Harriet olhava perdida para o ruivo so lado dela. Então Gino era mesmo o destinado? Porque ela tinha sentido aquele cheiro quando...
Quase se deu um tapa ao perceber que pensava novamente na loira. Ela era hétero! Chega de pensar naquilo.
Por mas que ela realmente não queria ficar com Gino. Não que ele fosse uma pessoa ruim... Só não tinha sentimentos por ele.
Do nada, ela sentiu o cheiro aumentar, vindo do lugar donde ela se esforçava para não olhar. Suas pupilas dilataram com rapidez, como uma lente de câmera ao ver a pequena gota de sangue, descendo da mão pálida de Malfoy. Aquilo somente, era o suficiente para levá-la a loucura.
Mas não fazia sentido! Como aquele cheiro poderia ser tão doce, se Gino também exalava ? Mais importante... Como ele tinha um cheiro diferente de quando estavam em casa?
“Talvez meus sentidos estejam aguçados só agora” foi o que Harriet disse a si mesma. Sem tirar os olhos da loira, que correu para fora do salão, segurando a própria mão.
A imaginação de Potter corria solta, imaginava roçando os lábios sobre o pescoço magro e elegante de Malfoy, provocando-a, antes de dar um mordida forte. Saiu de seus devaneios com sede, e levemente excitada, algo que a assustou. Talvez tivesse que falar com Hermione sobre esses cheiros.
Ela esperava que a amiga não forçasse-a ficar com o Weasley caçula.
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- O que foi aquilo no salão?- Pansy perguntou para a amiga, que estava colocando um curativo na mão.
- Aquilo o que?
- Você literalmente se mordeu depois que o- MEU MERLIN.
- Pansy! Cala a boca!!- A loira voou em cima da morena de cabelos curtos, tapando a boca dela, antes que dissesse algo estúpido alto demais.
- Você ... Você gosta dela, não é?- Parkinson perguntou baixo.
- Não!- Darcy gritou tentando convencê-la, porém as bochechas vermelhas lhe entregavam.
- Gosta sim!- Pansy riu animada, finalmente entendendo as situações estranhas de todos aqueles anos.
- É tão obvio! Como eu não percebi antes! Como-
- Por favor! Fica quieta.- Malfoy falou sussurrando, a voz carregada de medo, os olhos cinzas brilhando de lágrimas.
- Não! Darcy... Não chora! Calma!- Pansy abraçou-a hesitante, lembrando da vez que a loira quase quebrou sua mão por fazer aquilo sem avisar.
- Você vai contar..?
- Claro que não! Eu juro que morro com esse segredo!- Parkinson sorriu para a amiga, que devolveu o sorriso.
Ela ficou surpresa. Não se lembrava qual foi a última vez que a loira tinha sorrido de verdade.
- Então foi por isso que você chorou tanto quando ela e o Weasley começaram a namorar, não é?
- Sim...- Darcy olhou para o outro lado, para que Pansy não visse sua expressão envergonhada.
- Pobrezinha...Outro abraço?
- Não abusa.- A loira falou fingindo irritação, porém as duas riram em seguida.
- Mas falando nela... Ela tá diferente não é? Ela parece mais forte..
- Você falando assim, parece que é você que gosta dela.- A loira falou meio enciumada.
- Que isso. Eu só presto atenção pra te falar.
- Melhor mesmo.- Darcy deu um tapinha de brincadeira na outra garota.
- Mas é... Ela está diferente. Diferente bom, mas ainda diferente.
- Talvez ela tenha se exercitado nas férias.
- Pode ser.- A loira deu de ombros, antes de ir para a cama, aonde sonhou com uma criatura das trevas, que tentava convencê-la de dar permissão para beber seu sangue.
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- Harriet? Harriet!- Hermione sussurrava durante a aula, tinha caído no sono sem sequer perceber. Tinha tido uma terrível dificuldade para dormir, e a sede não ajudava com isso. Ou encontrava seu companheiro de forma definitiva, ou iria ter que matar outro animal.
- Oi?
- Finalmente! A aula já acabou e você dormiu durante ela inteira!!- A garota preta disse brava, achando terrível que a amiga não estivesse ficada nos estudos.
- Hermione... Não dá pra dormir direito com essa sede.- Falou com a voz grave de irritação e sono, fazendo Granger engolir seco.
- Então... O que você precisava me contar?- Hermione abraçava os próprios livros, enquanto as duas iam para a biblioteca, pesquisar mais sobre a condição de Potter durante o pequeno intervalo que tinham.
- Eu senti o tal cheiro doce vindo do Gino.- Ela derrubou a bomba de uma vez só. Granger parou no meio do corredor, chocada com a informação.
- Então- Que bom! Então você finalmente encontrou seu companheiro?
- Esse é o problema.... Ele não tinha esse cheiro até ontem a noite. E eu senti o mesmo cheiro do sangue de um machucado de outro estudante.
- Ué... Isso não faz sentido.. Quem era?
- Ninguém que você conhece.
Hermione estreitou os olhos, suspeita. Acabou deixando para lá, não tinha o porque a morena mentir sobre aquilo.
- O livro diz que só pode ter um companheiro. Será que...
- Será que o que?!
- Esquece. Eu pensei em besteira. Acho que você podia pedir para beber do Gino então, vai que é ele mesmo. Você iria saber, não saberia?
- Sim....
- Você parece tão triste com isso..
- Posso ser honesta?- Potter finalmente olhou nos olhos de Hermione, respirando fundo e tomando coragem.
- Eu não gosto dele. Não mais. Ainda o considero muito. Mas eu gosto dele estritamente platonicamente.
- Oh.... Entendi. Imagino que isso é difícil então.
- Pode não contar pra ninguém?
- Posso...
- Não preciso do Ron bravo comigo.
Granger acenou com a cabeça, olhando novamente para o livro, antes de suspirar em surpresa. Tinha achado algo interessante.
- Olha!
- O que?!- Harriet olhou para as páginas em animação.
- Aqui diz que se o vampiro transforma seu companheiro em um vampiro, o gosto do sangue não vai mudar.
- Porque diabos eu faria isso?
- Porque assim seu companheiro também vai ser imortal? Imagino que muitos não querem que seu único companheiro morra.
- Oh.. Pera- Eu sou imortal?!
- Tecnicamente. Você não morre de velhice ou doenças. Mas você morre se cortarem sua cabeça.
- Ew. Que gráfico.
Hermione deu um riso.
- Realmente.- Fechou o livro, levantando fazendo com que Potter lhe imitasse.
- Já deu nossa hora. Vamos.
E seguiram seus caminhos até a sala de transfiguração.
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Os alunos se dirigiam ao jantar, Harriet andava lentamente, esperando ver Gino. Quando o avistou, puxou o garoto com força para um corredor vazio.
- O-Oh. Oi.
- Oi. Então- Eu não vou enrolar.. Eu preciso do seu sangue.
O rosto já pálido do ruivo ficou ainda mais branco, quase tremia no lugar.
- Como?! Porque-
- O seu cheiro. É doce.. Por algum motivo. E isso significa que você pode ser meu companheiro destinado. Tenho certeza que ouviu Ron e Hermione falar. Eu estou com sede.
- Ah... Entendi.- O garoto sorriu assustado.
- Não se preocupe. No livro fala que que os companheiros não sentem dor. Ao contrário na verdade.
Gino assentiu com a caneta, mas ainda assim, fechou os olhos com força, como se temesse muito a dor que fosse sentir. Harriet achou estranho, já que já tinha explicado, mas ignorou.
Respirando forte contra o pescoço do garoto, ela teve um flash da fantasia que tinha tido na noite anterior com uma certa Sonserina.. Mordeu com força o canto do pescoço do ruivo, para tentar manter os pensamentos longe.
Assim que o líquido vermelho atingiu sua língua, arregalou os olhos em choque.
- O que...-
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