| [ P.O.V. Clayde ] |
• Corredor •
Observo sua porta por alguns segundos e posiciono minha mão para bater. Faz tanto tempo que eu não faço isso...
*Toc! *Toc! *Toc! Coloco as mãos no bolso de meu moletom e aguardo até ele abrir a porta. Ouvia seus passos se aproximando e a porta abrindo em alguns instantes. Me deparo com o raposo laranja que esboçava um sorriso gentil.
Clayde: raposa estúpida! – mostro minha mão para ele dar um soquinho.
Clayde: eae! – ele bate me minha mão. – lobo idiota! Entrai aí.
• Alojamento de Arthur •
Passo pela porta e observo o mesmo alojamento padrão. Ouço o barulho dele fechar a porta e me viro para ele. Ele parece tá bem feliz... Arthur ainda esboçava aquele sorriso irônico e único.
Clayde: não mudou nada... – olho ao redor. – né?
Arthur: nem me fale, provavelmente deve ser um padrão da faculdade. – ele dá ombros. – que nem as escolas, sabe?
Clayde: sei! Aliás... – olho para o sofá. – Achei que eles estivessem aqui.
Arthur: a Raissa tá no shopping, de lá ela vai direto pro lacordes e o Ender, ele disse que vai voando. – eu assento.
Clayde: por que que eu entrei no seu alojamento? Não era só a gente ter ido logo! – ele solta um riso curto.
Arthur: vamos? – eu assento.
Clayde: vamos! – me direciono para sua porta.
...
• Lacordes •
Ender: acho que eu gosto de... – ele coloca a mão no queixo e olha para o teto pensativo. – comédia. – ele dá de ombros.
Arthur: sou mais terror.
Raissa: também.
♪ I don't wanna die or fade away ♪
Uma música era ressoada d'um toca discos que havia em uma parede próxima a gente. Eu gosto dessa música...
Clayde: prefiro ação.
Ender: não curto muito terror... – Ender olha para o lado com uma cara de repulso.
Clayde: uma vez.. – Ender aponta para minha cara.
Ender: você cale essa boca!! – levanto minhas mãos em rendição.
Arthur: agora eu quero ouvir! – Arthur dá um sorriso de canto.
Raissa: começou vai ter que terminar! – todos encaram Ender.
Ender: eu odeio vocês... – ele desvia o olhar.
Raissa: uma vez, o que?
Clayde: eu fui assistir um filme de terror com o Ender no shopping, não tem quando as luzes se apagam e começa os trailers?
♪ Well, doesn't everyone? ♪
Arthur: sei, o que aconteceu?
Ender: a culpa não minha ok, eu me assustei!
Clayde: os trailers tinham acabado e o filme já ia começar, então... Todos da sala olham para uma mulher caindo na escada.
Raissa: Ender?
Ender: deixa eu explicar! – Ender estava levemente corado.
Clayde: haha!
Ender: cala boca!
Arthur: como a mulher caiu?
♪ I never had nobody and no road home ♪
Ender: eu tava lá de boa... Quando eu sinto algo se esfregar na minhas pernas, eu levei um susto e dei um chute. – ele aponta para minha cara. – e não foi forte!!
Clayde: sei... – cerro os olhos.
Ender: era a cauda de uma crocodilo que tinha tocado na minha perna...
Clayde: quando eu olho! Haha! Tinha uma mulher bolando pelas escadas e ela tava toda molhada de refri, o chão da sala tava lotado de pipoca! Hahahaha!
Ender: para de rir!!
Arthur: meu Deus, Ender! – Arthur esboça um sorriso irônico.
Raissa: Hahahaha!
Ender: eu não tive culpa!! – seu rosto estava parecendo uma pimenta de tão vermelho. – foi sem querer! Eu não queria chutar uma pessoa de propósito!!
♪ I really need somebody to call my own ♪
Arthur: haha! A mulher.. – ele solta um pequeno riso. – fez alguma coisa?
Clayde: acho que tava com tanta vergonha, que só queria sentar e fingir que nada aconteceu!
Raissa: como assim? – ela me olha confusa.
Ender: ela se levantou do chão e disse que, "caiu sozinha", ela saiu rápido da sala e não voltou mais... – Ender olhava para o lado escondendo o rosto.
Arthur: imagina só! Toda vez que ela for no shopping, ela vai se lembrar que isso aconteceu!
Raissa: nossa Ender! – Raissa esboça um sorriso irônico e tapa a boca com a mão. – você é uma pessoa horrível!
Ender: EI!! Isso não tem graça! – ele aponta para o rosto da Raissa que não parava de rir.
Clayde: eu sentia falta disso... – esboço um sorriso sereno e todos olham pra mim.
♪ Someone to you (someone to you) ♪
Arthur: como assim?
Clayde: da gente... Agindo feito um bando de idiotas, jogando conversa fora, rindo da cara do outro! – todos se entreolham.
Todos: eu também! – eles dizem em unisom.
Clayde: se ele estivesse aqui... – olho para o toca discos. – seria melhor ainda... – respiro fundo.
Volto a atenção para eles que me encaravam com o semblante levemente preocupados. Puta merda... Balanço a cabeça e forço um sorriso gentil.
Clayde: mas vamos esque..
Arthur: como você tá? – desvio o olhar. – desculpa tocar no assunto! E-eu..
♪ I'll make the moon shine just for your view ♪
Clayde: tudo bem! – ele me olha levemente assustado ainda. – eu já "superei" isso, admito que foi difícil! Haha! – coço a cabeça.
Raissa: tem certeza... Que não tem problema da gente falar?
Clayde: gente, vocês não precisam esconder nada de mim! Tá tudo bem, eu juro.
Arthur: posso te fazer uma pergunta...
Clayde: sempre!
Arthur: como é... – olho para ele confuso. – voltar para o seu alojamento e ele não tá lá?
Clayde: sinceramente... – olho para o teto e começo a pensar.
Só agora que eu tô pensando nisso... Acho que é... Estranho? Diferente? Normal? Chato? Bom? Ruim? Eu não me sinto ruim... Então não seria algo ruim... Certo?
Ter ele aqui... Posso dizer que seria a melhor coisa possível, mas... Não ter ele aqui, também não é ruim... Eu sinto sua falta, sinto mesmo, mas... Não acho que..
*Estalo! Balanço a cabeça saindo de meu tranze, olho para Arthur que parecia culpado com algo. Eu tô estragando tudo...
Arthur: foi mal te..
Clayde: confuso. – todos se entreolham. – eu diria que é confuso, não sei ao certo oque sinto, mas... – olho para o toca discos.
♪ I wanna be somebody to someone ♪
Clayde: não é ruim! – esboço um sorriso gentil e coço o pescoço. – só é estranho, parece que ele sempre teve lá comigo, mas não é algo que me aflige tanto.
Raissa: acho que entendi...
Clayde: se ele tivesse aqui. – todos me encaram. – eu ficaria muito!! Feliz! – esboço um sorriso de ponta a ponta do rosto.
Todos: também! Haha! – queria que estivesse aqui, sorrindo com a gente...
Ender: você ainda tá sem colega de quarto, Clayde?
Clayde: é... Sim. – isso é estranho... – não sei porquê. – dou de ombros.
Arthur: provavelmente você tenha. – olho para ele confuso.
Clayde: por que eu teria?
♪ I'll make the moon shine just for your view ♪
Arthur: a faculdade voltou depôs de um ano, concerteza deve ter alguém.
Clayde: será?...
Arthur: acredito que sim, espera mais um pouco, deve chegar alguém em algum momento. – eu assento.
Clayde: talvez... Mas por que a pegunta, Ender?
Ender: eu queria dormir por lar.
Clayde: minhas coisas vão chegar só amanhã. – mostro minha palma para ele. – que tal depois da manhã? Eu vou passar o dia me organizando! – esboço um sorriso sereno e Ender retribui.
Ender: pode ser... Depois da manhã então?
Clayde: unhum! Há! Vem cá, e o Alex? – Ender olha para o lado meio triste.
♪ I wanna be somebody to someone, oh ♪
Ender: depois do ocorrido ano passado ou retrasado, tanto faz. – ele dá de ombros. – a família dele trancou sua inscrição...
Arthur: foda...
Ender: nem me fale... Por enquanto eu tô sem colega também.
Clayde: por isso você quer passar um dia lá?
Ender: não... Eu só queira passar um tempo com você mesmo. – eu assento.
Clayde: de boa, eu também não tenho nada pra fazer mesmo! – ele retribui meu sorriso.
Arthur: vamos indo?
Raissa: bora, e vocês?
Ender: eu levo o Clayde. – ele coloca o braço em meu ombro. – o que você acha?
Clayde: claro!
♪ The setting sun above it all ♪
Arthur: a gente já vai indo então, até mais pessoal! – Arthur acena com a mão e se levanta.
Clayde: falow Art! – aceno para ele.
Ender: até amanhã. – Ender acena.
Raissa: até! – ela se levanta. – boa noite pra vocês!
Raissa segura não mão de Arthur e os dois seguem juntos até a porta. Observava eles desaparecem em meio ao aglomerado de pessoas e passarem juntos pela porta.
...
------------------------------------------------------------ 13 de Janeiro de 2022 -----------
• Alojamento •
Clayde: jesus... – observava aquela gororoba na panela. – isso aqui tá parecendo diarréia... – Ender tenta prender um riso.
Ender: hahaha! Tá parecendo.. haha! Diarréia! Pior que tá mesmo! haha! – começo a rir da cena.
Clayde: acho que a gente não serve pra cozinha...
Ender: você acha?! Eu tenho certeza!! – ele pega a panela. – olha pra isso! – solto um riso.
Clayde: deixa esse troço aí! Haha! Eu vou pedir uma pizza. – pego o celular.
Ender: boa ideia... – ele se apoia na bancada da cozinha. – vai pedir de quê? – começo a discar.
Clayde: pode ser uma doce e outra salgada, o que você acha? – ligo e coloco o celular no viva-voz.
Ender: pode ser, pedi beijinho de doce. – eu assento.
Clayde: vou pegar barriga cheia de salgada.
Ender: unhum! Pod..
Celular: pizzaria Bonaparte. – mostro minha mão para Ender. – como poderíamos ajudar?! – uma funcionária falava com uma voz animada.
Clayde: Oi, tudo bem, gostaria de pedir uma pizza com dois sabores.
Celular: qual seria os sabores?
Clayde: barriga cheia e... – olho para Ender.
Ender: beijinho.
Celular: ok, só precisamos de seu endereço.
... Passo meu endereço para ela.
Clayde: pode trazer um refrigerante também.
Celular: certo, aguardem um estante que ela já, já chegara!
Clayde: certo, obrigado, beijos. – desligo o celular.
Beijos... Clayde?...
Ender: beijos? – sinto meu rosto quente.
Clayde: cala boca... – desvio o olhar.
Ender: haha! – esboço um sorriso em meu rosto.
Clayde: vamos esperar na sala, até a pizza chegar.
Ender: vamos, não deve dem..
*Toc! *Toc! *Toc! Olho para porta após ouvir batidas nela. Eu e Ender nós entreolhamos confusos e seguimos me direção a ela.
Ender: eles são rápido, né? – solto pequeno riso.
Clayde: já pensou?!
Ender: tava esperando alguém hoje?
Clayde: não que eu saiba...
Ender: deve ser o Arthur.
Clayde: ele costuma avisar antes de vir. – Ender dá de ombros e vai para trás da porta.
Destranco a porta, coloco a mão na maceneta e giro ela fazendo a porta se abrir..
*Arrepio! Sinto um arrepio percorrer meu corpo, ele segue da ponta da minha orelha até minha cauda, meus pelos se atiçam e eu balanço a cabeça. Que merda foi essa?!!...
???: Oi? – sua voz era bem grossa, pisco os olhos duas vezes tentando me manter focado.
Clayde: a-a... Oi! Posso ajudar? – coloco minha mão na cintura e me escoro na porta.
Um lobo negro com pequenos detalhes em branco pelo seu corpo, estava com uma pequena mala e uma bolsa em suas costas. Ele usava um boné oque deixava difícil de ver seu rosto e estava sem camisa deixando uma certa visão de seu corpo. Aquilo me deixava um pouco desconcertado e meio recioso com a situação. Ele até que tem um bom físico...
???: É-é... Acho que sou seu colega de quarto!... – Vejo um sorriso totalmente torto e nevoso.
Ele levanta um pouco seu boné e me olha nos olhos. Esses olhos... Seus olhos dourados que vinham à mim como um déjà vu, sinto borboletas na barriga e tento não parecer nervoso.
[ Thanatos: acho que sou seu colega de quarto. ]
Essa cena transparecia em minha mente como um filme. Flash do Thanatos vinham na minha mente de maneira rápida. Balanço a cabeça tentando fazer parar. Que merda é essa, Clayde?! Se controla! Para de pensar nele!...
Clayde: é-é... Prazer! – estendo minha mão e esboço um sorriso gentil. – me chamo Clayde!
???: Zeldris. – ele aperta minha mão. – eae meu caro. – ele esboça um sorriso sereno.
[ Thanatos: eae meu caro ]
Mais um flash rapidamente passa em minha mente. Ele recolhe seu braço e fica me encarando. Para de pensar nele, Clayde...
Clayde: você não pegou suas chaves? – retiro minha mão da cintura.
[ Thanatos: não, foi mal... Sabe aonde eu posso pegar? ] – caralho... Para com isso...
Zeldris: peguei. – ele me mostra as chaves. – só achei que seria melhor te chama. – ele dá de ombros.
Clayde: entendi... E então? – ele vira sua cabeça para o lado. – vai ficar me encarando ou entrar para ajeitar suas coisas?
Zeldris: certo! – ele sorri.
Sedo espaço para ele que passa pela porta. Fecho a porta e olho para trás vendo que ele havia sumido. Hum?...
Clayde: Zel.. – sinto um toque no meu ombro e me viro.
Zeldris: tô atrás de você! – ele esboça um sorriso gentil. – é... O que ele tá fazendo aqui?... – ele aponta para trás de mim.
Ender: oi. – Ender acena com a mão. – me chamo Ender.
Zeldris: acho que você ouviu meu nome, não é? – Ender assenti.
Clayde: o meu quarto fica no corredor da esquerda. – aponto para o corredor. – o banheiro fica no final dele e..
Zeldris: o meu quarto é o da direita, eles já vem com uma cômoda e uma cama, certo? – eu e Ender nós entreolhamos.
Clayde: sim... Como você sabe?
Zeldris: é que pareceu óbvio! – ele sorrir coçando o pescoço.
Ender: ok... A gente pediu uma pizza, daqui a pouco ela deve chegar. – nos direcionamos até a sala.
Zeldris: vou ajeitar minhas coisas no quarto, depois eu apareço aqui. – ele segue em direção ao corredor.
Clayde: ok... – observava ele desaparecer em meio ao corredor.
Ender: tá apaixonado, é?... – ele sussurra em meu ouvido de maneira maliciosa.
Clayde: quê?!! – sinto meu rosto quente.
Ender: se eu fosse você falaria mais baixo! – ele esboça um sorriso irônico.
Clayde: idiota! – ele solta um riso curto. – alguma coisa nele me chamou atenção...
Ender: foi o corpo dele? – olho para ele mortalmente. – é-é... Brincadeira!
Clayde: tô falando sério, mas esquece isso. – faço pouco caso. – vamos só esperar por essa pizza idiota...
...
Estávamos sentado na mesa da cozinha comendo a pizza. Convidei Zeldris para jantar junto da gente, não acharia justo deixar ele sem comer.
Clayde: tá fazendo faculdade de quê? – ele continua com esse boné...
Thanatos: desenvolvedor, eu gosto de tecnologia e programação. – balanço a cabeça e pisco os olhos rapidamente.
No momento em que ele levanta o rosto, encaro seus olhos e acabo vendo Thanatos em seu lugar. Caralho! Clayde!!...
Zeldris: tudo bem com você? – é difícil de ver seu rosto assim...
Clayde: a-a... Sim! – coço a cabeça e desvio o olhar. – eu tô terminando enfermagem, falta só alguns meses... – respiro fundo.
Zeldris: entendi... – ele termina de comer. – você vai dormi aqui?
Ender: eu? – ele assenti. – é... Sim... – Ender olha pra mim rapidamente. – algum problema?
Zeldris: pode dormi no meu quarto, eu vou ficar fazendo algumas coisas aqui má sala.
Ender: tem certeza disso?
Zeldris: claro, falando nisso... Vou pegar minhas coisas pra estudar aqui. – ele se levanta e segui em direção ao seu quarto.
Ender: ele é bem de boa...
Clayde: bastante...
Ender: ele tem um bom físico, será que não quer participar de alguma atividade extracurricular?
Clayde: tá pensando em chamar ele pra queimada?
Ender: tô, o que você acha?
Clayde: eu falo com ele amanhã, o que você acha?
Ender: Belê.
...
------------------------------------------------------------- 14 Janeiro de 2022 --------------
*Trim!! *Trimm!! Inclino meu braço para o lado e desligo despertador. Coloco meus pés para fora da cama e observo aquela quarto escuro.
Clayde: bom dia, *bocejo... Clayde! – espriguiço meu corpo e levanto da cama.
Sinto o toque gélido do quarto em meus pés e me direciono até a porta. Coço minha cabeça com uma mão e uso a outra para abrir a porta. Passo pelo corredor me dirigindo até a sala. Ele já tá acordado?...
Vejo Zeldris sentando no sofá de costas para mim, a televisão estava ligada e sem som, havia apenas legenda nela. Ando até o meio da sala e olho para ele. Ele tá dormindo...
Clayde: coitado... Deve ter ficado com frio! – esboço um sorriso espontâneo vendo ele no sofá.
Começo a observa-lo. O boné cobria seu rosto e não me deixava ver seu olhos. Por que ele não tira esse boné?... Sua boca estava entreaberta e sua presa estava de fora. Que fofo!... Ainda estava sem camisa e sua bermuda estava um pouco pra baixo deixando um pouco de seus pelos para fora. Sinto meu rosto quente e desvio o olhar. É... Ok...
Clayde: acho melhor acorda logo ele... – esboço um sorriso torto e sigo em sua direção. – ele até que é bem fofo assim!
Tiro o boné de seu rosto e.. Eu quero morrer!... Ele estava com um de seus olhos abertos me encarando. No momento que tiro seu boné, ele esboça um um sorriso espontâneo e pisca seu olho pra mim. Aaaaaaa!!...
Zeldris: eu sou fofo! – sinto meu rosto quente. – é?! – ele esboça um sorriso malicioso, me viro de costas para ele.
Clayde: é-é... Cala boca! – ando em passos rápidos até a cozinha.
Zeldris: foi mal... – ouvia ele vindo em minha direção.
Clayde: por que não me falou que você tava acordado?... – evitava de olhar para ele.
Zeldris: Eu queria ter dito, mas... – pego uma panela e encho de água. – tava bem engraçado ouvir você falando! – ligo o fogo e coloco a panela.
Clayde: não teve graça... – me viro para ele que estava levemente corado. – não pra mim. – cruzo os braços.
Zeldris: desculpa... – ele coça sua cabeça envitando de fazer contato visual.
Clayde: *arrff... Tudo bem! – esboço um sorriso gentil e ele retribui.
Zeldris: tá fazendo café? – ele se apoia na bancada.
Clayde: tô, gosta de café?
Zeldris: amo! Coffe is life! – solto um riso curto. – que foi? – ele me olha confuso.
Clayde: é que você me lembrou uma pessoa! – sinto minha cauda balançar levemente.
Zeldris coloca a mão em minha cabeça e esboça um sorriso atencioso enquanto bagunça meu cabelo.
Thanatos: você é uma graça, Clayde! – pisco os olhos rapidamente e balanço a cabeça.
Para com isso!! Mas que merda!...
Zeldris: você tá bem? – ele tenta toca em mim, mas eu me afasto dele. – Clayde?... – ele me olhava preocupado.
Sinto meu coração bater rapidamente e minha respiração eufórica. Me escoro na geladeira e arrasto as costas até o chão, junto minhas pernas e aperto os joelhos com o braço. Ele se senta de frente para mim e olha para meu rosto preocupado.
Zeldris: quer conversar?! – ele esboça um sorriso gentil e um olhar atencioso.
Clayde: não é nada, é só que... – respiro fundo. – esqueci, me ajuda a levantar. – ele se levanta.
Estendo minha mão para ele que pega ela e me puxa abruptamente. Merda... Sentia meu corpo muito próximo o dele e desvio o olhar. Me afasto para trás coçando a cabeça e ando em direção ao café.
Observava aquele café pensativo. Que merda tá acontecendo comigo?... Pego o pó de café e despejo um pouco na água. Coloco açúcar e pego um coador. Que sufocante... Zeldris não dizia mais uma única palavra.
Clayde: você vai fazer alguma atividade extracurricular? – começo a coar.
Zeldris: é... Eu entrei na queimada. – termino de coar.
Clayde: sério?! – pergunto surpreso e pego um copo.
Zeldris: sim, por que? – coloco café.
Clayde: é que eu faço parte do time de queimada! – me viro para ele com um sorriso gentil e mostro o copo com café. – quer?
Zeldris: a-a... Obrigado! – ele pega o copo de minha mão. – você tá namorando? – olho para ele atônito.
DU NADA?!!...
Clayde: quê?! – esboço um sorriso quebrado. – como assim?! Haha! Du nada! – abro os braços e balanço a cabeça em negação.
Zeldris: não precisa ficar nervoso, é só uma pergunta aleatória mesmo.
Clayde: é-é... N-não... Eu não tô namorando... – olhava para baixo e sentia meu rosto queimar.
Que aleatório...
Zeldris: só queria saber mesmo. – ele dá um gole no café.
Clayde: e também... Não quero namorar com ninguém... – olho para baixo. – pelo menos não mais...
Zeldris: algum motivo específico?
Clayde: um cara que eu amei... Na verdade, que amo... Ele... Ele... – balanço a cabeça. – não quero falar sobre isso.
Zeldris: ele deve ter sido muito sortudo de te conhecer. – por que ele tá agindo assim?...
Clayde: eu diria que sortudo foi eu... Ele era incrível, parecia não ter defeitos...
Zeldris: acho que você mudou muito ele, você parece ser um cara incrível! – ele diz com um sorriso reconfortante.
Clayde: por que você tá falando isso?... – ele me olha surpreso.
Zeldris: algum problema? E-eu... Só tô sendo gentil... – ele coça a cabeça.
Clayde: é que eu mal te conheço direito, isso é estranho.
[ Thanatos: é que eu mal conheço você direito. ] – acho que trocamos os papéis...
Zeldris: foi mal, admito que é realmente estanho.
Clayde: tudo bem...
Ender: ei, Clayde. – olho para o corredor vendo Ender. – vou só me arrumar aqui e a gente vai pra quadra, belê?
Clayde: ok...
Zeldris: posso ir com vocês?
Eu não tô gostando muito dessa invasão de privacidade dele... Se bem que eu era assim, né? Mas enfim...
Ender: claro, você já..
Zeldris: entrou pro time de queimada? Já, pode ficar de boa! – ele faz pouco caso.
Ender: ok, vou só terminar aqui e a gente vai. – Zeldris faz um joinha com a mão.
...
• Quadra •
Nós direcionamos até quadra para iniciarmos o jogo. O jogo iria ser eu, Ender e Zeldris. Contra Kenan, Carlos e Cristian. Vejo Carlos e Kenan vindo em minha direção.
Clayde: oi ke..
Kenan: eae novato? – ele me ignorou!?...
Zeldris: eae Kenan, de boa? – Kenan olha para ele confuso.
Kenan: tu me conhece?
Zeldris: a-a... É que vocês são famosos por aqui, sabe?
Carlos: ok... – os três se entreolham.
Kenan: a gente vai jogar contra você! – Kenan esboça um sorriso superior.
Zeldris: eu aceito, mas..
Kenan: não foi uma pergunta, a gente vai! Jogar. – Zeldris olha para mim que dou de ombros.
Zeldris: como eu disse... Eu aceito, mas vocês tem que ver isso com o treinador. – Zeldris aponta para o treinador.
Carlos: MARCOS!! – o treinador olha para gente. – A GENTE PODE JOGAR UMA SÓ ENTRE A GENTE E O NOVATO?! – o treinador levanta a mão em sinal de joinha.
Kenan: agora você não tem mais desculpa para fugir! – ele olha para Zeldris com um sorriso irônico.
Zeldris: ok! – Zeldris esboça um sorriso convencido. – então vamos lá! – eles se encaram de maneira fixa.
Vamos ver no quê isso vai dar...
...
Estava na arquibancada observando eles. O jogo já havia começado a um certo tempo. Ele é muito bom... Todos estavam suados e ofegantes já com a partida, ninguém ainda havia saído.
Zeldris segura um bola que é lançada por Kenan. Ele levanta um pouco a bola e ajeita seu boné. Ele olhou pra mim?... Enquanto ajustava seu boné, percebo que Zeldris havia olhado de relance para mim com uma cara determinada.
Ender: ele olhou pra você?... – Ender sussurra em meu ouvido.
Clayde: parece que sim...
Pisco meu olho por um segundo e vejo Kenan ser acertado por uma bola. Quê?!... Levanto da arquibancada assustado e olho para todo mundo. Estavam todos boquiabertos com oque aconteceu. Direciono meu olhar para Ender que me olhava com descrença e assustado.
Clayde: que merda aconteceu?! – Ender apenas balança a cabeça rapidamente em negação e abre os braços.
Ender: eu sei lá!! – como assim?...
*PIIIIII!! O treinador soa o apito. Carlos e Kenan se encaravam desacreditados com oque havia acontecido.
Marcos: CK! FORA! O VENCEDOR É ZELDRIS!! – todos começam a bater palmas e assobiar.
*Palmas!! *Assobios!!
*Palmas! *Assobios!
Olho para Zeldris que vinham em direção a arquibancada. Ele estava com cabeça baixa e a mão no boné cobrindo meus rosto. Zeldris sobe as escadas até a gente e permanece de cabeça baixa.
Zeldris: gostariam do jogo?... – parecia nervoso.
Clayde: eu.. – Ender repousa a mão em seu ombro e puxa ele para perto.
Ender: CARALHO!! Mano! O que foi aquilo?! – Ender diz empolgado. – tu é muito foda! Né, Clayde?
Zeldris levanta um pouco seu rosto, observo ele que estava levemente corado e um olhar doce. Observo aqueles olhos dourados que era capaz de enxergar a sua alma e assento.
Clayde: é... Mandou bem! – esboço um sorriso gentil e ele retribui de maneira vergonhosa.
...
• Alojamento •
Abro a porta do alojamento e passo por ela junto de Zeldris. Ender já havia ido embora e iria ter aula ainda. Fecho a porta e me viro para Zeldris.
Clayde: mandou b.. – o olho assustado.
Quê?!...
Zeldris avança em mim selando um beijo. Coloco minha mão em seu peito e o empurro pra trás. Limpo minha boca e olho para ele com raiva.
Clayde: CARALHO!! QUAL A PORRA DO SEU PROBLEMA?!! – cerro os punhos para ele.
...
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