— Como foi o encontro com o baixinho ? — Pulei em cima da minha irmã, assim que o mala e Minseok foram embora.
Ela me jogou para o lado do sofá, se ajeitando para começar a me falar tudo do começo ao fim, até os mínimos detalhes.
— Rolou beijo de cinema? — Fez uma careta e me deu um peteleco, na testa. Doeu.
— Ele foi gentil o jantar todo, um verdadeiro príncipe comigo! — Suspirou, feito uma idiota apaixonada e isso foi tão bom cara, saber que alguém estava lhe tratando como uma mulher de verdade sem olhar a situação financeira, nas acabei em seguida revirando os olhos, por não ser isso que eu queria saber, e ela me deu agora um tapa no ombro.
— Agora me diga, o que o outro Kim fazia aqui? — Estava confusa e isso era de se esperar, já que seu chefe aparenta ser fechado e reservado.
A mesma percebeu que de mim não ia tirar nada, então, foi se deitar por já ser tarde da noite. Com o tempo, também fui me recolher, o sono e cansaço de aturar Junmyeon me deixou exausta.
(...)
Pela manhã, eu saí para comprar nosso café da manhã, no caminho senti estat seguindo seguida e de gato igornei, afinal, que tipo de pessoa iria ter assuntos com uma pessoa como eu ? Só resolvi ignorar por nunca ter acontecido nada mesmo.
Adentrei o estabelecimento próximo onde moro, o bairro tranquilo e bacata de se morar, sentei em uma das mesas e fiquei a espera do meu pedido ficar pronto. Eles têm o costume de fazer os pães na hora para os clientes que vão chegando, isso é tão bom me dando tempo de aproveitar mais do lugar, como registrar algumas fotos das pessoas vivendo seu dia-a-dia.
Quando encarei minhas unhas e levantei meu olhar, presenciei a bela visão de Sehun entrando aqui, acenando para mim após me ver sentada aqui, meu coração disparava de felicidade por saber que eu existo, que ele me notou.
— Alguém me belisca, pois eu acho que estou sonhando. O gato me notou. — Pisquei várias vezes, para ter a certeza de que não seria um sonho.
Pegando minha câmera, comecei a tirar fotos escondidas, cada foto capturada era um gritinho de emoção da minha parte, foi quando a tela da mesma ficou toda escura, tirei para ver o que era e tomei um susto, ao ver Kim na minha frente.
— Que susto! — Coloquei a mão no peito, ele rolou os olhos e se sentou, de frente para mim.
— Um café sem açúcar! — Fez sinal, para uma das atendentes. Que espécie de pessoa, toma café assim? Dei de ombros e voltei a capturar fotos de Sehun, mas a câmera foi puxada das minha mãos, por Kim que não parecia nada animado hoje. — Tantas fotos assim, daquele homem. Sério? — Ergueu uma das sobrancelhas, fechei a cara na primeira tentativa de tirar o aparelho de sua mão.
— Devolve que isso não é seu. Bora! — Abri e fechei várias vezes minha mão, pedindo a câmera de volta. Ele me deu e rapidamente, guardei dentro da minha mochila para não ter outra chance desse homem pegar. — Como chegou aqui ? Está longe da sua vizinhança, não concorda ?
— Sim, mas passei onde você mora pra pegar meu celular, pois esqueci ontem, lhe vi e cá estou.
— Eu sabia que estava sendo seguida. Era você!
— É.
Respondeu como se fosse óbvio, e eu a tonta lesada.
Seu café chegou, assim como o meu pedido. Peguei a sacola e me levantei pra ir embora, sem dar ao menos um tchau para um dos patrões de Isabel. Cheguei no apartamento e a mesma estava terminando de preparar um café bem quentinho, nos sentamos em volta da mesma e a doida antarolava, de tão feliz que ainda está do encontro de ontem.
— Você feliz por ter um homão, e Sehun nem bola me dá. — Coloquei um bico nos lábios, de tão indignada que estou.
A mesma gargalhou divertido, com a minha situação decadente. Isabel terminou seu café e avisou que já estava de saída para o seu trabalho que, no cair da noite eu devo aparecer lá, pois hoje é o dia de pagamento da empresa e vamos no mercado retocar nossa dispensa.
— Aproveite e dê bastantes beijos no meu cunhado! — Gritei, assim que a porta se bateu, avisando que ela se foi.
Suspirei derrotada, pensando no que vou fazer agora que estou sem trabalho. Então, decidi que iria dar uma geral neste apartamento, pra ficar um pouquinho agradável da próxima vez que Minseok vir aqui, assim talvez ele veja que minha irmã também é organizada em casa e logo pedirá essa sortuda em namoro. Só é ruim, saber que Junmyeon entrará para a mesma família que a minha, ter que suportar ele não é nada legal.
(...)
— Nossa, irmã. Você é tão organizada no seu trabalho e aqui uma nojentinha. — Joguei todas as calcinhas dela dentro de uma sacola, estava tudo espalhado pelo quarto, uma bagunça só.
Terminei de passar o pano no chão e me joguei nele mesmo, de tão cansada que fiquei, sem falar do suor que cobria meu corpo.
— Eu estou ficando uma sedentária. — Suspirei pesado, mas acabei rindo, por sempre eu ter sido preguiçosa.
Olhei o relógio na parede e dei um pulo, ao ver que estou atrasada para buscar Isabel. Tomei banho rápido, troquei de roupa e corri para o ponto de ônibus mais perto que tinha.
Em frente à casa dos patrões dela, de longe na janela de vidro que tem na cozinha, eu pude ver minha irmã toda sorridente conversando com Minseok. Decidi não atrapalhar o momento, então, me sentei em um banquinho que fica no meio de um campo de flores no jardim, uma vista perfeita para tirar algumas fotos, peguei a câmera e comecei a focar nelas.
— Não gosto que tirem fotos de nada da minha casa. — Me virei, ao escutar a voz de Junmyeon.
O homem estava em pé, com as mãos no bolso, sério e bem arrumado como sempre. Puxou de novo o aparelho das minha mãos, mas desta vez quebrou como um louco, usando apenas a força das mãos dele, fazendo-me abrir a boca em sinal de surpresa.
— Toma! — Estendeu de volta, para mim pegar. Peguei e olhei a coitada em pedaços.
— Você é louco, ou doente? — Encarei o moreno de novo e o mesmo, continuava sério — Nunca soube, que não se pode destruir aquilo que não é seu ? — Gritei, sem paciência já.
Isabel e Minseok, logo saíram da mansão e ficaram parados, olhando o show.
— Seu riquinho demente! Faz isso porque não precisa trabalhar por um ano, para conseguir comprar a mais barata da loja! — Eu estava me segurando, para não chorar de raiva, mas foi em vão, quando senti a primeira lágrima descer por meu rosto desabei como um bebê chorando lembrando o quanto batalhou para comprar essa câmera. — Seu merdinha! — Lasquei com força, uma pisada em seu pé nem um pouco preocupada com as consequências relacionadas a Isabel.
(...)
Pela noite, fiquei em casa, Minseok se ofereceu em ir com Isabel para comprar as coisas, por sorte ela não foi demitida e Minseok pediu desculpas pelo irmão, tentando explicar os motivos para ele ser tão fechado assim, tentei compreender o fato dele ser um filho fora do casamento resultando em ter crescido desconhecendo o amor. Então, agradeci Minseok por ter sido legal, e não ter deixado o irmão demitir Isabel.
Eu tentava de qualquer jeito consertar a câmera, mas a cada minuto percebi que mais pedaços fazia dela. Desisti!
— Riquinho idiota! Como pode fazer isso com a coitada ? — Joguei os pedaços na lixeira da cozinha, voltei pra sala e quase tive um ataque do coração, ao ver Junmyeon em pé, terminando de fechar a porta de entrada do apartamento. — Como entrou aqui ? — Levantou uma chave, mas estava mais pra uma cópia. Como ele conseguiu?
— Aqui! — Com a outra mão, estendeu uma sacola. Pulei na mesma, rapidamente, abri pra ver o que era.
Peguei em mãos uma câmera novinha, bem mais moderna que aquela minha, muito mais evoluída sim, olhei para ele que estava com um mini sorriso sem mostrar os dentes, encarei de volta a câmera e tive a mesma idéia que circulava por minha mente perigosa.
— Muito moderna para mim! — Joguei com força o aparelho na parede, não quebrou muito, mas o suficiente para me vingar.
Como ele ousa pensar que, eu aceitaria um presente dele, depois de estragar a minha outra ? Tentou se redimir, mas esqueceu da humildade e pedir desculpas.
— Como você é infantil, menina. — Dei de ombros, ele bagunçou os cabelos e, se mandou do meu apartamento, fechei a porta com força após ele ir.
Com horas depois, minha irmã e Minseok chegaram aos risos. Colocaram as sacolas sobre a mesa, fui abrindo cada uma, para ver se tinham esquecido algo, mas, peguei um susto ao achar uma sacola de compras de outra loja, dentro dela, a mesma câmera que Junmyeon quebrou.
— Desculpa, a grosseria do meu irmão. Com isso eu comprei a mesma que você tinha, Isabel me falou que você adorava aquela câmera. — Lhe dei um abraço tão forte, que senti sua respiração falhar.
Soltano ele, abracei minha irmã, como recompensa registrei várias fotos deste dia. Até o loiro ver no chão, outra câmera destruída, e por sua risada deu de entender.
— Junmyeon se arrependeu e veio repor o estrago que fez ? — Assenti.
— Não aceitei e dei o mesmo fim, como ele fez na minha. Olho por olho, dente por dente. — O casal se abriu na risada, menos eu, pois do nada fiquei pensando porquê dele trazer outra câmera para mim. Veio se desculpar mesmo, e eu fui dura ?
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