História Underwolrd (Imagine Jungkook) - Cap.4

- S/n, preciso que se acalme. – Namjoon tentava analisar a situação – Que coisa esquisita, tem certeza que não bateu em nada?

- Tenho. – Ela estava suando na cama e tinha a respiração pesada.

Yoongi andava de um lado para o outro no quarto enquanto roía as unhas, não sabiam o que era então acharam melhor chamar o Namjoon, ele como filho de Gaia de certo teria alguma planta que resolvesse. Depois de ligar para o amigo, ela foi adoecendo rápido a ponto de não ter força de sair da cama, aquilo tomou conta de seu braço e estava indo para o pescoço.

- O que são esses desenhos no seu braço? – Namjoon quis saber.

- Quem se importa com os desenhos? Apenas dê um jeito! Não tem nenhum mato que cure isso? – Yoongi perdeu a paciência.

- Para ser honesto, nunca tinha visto algo assim. – Deu de ombro – Parece uma infecção, podemos tentar alguns feitiços para banir isso.

- Então faça! – Yoon bateu o pé no chão – Vamos, vá buscar o que precisa. Eu fico com ela.

Namjoon só revirou os olhos e saiu do quarto. Yoon assumiu o posto de ficar ao seu lado e tentou secar o suor que saia de seu rosto.

- Você está piorando, não é melhor chamar seu pai? – Disse preocupado.

- Deixe-o fora disso, não quero preocupar ninguém. – falou baixo pois estava muito fraca.

- Mas você está me deixando preocupado! Seu pai tem bem mais conhecimento que esse... semi deus! – Murmurou as últimas palavras.

- Não seja tão duro com Nam, ele está tentando ajudar. – Pediu e travou o maxilar soltando mais um gemido alto, a mancha só se espelhou mais.

- Já chega, isso vai consumir seu corpo! – Yoongi levantou pegando o celular. – Como não notou isso antes? Quando cheguei já estava enorme e você estava acabada!

- Jungkook.

- O que tem a peste?

- Ele tentou me avisar, mas eu não dei moral. – Sua respiração voltou a falhar.

- Esquece isso, de qualquer modo ele não poderia fazer nada! Aquele moleque é mais burro que uma porta. – Finalmente Seth atendeu – Boa noite senhor Seth. Estou ligando porque algo ruim aconteceu com a sua filha teimosa que não quer ouvir seu amado amigo. Aham. Sim, eu sei. Vou te ligar por vídeo para mostrar, a situação é séria!

- Para com isso, já disse que não é para ligar para ele! – Reclamou.

- Fica quieta e me deixa mostrar. – Brigou e ligou a câmera e o viva voz – Veja só, está se espalhando.

- S/n! Por que não me falou isso antes? – Seth disse bravo do outro lado do telefone – Isso é sério, pode te matar!

- Oi para você também. – falou baixo e virou o rosto.

- Então o senhor sabe o que é? Pode vir nos ajudar? – Yoongi pareceu mais esperançoso.

- Não entendo bem dessas coisas, mas sei quem entende. – Comentou – Em menos de dez minutos eu estou aí.

- Ela não, pai. – Fechou a cara.

- Não pedi sua opinião, agora fique em repouso que já chego. – Desligou.

- É mesmo quem eu estou pensando? – Yoon fez cara de tédio abaixando o celular.

- Pobre dele se ele acha que vou deixar aquela doida tocar em mim. – S/n riu.

- Boa sorte então. – Deu de ombro e sentou na cama.

Namjoon chegou correndo todo desajeitado deixando incensos naturais e velas cairem no chão.

- Acho que peguei tudo. – Comentou animado.

[...]

Os olhos de Namjoon quase saiam de orbita vendo os movimentos que Lilith fazia com a mão, queria aprender tudo. S/n estava com uma grande cara de desgosto olhando para frente, se recusava a olhar para aquela mulher. Yoongi também estava de cara feia, não gostava nem um pouco da linhagem dos Jeon. Enquanto isso Seth e Lúcifer observavam de longe.

- Preciso de um incenso de alecrim. – Lilith só esticou a mão e Namjoon correu para pegar.

- Sério, você é no mínimo incrível! Quero ser como você! – O rapaz disse animado.

A mulher só deu um sorriso de lado e voltou a cochichas as palavras.

- Não aumenta o ego dessa bruxa, quando menos perceber ela estará mexendo com a sua cabeça. – S/n falou e sentiu uma pontada de dor, o que a fez ranger os dentes – Sua psicopata!

- Deveria tomar cuidado com o que fala, sua vida depende de mim agora. – Usou aquele tom de voz provocativo.

- Que me deixe morrer, não quero nada vindo da sua família! – Brigou. S/n já estava forte o suficiente para dar bronca nas pessoas.

- Garotinha ingrata essa que você tem hein?! Prefiro seus outros filhos. – A mulher virou para Seth que respirou fundo.

- Só continue, amor. – Lúcifer pediu.

Lilith revirou os olhos e voltou a fazer seu trabalho.

- Na simulação, qual remédio tomou? – Quis saber.

- O vermelho, que o médico me deu. – Respondeu.

- Foi o que pensei. Não é nada demais. Eles aplicam esse remédio quando estão suspeitando de alguém, não tem efeito nos mortais, mas nos deixa fracos. De duas uma, ou você morre ou vai adoecendo até precisar ir ao hospital, é então que eles te pegam no teste de sangue e entregam para o laboratório. – Respirou fundo e levantou da cama – estará bem no prazo de um dia, mas precisa ficar de repouso.

- Deveria ter me ligado assim que Jungkook tentou te alertar! – Seth disse cruzando os braços – Tem noção do risco que acabou de correr?

- Como sabe do Jungkook? – S/n disse depois de uns segundos raciocinando a informação.

- Eu o mandei atrás de você! Queria que ele ficasse de olho para ver se estava tudo bem. – Confessou.

- Que? Que sentido faz manda-lo atrás de mim? – Estava brava com a falta de privacidade.

- Yoongi não atendia, sua mãe estava ocupada para me atender e eu tinha reunião marcada. Só queria que ele visse se estava tudo bem, então ofereci uma quantia para ele ir ao cartório. Sabe que saímos muito machucados dessas seções! – Retrucou.

- Sabia que eu sairia cansada e mandou aquela peste para me atazanar? – Riu soprada – Eu deveria agradecer?

- Sim, S/n! Porque se por acaso o Yoongi não tivesse me ligado, você estaria beirando a morte agora! Jungkook me ligou dois minutos depois que encerrei a ligação com seu amigo, ele disse que não iria falar porque você não estava merecendo, mas fez isso por mim! – Seth falou alto.

- Por que ela não estava merecendo? O que você fez com meu filho? – Lilith fechou a cara.

- A culpada sou eu agora ne?! – S/n cruzou os braços – Quer saber?! Eu não preciso disso, não devo nada a ninguém aqui. Agora vão embora, como a própria aberração disse, eu tenho que ficar de repouso.

- S/n! Olha como fala! – Lúcifer brigou.

- Quem é você para me dar algum tipo de bronca? Abaixa o tom quando for falar comigo! - Fechou mais a cara.

- Deixa ela, essa garota ainda vai se arrepender de cada palavra que está saindo da boca dela. – Lilith arqueou as sobrancelhas.

- Está a amaldiçoando? – Yoongi resolveu entrar na conversa.

- Veja como um aviso. – A mulher sorriu sarcástica e saiu atropelando todo mundo.

Ficou um silêncio estranho no quarto, Lúcifer também saiu e os deixou a sós. Seth continuou na porta e S/n ficou um tempo o encarando.

- E você? Vai embora também? Penso que está muito ocupado com suas reuniões para cuidar da sua filha. – Disse esperando uma resposta.

- Eu tento cuidar de você, mas não posso fazer nada se toda vez age como... – Ficou pensando no que falar.

- Como uma mestiça. – Completou.

- Não coloque palavras na minha boca. – Arrumou a postura.

- É exatamente o que quis dizer. Eu sou sua única filha mestiça, fui literalmente um acidente e por isso que nunca sou prioridade. Eu tenho que agir do jeito que ajo porque você e a mamãe não me dão suporte, então todas as vezes preciso me virar. Minha mãe está mais preocupada no dinheiro e na reputação, enquanto você está mais preocupado com a sua vida mundana de reuniões. O que exatamente vocês se tornaram? Em mortais? Eu não me surpreenderia. – Desviou o olhar – Pode ir embora, Yoongi e Namjoon vão cuidar de mim.

Seth continuou na porta ouvindo tudo.

- Você ainda é muito nova para entender as coisas e muito egocêntrica para ver o quanto as pessoas ao seu redor se esforçam para te ajudar, espero que algum dia veja o nosso lado. – Virou-se, mas voltou a olhar para ela – e antes que venha me dizer que não me importo, lembre-se que se realmente não me importasse não teria mandado Jungkook atrás de você e nem trago alguém para te curar, talvez se você se vitimizasse um pouco menos, notaria. – Finalmente foi embora.

O silêncio voltou, ninguém queria falar nada.

- Vocês submundanos são bem esquentadinhos mesmo em? – Namjoon soltou e acabou arrancando um pequeno sorriso da moça, mas logo ela voltou a olhar para o nada.

- Ah, fica quieto! Nem era para você estar aqui! – Yoongi retrucou.

- Ei, ei! Não briguem! Minha cabeça já está dolorida demais. – S/n coçou a têmpora – Que tal a gente deitar e assistir um filme?

Todos deitaram na cama ainda murmurando, as vezes Yoongi tentava acertar Namjoon que se prendia na moça. Por fim os rapazes dormiram. S/n estava na sacada fumando um pouco e observou o braço.

- Você nunca se importou mesmo, só estava ali pelo dinheiro. – Conversou sozinha ao lembrar do episódio de mais cedo com Jungkook – Zero surpresa.

Aquilo gerou um certo incomodo nela, Yoongi era o único que realmente se importava com ela e apesar de o pai estar certo até certo ponto sobre se importar com ela, com certeza não sentia aquilo vindo dele, os outros filhos dele eram mil vezes mais privilegiados e talvez ele só fizesse o que faz com ela para desencarde de consciência, mas depois de pensar um pouco, notou que o carinho no mínimo exótico do amigo era o suficiente. Ela e Yoon contra o mundo. Nada melhor do que um lobo e a lua, não? A moça soltou a fumaça mais uma vez e observou a luz prata brilhando sobre a mesma, fechou os olhos e sentiu as energias voltarem ao seu corpo, aquilo sempre a ajuda.

[...]

Depois de uns dois dias S/n voltou a sua vida normal. A documentação da casa foi feita e ela já havia levado tudo para seu novo apartamento, ainda estava brigada com os pais e nem conversado com Jungkook. Para ser sincera, ela nem se quer via a necessidade de conversar com ele, não é como se fosse a primeira vez que o rapaz fingia se importar, ainda mais quando tinha dinheiro envolvido. A moça estava sozinha no pátio fazendo o que sempre faz para o tempo passar mais rápido, fumando. A fumaça turva saiu de seus lábios e ela tomou um susto quando Wendy apareceu do nada no seu campo de vista.

- Oi! – Disse sorrindo.

- Você me assustou. – S/n tocou no peito – Não chegue mais de surpresa.

- Tudo bem, desculpa. – Sentou ao seu lado – Por que faltou esses últimos dias?

Wendy conta até quantas vezes respira para S/n, a moça não gosta da ideia de ter que esconder praticamente a vida toda para amiga. Mas já faz muito tempo desde que confiou em um mortal, e isso não deu certo.

- Estava ocupada com a mudança, só isso. – Desviou o olhar.

- Yoongi disse que estava doente. – A moça arqueou as sobrancelhas.

S/n passou a língua na bochecha como forma de reprovação, depois deu uma rápida entortada no rosto quase como um tic... não sabia de quem havia pego essas manias, mas estava sempre repetindo isso quando ficava frustrada, além do fato de tampar os ouvidos quando está ansiosa ou tímida e morder o lábio inferior mostrando um pouco dos dentes da frente. Talvez houvesse desenvolvido isso sozinha.

- Teve isso também. Sabe como é, a mudança me deixou com dor de cabeça, e mexer naquele tanto de caixa fez com que minha alergia atacasse. Mas já estou melhor. – Tragou o cigarro de novo.

- Tem alergia, mas fuma como uma Maria fumaça. – Wendy arrancou o cigarro da amiga e apagou na neve que acumulou na mesa.

S/n só não ficou brava com a atitude porque o cigarro acabaria em uma ou duas tragadas, mas para provocar, a moça tirou mais um de seus preciosos cigarros pretos da caixinha e colocou nos lábios.

- Na na na. – Wendy fez de novo – Não pode fumar dentro da instituição.

- Estamos no pátio! – S/n tentou pegar o cigarro de volta, mas a moça o afastou.

- Mas vamos entrar! Yoongi está tendo treino, vamos lá assistir. – Wendy levantou animada e parou na frente da garota com um bico enorme nos lábios.

- Temos aula aqui sete minutos. – Rebateu.

- Não teremos o último horário hoje. Saberia disso se tivesse vindo nos outros dois dias. – Comentou – Vamos, faz tempo que não damos um suporte para nosso amigo.

S/n bufou e viu a fumaça branca e densa sair de seus lábios por conta do frio, sabia bem que esse “suporte” não ajuda em nada Yoongi, muito pelo contrário, só o desconcentra. Sem muitos argumentos, ela teve que ir. Demoraram cerca de cinco minutos para entrar na quadra de hóquei, ali parecia estar mais frio que o lado de fora, mas os jogadores apenas ignoravam isso. Wendy já chegou fazendo barulho, e por a quadra estar vazia, aquilo ecoou. Yoongi levantou o rosto bem na hora e caiu os ombros ao ver a cena, S/n passou a mão no rosto com vergonha e tentou sair, mas foi puxada de volta. As meninas sentaram e ficaram assistindo à partida, vez ou outra S/n precisava pedir para amiga se conter pois estava atrapalhando.

Qualquer mortal que conseguisse usar pelo menos um porcento do cérebro perceberia que só naquele campo era possível capturar três dos sobrenaturais. Yoongi e Jimin são de lei, são nórdicos, obviamente escolheriam um esporte no frio, sem contar que são os mais ágeis do grupo, bem mais superiores que os outros do campo; Jungkook também está incluso nessa lista, apesar de todos pensarem que o inferno é um local com chão de lava e fogo ardente, trata-se de um lugar tão frio que queima a pele, nada cresce lá e nada sobrevive lá, os que iam para esse lugar sofriam por toda eternidade com um inverno sem fim, apenas a escuridão e o gelo. S/n sabe disso porque foi o que ouviu falar, nunca realmente esteve no inferno de Lúcifer. Jungkook apresenta um bom desempenho e apesar de ter vivido todos os seus milénios no frio, também gosta de estações chuvosas como a primavera... ele é um sobrenatural para todos os climas. Vendo o jogo rolando e achando aquilo tudo um tédio, resolveu que era uma ótima hora para vingar. Bem discretamente ela mexeu a mão e fez com que o vento entrasse pelos jogadores e isso já os fizeram ter que tomar uma atenção um pouco maior com seu equilíbrio, Yoongi percebeu a movimentação e teve que se segurar para não olhar de cara feia para amiga, assim na primeira oportunidade que o disco ir para o gol, S/n fez com que aquilo fosse um pouco mais para cima que o previsto e que acertasse o rosto do goleiro... que não é preciso dizer quem era. Wendy arregalou os olhos quando Jungkook caiu para trás, S/n fingiu surpresa arqueano as sobrancelhas. A amiga pegou a mão da moça e desceu a escada correndo indo mais perto do local, os jogadores estavam em volta do Jungkook que tentava estancar o sangue do nariz.

- Olha pestinha, seu nariz. – S/n falou simples escorando no suporte para ir mais para frente.

O capacete não segurou bem o impacto e ele ainda gemia um pouco de dor enquanto murmurava que estava bem. Jimin tentava acudi-lo e como líder da equipe, tomou a frente de leva-lo a enfermaria. Yoongi ficou ali de cara fechada olhando diretamente para moça que não conteve o sorriso.

- Preciso conversar com você. – Yoongi disse patinando até a beira da quadra.

- Pode falar. – S/n disse sem sair dali ou mudar a feição.

- Conversar a sós! – Respondeu um pouco mais rígido.

S/n trocou olhares com Wendy que mordeu o lábio inferior sem saber o porque do tom, mas ainda assim não questionou. A moça revirou os olhou e foi para um canto isolado com o amigo. Yoongi tirou o capacete e continuou com a mesma cara sem dizer nada.

- Não queria falar algo? – Ela colocou as mãos nos bolsos do moletom.

- Você não tem nada a dizer? Eu vi o que fez! – Disse firme – Temos um jogo amanhã e ele é nosso melhor goleiro. Pensou nisso antes de resolver brincar de ser irresponsável?

- Eu, irresponsável? É responsabilidade do time sair bem independente do goleiro. E não é como se eu tivesse quebrado um braço dele, é só um sangramento no nariz. – Estalou a língua – Acho que você está um pouco emocionado.

- S/n... – Yoongi precisou tirar alguns segundos para não surtar – Você consegue ter um pouco de maturidade só uma vez?

A moça ficou olhando com aquele mesmo olhar de indiferença sempre para o amigo que estava com as orelhas vermelhas de raiva, talvez ele estivesse levando aquilo muito a sério. Ela poderia usar de argumento o fato de que a uns dias atrás ele a seguiu e irritou em um momento de vulnerabilidade apenas por dinheiro, mas acreditava que Yoon não a escutaria. Apenas abriu um sorrisinho e continuou calada.

- Está sorrindo do que? – Yoongi faltava surtar ali.

- Nada, só é engraçado o fato de que uma hora você o odeia e outra está o defendendo. – Deu de ombro e desviou o olhar.

- Estou defendendo meu time, é diferente! – Rebateu – Quer saber? Eu sei que você é cabeça dura e que não escuta ninguém. De qualquer modo você já estragou tudo, como sempre faz.

- Uuuhhh, está tentando atingir meu emocional? Acho que não me conhece tão bem. – S/n debochou – Como você mesmo disse, eu já estraguei tudo, então que diferença faz? Vai lá colocar um pouco de gelo no nariz do seu amigo, tenho certeza que ele precisa de apoio moral.

- Foda-se. Você sempre será a inconsequente aqui! Parece que seu pai tinha razão, você ainda é muito nova para entender algumas coisas e só pensa em você. – Riu soprado e negou com o rosto.

As pessoas estavam o tempo todo tentando atingir S/n, isso desde que ela veio ao mundo, como ela mesma disse, seu nascimento não passou de um acidente, até porque teoricamente sua mãe nem se quer podia engravidar. Mas talvez pelo fato dela ouvir esse tipo de coisa a vida toda, uma hora parou de dor. Se ninguém tinha algo bom para dizer a ela, quem se importa? Não tinha muitas opções para ela.

- Okay, vovô. Agora que já terminou seu belo discurso, pode ir lá voltar pro seu joguinho. – S/n continuou usando o mesmo tom.

Yoongi viu que aquilo não levaria a lugar nenhum, então só negou com o rosto e saiu dali esbarrando na amiga voltando ao campo já que seus colegas haviam voltado. Wendy veio em passos acelerados a encontro da outra que continuava na mesma posição que a foi deixada.

- Ele parece bravo... O que você fez dessa vez? – Wendy fez a pergunta um pouco mais séria.

Como sempre, todos a culpando.

[...]

S/n estava sentada sozinha fumando no ponto de ônibus quando viu Jungkook sair da instituição ainda fungando e vez ou outra passando a mão no nariz, estava sorrindo e acenando para todo mundo quando bateu os olhos na moça, eles ficaram assim alguns segundos assim. O nariz dele não sangrava mais, só que com certeza com o esforço e o frio, logo voltaria a sangrar e o treinador o substituiria. Apesar de não concordar com o que os outros falaram para ela, ainda sabia que sem Jungkook no time eles perderiam, Yoongi fica muito frustrado quando perde e acaba bebendo de mais – hóquei é sua segunda paixão depois da música – o que quer dizer que vai sobrar para S/n ter que cuidar dele depois, estava farta de mais de gente para isso. Já ia levantar para dar um fim nisso quando um garoto esquisito apareceu do nada em sua frente.

- Mandaram entregar isso para você, mas não me deram permissão para dizer quem foi. – Ele ficou olhando para baixo e esticou a sacola de papel carbono.

- Não é mais fácil dizer que foi você? – S/n o encarou e soltou a fumaça.

- Mas não fui eu, te juro! – Ele levantou um pouco o olhar e desviou – Só pegue, por favor. Se eu não entregar, ele vai me bater.

A moça o olhou de cima a baixo, realmente não era ele, provavelmente foi alguém do futebol americano para ameaçar bater no pobre coitado. Ela só pegou o pacote e antes mesmo dela agradecer, ele saiu como um foguete dali. S/n manteve o cigarro preso entre os dentes e abriu a sacola, suas sobrancelhas arquearam e um sorrisinho apareceu. Aquilo era bem específico.