Os olhos de obsidiana encaravam com seriedade o irmão, que estava sentado por trás daquela mesa. Mantendo-se frente a mesa do editor chefe, Sasuke argumentava insistentemente por algo, o que realmente era uma novidade para Itachi, o chefe e irmão do Uchiha mais novo. Naquela revista, que era apenas uma das cinco carro-chefe que o grupo editorial Sharingan possuía, Sasuke era o diretor de arte e tinha uma bela formação acadêmica voltada a editorial, quase tão boa quanto a de Itachi, embora o foco do mais novo fosse um pouco mais artístico enquanto Itachi focava mais em gestão aprimorando assim seu currículo. A principal diferença entre ambos era a maturidade e experiencia profissional, e enquanto Itachi era visto com bons olhos por Fugako como seu sucessor direto a presidência, Sasuke ficaria com a chefia de algum carro-chefe, e ele sinceramente esperava ser em uma das editoras de livros.
O mais velho suspirou longamente mexendo em uma caneta, fitava o irmão com seriedade e profissionalismo.
— O casamento de Hanabi Hyuuga será algo... Grande. Minha decisão quanto a essa cobertura foi de caso bem pensado ao ponto de mandar a ela um contrato de exclusividade, somente nós teremos direito a cobertura.
— Eu entendi.
— Não... Acho que não. Não é algo que podemos só... Fazer nas coxas e colocar qualquer um.
— Tá dizendo que eu sou qualquer um? – falou com certa zanga e nesse momento Itachi bufou e massageou a têmpora.
— Não, Sasuke. A questão é você e um casamento. É fora de questão. Você sempre disse como odiava tudo isso. Deus, você nem liga para os princípios básicos e...
— Ei, eu não odeio casamentos!
— Sempre me fala isso. E é irônico se preparar para assumir a chefia de uma revista especialista nisso.
— Tem que concordar comigo que existe muito exagero – resmungou o Uchiha remexendo-se.
— Viu? – Itachi apontou a caneta – é esse exatamente o problema.
— Eu estou muito mais que preparado para chefiar essa cobertura. Pensa comigo, é a minha oportunidade de mostrar que eu posso lidar com... Toda essa coisa, com maturidade e... Profissionalismo.
Itachi calou-se o fitando.
— Me fala a verdade por trás disso, digo, qual a real importância desse casamento em especial para você. Te conheço Sasuke, não se empenharia num trabalho assim só para ficar bem diante dos olhos do papai.
O mais novo desviou o olhar um tanto, especificamente para o porta-retrato que havia em cima da mesa de Itachi da qual ele pegou vendo a foto do irmão com a esposa Izumi e a filhinha do casal.
— Eu não odiei seu casamento, por exemplo – resmungou Sasuke.
— Você fodeu a irmã da minha mulher no nosso casamento – disse Itachi o encarando e viu um meio sorriso surgir nos lábios do irmão caçula – não tem graça! Era o meu padrinho!
— Tá... Eu já pedi desculpas – ele viu a cara séria do irmão – pra todo mundo... Qual é, isso foi a cinco anos e você ainda fica aí se remoendo. E depois, esse casamento agora é especial pelo... Tamanho do evento, e... Eu só quero melhorar minhas perspectivas.
Itachi chegou ao limite, e ouvindo aquilo ele gargalhou.
— Sasuke Uchiha, eu te conheço. Não é essa a razão, e sem ela, eu nem ao menos vou ponderar seu pedido.
O mais novo bufou e subitamente constrangido falou:
— E se eu só... Quisesse conhecer melhor uma pessoa.
— A noiva? – assustou-se Itachi de repente. – Agora que tá fora de questão mesmo!
— A madrinha – resmungou.
Sim, definitivamente muito curioso aquele caso. Desde quanto o irmão se interessa tão diretamente por uma mulher? Logo ele?
— Por quê?
— Porque de repente eu... Só quero uma desculpa para passar mais tempo ao lado dela.
Itachi precisou mesmo de todo esforço do mundo para manter-se inexpressivo diante daquilo. Respirou fundo e abriu uma gaveta de sua mesa. Tirou de lá uma pasta simples com alguns papéis dentro e o estendeu em direção a Sasuke, mas antes que ele pudesse o pegar, o mais velho avisou:
— Uma única chance, se cagar tudo, vai trabalhar naquilo que eu escolher e não vai reclamar.
Os olhos faiscaram, sabia bem que intensão era aquela de Itachi, mesmo assim pegou a pasta da mão do irmão.
— Monte uma equipe de apoio e se prepara, é o casamento do ano.
— Sei, Hyuuga e Sarutobi.
— é... – Um brilho malicioso surgira nos olhos negros de Itachi – ela tem grandes expectativas e eu ainda maiores. A princípio, ela terá algumas páginas, mas estamos falando de uma passagem completa no site e mais algumas coisas.
— Eu vou colocar todo holofote que esse casamento merece – disse Sasuke e levantou-se saindo da sala.
Itachi ficou olhando para a porta por alguns segundos depois que ele saiu, deslizou as mãos pelos cabelos negros e suspirou pesadamente.
— Ele tá apaixonado. E logo por Hinata Hyuuga... Que as tempestades venham logo.
(...)
Ela chegou um pouco atrasada naquela reunião no meio da manhã, estava presa em uma discussão com Konan sobre seu projeto travado e com isso quando ela entrou naquela sala de reuniões, ela apenas se encostou no canto ao lado da irmã, de Tenten e outra diretora da empresa.
— Porque a reunião mesmo? – questionou ainda digitando rapidamente no celular. O tom de voz baixinho esforçava-se para não chamar atenção.
— Parece que foi antecipada a apresentação do novo chefe do jurídico – disse Tenten estendendo um copo de café para Hinata.
— Graças a Deus, já não era sem tempo! – disse a morena e virou um gole quando a porta lateral aquela sala abriu-se, dando passagem a Hiashi Hyuuga que era seguido por outra pessoa.
Uma pessoa que fez Hinata engasgar com o café, e Tanto Tenten quando Hanabi segurarem o sorrisinho.
— As coisas estão finalmente ficando interessantes na Corporação Hyuuga. – disse Hanabi maliciosa.
Hinata não fazia ideia de como se sentir, ou como lidar exatamente com aquilo, por um lado estava muito, mais muito zangada mesmo com Naruto, que sabia que trabalharia diretamente para a empresa de sua família, no entanto, nunca a falou absolutamente nada. Os murmurinhos espalhavam-se pelo lugar quando Hiashi pigarreou sutilmente chamando a atenção de todos que se calaram. Com sua postura firme e completamente profissional, ele fez o anúncio tão aguardado.
— Como sabem, recentemente rompemos com o jurídico da Otsutsuki e isso nos causou vários danos, mas eles eram necessários devido a divergências. Depois de algumas reuniões, fechamos parceria finalmente com a Namikaze assessoria através de Minato, e é justamente essa que assume a partir de agora. O prazo de transição era de vinte dias, mas surpreendentemente eles conseguiram antecipar. Quem assumi a chefia jurídica e qualquer assunto agora em nome da Corporação Hyuuga é esse homem, Naruto Namikaze.
— Filho da mãe! – murmurou Hinata concentrada demais naquilo.
Houve a apresentação formal aos principais chefes de setores ali até chegar finalmente a onde seus olhos prenderam-se e um sorriso não foi contido pelo loiro.
— Senhorita Hyuuga. – disse cumprimentando Hinata que parecia irritada e na encolha.
— Já se conhecem? – questionou Hiashi.
— Já sim. Somos colegas – disse Naruto, e Hinata consentiu, não queria deixar nenhuma brecha a mais.
— Bem, é ótimo, ela é uma das pessoas que mais vai trabalhar ao seu lado, ela é minha chefe de projetos. Tudo passa por ela antes de chegar a mim finalmente. Essa é Hanabi, ela trabalha no setor financeiro, na área de compras. – Naruto ia formalmente apertando as mãos das garotas e agindo com todo o profissionalismo que tinha – essa é Tenten Mitsashi, ela é chefe de relações-públicas da empresa e também outra pessoa que deve trabalhar diretamente com você.
— Bem-vindo, Naruto – disse a garota sorrindo e sendo receptiva – sinta-se em... Família. – disse com malícia nas entrelinhas e Hinata quis esganá-la, bem como Hanabi que segurava o risinho.
— Gosto dessa sensação. Em família.
Hiashi deu um tapinha cordial no ombro do homem de cabelos loiros e apertou sua mão novamente.
— Bom, já foi devidamente apresentado e instalado. Novamente bem-vindo e faça um bom trabalho, filho!
O CEO e atual presidente da corporação então saiu, e com ele, quase todos os diretores voltavam aos seus postos de trabalho.
— O que pensa que tá fazendo? – resmungou Hinata baixinho, não se importando com Tenten ou Hanabi ali.
— Trabalhando? Eu acho...
A careta dela o fez querer rir.
— Não se faça de idiota! – rosnou a garota e aquela foi a deixa para Hanabi e Tenten darem o fora.
— Quer que eu diga o quê?
— Foi de propósito, não foi?
— Claro que não! – mentiu ele descaradamente sem fazer questão de esconder dela – me senti até ofendido agora Hyuuga, acho que está com mania de perseguição.
— Hahaha, muito engraçado, Uzumaki, ou devo chamar de Namikaze.
— Uzumaki, odeio esse sobrenome estupido do meu pai – disse ele e com a intimidade que o cabia, já que não havia absolutamente ninguém perto deles ou os dando qualquer atenção, pegou o copo de café dela o tomando, o que a fez o olhar ainda mais indignada.
— Não faz isso! – ela rosnou.
— O quê? – ele arqueou a sobrancelha a olhando e bebendo o café.
— Isso – ela o apontou – exatamente isso!
— A Hina, fala sério. Eu sei me comportar, tá bem? Não foi você que disse que era minha amiga? Aproveita... – ele sorriu e saiu dali em direção ao setor que ficava o jurídico a empresa com seus estagiários, mas antes de sair completamente do campo de visão dela, ele falou – se precisar de mim, estou a um passo de você... Hinatinha.
… ♣…
Hinata entrou na sua sala cuspindo fogo. Serviu-se de um copo de água e voltou-se a sua janela, percebendo estar inquieta demais. Odiava perder o controle do que quer que fosse, Naruto estava naquele instante tirando seu precioso controle e invadindo o seu espaço e isso a fazia sentir-se acuada, intimidada de alguma forma.
Perto demais.
Voltou-se a mesa de projeto, onde o trabalho de Konan ainda estava bem ali.
Ela era profissional, era uma mulher adulta, madura, segura... Não precisava se preocupar. E depois... Bom, aquele loiro tinha defeitos, mas nenhum deles era ser um babaca. Ele não colocaria as coisas a perder assim, ele era extrovertido, para frente, inoportuno, atrevido, mas sempre, absolutamente sempre a respeitou e seus limites. Confessava que ultimamente aquela coisa toda estava mais intensa, mais constante, mais indiscreta, chegando até a sua irmã, mas não era como se ela não pudesse reorganizar tudo, certo? Controle era tudo!
Respirou profundamente e caminhando elegantemente até sua mesa, ela retirou o telefone sem fio da base e discou o ramal de sua assistente.
— Por gentileza, localize o senhor Namikaze e peça para ele vir a minha sala para eu repassar algumas informações.
— Sim, senhora – disse a garota e saiu para cumprir o que foi pedido.
Enquanto isso, Hinata ajeitou os cabelos lisos e abrindo uma das gavetas de seu organizador de documentos, ela retirou duas pastas de cores diferentes as abrindo sobre sua mesa pequena de reunião e projetos. Passado alguns minutos, ouviu o som de batidas na porta.
— Pode entrar- avisou, a mesma fora aberta pela garota dando passagem a um loiro de um e oitenta que tinha uma das mãos no bolso da calça e tinha uma maldita pose tão arrogante e profissional que de repente a dava tiques pelo corpo. Pigarreou.
— Que bom que chegou.
Ele sorriu. E quando a sua assistente fechou a porta ele disse:
— Uau, foi mais rápido do que eu pensei, Hime...
Ela ergueu o dedo com aquela carinha feroz. Ele conteve-se, mas certamente aquele porte dela de comando, fazia horrores com sua libido. Deus, era horrível, era quase um cachorrinho daquela mulher, embora fosse uma inversão completa daquilo entre quatro paredes.
— Eu realmente estava precisando de alguém do jurídico, a vários dias estou sofrendo alguns embargos em projetos e preciso revolver isso. – disse ela, nas pastas abertas ele vira os stickers coloridos que marcavam as páginas com suas devidas anotações. Ela era tão organizada, tão controlada e a coisa que ele mais adorava era quando ela perdia o controle completamente, embora, claro, aquela não fosse uma situação. Era trabalho e ele mostraria para pequena e intimidante Hyuuga que ele poderia ser sim um sujeito profissional e confiável.
— Deixa eu ver o que podemos fazer. – disse assumindo em definitivo a postura profissional, o que por um lado aliviou a Hyuuga e por outro o tornou de repente tão sexy daquele modo, principalmente quando falava do projeto em aspecto legais e parecia realmente dominar o que fazia...
Um homem seguro, completo, maduro e sexy para caramba, fora que Naruto Uzumaki definitivamente tinha a merda de um sorriso “molhador” de calcinhas.
Ele fizera várias anotações em um papel enquanto falava das manobras que faria para adiantar as liberações dela, e ouvia o silêncio como resposta. Ele virou-se para Hinata que estava escorada em sua mesa o fitando, ou melhor, fitando sua bunda, e ele a pegou no flagra.
— Vou cobrar!
— Aceita cartão? To sem trocadinho – disse ela sorrindo e não deixando o clima perder-se.
— Isso é assédio sexual, senhorita Hyuuga.
— A coisa toda ou existem níveis? – disse ela batendo uma caneta contra a palma da mão sem desviar o olhar do dele.
— A coisa toda... – disse ele que se aproximou dela apoiando suas mãos na mesa, uma de cada lado dela. – é muito antiético.
— Eu imagino – ela disse com a cara mais deslavada do mundo, brincando com ele e Naruto perguntava-se onde estava toda aquela zanga dela por sua presença ali? – e geralmente envolve processos, certo? – ela concluiu deslizando a ponta da caneta pela gravata de Naruto, que tinha um meio sorriso e mordeu o lábio logo em seguida.
— Processos longos e muito, muito caros...
A mão pequena delicada puxou sua gravata que estava por baixo do paletó e ela o puxou o restante do espaço que havia entre eles, fazendo os lábios quase colarem-se.
— Sabia que eu sou incrivelmente rica? Posso pagar alguns tipos de processo – falou com um sorriso malicioso brincando nos lábios dele e como resposta ele segurou as pernas dela a puxando de uma vez a sentando sobre a mesa.
— Que sorte a minha – ronronou antes de tomar os lábios dela com vontade, as mãos apertaram a traseira ao puxar-se mais para o meio das pernas dela.
As mãos de Hinata abriram os botões do paletó dele, enquanto mexia na gravata a afrouxando. Oras agarravam os fios dourados, oras buscavam contato com a pele. Estavam tão intensos no contato das línguas e dos lábios que mal paravam para respirar.
As mãos dele apertando suas coxas, seus seios com força enquanto esfregava e forçava aquela rigidez grossa contra a intimidade dela.
Ela escapou nos lábios dele sentindo os seus próprios doloridos e inchados, ofegava tanto, e estava completamente excitada com ele, tal como se fosse uma adolescente carregada de hormônios que se molhava com um mísero toque.
— Me fode! – ela mandou – me fode agora, Naruto!
Ele rosnou excitado como resposta e abriu com rapidez a calça apenas para libertar o membro dolorosamente duro e afastar a calcinha dela sob a saia e a penetrou de uma só vez a sentindo o agarrar com força e morder seu ombro para conter o grito mesclado ao gemido, enquanto ele mordeu o próprio lábio contendo o urro de prazer em sentir aquela bocetinha dela tão molhada o engolindo apertadinha.
Arremeteu a primeira vez com força e as seguintes... As pernas dela envolviam seu corpo e as mãos dele apoiavam-se na mesa e seu folego e resistência era apenas para aquilo: penetrá-la forte, rápido e fundo enquanto sentia as unhas dela roçando em seu couro cabeludo a medida que ele lhe puxava os cabelos.
Respirações fortes e rápidas, gemidos baixinhos e mentes vazias.
Corpos que se chocavam com violência e corações que batiam rápido no peito até que a quietude tomou conta da sala, mas eles permaneceram agarrados um ao outro ainda ofegantes.
Toc, toc, toc...
— Senhorita Hyuuga. O senhor Neji Hyuuga e a senhorita Mitsashi desejam vê-la - a voz de sua assistente acordara ambos.
Hinata empurrou Naruto de si se dando conta de como perdera completamente a compostura. Ela baixou a saia ajeitando a calcinha e o viu tentar se recompor rapidamente.
— P-pode... Entrar. – disse a morena que parou com pose de paisagem abrindo uma das pastas de qualquer jeito sobre sua mesa de projetos. Os olhos perolados, também herdados por Neji, fitaram a prima e o loiro. – N-Neji, acho que se lembra do senhor... Uzumaki, quer dizer Namikaze – adiantou-se ela se corrigindo visivelmente embaraçada. Chefe do... Jurídico.
Um gesto muito sutil de Tenten para ela apontando os lábios e Hinata entendera. Os lábios inchados, talvez um pouco borrados...
Era notório que os quatro estavam sem jeito naquele instante. Neji não era idiota, muito pelo contrário. O clima sexual ainda pairava ali e disso ele entendia bem.
— Eu vim... Entregar isso... E... Saber se gostaria de almoçar conosco – disse o Hyuuga evitando o contato visual direto, ligeiramente corado e falhando miseravelmente em ser tão discreto.
— E-eu... Vou passar hoje – disse Hinata sem saber exatamente onde enfiar a cara. Nunca tivera aquele tipo de comportamento tão... Impulsivo daquela forma em seu trabalho. E o pior, agora era deixar evidente a um membro tão íntimo da família principal algo que poderia ser confundido com relacionamento. – Preciso... Adiantar as coisas e...
— Oh, ok. – disse o Hyuuga e virou-se de costas junto com Tenten que antes lançou uma risadinha para a amiga – foi um prazer, Namikaze. A proposito... Bela gravata. – Ele saiu arrastando Tenten dali o mais rápido possível, no mesmo instante que não apenas Naruto, mas Hinata olhava para a gravata dele.
Camisa meia desabotoada, paletó mal fechado e gravata torta claramente puxada.
— Odeio você! Tudo isso é sua culpa! – disse Hinata furiosa pegando as pastas da mesa e caminhando para arruma-las de volta ao lugar.
Naruto, que começou a se arrumar de verdade, falou um pouco indignado:
— Minha culpa? Você praticamente me assediou em local de trabalho!
— Eu?! Nossa e como você se fez de difícil! Seu loiro... Dado! Odeio mesmo você!
Ela estava zangada e muito lindinha. Ele deu um meio sorriso ao colocar finalmente a gravata no lugar.
— Claro que me odeia, mas ama meu pau, né Hyuuga?
Ela o olhou ainda mais zangada, mas antes dela falar ele completou:
— Por falar nele, almoça comigo?
— Cara de pau, cínico!
— Acrescenta, tarado, pervertido... E bom de cama – disse aproximando-se dela e enlaçando a cintura.
— Não... – disse com a voz manhosa. – Estou zangada mesmo, Naruto.
— Eu tenho reservas no Montesquiu.
Ela o empurrou e foi até sua mesa pegando a sua bolsa. Virou-se o encarando e com seriedade disse:
— Quero sobremesa e eu escolho o vinho – virou-se em direção a saída – ah, e você paga!
— Pensei que era incrivelmente rica.
— E rancorosa – ela completou e ele sorriu indo atrás dela.
(...)
O campo memorial Raio de Luz, era o mais antigo e bem localizado cemitério da cidade. Ele ficava em uma área arbórea que dava a realmente a sensação de paz, era o lugar que certamente trazia um certo alívio ao coração de quem tinha ali algum ente querido. E esse era o caso da garota Hyuuga que estava ali diante de um belo jazido, que era feito em mármore branco e tinha uma estátua em tamanho real de uma mulher em forma angelical.
Abaixou-se sentando-se na grama verdinha ao lado e deixou um buque de lírios-brancos e rosas sobre a pedra fria. De dentro da bolsa, Hinata tirou uma garrafa mini de Chandon e uma taça e encheu pela metade. Ainda eram dez da manhã, mas não importava.
— Não briga comigo ainda, mãe. Tem uma razão para isso. – calou-se enquanto podia ouvir o canto dos pássaros ela região. – Eu vou começar com um: sinto sua falta ainda. Já fazem dezesseis anos hoje e a sensação ainda é exatamente a mesma. Meu coração tá vazio sem você. Tenho certeza que deve ter notado minha ausência e me desculpe, minha vida tem andado tão corrida esses últimos tempos. – Hinata sorriu – na verdade, meia louca também. – Ela levantou a taça – bom, primeiro eu preciso dizer que mesmo sendo contrária no início, Hanabi vai se casar, por isso o brinde. – Ela bebeu o ligeiro gole e ficou em silêncio um tempo sentindo as brisas tocarem sua face – Ela experimentou já alguns vestidos e eu ficava apenas pensando na senhora aqui, a ajudando. Eu não sou boa com isso, não sei a coisa certa a se falar quase sempre. Eu sempre quis ser como a senhora, mas tô ficando cada dia, mais parecida com o papai, o que também é bom.
— Você deve estar se perguntando se ela vai se casar, e eu? Bom... Eu continuo exatamente do mesmo modo da última vez que estive aqui. Aliás, aconteceu uma coisa que ainda não sei classificar. Eu conheci dois caras. Dois caras completamente diferentes um do outro, mas dois caras incríveis que... Eu gosto muito deles, da companhia, de conversar... Sexo... E não me julgue por favor. Mas acho que eu cometi o maior erro da minha vida, eu... Sinto que estou me envolvendo demais e só deveria parar. – Sorriu com raiva – acho que você me odiaria se visse como eu estou agora. Me sinto como uma terra infértil que nada, absolutamente nada consegue vingar. Parece que depois que você se foi eu realmente morri e não é só uma impressão. Eu me acostumei tanto com a dor, fazendo dela a minha defesa e força de tal forma, que o amor simplesmente não é mais capaz de nascer... E às vezes eu me sinto assustada.
— Deveria estar aqui. – Chorou ela mais uma vez – deveria me dar colo, me dá bronca... Me... Aconselhar. – Ela ofegou – de onde está, por favor... Me faz sentir qualquer coisa, não me deixa ser um campo morto para sempre. Eu preciso tanto da sua luz mamãezinha, mas tanto...
(...)
A mesa de jantar estava posta formalmente e elegante. Havia todo o toque de requinte que o momento pedia, e um cardápio escolhido a dedo para aquela noite, que era intitulada como especial. Um chef fora contratado com uma pequena equipe apenas para aquele momento. Um jantar entre os Hyuugas e os Sarutobis.
Numa ponta da mesa havia o patriarca Hyuuga Hiashi como anfitrião, e na outra ponta havia o Sarutobi Hiruzen. Distribuídos ao longo da mesa havia Biwaku, esposa de Hiruzen, seu filho e atual herdeiro Asuma com sua esposa Kurenai e sua neta Mirai, bem como Konohamaru, seu neto e filho de seu primeiro filho, esse havia morrido com a esposa em um acidente que envolveu um jato particular da família quando o garoto tinha apenas cinco anos, e desde então toda a sua rígida educação fora levada pelo avô.
No lado de Hiashi, havia sua segunda esposa, Lady Hanna que era filha do conde de Kuni, tinha o título que herdara e ostentava com tanto orgulho. Era uma mulher muito bonita que estava sempre na mídia, sempre envolvida em eventos de moda e caridade. Havia é claro sua filha mais velha e herdeira, Hinata Hyuuga e sua filha caçula Hanabi Hyuuga.
O clima inicialmente tenso era mais parecido com a mesa de negócios do que uma reunião em tese de família, já que era apenas dois meses e meio para que ambas as famílias de certo modo se unissem. Hinata percebia como Hanna era intrometida e descabida onde não deveria. Sempre enaltecendo seu pai, o bajulando, parecendo mais importante do que realmente era sobre aquele teto. Hinata seria uma pessoa ruim ao olhar para garota é ver nada além de uma boneca cara que o pai havia comprado para foder? Era nítido que não havia sentimento algum da parte dele por ela, Deus, aquela garota era vinte e cinco anos mais nova que ele, tinha quase a mesma idade de Hinata.
Ela, naquele momento, falava com as mulheres Sarutobi sobre escolhas de casamento, de luxo e de glamour quase esfregando na cara de Hanabi o seu desejo de estar diretamente envolvida com tudo aquilo.
Será que Hanna não se cansava de ser vista como uma decoração naquela casa? Hanabi a detestava e apenas suportava-a em nome do pai, e o mesmo aplicava-se a Hyuuga mais velha. De repente, o clima agradável fora quebrado por Hanabi:
— Odeio seus gostos, São... Sem noção! – disse Hanabi olhando para a garota.
— Hanabi, tenho certeza que Hanna apenas está sendo gentil – disse Hiashi olhando para a filha.
Estava aquele clima insuportável e antiquado na mesa.
— Então... Agradeço a gentileza sem noção. Não é a minha mãe e não precisa estreitar laço desnecessário. Está nessa família a pouco mais de quatro anos. – disse a jovem Hyuuga de forma seca, e sinceramente Hinata quis gargalhar do comportamento infantil e mimado da irmã, mas adorava a cara da madrasta.
Konohamaru era outro que se segurava para valer, juntamente a Kurenai. O clima era tão sério, mas tão engraçado ao mesmo tempo, e bastou apenas um olhar do pai para ela se calar.
— Sinto muito – disse a mais nova voltando a beber do seu vinho. Incrivelmente quem respondeu aquilo foi alguém que olhava tudo com ar curioso até então.
— Não somos robôs, horas. Pessoas tem diferença e sentimentos. Fora que eu aprecio sinceramente essa irreverência e transparência da jovem Hyuuga. Acredito que tenha sido algo que realmente fisgou meu neto, não é mesmo? — Hiruzen sorriu generosamente, fazendo Hanna espumar de raiva.
Aquilo bastou para finalmente quebrar qualquer clima. As conversas fluíram mais íntimas e divertidas.
— E quanto a jovem Hinata, quando teremos um casamento... Ou… Noivado? – questionou Asuma.
— Não tenho nenhum candidato – sorriu Hinata.
— Ela espanta todos! – disse Hiashi com certa graça e franqueza, e os membros da mesa sorriram.
— Não é verdade! – ela protestou com um sorriso brincando ainda em seus lábios – teve aquele... Como era o nome dele?
— Utakata.- disse Hanabi.
— Isso! Ele era um sujeito legal!
— Uma semana e ele fugiu, Hinata – disse Hiashi divertindo-se na mesa.
— Sou uma mulher difícil.
— Imagino – disse Hiruzen. – Mas mesmo assim, imagino que em algum momento...
— Bom... – Hinata largou os talheres um momento – eu acho que meu pai faria um melhor trabalho que eu, me achando um marido.
— Inusitado
— Os Hyuugas tinham essa tradição de casamento arranjado, não é papai?
— é, sim, embora bem antiga e antiquada, mas ainda acontece.
—Está de acordo com isso? Não acredito, Hina! – disse Hanabi olhando para o pai.
— Já disse a Hinata que eu quero a felicidade dela acima de tudo. Ela vai arranjar um marido por ela e no tempo dela, e se no final preferir ficar sozinha, ainda terá meu apoio, e mesmo que depois de tudo ela ainda se vire a mim e me peça para usar dessa tradição antiquada, se isso a fará feliz, eu farei.
Ela segurou a mão do pai sobre a mesa, o olhando nos olhos.
— Obrigada. É por isso que eu confio nele. Sensato como sempre.- e era justamente por isso, pela força e os privilégios, que Hinata preocupava-se tanto em não desapontá-lo.
(...)
Ela estava no escritório naquele momento concluindo alguns trabalhos, quando saiu de la, no entanto, não estava preparada para ver Sasuke bem ali parado em um dos hall’s. Ele conversava com uma das garotas assistentes de Hanabi com tamanha intimidade, cheio de risinhos da parte da garota e ela tinha certeza, ele a estava dando mole e flertando propositalmente, a aura do charme Uchiha estava bem ali. Aquela sensação era tão intensa em Hinata que ela esquecera o principal: O que ele estava fazendo ali?
Fora no meio desse embolo em seu estômago em vê-lo com outra mulher em flerte, que os olhos dele finalmente a alcançaram, mas continuou naquela conversa, dessa vez dando seu telefone a garota. Aquela foi a deixa de Hinata, que saiu pelo corredor em direção a copa que havia naquele andar. Aproximou-se de uma das máquinas de café e expresso pegando um copo térmico, colocou sobre o bico selecionando chocolate quente. Estava ainda processando aquela sensação e sentimento raro que tivera, que mal notou a aproximação do Uchiha ao seu lado, que imitando seu gesto colocou um copo na máquina ao lado, mas selecionou capuccino.
— Então gosta de ruivas também? — soou ligeiramente rude, mas respirou fundo.
— Tá com ciúmes, Hyuuga?
— Não tenho esse sentimento mundano.
Ele gargalhou.
— Não foi o que pareceu, aliás... Adoro ver seus olhos faiscando e você corada.
— Está enganado! Só achei muito... Bobo. Aliás, agora que me ocorreu, o que está fazendo aqui?
Ele segurou o crachá a mostrando.
— Passe livre, gatinha, estou trabalhando.
Ela arqueou a sobrancelha.
— Revista, Uchiha, eu...
— Céus! Não me diga que você é responsável pela cobertura?
— Que mundo pequeno, né? E olha – ele fez uma cara cínica - você é a madrinha e principal responsável, e mais ainda, é a minha mãe que está cuidando do cerimonial, eu diria... Mundo pequeno mesmo!
Ela estreitou os olhos para ele e ergueu o dedo de forma intimidadora, o problema era em como aquele lado dela o atingia. Tocou no peito no Uchiha e com o mesmo gesto do dedo mandou-o a seguir até seu escritório, onde ela trancou a porta.
— Vamos colocar os pontos, aqui eu sou uma coisa, não misture as linhas.
— E quando eu misturei? – ele arqueou a sobrancelha a provocando.
— Nunca tive que lidar com essa situação, primeiro o Naruto e agora você
— Pera, Naruto? Como assim?
— Ele... Aquele loirinho sem noção é o novo encarregado do jurídico.
— Filho da mãe! – murmurou o Uchiha pensando que o amigo pensou na mesma coisa que ele, mas recusava-se a acreditar que era qualquer coisa a mais que sexo, afinal, nunca viu o Uzumaki desabrochando amor por mulher alguma ao ponto de se esforçar. Era como ele… caras de nenhum amor e apego a solteirice, bom… eram…
— Ele já... Bagunçou minha rotina e...
— Fizeram sexo?! – ela constrangeu-se – fizeram sexo no seu trabalho! – ele mordeu o punho.
— Fala baixo! Meu deus, eu estou arruinada! Isso está indo longe demais. – Ela então o olhou e leu o olhar dele capturando a ideia por trás do mesmo – não mesmo, Uchiha!
— Que é? São direitos iguais nessa relação. Sua regra, lembra?
— Eu agora quero muito chutar a bunda de vocês dois. Isso era para ser pessoal, íntimo e parece que eu vou enlouquecer. Primeiro minhas amigas, depois minha irmã e agora...
— Para de resistir caramba! Qual o problema de se envolver?
— Eu não quero me envolver!
Se encararam irritados e frustrados, ela escorada na sua mesa e ele a alguns passos dela. As mãos deslizaram pelos cabelos mostrando sua frustração, mais que frustrado, irritado consigo mesmo.
Ele avançou de uma vez contra ela segurando a nuca com força e a beijou intensamente. A Hyuuga fechou os olhos e agarrou os cabelos dele. A mão sobre a cintura dela apertou com possessividade a reclamando para si e num segundo gesto a sentou sobre a mesa de trabalho derrubando algumas coisas enquanto encaixava-se entre as pernas dela. Afastaram-se ofegantes e ele a encarou enquanto segurava o rosto dela. Os lábios inchados pareciam lhe excitar ainda mais.
— Só isso te basta? – o tom de voz dele ao mesmo tempo que era intimidador era indecifrável. Ela sentiu o coração bater rápido e acelerado no peito. O encarava, mas não conseguia dizer nada além daquilo, e isso o irritou profundamente – você conhece a sensação de se afogar? Me deixou assim. – disse e beijou a testa dela saindo da sala.
Hinata apenas o viu sair dali, não conseguia se mover, não conseguia reagir, não conseguia sentir. A mão subiu frente ao peito onde ela agarrou a camisa a apertado com força, não respirava, não chorava, não sentia. A mente estava apenas vazia e uma sensação de estar fora do ar.
Ontem à noite foi a última noite da minha vida passada
Estou aqui tipo, você nunca vai conseguir me entender
Ontem à noite foi a última vez, foi a última vez
Eu nunca deixei você me entender
Sentado aqui, conversando comigo mesmo
Pensando como eu costumava usar você, única coisa que eu estou acostumada
Ontem à noite foi a última vez, foi a última vez, oh
Deu-me o que eu queria quando precisava
Sinceramente, eu quero dizer isso
E se eu pudesse me convencer a sentir
Você sabe que eu sentiria, eu sentiria
Momento perfeito, perfeito
Eu começo o que não sei como terminar
Não me, não me, lembre
Eu estraguei tudo antes de começar, oh
Past Life (feat. Selena Gomez) - Trevor Daniel
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