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História Utopia - Jeon Jungkook - Um início nada amistoso - História escrita por xSayuri - Spirit Fanfics e Histórias
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História Utopia - Jeon Jungkook - Um início nada amistoso


Escrita por: xSayuri

Notas do Autor


Não!! Vocês não estão vendo coisas… UTOPIA VOLTOU!!!!

Capítulo 1 - Um início nada amistoso


Fanfic / Fanfiction Utopia - Jeon Jungkook - Um início nada amistoso

Utopia - Um início nada amistoso 

Escrita por xSayuri e Maaru 


Na noite anterior, enquanto eu estava sentada com um pé de cada lado do parapeito de uma ponte antiga, escrevi algumas regras em um mísero post-it azulado. 


    • Ser uma aluna esforçada, para no fim me formar.

    • Manter distância de todo e qualquer vínculo, seja amistoso ou não.

    • Sem eventos escolares, festas, bagunças ou notas baixas. 


  Parece soar patético, eu sei. 

No entanto, quando deixei o Canadá definitivamente para trás, achei que fosse fácil lidar com um novo país — ou pelo menos deveria ser. 

Tudo bem, talvez não tenha sido uma das mais desastrosas mudanças, mas apenas sobre a nova escola a vida poderia ter sido um pouquinho mais amistosa. Eu não reclamaria em nada. Juro. 

Não me entenda mal, a minha entrada em uma nova escola não foi tão marcante a ponto de entrar para a lista dos piores momentos, mas se bem que poderia. Motivos? Bom, eu poderia começar dando ênfase na circunstância que me levou a passar a manhã do que deveria ser o meu primeiro dia de aula, na diretoria, em decorrência de um erro na minha transferência de matrícula.

 Eu disse. Nada amistoso 

Entretanto, a vida não poderia ser tão injusta e no mínimo alguma coisa boa deveria acontecer naquele fatídico dia. E aconteceu. Ao menos eu pude descobrir onde ficaria minha turma - uma situação constrangedora a menos. 

Sinto-me estranhamente ansiosa vagando pelos corredores agitados à procura da sala 65, minha nova turma, a propósito. Mas… isso é normal, certo? Estar aqui torna tudo desconfortável e pra lá de constrangedor. Os grupinhos de amigos já estão formados e todos me olham de maneira sufocante. Por causa dos olhos não-asiáticos e o meu cabelo loiríssimo? Hum, talvez. 

Quando encontro o cômodo amplo de decoração simples, suspiro aliviada. Finalmente em uma sala - vazia, devo acrescentar. Suponho que tenhamos livre arbítrio para escolhermos nossos assentos, então acabo sentando-me em uma das cadeiras próxima a última janela. 

Não demora muito para que os demais alunos comecem a chegar. Todos seguindo os mesmos passos: me encaram por alguns segundos e escolhem um assento. Felizmente, nenhum deles havia vindo me cumprimentar ou dar as famosas boas vindas aos calouros. 

Peguei o meu celular da mochila e resolvi finalmente responder as mensagens da noite anterior de Julie, a minha prima e única amiga. Era noite no Canadá e eu não sabia se ela me responderia logo, então guardei o aparelho no mesmo instante após o envio. 

Antes que pudesse retirar os meus materiais da mochila e arrumar a postura, ouço o meu nome sendo pronunciado com um sotaque carregado: 

— Ayla?! — Disse. — Esse é o seu nome, não é?

 — Como você sabe o meu nome? — Respondo rapidamente. 

Algumas explicações surgiram em minha mente de como ela poderia saber o meu nome, e outras milhares de o que mais ela poderia saber. Mas, aí vem a resposta mais lógica: ela é da minha turma e provavelmente viu o meu nome na lista. 

Então, corrijo-me rapidamente: — Oh céus, desculpa! Sim, sou eu.

Ela revira os olhos, olhando-me como se eu fosse patética. 

Droga, Ayla. 

 — Sou Kang Sohye, representante da turma. — Sorriu, ainda não muito amistosamente. — Haverá uma festa para os calouros no próximo final de semana, você deve ir. 

Por alguns instantes, paro de ouvir suas palavras para questionar os meus próprios pensamentos. Uma festa. Julie tentaria me empurrar de todos as maneiras para que eu fosse, mas a ideia não é lá uma das mais atraentes. 

— A-Ah, agradeço o convite! 

— Então…? — Ela diz, impaciente. Aperta o topo de sua lapiseira algumas vezes, surgindo a ponta na parte inferior. — Onde posso anotar o endereço, garota?  

— Eu não vou.  

— Oh, desculpe! Eu acho que você entendeu errado. — Gesticula para que eu olhe ao nosso redor. — Somos do terceiro ano. É a nossa obrigação estar nessa festa, sem contar que os donos do lugares são universitários e…

Interrompo-a:

— Eu não tenho interesse. — Enuncio, observando nosso docente de física deixar suas coisas sob à mesa. — Mas, obrigada pelo convite.

— Quem você pensa que é, garota?! 

Ela inclina-se em minha direção. Não sei se são nesses momentos em que devo sair correndo ou começar a rezar, mas suponho que descobriria rapidamente se o nosso professor não tivesse a interrompido. 

— Vejo que já está se enturmando com uma das nossas novas alunas, senhorita Kang. — Oh, obrigada senhor! Agora temos a atenção de toda a turma direcionada a mim. — Mas, agora eu preciso prosseguir com a aula e você está me atrapalhando. 

— Perdão, professor! — Disse ela levemente baixo, direcionando-se a uma das cadeiras da frente.

— Ah! E você, novata, gostaria de se apresentar? 

Como eu posso respondê-lo aparentando confiança, quando na verdade me sinto intimidada com as dezenas de olhares curiosos direcionados a mim?!

 — Eu… me chamo Ayla Elliot e tenho dezoito anos. 

— Não há mais nada que queira falar? — Neguei. — Um hobbie ou algo que você se considere boa?

Fazer merda! Eu me considero ótima, será que serve?

 — Não, eu não tenho hobbies. — Minto, apenas para que possamos encerrar logo os questionamentos. O professor assente e volta ao seu lugar. 

Suspiro aliviada, achando que o constrangimento havia passado. Mas não, há sempre uma maneira das coisas piorarem e entendo isso perfeitamente quando ouço a mesma garota que eu havia acabado de conversar pronunciar-se: 

— Eu me sentiria péssima se eu fosse assim, tão… Inútil. — Alfinetou-me com desprezo.

Todos os olhares são direcionados para mim. E novamente, sou o foco da turma. Meus olhos vagaram por todos aqueles rostos, cada um deles, analisando seus semblantes. Alguns mantinham uma expressão risonha, outros pareciam estarem com pena. Foi então, que inesperadamente uma sensação familiar, aos poucos, começou a crescer em meu interior, como se fosse um abraço, um abraço incômodo. Aos poucos, a minha mente reconhecia aquele momento, meu corpo em estado paralítico, sendo sugado para um dejavu, a memória de uma cena indesejada de minha trajetória, onde eu parecia encontrar-me novamente em minha antiga turma do fundamental, aquelas mesmas faces, expressões, olhares apáticos, eu os via novamente, materializados em pessoas diferentes, como fantasmas me perseguindo. 

Oh, não. Eu não poderia estar passando por tudo aquilo novamente, poderia? 

É claro que poderia… afinal, trata-se de mim...

Merda.

Esforcei-me internamente para manter uma respiração contínua, ao passo que a minha mente tornava-se cada vez mais confusa, angustiada por não conseguir mais distinguir a minha realidade, sem saber se aquelas pessoas eram de fato reais, ou apenas fruto da minha imaginação transtornada. 

"Você é uma estranha, Ayla!"

"Por que você é desse jeito?"

"Deveria procurar um médico! Você não é normal."

"Você reclama de barriga cheia, Ayla. Enquanto muitos passam fome, você está aí, cheia de mimimi e com drama. Deveria agradecer mais por sua vida."

"Você é anoréxica?"

"Você nunca será alguém na vida."

"Você é uma garota extremamente fútil e mimada."

"Quem você pensa que é, garota?"

Eu poderia jurar que era capaz de ouvir em perfeita sincronia, cada voz, cada risada, cada julgamento um dia pronunciado por muitos que eu um dia já considerei meus amigos. Sentia-me apavorada sempre que isso acontecia, eu nunca soube como reagir, nem como evitar. Está tudo errado, completamente errado e completamente fora de meus planos.

Estou com medo. Confesso, estou com muito medo de morrer e ao mesmo tempo desejando morrer, ao menos morta eu não teria de suportar este pesadelo novamente. Apenas desejava passar uma borracha em tudo. Eu não sei o que fazer, eu estou em público e não posso me dar ao luxo de mais uma de minhas crises, mas também não consigo simplesmente fingir que estou bem. 

Fechei os olhos, pondo as mãos sobre a minha cabeça, apertando levemente os meus fios. Eu gostaria que aquilo parasse, que eles parecessem, que desaparecessem. Que tudo não passasse apenas de uma alucinação, e eu voltaria a realidade quando abrir os olhos novamente, entretanto, nada adiantaria, pois, infelizmente esta é a minha mais pura e miserável realidade.

 — Não! Outra vez não. — Sussurrei, para que apenas eu conseguisse ouvir, e segurei minha cabeça com mais força, movendo-a em negação. — Não, não, não! Isso tem que ser um sonho. Eu devo estar dormindo, eu tenho que estar dormindo.

Quando comecei a sentir o tremular de minhas mãos, não só somente elas, mas o meu corpo todo estava trêmulo. 

Ainda com receio de erguer a cabeça e ver a reação das pessoas, continuei os evitando e fiz uma leve pressão em meu pulso só para certificar de que realmente não é um sonho, e… Não! Não é a porra de um sonho, do que mais eu precisaria para ter certeza disto? 

Pus os meus pertences novamente dentro da mochila. E em um ato de coragem, ergui a minha cabeça, encarando apenas o professor, ignorando a presença dos outros alunos.

— Com licença, será que eu… poderia ir ao banheiro? 

O mais velho apenas assentiu sem me questionar nada, seu olhar era apático, sem parecer demonstrar nenhum tipo de empatia ou preocupação. Então, levantei-me atraindo mais olhares para mim, se é que isso ainda é possível. Sério, qual é o problema dessa gente?! Eles não podem simplesmente agir como se eu não existisse? 

Retiro-me da sala. Os sanitários não eram tão próximos quanto eu gostaria e eu sequer sabia de fato como chegar neles, mas definitivamente para aquela classe eu não tinha a mínima intenção de voltar - ou ao menos não hoje. 

Reconheço os corredores em que passo pelas placas em suas paredes, agradecendo aos céus por estarem escritas tanto em inglês quanto em coreano. Sinto minha temperatura corporal elevar-se dentro de mim à medida em que me movo, pressuponho que não tenho muitos minutos antes de começar a suar. Então, apresso-me. 

No corredor em que acabo de entrar, procuro desesperadamente por uma nova placa que possa me auxiliar. Quando a encontro… Droga! Leio repetidas vezes, em ambos idiomas, sem conseguir acreditar no que os meus olhos enxergavam. Área dos monitores. 

Suspiro baixinho. Sinto meu corpo começar a ficar úmido devido ao suor e as minhas pernas tremerem — a sensação é de exaustão. Meu corpo implora por uma trégua; clama para que eu cesse meus movimentos apenas por alguns segundos. E… eu me rendo! 

Sento-me no chão, fazendo com o que a parede sirva como um encosto para as minhas costas, assim como meus joelhos servem para minha cabeça e braços.

Se eu estivesse em mais uma das sessões de psicoterapia, descreveria isso que estou sentindo como: uma sensação opressora de estar presa em um minúsculo cubículo que a cada segundo que se passa vai enchendo de mais e mais água. 

Essa metáfora parece loucura, certo? Mas não! Eu juro que é exatamente assim. 

O minúsculo cubículo de água vai ficando cada vez mais cheio, e você se sente impossibilitado de respirar ou de se mexer. O corpo paralisa, e a mente cada vez acelera mais, buscando por uma saída ou solução, em puro desespero. Mas isso não passa de teoria. Não há soluções. Sua mente não é capaz de encontrá-las nesse estado e, quando se der conta disso, será tarde demais pois as memórias já terão surgido. 

Isso mesmo.

As suas traiçoeiras memórias irão surgir, queira você ou não, basta aprender a lidar com elas e suportá-las. 

Em meu pulso direito, as marcas cicatrizadas expõem algumas destas malditas recordações. Apesar de cobertas por tatuagens de luas, não é imperceptível o caminho percorrido pelas lâminas. 

Automutilação e luas. 

Palavras com significados tão distintos mas ainda assim com muito em comum, isso chega a soar irônico. No entanto, o que quero dizer é que ambas possuem suas fases. E, assim como a lua, em meu pulso estava eternizada algumas das minhas.

— Com licença, está tudo bem? — Ouço uma voz masculina soar próximo a mim, grave e confiante. 

Ergo a minha cabeça, mas não consigo encarar o estranho. Como não respondo, ele dá continuidade: 

— Há algo que eu possa fazer por você?

Uma vez, Julie me disse que quando eu quisesse mentir com convicção, deveria ao menos tentar sorrir durante o processo. Então, é o que faço. 

— Estou ótima! Apenas enjoo. — Forço um sorriso, encarando-o por fim. 

E… pelos céus! 

Não pude deixar de perceber como ele é incrivelmente belo. Possuía madeixas castanho escuro, como uma penumbra, longos na altura da bochecha. A pele alva sem a presença aparente de manchas ou marcas e olhos soturnos brilhantes. Uma fisionomia digna dos livros de contos de fadas, onde faz com que você questione se é de fato capaz de existir um ser humano como este. 

A jaqueta jeans encaixa-se perfeitamente em seu corpo, mesmo que eu pudesse supor que seja alguns números a mais. 

Aparenta ser mais velho que eu — apesar de ter uma aparência bem cuidada. Não muito, mas ainda suponho entre dois ou três anos. O colégio em que estou matriculada é dividido entre ensino médio e universitários, e possivelmente ele seja um deles. 

— Você não é muito boa em mentir. — Ele diz, sorrindo com os olhos levemente fechados, expondo algumas pequenas rugas nos cantos das pálpebras. — O que houve? 

— Nervosismo. Primeiro dia de aula. 

— Tudo bem, você não precisa falar. — Diz, convicto de que estou mentindo. Bom, não totalmente. — A propósito, qual é o seu nome? 

Encaro-o, relutante. Sinto que não devo dizer o meu nome, mas suponho que permanecer calada novamente seria desrespeitoso. 

— Ayla. 

— Ayla. — Ele repete, tentando imitar o meu sotaque canadense. — É um ótimo nome! Me chame de Jungkook, senhorita estadunidense.

— É canadense. — Corrijo, arrependendo-me no mesmo instante. 

Fico observando o rapaz por mais alguns segundos, e me pergunto se o ofendi ou se ele não vai se mexer. 

E então ele olha em meus olhos. Digo, encara-me tão intensamente que temo ter descoberto todos os meus segredos. 

Sinto a frequência da minha respiração aumentar gradativamente. Meu coração está ainda mais acelerado e eu não consigo diferenciar se a ansiedade está fazendo isso ou se é a maldita mão dele agora erguida em minha direção. Suponho que seja ambos. 

Fixo meu olhar em sua mão. Além de alguns anéis prateados, noto que há um crachá enrolado entre seus dedos. Tento encontrar alguma informação sobre o coreano em minha frente, embora seu idioma ainda seja uma dificuldade para mim. No entanto, não tenho dúvidas de que a palavra monitor está escrita em vermelho, bem no centro. 

Droga! 

Além de um universitário, é monitor.

— Eu preciso ir agora. — Sussurro baixinho, recusando a sua ajuda com um aceno e levantando sozinha.

Direciono meu olhar para o fim do corretor, avistando uma nova placa. Os sanitários. Minha mente acelera ao ler a placa e eu sequer cogito em olhar mais uma vez para o asiático, apenas corro em direção ao banheiro feminino, encontrando-o vazio. 

Suspiro baixinho. A água gélida de uma das torneiras toca a superfície de minhas mãos trêmulas, e permaneço nessa posição por alguns minutos. 

Isso é, de alguma maneira, reconfortante. 

Quando ergo finalmente meu olhar, encaro-me fixamente no espelho. Não gosto da imagem que vejo no reflexo; não gosto ainda mais quando vejo as primeiras lágrimas começarem a rolar por minhas bochechas ou quando percebo que não sinto vontade de reprimi-las.

Odeio quando percebo que almejo sentir tudo o que o meu corpo está disposto a me proporcionar — talvez assim isso acabe mais rápido.  

Escuto passos se aproximando atrás da porta, e fixo meu olhar naquela direção.  Assisto lentamente a maçaneta girar.


Notas Finais


Heyy!! Eu sou a Sayuri, também conhecida como cadela de utopia jagsbnaja
Gostaram do cap?? Nossa, vou rezar pra que a resposta seja simm KKKKKKK

Então, é provável que alguns de vocês irão se recordar de Utopia, visto que essa é a segunda vez em que ela está sendo postada no spirit.
Mas vocês, antigos leitores e que se recordam da fanfic, não precisam se preocupar com essa mudança!! A essência da fanfic ainda é a mesma e jamais irá mudar, há apenas reajustes no plot e principalmente na escrita.
Para finalizar, gostaria de dizer que a minha antiga parceira por motivos pessoais não pode continuar a me auxiliar, então eu apresento pra vocês @Maaru, chutadora de pobre e o motivo de Utopia ter retornado. Sou grata a Licia, Maaru, por ter me apoiado na ideia de retornar com a minha fanfic e principalmente por ter aceitado ser o meu pilar nessa jornada.


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