou por todo o lado e as luzes se apagaram num súbito, aquela mulher se agarrou a ele como se fosse óbvio.
Agarrou de verdade!
E...
Sendo franco...
Que delícia que foi!
Especialmente porque ela não somente grudou, como também deu uma gemida aterrorizada que arrepiou todo o seu escalpo.
Aquilo foi quase como um teste de autocontrole.
Quem sabe se tivesse umas três doses a menos no seu âmago ele tivesse se impedido...
Fato é que, mediante a tudo, ele não foi capaz.
Não mais se contendo, Sesshoumaru a embalou contra o seu corpo, a puxou pela cintura e foi dando alguns passos para frente. Uns quatro bastaram para que Rin sentisse as costas encostarem contra a parede e percebesse que estava encurralada entre ele e o concreto.
O único som audível era das suas respirações descompassadas e da chuva que voltou a cair por aqueles solos, ricocheteando no telhado acima das suas cabeças.
Mas Rin podia jurar que ele conseguia ouvir o seu coração... Pois, batia tão forte e rápido! Como seria possível que Sesshoumaru não o escutasse? Ela estava à beira de um colapso!
O breu profundo não os deixava vislumbrar a face do outro, entretanto pelo queimor do hálito dava para sentir que suas faces estavam mais próximas do que deveriam. Talvez a uma distância mínima de míseros centímetros...
E foi então que um resquício de consciência o embalou. Ao sentir o cheiro do álcool misturado ao perfume natural daquela mulher, ele declinou por completo.
Porque...
Com a devida vênia: Que caralho estava fazendo?
Só podia estar a agir mais com a outra cabeça do que qualquer coisa!
— Desculpe, também me assustei... — Sesshoumaru falou com a cara mais deslavada possível. — Achei que fosse cair...
— Hm... Não... — Rin disse, tentando controlar as batidas frenéticas do seu coração. — Estou... Estou bem...
Da mesma forma que a luz se foi, ela voltou e os dois ainda se encontravam numa posição pra lá de constrangedora.
Piscaram lentamente ao se perceberem tão próximos, embora soubessem que estavam, no tête-à-tête, a situação ficou mais prolixa do que se pensava.
E, como há muito tempo não acontecia, Sesshoumaru sentiu-se tão constrangido quanto Rin e refletiu que ele só podia ter enlouquecido pela atitude nada inerente.
Mas, o que fazer?
Águas passadas não movem moinho, afinal!
Em virtude do devaneio, o platinado bastou-se a soltá-la de uma vez, alinhar a postura antes bagunçada e dar a ela um breve aceno como se nada houvesse acontecido.
— Boa noite.
— Boa noite... — Rin respondeu, catatônica, ainda assimilando o que havia acontecido.
Num piscar de olhos, o prateado sumiu da sua vista.
Ocorre que isso não foi o bastante. Nem de longe!
Já que Sesshoumaru permaneceu nos seus pensamentos por toda a noite e o cheiro de Rin nas narinas masculinas por igual período...
...
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