Kai
Estava largado na cama e Lini tinha sua cabeça sobre meu braço esquerdo enquanto nossas respirações se normalizavam.
Depois de algum tempo ela se senta na cama, e depois ouço sua risada baixa e charmosa.
– A aula foi sobre isso e nem usamos? – ri Lini segurando o vibrador.
– Na verdade foi para ver se você sabe cavalgar. – a olho pelo canto dos olhos e ela fica mexendo o brinquedo roxo que tinha em mãos, depois começa a rir sozinha. Besta. – Te dou um depois.
– Já tenho o seu, não quero mais. – fala ainda mexendo o pênis e rindo. Repenso no que ela disse... E rio debochado. – A primeira vez que eu vi isso cair do seu casaco eu tive um susto enorme, por que anda o levando por ai?
– Tem clientes que gostam.
– Ai minha nossa, que horas são?! – se alarma olhando ao redor e se levanta procurando a calça, onde deveria ter seu celular. – 01:30! Preciso ir.
– Fala que precisou me ajudar a levar minha mãe no UPA. – a ajudo na justificativa.
– Por isso você é o Batman. – diz a garota branquela estralando os dedos e apontando em minha direção enquanto caça suas peças de roupas e coloca nos braços.
– Ei ei ei! Passe pelo menos um lenço, espera ai. – me levanto da cama e pego um dos lenços umidecidos que usava para me limpar, me aproximo dela e penso em oferecer, mas apenas abaixo levando minha mãos entre suas pernas e passo sobre sua intimidade. Lini respira fraco e suspira deixando toda as peças de roupas cair no chão.
– K-kai, para. – pede segurando meu pulso e eu sorrio.
– Só quero te ajudar...
– Deixa que eu faço. – pega o lenço.
– Não quer passar a noite? – pergunto olhando seus seios descobertos.
– Sua mãe usou soro?
– Sim, e você não conseguiu dormir até vê-la melhor. – complemento na história enquanto me sento na cama.
– Convincente, mas amanhã é domingo. – diz e termina de usar o lenço, veste a calcinha e caminha até o banheiro.
Respiro e fecho os olhos processando melhor toda a situação. Ela precisava ir.
Pego o outro lenço e me limpo, visto minha cueca e caminho até a mesa onde está o dinheiro. Depois de contar mais de três vezes eu tenho certeza que na última vez ela me deu 750 yan, por que agora tinha 940?
Me viro com o dinheiro em mãos e a olho franzindo o cenho em sinal de dúvida.
– O quê? Tá errado?
– Você trabalha com dinheiro, me assusta que tenha errado. – falo e Lini se aproxima e conta as notas.
– Ta certo. – me entrega após contar. – 940.
– Está pagando pela próxima semana também?
– Não, essa é a quantidade que te paguei da última vez.
– Não, aqui tem quase 200 a mais.
– 200? – Lini estende a mão para pegar o dinheiro mas eu ergo o braço. – Não tem não, você quer a nota fiscal?! A última vez que te paguei eu passei no banco apenas para pegar esse dinheiro. – diz e eu fico sério a olha-la enquanto tento me lembrar dos detalhes do dia que recebi o primeiro pagamento pelas aulas.
Me afasto dela e junto as notas contando-as de novo enquanto pensava nas possibilidades do pior acontecer, eu não queria pensar nisso mas parecia que...
– Kai! Te roubaram, te roubaram! Eu sai de manhã cedo e o dinheiro estava naquela cabeceira ao lado da cama. – diz Lini. – Se lembra? Transamos eu, você e Kris na casa do Tao, eu tinha vindo do sorteiro.
– Não havia vindo do banco? – viro o rosto olhando para o lado e pelo canto do olho a via atrás de mim.
– Eu passei, eu fui sorteada e- espera, duvidando de mim? – pergunta mudando tom de voz de preocupada para aborrecida, ouço seu suspiro para tentar se acalmar. – Se eu tivesse pego por que estaria te dando o segundo pagamento certo? A semana nas Filipinas não contou por que seu pagamentos já foi tudo ali, esses 940 são das duas semanas q-
– Eu não sei. – falo guardando o dinheiro, não quero imaginar que isso esteja acontecendo comigo.
– Não acredita em mim. – diz Lini e eu fico calado, a porta bate e eu suspiro.
Melhor sem a Lini aqui, agora preciso pensar nas possibilidades...
Lini
Desço as escadas e encontro Nanami, era ela mesmo que queria ver! A única pessoa que tenho certeza que estava a dormir naquela casa naquela noite.
– Nanami. – a chamo e ela se vira.
– Oi Lini.
– Você lembra do dia que nos conhecemos? Você estava dançando para o Kai e depois eu subi com ele e depois o Kris subiu também.
– Sim, por quê? Faz um mês já? – ela sorri confusa.
– Quem dormiu na casa naquele dia?
– Bem... O Kris saiu e não dormiu, mas voltou depois de algumas horas, quando acordei ele estava lá, e eu e as garotas também, mas o Tao só chegou no dia seguinte a tarde. Por que?
– Droga.
– Ei, o que houve? Me fala, somos as únicas mulheres sensatas no meio deles, me conte o que houve. – pede Nanami segurando meu ombro.
Conto o que houve e Nanami logo chama o Tao, explicamos juntas o mesmo para ele mas o mesmo diz que resolve isso amanhã pois a boate estava lotada. Com quem o Kai trabalha? Ele quase levou um tiro por causa do Kris e vendeu o Kris para o Tao, eles todos são mesmo amigos?!
(...)
Acordo no dia seguinte bem tarde, caminho até a mesa da cozinha e me sento enquanto espero a água do café esquentar. Tantas preocupações e possibilidades se passavam em minha mente, talvez houvesse sido uma das prostitutas! Eu precisava ligar para o Kai.
Caminho de volta ao quarto e pego o telefone, o ligo mais ele não atende.
– Muito bom Kai. – sorrio sentindo raiva. – Arg! Eu tenho tanta coisa para pagar, tantas coisas para resolver e ainda me preocupo com você! Por que não me deixa te ajudar?!
– Lini!!! – ouço Luhan gritar da sala. Bufo e caminho nervosa até ele. – Você enlouqueceu?! Sai e deixa o fogo ligado?!
– Aish Luhan não me enche, nem fala comigo direito em casa e daí grita por meu nome para reclamar do gás da casa?!
– Ah, então por que daqui a pouco você vai sair eu não preciso mais reclamar das coisas erradas que você faz?! – fala chato pegando a panela e pondo na pia.
– Se... – sinto vontade de chorar. – POR QUE NÃO ME AJUDA ENTÃO?! Eu estou cansada! Estou trabalhando e organizando tudo do casamento e eu queria você, Luhan! Queria que entrasse comigo ou pelo menos estivesse feliz com minha conquista!
– Você não esta pronta para isso, noto a cada dia que passa.
– Eu estou tentando, estou tentando ao máximo fazer isso. – me aproximo aborrecida. – Me diga: se nosso pai aparecesse você entraria comigo, não entraria?
– Ele não vai aparecer Lini, ele n-
– Eu mandei o convite.
– VOCÊ O QUE?! – se altera arregalando os olhos e depois se afasta. – Se ele aparecer – aponta para mim. – Ele não vai chegar perto de você... – diz com ódio no olhar e depois sai me deixando sozinha.
Por que tinha que ser assim?
Me doi tanto ver o quão odiado meu pai é... Eu nem se quer entendo por que ele não da as caras nunca, me abandonou e Luhan lida com isso com tanto ódio. Eu sinto segredos dele e minha mãe e eu fico por fora, só e perdida...
Levo a mão ao rosto e passo as mãos trêmulas sobre meus olhos e bocejas, eu não chorava mais sentia que o estresse poderia me fazer isso.
– Amor? – ouço a voz do Chen e corro até seu braços.
– Ah, Chen.
– O que foi amor? Estou aqui, estou aqui. – o aperto cada vez mais. Ele nunca pode sair da minha vida, não podemos nos deixar, nunca.
– Diga que m-me ama...
– Eu te amo. – me aperta. – Amo você, Lini.
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