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História Uma Semana de Amor S2 - Primeiro Dia - Desvendando Mistérios - História escrita por SkylerByLuna - Spirit Fanfics e Histórias
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História Uma Semana de Amor S2 - Primeiro Dia - Desvendando Mistérios


Escrita por: SkylerByLuna

Notas do Autor


Oiiiie!
Mais um capítulo quentinho saindo, espero que gostem! ♥️

Capítulo 2 - Primeiro Dia - Desvendando Mistérios


Fanfic / Fanfiction Uma Semana de Amor S2 - Primeiro Dia - Desvendando Mistérios

A luz do sol começa a invadir o quarto de Yugi e a brisa da manhã balança suavemente as cortinas do mesmo, a corrente de ar matinal carrega um misto refrescante e quente de maneira simultânea e bate diretamente no rosto do jovem rapaz, que repousa serenamente com a cabeça apoiada no peito do mais velho, este que mantém uma respiração vagarosa, fazendo com que a entrada e saída de ar dos seus pulmões tragam uma sensação aconchegante para quem repousa sobre ele, o mais velho tem sua mão direita enterrada nos cabelos arrocheados de seu parceiro, enquanto o seu braço esquerdo encontra-se apoiado em sua testa, cobrindo seus olhos e impedindo que a luz do sol atrapalhe seu sono (aliás, que sono, parecia que Yami não dormia a milênios).

Com a brisa que bate em seu rosto, Yugi sente que, além do cheiro da manhã, a mesma trás uma fragrância nova, um aroma masculino, forte, intenso, mas com notas suaves no final, o mais jovem enterra seu rosto no peito do mais velho, logo consegue descobrir de onde vinha aquele cheiro, ele sorri e segura o tecido abaixo de sua cabeça com mais força... 

*Inspira profundamente* - "Nossa... que cheiro bom..." - *abre os olhos e...* - "AAAAAAAHHH!" - Yugi se assusta ao perceber que havia mais uma pessoa com ele na cama. Por instinto, o jovem se afasta e empurra àquele ser que compartilhava o mesmo espaço que ele naquele momento. 

- "Hmmm... HAN? MAS QUE PORR... AAAAAAAAAAAHHH" - Yami acorda bruscamente e, no instante em que é empurrado para fora da cama, se agarra nos lençóis, o que fora inútil, pois o mesmo acaba por cair de costas no chão e, como se não bastasse, acaba arrastando o pequeno Yugi, que cai por cima de seu corpo e ambos são cobertos pelo lençol da cama.

- "O QUE?! YAMI? É VOCÊ? EM CARNE E OSSO? MAS COMO?! QUANDO? POR QUÊ ESTÁVAMOS ABRAÇADOS?" - Em meio a muitas perguntas, Yami escuta o chamado do Sr. Muto que, após escutar o grito de seu neto, subia as escadas o mais rápido que podia.

- "MEU NETO! O QUE HOUVE? TÁ TUDO BEM AÍ EM CIMA?" - Preocupado, Sr. Muto direcionáva-se para a porta do quarto de Yugi e, com a mão na maçaneta, estava prestes a abrir.

- "YAMI, O QUE SIGNIFICA I-" - Yugi é puxado pela nuca para mais perto de Yami, que rapidamente coloca sua outra mão tapando a boca do mais novo e encara profundamente seus olhos, após notar que o mesmo havia se calado, retira a mão da boca dele e leva o dedo indicador para a sua, sinalizando para o mesmo que fizesse silêncio, então desvia o olhar para a porta do quarto e Yugi olha na mesma direção, ficando completamente perdido ao ver que seu avô havia aberto a porta. Yami, no exato instante, sinaliza silenciosamente para que Yugi fale alguma coisa.

- "YUGI, MEU NETO! TÁ TUDO BEM???" - Sr. Muto abre a porta e vê apenas uma silhueta coberta pelos lençóis e alguns fios de cabelo magenta escapando para fora deles. Antes que pudesse adentrar o quarto, é interrompido pela voz do seu neto.

- "Érr... S-Sim, vovô! Não precisa se preocupar, é que... é que eu acabei caindo da cama! Mas tô bem, pode ficar tranquilo! Hehehe..." - Yugi e Yami se entreolham levemente apreensivos.

- "Aaah... que susto! Pensei que algo grave tinha acontecido! Bom, cair da cama significa que você terá um dia longo e cheio de surpresas! É como se o universo estivesse usando um despertador diferente do convencional" - Ele ri e então se encaminha para fora do quarto enquanto diz algumas palavras - "Se apresse, pois o café já está na mesa, te espero lá embaixo".

Ao escutarem a porta do quarto fechar, ambos suspiram aliviados - "Ufa..." - Yugi retira o lençol que os encobria e cora violentamente ao finalmente conseguir visualizar com mais clareza a cena que ambos estavam protagonizando: Yami estirado no chão com uma das suas mãos na testa e os seus olhos fechados, enquanto soltava mais um suspiro de alívio. Já Yugi estava montado em cima do mais velho, as pernas dos dois estavam entrelaçadas e Yugi levava suas duas mãos fechadas para perto do seu rosto, cobrindo sua boca, enquanto seus olhos ametistas encaravam Yami de cima a baixo. O mais novo imediatamente tentou se levantar, apoiando ambas as mãos no abdômen do mais velho (e que abdômen), mas para ao escutar um grunhido de reclamação do mesmo.

- "Grr... Yugi, não se esqueça que eu ainda estou aqui embaixo e sinto essa pressão que você está fazendo em cima de mim... vem, deixa que eu te ajudo a levantar" - A sensação de ter o mais novo em cima de si não era ruim, mas julgou que era melhor levantar antes que ele começasse a interpretar aquilo de maneira errada, logo, Yami desfez o nó de suas pernas e então ergueu seu corpo juntamente com o mais novo e, sem demora, ambos se encontravam de pé.

Ainda corado, Yugi retomava a sua memória as perguntas que havia feito anteriormente, mas que ainda continuava sem respostas - "Yami, você está mesmo aqui???" - Yugi cutuca Yami, ainda incrédulo. 

- "Ao que parece... estou sim, não poderia estar mais presente do que isso e... Ei! Yugi! Pare de me cutucar, eu estou realmente aqui!" - Yami reclama, cruza os braços e franze o cenho. 

- "Desculpa... hehe..." - Yugi deixa escapar um sorriso bobo e singelo para Yami - "É que... nossa... é difícil acreditar que você esteja realmente esteja aqui! Mas como isso é possível?"

- "Hm... eu não sei, mas desconfio que esteja relacionado com o Enigma do Milênio" - ele volta o seu olhar para o Enigma, que agora tinha um tamanho menor, semelhante a um pingente, então ele repara que o de Yugi também ficou idêntico ao dele. - Estranho... - pensou.

- "Olha, Yami! O que é isso em cima da escrivaninha?" - Yugi e Yami voltam o seu olhar para uma ampulheta de cristal, com sua parte externa revestida em ouro maciço, com algumas gravuras egípcias entalhadas, a parte superior continha uma grande quantidade de areia, enquanto a inferior tinha apenas um punhado, a areia descia lentamente, quase como se fosse um pó mágico. Mas algo não estava certo, ela parecia não estar fisicamente ali, então quando Yugi tenta a segurar, sua mão a atravessa, demonstrando que as suspeitas de Yami estavam corretas, aquela ampulheta estava presente no mundo espiritual e, ao que parecia, apenas os dois podiam enxergá-la.

- "Tá pensando no que eu estou pensando, Yugi? Parece que essa ampulheta pertence ao mundo espiritual, o que significa que ela está diretamente ligada ao Enigma" - ele a encara, enquanto leva uma de suas mãos ao queixo e esboça uma expressão pensativa.

- "Aaaah... bom, isso é algo que eu não tinha pensado, mas... ei, sabe o que isso significa? De alguma forma, os nossos pensamentos não são mais escutados um pelo outro, o que mostra que, de fato, estamos mesmo em corpos diferentes" - ele sorri, parece aliviado em saber disso - "mas ainda não entendo como isso foi acontecer, ei Yami, você não se lembra de nada do seu passado que esteja relacionado com isso?"

- "Não, Yugi. Realmente, não me lembro, mas talvez haja algo ou alguém que possa nos ajudar a encontrar respostas" - Yami e Yugi escutam do andar debaixo o Sr. Muto chamando-o novamente e, dessa vez, parecia que ele estava com a companhia de outra pessoa.

- "Vamos, meu neto! O café vai esfriar, além do mais, temos visita de um velho amigo".

- "Ah, que isso, deixe o rapaz se arrumar, logo logo ele estará aqui conosco" - aquele tom de voz... era impossível não saber quem é, era o amigo do Sr. Muto, Arthur Hawkins, talvez ele pudesse ajudá-los a resolver esse mistério. 

- "Bom... parece que o destino sorriu para nós dois novamente, rs" - diz Yami.

- "Tem razão, talvez ele tenha as respostas que procuramos!" - Yugi exibia um sorriso no rosto e, rapidamente, correu para o banheiro para se organizar e descer, em pouco tempo, ele estava pronto.

- "Vamos indo?" - Diz Yami se encaminhando para a porta.

- "Epa, epa! Não acha arriscado eu e você sairmos juntos assim? Ainda não sabemos o efeito do que aconteceu com a gente, por enquanto, acho que seria melhor que você ficasse aqui enquanto eu converso com o Sr. Hawkins" - dizia Yugi, se colocando na frente da porta com os braços entendidos, tentando parar Yami.

- "Mas Yugi, eu estou tão curioso quanto você, além do mais, não posso te deixar sozinho, principalmente agora que estamos em corpos separados" - disse Yami, que exibia um semblante levemente indignado.

- "Por favor, Yami... ainda não descobrimos todos os efeitos que essa nova magia possui, e se isso colocar todo mundo em perigo de novo? Eu... eu tenho medo que isso aconteça..." - Yugi parecia triste... estava de cabeça baixa, mas ainda sim ergueu seu olhar para Yami, aquele olhar... inocente, mas tão cheio de preocupações... todas essas emoções foram uma grande carga para o jovem garoto, Yami sentiu-se atravessado por aqueles olhos tão cheios de incertezas.

- "Mas Yugi, eu..." - Yami foi interrompido por Yugi.

- "Por favor... além do mais, não há com o que se preocupar, eu vou estar por perto, sim?" - Yami não conseguiu resistir e após um longo suspiro, concordou com o rapaz, que agora demonstráva-se sorridente outra vez.

*Suspiro* - "Tá bom, Yugi... você venceu, vou esperar aqui".

- "Legal! Obrigado por confiar em mim" - ele sorriu e, sem pensar muito, abraçou Yami, que fora surpreendido por este abraço tão repentino, Yugi então se afasta corado e se enrola para encontrar a maçaneta, enquanto não retirava os olhos de Yami, ele finalmente a encontra e então desce as escadas em busca do Sr. Hawkins.


Pov. Yami:

Yami estava no quarto, de pé, perto da porta. Assim que viu Yugi se distanciar dele, sentiu um leve aperto no peito... desde que ele havia sido dominado pela sua própria escuridão e havia perdido Yugi para a magia do Orichalcos, lidar com a ideia de se distanciar dele novamente era tão agonizante que chegava a doer. Desde que estavam juntos outra vez, ele estava determinado a garantir que isso nunca mais acontecesse, mas... além disso, sua preocupação com o bem estar de seu Aibou tinha aumentado ainda mais, tudo que ele mais almejava desde esse dia foi que Yugi pudesse ser aquele garoto alegre e sorridente que sempre fora e que tanto o cativava... 

- Como eu gostaria de, ao menos uma vez, ser o motivo da sua alegria em vez de ser alguém que só lhe atrai desgraça... - Yami pensou. Ele fecha seus olhos e abaixa sua cabeça, parecia muito aflito enquanto divagava pelos seus pensamentos, então sussurrou: - "eu gostaria apenas de ter uma chance para poder te fazer sorrir..." 

Nesse mesmo instante, o pingente do Enigma do Milênio começou a brilhar e então a ampulheta que estava em cima da escrivaninha começou a reluzir com o brilho de seu Enigma. Ele, a princípio, olhou confuso para a reação que acabara de acontecer, mas então pensou mais um pouco e uma luz lhe surgiu na mente.

- "Não... será que... isso é realmente possível?" - Yami sabia que seu Enigma era uma relíquia poderosa, ainda sim, desconhecia e muito dos poderes que a mesma possuía, muito menos como usá-los, mas parece que, de um jeito ou de outro, ele conseguiu despertar um poder que, em seu íntimo, sentia que era exatamente o que ele precisava naquele momento - "Não vou desperdiçar essa chance, eu te prometo... Yugi..." - ele sorriu, mas sabia que seu tempo era curto. Tomado pela curiosidade, ele se aproxima da ampulheta na escrivaninha e a analisa mais de perto, talvez as respostas que procurava pudesse estar nela.


Pov. Yugi:

Descendo as escadas com pressa, Yugi viajava em seus pensamentos. Muito embora não soubesse como ou porquê Yami havia se materializado, sua intuição lhe dizia que aquilo poderia ser bom para ambos, mas não conseguia deixar de se preocupar, não apenas por ter vivido coisas muito malucas e perigosas que não só o ameaçavam, como também ameaçava a vida das pessoas que amava, mas, principalmente, pelo medo de perder Yami para sempre.

Desde que ele conseguiu resolver o Enigma do Milênio e se conectado com a alma do Faraó, Yugi criou uma profunda relação com Yami, a ponto de não conseguir mais se imaginar sem ele. Yami era um espírito que ele se importava e que também necessitava da sua presença, sua maior preocupação naquele momento era de que, agora com um corpo só pra ele, Yami talvez não precisasse mais de Yugi, sendo ele plenamente capaz de resolver seus mistérios sozinho, mas não... Yugi não conseguia suportar a ideia de ter que se distanciar dele, muito menos de que o Faraó não compartilhava do mesmo sentimento que o ligava a ele como nunca se ligou a outra pessoa. 

- E se ele não quiser mais ser meu parceiro...? E se ele me considerar um fardo...? E se ele não gostar de mim tanto quanto eu gosto dele...? - Perguntas, perguntas e mais perguntas que vagavam pela sua mente, mas que precisariam esperar para serem respondidas, pois agora ele tinha um outro mistério para desvendar.

Finalmente, chegando no último degrau, Yugi é acolhido por seu avô e pelo amigo dele, a companhia dos dois sempre o dava uma orientação, ele se sentia feliz por tê-los ali consigo. 

Sentado na mesa do café da manhã, Yugi quase não conseguia se alimentar direito por tanta ansiedade para entender toda a situação nova que vivenciava com Yami, muito embora não tivesse tanto jeito com as palavras, ele estava determinado a descobrir alguns segredos.


Pov. Yami:

Observando o relógio e a quantidade de areia que caia na ampulheta, ele pode concluir que uma pitada dela (cerca de 10mg, aproximadamente), era o suficiente para marcar um minuto, tendo um total de 600mg por hora (já que 1h tem 60min, basta multiplicar 10x60, que teremos o resultado de 600mg). 

Ele observou que havia algumas marcações na parte inferior da ampulheta, sete, para ser mais exato, e que conforme a areia descia, ia se preenchendo tais marcações, ele notou que a primeira estava quase na metade, ou seja, já havia quase se passado a metade do tempo para preencher a metade dessa primeira marcação, ele então entendeu que cada uma daquelas sete marcações representava um dia da semana e que o primeiro dia tinha quase chegado na metade.

A metade de um dia tem 12 horas e, pela quantidade de areia, em pouco mais de duas horas a metade da primeira marcação seria concluída, então a ampulheta surgiu a meia noite, logo após ele e Yugi terem adormecido na noite anterior, como o relógio marcava 10 horas, suas conclusões estavam corretas.

De qualquer forma, ele entendia que qualquer que fosse o motivo da existência daquele objeto lá, ele sabia que o tempo era curto, ele teria sete dias para cumprir a sua promessa para Yugi. A ampulheta também tinha alguma relação com o seu desejo, do contrário, por que ela reluziria com o brilho do Enigma do Milênio? Ele não sabia que sentimento ou poder tornou o seu desejo realidade, mas o tempo estava passando, era preciso que ele pensasse bem se quisesse cumprir com o prometido.

(Bom... não é a toa que Yami tenha descendência egípcia, afinal, habilidades de cálculo também é uma característica deles, não é verdade?)

Mas uma nova preocupação lhe surgia na mente: como Yami poderia aproveitar ao máximo esse tempo que teria com Yugi? E se ele falhasse em uma das suas tentativas? Ele precisava pensar, queria que fosse especial para Yugi. 

Um sorriso lhe brotou dos lábios ao reparar algumas cartas de Monstros de Duelo em cima da escrivaninha, o garoto era simplesmente fissurado por elas, a conexão entre eles e o jogo juntamente com a paixão ao duelarem era mútua. - "Espera... talvez... a resposta estivesse na minha cara o tempo todo rs".


Pov. Yugi:

Pensando na melhor forma de tirar sua dúvida sem levantar tanta suspeita, Yugi procurava uma brecha para introduzir o assunto da tal "ampulheta misteriosa" e que sorte tinha o mais novo, pois seu avô e o Sr. Hawkins conversavam animadamente sobre os velhos tempos enquanto realizavam suas descobertas arqueológicas.

- "Bem... e... por acaso em uma dessas descobertas vocês... sei lá, encontraram alguma coisa misteriosa, tipo... ah, não sei... uma ampulheta?" - É, definitivamente, Yugi era PÉSSIMO em disfarçar.

- "Curioso você perguntar isso, mas me diga, por que o interesse repentino por esse objeto em específico? Tem alguma coisa a ver com o Enigma do Milênio ou o Faraó?" - perguntou o Sr. Hawkins.

*Yugi leva uma das mãos para atrás da sua cabeça, enquanto exibe um sorriso levemente desesperado por ter levantado suspeitas* - "N-não, não...! Nada em específico, é só que eu estava vendo o meu livro de história no capítulo que falava sobre o Egito e... vi que tinha o desenho de uma ampulheta lá... por isso fiquei curioso, hehe..." - Espero que eu tenha sido convincente! - Pensou o mais novo.

*Hawkins olha para Muto e depois de ambos sorrirem, ele começa a falar* - "Bom... existe uma velha lenda, tão antiga quanto a existência do Faraó, quase até como uma profecia. Eu a encontrei nas minhas viagens, enquanto fazia minhas descobertas..."

O tempo escorre pelas mãos...

Como pequenos grãos de areia que se perdem pelos dedos...

Como seus desejos irão conduzir a tempestade de areia que se aproxima?

Deixar-se-á levar com os ventos ou serás prisioneiro dos seus medos?

O tempo desliza sobre o delicado cristal, sem lhe fazer qualquer dano, pois o mesmo que aprisiona é o mesmo que tem a chave para a liberdade...

Você tem a chave... permita-se sentir e poderás ser livre para viver o seu desejo...

E mesmo sem asas, poderás voar, como um pequeno grão de areia impulsionado pela brisa calorosa que te abraça...

- "Ah... eu me lembro bem dessa lenda, lembro-me que uma das ilustrações era uma ampulheta, eu tenho até a imagem aqui comigo, junto com essa lenda, veja aqui" - O Sr. Hawkins lhe mostra a imagem que registrou dessa antiga lenda, Yugi se assusta ao ver que a ampulheta é exatamente idêntica a que se encontra no seu quarto.

- "Uau...! É incrível...! Mas... confesso que não compreendi muito do que a lenda quis dizer..." - Yugi abaixa sua cabeça.

- "Hora, meu jovem, nem tudo pode ser compreendido sem que antes seja vivido, é exatamente isso que a Lenda trás, o desejo, sentimento, algo que nos faça voar, o amor, talvez?" - Yugi cora quando o mesmo fala sobre amor - "mas é claro, o tempo está passando e há a possibilidade de ser tarde demais, ou ser levado pela tempestade, como a própria lenda diz" - O Sr. Hawkins complementa - "É muito aberto a interpretação, receio que talvez haja muito mais por trás dessa lenda do que sabemos".

- "Bom... acho que consigo compreender muito mais agora" - Yugi sorri e antes que possa voltar a ser questionado por seu avô ou o Sr. Hawkins, ele desvia-se do assunto, colocando uma torrada na boca e levando um croissant de chocolate para o andar de cima - talvez ele esteja com fome, rs' - Yugi sorri ao se lembrar de Yami, que estranho, logo após escutar uma lenda de amor, a primeira pessoa que pensa é o dono dos olhos Carmesins. *Ele balança a cabeça e então diz* - "Bem, eu preciso voltar a fazer o dever de casa, obrigado!" - *o jovem sobe correndo as escadas e, novamente, divaga pelos seus pensamentos, enquanto que os dois amigos idosos sorriem um pouco confusos com a reação do mais novo*.

- Como eu vou explicar essa lenda para Yami? Será que ele... ah, não faz o menor sentido... amor...? Bom... possa ser que o Sr. Hawkins tenha se enganado, possa ser que outro sentimento tenha despertado a ampulheta da lenda... parceria...? Não sei... bem, já é um caminho.

Yugi adentra novamente o seu quarto e depara com Yami sorrindo ao olhar para as cartas de Monstros de Duelo jogadas em cima da escrivaninha. 


Yami e Yugi se encontram novamente no quarto, ambos sorriem ao se verem de novo, mesmo que não tenham passado tanto tempo um longe do outro. 

Ao ver Yugi com uma torrada na boca, mas, mesmo assim, com um sorriso bobo no rosto, Yami automaticamente sente um alívio em seu peito. O mais novo estende sua mão que levava um croissant de chocolate e, após entregar para o mais velho, retira a própria torrada da boca, finalmente, conseguindo esboçar algumas palavras.

- "Tome, trouxe isso para você! Acredito que como você tem seu próprio corpo agora, deve sentir fome. É de chocolate, espero que goste" - Yami acha fofo e engraçado o jeito como Yugi demonstra afeição por ele. O mais velho pega o croissant e morde logo em seguida.

- "Hmmm... isso está ótimo, Yugi. Obrigado por ter me trazido um" - o sorriso de Yami faz com que Yugi novamente core suas bochechas. E após ambos terem comido os seus respectivos lanches, eles sentam na cama para então compartilharem suas descobertas.

Yami começa explicando sobre o que aconteceu com o seu Enigma do Milênio e como a ampulheta reagiu. Ele comenta que aquilo confirmou a sua suspeita de que foi o Enigma que despertou essa força mágica da ampulheta, mas não sabe ao certo como nem que tipo de magia poderosa ou sentimento foi a responsável por isso.

- Amor, talvez...? Não, acho que outro sentimento - pensou Yugi, que acaba desviando a atenção de Yami por um momento, fazendo com que o mesmo percebesse.

- "Yugi? Tá tudo bem? Por acaso o que eu acabei de falar tem relação com o que você descobriu com o Hawkins?" - diz Yami.

- "Bom... ele me falou sobre uma antiga lenda, na verdade, ele me mostrou uma foto, veja só" - Yami lê atentamente e, imediatamente, fica curioso quando a mesma trata novamente de sentimentos.

- "Por acaso, o Hawkins falou que tipo de sentimento poderia ser esse? Talvez fosse o mesmo que o Enigma usou para despertar o poder da ampulheta"

*Yugi exitou por um momento* - "Não..." - na verdade, não posso dizer que pode ser amor, o que ele há de pensar se eu falar isso? 

- "Tem certeza?" - Yami estava desconfiado, sabia muito bem quando o mais novo estava mentindo.

- "Tenho" - Yugi falou com firmeza, mesmo Yami não tendo engolido completamente a resposta, preferiu não pressioná-lo - Por um instante, sinto falta de ser capaz de ler os pensamentos dele - pensou. 

Depois do silêncio pairar entre eles durante alguns segundos, que mais parecia uma eternidade para ambos, Yami finalmente decidiu confessar o que tinha em mente.

- "Yugi, me escute. Por mais que não saibamos ao certo o que fez com que esse poder fosse despertado, eu sinto que não podemos deixar que essa oportunidade passe, principalmente porque o tempo corre rápido, mais do que imaginamos" - o coração de Yugi dispara ao escutar as primeiras palavras de Yami. *O mais velho suspira pesadamente... deixando o de olhos ametistas preocupado com tal ato*.

- "Tá... tá tudo bem, Yami...?" - Yugi pergunta apreensivo.

- "Não, Yugi... não está nada bem. Eu preciso ser sincero com você... de todas as pessoas que eu conheci, você é a que mais eu vejo luz e você foi o responsável por me trazer a luz nesse extenso caminho de trevas por qual passei... mas mesmo sendo muito grato por tudo isso, eu sinto que não pude te retribuir da melhor forma. Eu não estou nem perto de ser o parceiro que você merece" - Yami é interrompido por Yugi.

- "Você está tentando arrumar uma desculpa para se afastar de mim...? Por que se está, por favor, seja sincero... além do mais vou entender se você me achar um fardo... eu não sou tão forte e tão habilidoso quanto você..." - sua voz falha e em pouco tempo, seus olhos são consumidos por lágrimas, juntamente com um grande pesar em seu coração - Eu sabia... sabia que ele iria querer ir embora - pensou, mas foi surpreendido ao ser tomado nos braços de Yami, que não só o acolheu, como também enxugou suas lágrimas com preocupação. 

- "Não...! Não, Aibou, por favor, não pense uma coisa dessas e nunca deixem que falem isso de ti, eu nunca pensei em me afastar de você, na verdade, eu não me vejo mais longe de você" - as palavras simplesmente escapuliram da boca de Yami, que, com receio de que Yugi pense que ele era possessivo ou algo do tipo (que de certa forma, era, aliás, ele detestava o fato de ter que suportar os interesses românticos das garotas por ele, como a Rebecca Hawkins, por exemplo) - suas palavras chamaram a atenção de Yugi, que o olhava nos olhos de maneira tímida e sentia seus banimentos cardíacos acelerarem novamente, deixando-o até envergonhado, pois batia tão forte, que até o próprio Yami poderia senti-lo, já que ainda estavam abraçados.

- "Isso... é verdade mesmo?" - perguntou Yugi, que ansiava pela resposta.

- "Sim, bem, você é meu parceiro, não é? E nada vai mudar isso" - Yami respondeu, pensando ter conseguido contornar a situação que as suas próprias palavras haviam criado.

- "Ah..." - Yugi respondeu um pouco desanimado, não era bem a resposta que esperava ouvir.

- "O que eu quero dizer é que... eu estive pensando, talvez seria legal nós darmos um tempo nas maluquices e aventuras perigosas, talvez seria bacana a gente se divertir, o que eu quero dizer é que eu me importo com você e queria fazer você se sentir da mesma forma que eu me sinto quando estou com você" - completou Yami.

- "E... como que você se sente?" - Yugi pergunta novamente com a esperança de que a resposta seja a mesma que a dele - Como alguém que ama...? - pensou. A distância entre seus lábios ficava encurtada, a medida que o mais novo se aproximava, querendo ouvir o quanto antes a resposta.

- Como alguém que ama - Yami pensou... e sua vontade era de encurtar ainda mais aquela distância, mas recuou e respondeu o seguinte: - "Como um verdadeiro amigo".

- "Como um verdadeiro amigo" - Yugi repetiu. Mesmo que a resposta não fosse condizente com os seus sentimentos, ele deu um sorriso breve e se aconchegou nos braços de Yami, estava feliz por ao menos saber que ambos continuariam juntos, ainda que não da maneira que desejavam.


O resto do dia ficou a cargo de Yugi ensinar para Yami o que é ser humano (é, pois é) e não um espírito, ou seja, ele precisaria comer, tomar banho, dormir, tomar cuidado para não morrer, pois agora, como não era mais um espírito, estaria sujeito a todos os riscos que os humanos também estão. Eles passaram o resto da manhã e o início da tarde conversando e Yugi passava todas as instruções para Yami, que achava engraçado o jeito que o mesmo agia como se fosse um professor sabe-tudo.

No meio da tarde, seu avô informa para ele que relembrar todas aquelas memórias nostálgicas do passado despertou nele o interesse de reviver os velhos tempos com seu amigo, ele decidiu passar uma semana ajudando Arthur com a mais nova descoberta sobre Monstros de Duelo e as descobertas arqueológicas, mas certificou-se de deixar tudo preparado para que seu neto ficasse bem e, se precisasse, entrar em contato com ele.

Seus amigos o procuram no final da tarde, perguntando por ele, se estava bem e se desejava entrar no planejamento de final de semana perfeito que Joey e Tristan haviam preparado, mas Yugi acha melhor não revelar para eles ainda o que havia acontecido com ele e Yami, dando uma desculpa esfarrapada dizendo que ajudaria seu avô com a pesquisa dele e do Sr. Hawkins.

Aproveitando que ambos estavam sozinhos em casa, Yugi e Yami decidiram comprar algumas roupas nas lojas virtuais, para que ele não precisasse ficar com a mesma roupa de sempre (afinal ele precisaria lavar a qualquer momento), bem como não precisar usar as roupas apertadas de Yugi (pois como não era mais um espírito, elas não se adaptariam nele magicamente). As encomendas chegaram no início da noite e Yami parecia bem satisfeito com as roupas que escolheu.

Por fim, finalizaram a noite com uma pequena conversa sobre o que o dia seguinte lhes aguardaria...

*Yami sai do banho com uma toalha enrolada na cintura, o mesmo questiona a Yugi se eles lembraram de comprar um pijama para ele* - "Yugi, eu acho que naquela lista de compras nós não incluímos um pijama" - ele fala, checando a gaveta que Yugi tinha reservado para ele guardar as peças de roupa que compraram juntos.

*Desconcertado por ver o mais velho com apenas uma toalha cobrindo sua nudez, o mais novo tem uma ideia atrapalhada que o faria ficar envergonhado sempre que lembrasse* - "B-bem, o que acha de dividirmos o mesmo pijama...? Como ele é larguinho, daria para você usar sem problemas, eu fico com a parte de cima e você com a parte de baixo" - ele só para pra avaliar o que acabou de dizer após terminar de falar a última palavra, seu desejo era enterrar sua cabeça no travesseiro e esquecer do que acabou de sugerir.

Yami fica surpreso com a sugestão do garoto, mas vendo que não tem tantas opções, aceita a que seu Aibou acabara de falar, vendo o mesmo se despir na sua frente de sua calça, deixando-o apenas com a parte de cima do seu pijama azul com bolinhas brancas e uma cueca Box na mesma cor. Ele se vira imediatamente para não ver Yami se vestido, que coloca a calça e retorna para o banheiro para estender a toalha. Ambos decidem dividir a cama, ficando um leve clima tenso entre os dois, principalmente pelo fato de ambos estarem com uma parte do corpo despida, mas que logo é quebrado graças a curiosidade de Yugi sobre os planos do dia seguinte.

- "E então, para onde vamos amanhã?" - ele diz animado, estava muito feliz com a ideia de ter um tempo para se divertir ao lado de Yami.

- "Eu prefiro lhe mostrar amanhã, é uma surpresa" - ele ri, enquanto o mais novo reclama, dizendo que ficará pensando nisso a noite toda e que não conseguirá dormir, o que não durou nem 5min, pois quando menos se esperou, caiu no sono - "Rs' Boa noite, Aibou".

- "ZzzZzzZzzz..." - O mais novo adormece e então Yami o abraça... com um sorriso nos lábios, adormecendo logo em seguida, torcendo para que o seu plano de amanhã dê certo.


Notas Finais


É isso! Capítulo beeeeem longo, pois haviam muitas coisas que necessitavam de explicação, mas tô muito satisfeita com o resultado, espero que vocês também estejam gostando!
Estou ansiosa para escrever o próximo capítulo, logo logo ela chega!

Enfim, tchaaaau!


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