Asriel – P.O.V. - O.N.
Eu e Frisk estávamos colocando os nossos pertences em caixas (A grande maioria meus, Frisk ainda não tem muita coisa que possa chamar de sua) para a mudança, que será na próxima semana, eu estava bem ansioso, mas Frisk não parecia muito animada.
- Frisk, você não parece estar muito ansiosa... Tudo bem?
- Ah, bem... – ela passou a mão na nuca – É que eu estou um pouco nervosa... Vocês me aceitaram do jeito que eu sou, mesmo eu sendo humana... E se os outros monstros não me aceitarem?
- É claro que eles vão te aceitar! Papai disse que vai te apresentar a todos em um discurso que ele vai fazer logo depois da mudança!
- E-ele vai? Não sei se é uma boa ideia...
- Não se preocupe! – coloquei a mão no ombro dela – Muitos monstros não tem mais preconceito com os humanos, a guerra foi há muito tempo!
Continuamos empacotando as coisas por alguns minutos até que ela perguntou:
- Azzy, há quanto tempo à guerra aconteceu?
- Há, já faz muuuito tempo! Os únicos que lutaram na guerra e ainda estão vivos são Papai, Mamãe, o Senhor Gerson e o Doutor Gaster, pelo menos os que eu conheço...
- Lá na superfície, os monstros são um mito... Eu mesma achava que eram só historias... Até cair aqui.
- Eu achava o mesmo dos humanos! – eu disse sorrindo – Nunca pensei que iria encontrar com uma e ela ia ser tão legal!
Ela corou um pouco quando eu disse isso, e depois de mais uns 5 minutos finalmente terminamos de empacotar as nossas coisas.
- Mãe! Terminamos! – eu gritei, e pude a ouvir gritando também.
- Ah, que ótimo! Deixe-me terminar aqui e eu irei fazer um lanche para vocês, minhas crianças!
- Enquanto isso, vamos desenhar um pouco? – perguntei para ela, pegando duas folhas de papel e uma caixa de lápis de cor que estavam em cima da cama.
Ela disse sim, entreguei uma folha para ela, sentamos no tapete e começamos a desenhar... Depois de algum tempo, consegui desenhar um personagem que eu criei para a próxima partida de “Humans and Monsters”, eu o chamei de “Deus da Hypermorte”: Ele é um Monstro Chefe, assim como eu, mas adulto, usa uma túnica roxa com a Runa Delta na frente e luta usando duas espadas gigantes, e ele também pode disparar estrelas flamejantes e raios coloridos.
- Terminei! – disse, mostrando o meu desenho para ela.
- Oh! Ficou muito bonito Asriel! – ela disse
- O que você desenhou? Deixa eu ver!
Ela pareceu um pouco envergonhada, mas mostrou o desenho: Era uma flor, mas era a flor mais bem desenhada que eu já tinha visto, Frisk a tinha colorido com vários tons de amarelo e dourado, deixando-a muito bem detalhada.
- Uau! Eu nunca vi uma flor assim! – eu disse impressionado
- É uma Flor Dourada, havia uma praça perto de onde eu morava que tinha um canteiro cheio delas, eu passava por lá quase todos os dias só para admira-las.
Logo após ela dizer isso, ouvimos mamãe nos chamando, então fomos para a sala para lanchar, e ao mesmo tempo para mostrar os nossos desenhos para ela...
Chara – P.O.V. - O.N.
- Me explique de novo, como exatamente foi que ela desapareceu?
- Eu já te disse – disse uma das moças que cuidava do orfanato, não sabia o nome dela – Ela estava discutindo com a Camilla, que ficou brava por que Frisk tinha trazido com ela umas flores que Camila era alérgica, ela deu um tapa na cara dela e em seguida arremessou as flores na lareira, fazendo-as queimar, Frisk começou a chorar e saiu correndo.
- E o que aconteceu depois?
- Não sei de nada depois disso, Frisk não voltou naquela noite, e nem no dia seguinte... – ela respondeu, enquanto se coçava em um lugar que eu prefiro não detalhar.
- Ok, valeu dona. – disse enquanto saía.
Ainda não estou acreditando nisso! Aquela mulher estava falando sobre o desaparecimento dela como se não fosse nada! Frisk já havia me dito que ninguém lá se importava com ela, mas achei que era exagero dela.
- E ai? – perguntou Maxwell, que estava encostado em um muro ao lado do orfanato – Descobriu algo que eu não contei?
- Não... – falei emburrado – Mas por que ninguém parece se preocupar com o desaparecimento dela?
- Chara, fique tranquilo! Aquela garota não era nada mesmo! Você pode conseguir qualquer uma lá da escola, é só jogar um pouco de charme para cima delas!
- Eu não quero uma sirigaita daquelas, elas mudam de ‘namorado’ a cada três dias... São um bando de traidoras!
- Cara, se não quer partir para outra, é só esquecer ela! Sabe aquela historia em quadrinhos que você acompanha? Saiu à edição nova ontem! Vamos até a banca, eu pago!
Mesmo sabendo que ele só está fazendo isso para me acalmar, e então tentar ganhar minha confiança (ênfase no TENTAR, eu nunca vou confiar em um panaca como ele), eu aceitei, afinal era ele que ia pagar!
Chegamos à banca da praça e ele pediu um exemplar da revista, mas o dono disse que já tinha esgotado.
- Como assim? – disse Maxwell – Como esgotou tão rápido?
- Essa revista é muito procurada! – disse o bom homem que cuidava da banca – Mas não se preocupem garotos! Uma nova remeça dela chega depois de amanhã!
- Esgotou há muito tempo? – perguntei calmo, embora chateado.
- Na verdade, não! Aquela garota comprou a ultima do estoque uns 15 minutos atrás!
Ele apontou para uma garota sentada em um dos bancos da praça: Ela era um pouco mais nova do que nós, tinha os cabelos negros e encaracolados presos com uma fita vermelha, usava um suéter azul com duas listras ciano claro, que também era a cor dos seus olhos, que estavam vidrados na revista.
Maxwell franziu a testa e foi na direção dela, o que esse desmiolado vai fazer?
- Então foi você que comprou a ultima revista do estoque, não é? – ele disse a ela, com cara de poucos amigos.
- Hein? Ah, sim... – ela disse, desgrudando os olhos dos quadrinhos – Sim, eu comprei, por quê?
- Não banque a engraçadinha! Dê-me isso agora!
- O-o quê? – ela murmurou, se levantando e recuando um passo – M-mas foi eu que comprei! Eu economizei nas ultimas duas semanas e esperei o mês inteiro para comprar...
- Não me importa! – ele tirou algo do bolso, era... Uma faca? – O meu amigo Chara está ali, ele esperou o mês inteiro para essa edição e merece essa revista mais do que você!
- P-peça para ele ser paciente – ela gaguejou recuando – É só ele esperar até depois de amanhã que...
Ela não terminou a frase, Max a acertou com a faca na lateral da cabeça e ela caiu, aparentemente desmaiada, ele deixou a faca cair e pegou a revista, me entregou sorrindo:
- Pronto, aqui está!
- Cara, você bateu nela com uma faca só por causa de uma revista?
- Ah, não se preocupe, era uma faquinha de brinquedo, ela só vai ficar inconsciente por um tempo!
- Não precisava ter feito isso! – falei tirando a revista das mãos dele.
- E eu não ia deixar uma garotinha daquelas tapear você! – ele colocou a mão no meu ombro – Agora deixe que eu te acompanhe até a sua casa, meu amigo!
Ele pensa que eu gostei disso? E que isso vai nos aproximar? Ele está realmente enganado... Bater em uma pessoa que é mais fraca que você só para consegui algo é muito egoísta, eu nunca faria isso, não importa o motivo...
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Ou será que eu faria?
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