POV. Sirius
Acordei pela enésima vez durante aquela noite, não conseguia adormecer devido ao facto de estar praticamente sozinho naquele dormitório, Remus havia desaparecido e, pelo estado impecável que ele havia deixado a sua cama, nem ao próprio quarto deveria ter vindo, James tinha colocado a meio da noite o Manto da Invisibilidade e saíra sem fazer barulho, (ele achava mesmo que eu não o vi?) para, provavelmente ir fazer uma partida qualquer ou meter-se com uma rapariga que tinha combinado encontrar-se, numa situação normal eu perguntaria o que ele ia e com quem ia fazer e ainda mandaria uma piadinha, mas hoje não, a minha cabeça só se concentrava num rapaz de olhos âmbar e gentis cujos cabelos castanhos caiam perfeitamente sobre a sua cara traçada por cicatrizes, de origem desconhecida para mim… e que não via fazia demasiado tempo, na minha opinião.
Levantei-me e olhei em volta e pude constatar que para além do Peter (a.k.a.-> Lambe- Botas A Tempo Inteiro do James) que ressonava ruidosamente, e que mais parecia um trator, eu estava completamente abandonado, suspirei e amaldiçoei os meus amigos por me terem deixado sozinho, fui á casa de banho, lavei a cara, penteei os meus longos cabelos negros e sedosos, lavei os dentes e pus o meu perfume (afinal se tenho de esta o que seria eu sem ele?), vesti o meu uniforme, deixando a gravata desamarrada para ficar mais confortável e fiquei um tempo a mirar a cama do Remus e um pensamento invadiu-me a cabeça um pensamento que eu não compreendi o porquê de surgir e a sensação que me provocou, como se os meus ossos se estivesse corroendo um por um com o intuito de me fazer simplesmente sofrer e torturar sem que eu pudesse fazer nada para impedir, “ E se Remus estiver com um rapariga, quiçá um rapaz… pelos vistos ele foi rápido, quem diria Black! Parece que o teu querido remus está se a divertir e, olha so! SEM TI!” uma voz envolvente soava na minha cabeça, sedutora e envolvente levando eu a ouvir e a acreditar em cada palavra que ela dissesse, e a mesma soltou uma gargalhada de gozo no final de me dizer tal coisa, “ Nós temos um relacionamento livre, eu também posso ficar com quem quiser!” retorqui á voz da minha cabeça, mas infelizmente isso não mudava aquele e, muito menos aquietava aquele sentimento de amargura, apenas o agitava ainda mais “Foda-se!” pensei, levantei-me, agora evitando olhar para a cama de Remus com esperança que a voz não voltasse (felizmente não voltou! UFA!) e sai em direcçã ao Salão principal em busca de algo para me distrair, no caso comida, afinal comida é sempre melhor maneira de afogar as magoas.
Estava eu a ir em direcção ao Salão e pude reparar que eu me levantara bastante cedo, já que não tinha quase ninguém nos corredores e, posteriormente, no Salão; no Salão encontravam-se uma dúzia de Slytherin entre eles Snape, Malfoy e Belatrix, estes ao olharem-me de relance cutucaram.se com os cotovelos e abriram uns sorrisos ridículos, snobes e arrogantes e que faziam parecer que eles eram leões- marinhos só que sem as presas grandes, bem os seus sorrisos normais, eles dirigiram-se na minha direcção e eu os ignorei o mais que pude fingindo estar entretido com a comida no meu prato, mas isso não funcionou já que aquelas três amostras de insectos pararam bem ao meu lado e começaram a provocar-me.
-O pobre Black está sozinho, que pena! - Malfoy falou com um falso tom de dó para cima de mim o que me fez revirar os olhos com tanta força que quase podia ver o meu cérebro se fizesse um pouco mais de esforço.
- Que foi priminho os teus amigos traidores de sangue, mestiços e sangues de Lama abandonaram-te foi?- Belatrix fez um beicinho tão horrível que ela parecia um sapo verruguento (ainda mais do que o costume).
-Coitadinho, o que foi Black? No seu lugar eu estaria era feliz, o mundo precisa sempre de um mestiço a menos!- gozou Snape com um riso trocista no rosto pálido por entre os seus sebosos cabelos, eu já estava pronto para esmurrar aquela cara de troglodita que ele tinha até que ele ficasse inconsciente, quando a minha mente ressaltou um pormenor importante naquela frase.
-Me... mestiço?- balbuciei
-Não me digas que não sabes?- Malfoy perguntou com um tom de prazer arrastado na sua voz ora estridente ora grossa devida á puberdade (cogitei, mas admito isso era o que menos o que eu queria saber o momento era da puberdade do Malfoy), e os três riram de mim, que estava completamente perdido apenas com a palavra mestiço ecoando na minha cabeça – Não te preocupes com sorte não sai tão cedo, ainda me admiro que aceitem esse tipo de gentalha na enfermaria.- ele cuspiu esta ultima frase.
-ENFERMARIA!- Sem ter acabado de comer, pus-me de pé e sai a correr desenfreado em direcção á enfermaria para ver Remus, um monte de perguntas me inundavam a cabeça (“Como?”; “Porquê?”; “Quem ou o quê lhe havia feito?”) , e mesmo assim continuei a correr…
Ϫ
Cheguei á enfermaria a arfar como se tivesse corrido a maratona (e pelo que me parecia, acho que tinha corrido mesmo aqueles quilómetros todos!), já que ainda não conhecia muito bem a escola demorei um pouco a encontra-la mas não parei de correr eu tinha de encontrar que encontrar Remus o mais depressa possível, e olhei para todas as camas do sitio, até que depois de uns poucos segundos vejo-o numa cama, e depois de me aproximar um pouco mais, posso ver James Potter Lillian Evans, que dormia aninhada no peito do meu melhor amigo; (Como eles podiam não me ter avisado que ELE estava aqui? Desse jeito? PORQUÊ?) e num acesso de raiva e tristeza berrei o mais alto que pude, tentando evitar que as lágrimas, criadas por sentimentos bastante depressivos da visão que tinha naquele momento, caíssem sob as olheiras acentuadas na minha pele pálida:
-MAS QUE MERDA É ESTA?
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