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História Unchained - Arthur Morgan; Vingança é um jogo de imbecis - História escrita por DebbieOliver - Spirit Fanfics e Histórias
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História Unchained - Arthur Morgan; Vingança é um jogo de imbecis


Escrita por: DebbieOliver

Notas do Autor


Repostagem do capitulo 03

Capítulo 3 - Arthur Morgan; Vingança é um jogo de imbecis


Fanfic / Fanfiction Unchained - Arthur Morgan; Vingança é um jogo de imbecis

Liz atravessava o acampamento, rostos despertavam breves cumprimentos e um sorriso conciso lhes foi sua única resposta, não mais, continuando sua trilha entre eles. As cabanas ficando para trás à medida que Liz abria caminho, notando a figura solitária mais à frente.

A silhueta de Arthur Morgan jazia imersa na escuridão sob o dossel de uma árvore, alienado na solidão. Ele era uma presença incólume.

O cravar de seus passos no solo rouco perturbou-o o mínimo, fazendo com que ele olhasse de relance por cima do ombro, apenas para, em seguida, retornar à sua refeição, o rosto pouco revelado.

— Senhor Morgan — ela chamou, com voz firme para se fazer ouvida. — Seu nome é Arthur, não é?

Ele aferiu a chegada dela com um gesto de cabeça, não virou, não cessou sua refeição. Se aproximando, Liz se revelou mais na escuridão, apertando o poncho contra o próprio corpo para barrar o morder frio no ar noturno.

— O meu nome é Elizabeth — ela começou novamente, se apresentando. — Elizabeth Mayrhoffer...

Antes que mais se desdobrasse de sua boca, a voz de Arthur cortou o diálogo, cru e lacônico:

— Eu sei quem você é — ecoou sua fala ríspida, a voz serrada como um bisturi enferrujado. — você é a moça que busca vingança.

Ela apertou os lábios, uma resposta afiada que não estava acostumada a receber, e uma pontada de ofensa brilhou em seu semblante.

— Sabe quem eu sou, então. — ela declarou, a cabeça alta.

— Sim, eu sei — devolveu Arthur, desinteressado, como quem comenta o tempo: — e meus pêsames pelo o que ocorreu com o seu guardião.

Ela cerrou a mandíbula, dispensando a falsa condolência.

— É, todos sentem muito.

Ambos marearam num silêncio calculado — mais uma vez ela entendia que ninguém tinha a obrigação de entender ou respeitar sua dor ou a memória de sua família; as palavras de Rainsfall se fazendo presentes com uma amarga ironia, “Apenas fale com Arthur Morgan” — até que Liz, finalmente tragando o orgulho, desistiu de parecer a inabalável. Avançou, fechando a distância entre eles, dirigindo-se ao cerne da questão.

— Senhor Morgan — disse, encarando-o diretamente. Ele levantou a cabeça para encontrá-la de igual. —, eu preciso de ajuda e, pelo o que soube, está a seu alcance oferecer.

Ele a mirou, com um olhar crivado de paciência.

— O que quer de mim? Eu mal a conheço, senhorita. Por que deveria ajudá-la?

Uma risada áspera quase lhe escapou ao pensar no absurdo da situação; a ironia pesando mais que sua aversão a tal humildade que estava se forçando a prestar.

— Não viria a me abater sobre desafortunados se não fosse necessário — a arrogância venenosa, no entanto, não cessava. —, eu lidaria com o assunto sozinha, mas me falta conhecimento.

Ele arqueou uma sobrancelha.

— De que conhecimento está falando, garota?

Liz manteve a voz estável:

— Do tipo que vai além de apontar uma arma e atirar.

— Entendi. — seus olhos iluminaram-se com entendimento. — O que você quer é aprender a matar.

— Exato.

Ele acenou em reconhecimento, não mais. A tigela foi posta ao chão com um ruído surdo e ele se ergueu. Suas faces se alinharam embora sua estatura divergisse à dela, mas próximas, que a escuridão da dele parecia beber a luz dela.  Suas feições entalhadas como as de uma estátua antiga. O olhar que antes era apático, agora a trespassava com uma firmeza fria e distante.

— Lamento por seus infortúnios — disse ele, tão árido quanto o chão calcinado sob seus pés. — Mas tudo que posso lhe dar é um concelho: vingança é um jogo pra idiotas. Então agradeça por sua vida ainda ser sua e abandone essa ideia estúpida. Volte pra casa, garota.

Morgan não deixava espaço para negociação ou meias sugestões; era a lei ditada pela experiência na terra que eles chamavam de lar e pelo cruel sistema do mundo — e o velho sabia, sabia muito bem, pois cada palavra sua estava manchada pela tinta dos muitos dias vividos e pelo sangue dos muitos corações partidos em sua trajetória.

Liz permaneceu imóvel, absorvendo a severidade de Arthur como um trago amargo de água ardente. A jovem, em seu luto recém-vestido e o coração endurecido que conhecia a solidão, sentiu, novamente em muitos anos, o verdadeiro peso do mundo sobre seus ombros — compreendia que Arthur estava certo, ao menos em parte. A severidade dele no trato da vingança era aquela de uma alma calejada por seus próprios invernos tenebrosos.

Não era, contudo, a história dele a linha que se desenrolava; era a dela.

Sua sede de justiça não era límpida nem indulgente; era uma criatura que se esgueirava nas sombras de seus pensamentos mais sombrios — mas ela não podia ignorar o chamado doce que ecoava no vazio que lhe restou no peito — não recuaria de seu direito sagrado. Mesmo que este caminho a levasse por abismos de escuridão, onde nem mesmo o calor de uma justiça consumada poderia aquecer os ossos gelados.

Arthur não lhe prestaria auxílio, e Elizabeth finalmente entendeu. Foi tolice ter imaginado que ele pudesse estender a mão, refletiu amargamente.

— Agradeço por sua consideração, senhor Morgan — disse, o desdém velado de suas palavras deixava claro que ela estava muito longe de parecer grata.

Ele não fez qualquer comentário, apenas inclinou a cabeça em um gesto aborrecido, observando a jovem mulher se afastar, uma sombra solitária na noite vasta e indiferente, tal como ele era.

...

A penumbra ainda cobria o horizonte que aguardava o rompimento do alvorecer. Na tribo, ninguém se movia; o silêncio era quebrado apenas pelo deslocar cuidadoso dos sentinelas, ou pelo farfalhar silencioso das folhas agitadas na brisa frigida ou o lamento distante de uma cigarra escondida na vegetação da reserva indígena, orvalhada pelo sereno.

Naquela madrugada, Liz deixou sua cabana, sentindo o cheiro da terra úmida despertá-la enquanto cruzava a neblina que cobria a aldeia silenciosa. Uma sela pendia de seu ombro, balançando suavemente enquanto avançava em direção à entrada onde seu imponente White Arabian já a aguardava.

Os dedos da moça entremearam a pelagem áspera no pescoço do corcel em uma carícia terna, vendo-o balançar a calda antes de aninhar a cabeça em seu ombro desprotegido, tal como um filho buscando conforto no colo da mãe.

— Bom dia, Saraceno. — o murmúrio suave escapou de dos lábios dela, como se não quisesse perturbar a quietude ao seu redor. — Temos um longo caminho pela frente, meu amigo. Está pronto?

Um pequeno sorriso cruzou seu rosto quando o cavalo, erguendo a cabeça num movimento sutil, respondeu com um ronco e bateu um casco contra o solo rochoso, como se a convidasse a montar.

Liz lhe acariciou o focinho antes de começar a ajustar as amarras da sela. A jovem estava impassível, absorvendo a tranquilidade desse início matutino quando sentiu uma aproximação, mas não precisou se voltar para saber quem era; o som raspado da manta se arrastando pelo chão precedeu a voz de Rainsfall.

— Não acha que é muito cedo pra você partir? — questionou o velho. — Eu pediria à um dos homens pra lhe acompanhar.

Ela respondeu com firmeza de quem não buscava contestação.

— Agradeço a preocupação, chefe Rainsfall, mas não será necessário.

Encarou o chefe da aldeia.

— Vocês já fizeram o suficiente por mim. É um longo caminho até Saint Denis, e eu quero estar em Valentine antes que o sol esteja alto. Irei sozinha.

O olhar de Rainsfall refletia tanto apreensão quanto compreensão. Ele conhecia essa determinação, aquela chama que ardia no coração dos jovens, uma luz que, muitas vezes, só se apaga diante do abismo.

— Eu gostaria que você reconsiderasse, menina pálida, tudo isso que está fazendo. — confessou o velho, mesmo sabendo que nada mudaria.

Ela não respondeu, uma expressão distante encobrindo seu rosto. Evitou o olhar dele, a desaprovação de seus olhos cansados enquanto ajustava as rédeas do cavalo. O velho, com um movimento lento, aproximou-se, tirando algo da manta surrada que carregava.

— Bem, eu gostarua que levasse isto com você — anunciou, estendendo a mão.

Liz fitou o que ele segurava: um bracelete adornado com as presas de algum animal e duas penas de coruja. Era um amuleto, uma relíquia atravessada por significados ancestrais, algo que os antigos veneravam.

— Para o meu povo, é sagrado — murmurou Rainsfall, com reverência, como se falasse de uma terra antiga. — Que lhe traga auxílio em sua jornada.

Nunca fora adepta de crendices, não tinha fé em talismãs ou qualquer adorno vestido de superstição. Mas o respeito que sentia por Rainsfall era um peso que não podia desconsiderar. Assim, aceitou o presente, mesmo que não acreditasse em nada daquilo.

— Muito obrigada, chefe Rainsfall. — ela agradeceu, enquanto prendia o amuleto em torno do pulso.

Liz ajustou a última fivela em torno de Saraceno. Sentou-se no cavalo, sua silhueta escura contra a paleta aquosa do amanhecer que começava a despontar nas colinas.

O alvorecer que rasgava o horizonte era uma lâmina delgada, manchando o céu num espetáculo dourado refletido sobre a terra gasta e cansada. Uma lufada da brisa agitou o que restava das folhas secas, erguendo nuvens de poeira que dançavam como almas perdidas. Era hora de partir.

Ela fez um sinal silencioso para o chefe, seus olhos fixos no vazio enquanto ele a observava desaparecer à margem da névoa. Liz desapareceu, deixando apenas o eco distante de sua passagem.

CONTINUA...


Notas Finais


Obrigada por chegar até aqui<3


Capítulos sujeitos a mudanças e repostagem devido à edições e revisões eventuais. 

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