Na madrugada fria dois corpos nus se entregavam, o calor emanando de um para o outro, o toque feroz das mãos davam força aos gemidos.
Olhando para a amante viu olhos azuis e um sorriso provocante, acelerou suas investidas contra o corpo feminino sentido suas costas arderem com unhas afiadas que afundavam em sua pele. Sentiu os movimentos dos quadris dela acompanharem seu vai e vem. O nome dela se formou então em sua mente... Piper, ele saboreou cada letra, foi então mais rápido querendo lhe dar tudo.
- Ohhhh... Max.
Ele estava em êxtase, sentindo um desejo aterrador correr em seu sangue. Investiu forte uma, duas,três vezes ... sentiu o corpo ficar tenso e logo depois experimentou a sensação de liberdade, se deixou cair sobre a mulher que ofegava. Fechou os olhos e sentiu vontade de chamar seu nome, de dizer o quanto tinha gostado de estar com ela, no silêncio de seus pensamentos chamou novamente por ela, por Piper, mas nem mesmo o prazer do momento foi capaz de cega-lo a tal ponto, em sua cabeça ele imaginava a loira de olhos azuis, era ela quem o excitava, mas quando as palavras passavam pela boca dele não era o nome de Piper que ele dizia.
- Carol, você foi fantástica.
Carol Chapman tinha nos olhos aquele brilho que só as mulheres satisfeitas conseguiam ter, jogada sobre a cama ela observava o corpo jovem de Max, a forma como os músculos eram harmoniosos e definidos. Passou os dedos pelo abdômen marcado, sorriu com satisfação, procurou a boca do rapaz e recebeu um beijo quente que fez seus sentidos falharem.
- Como está, Piper? - indagou separando os lábios.
- Arrasada. Não sai mais de casa. - disse esticando o corpo.
- Acha que é o momento de tentar uma aproximação?
- Sim, esse dois dias foram suficientes para que ela pensasse bem sobre quem falou a verdade.
- Isso significa que...
- Você certamente será bem recebido, mas não vá com muita pressa, Piper tem tendências ao distanciamento em alguns momentos.
- Acho que sei conquistar as mulheres dessa família. - sorriu provocante.
- Eu não teria trago você de tão longe se não tivesse certeza disso. Temi que Piper chegasse a se envolver com a tal Vause.
- Acha que se envolveram?
- Não sei, também não quero pensar nisso. O que me preocupa agora é a tal mulher ter visto um dos nossos vídeos, e também os balanços.
- Já disse que resolvi essa questão. Nossa pequena fantasia já está bem guardada, confesso que deixa-la no escritório foi um erro, mas parecia tão excitante.
- Uma pequena provocação a Bill. Me pergunto quantas mulheres ele já levou para o escritório, estou apenas devolvendo o favor.
- E em relação a Piper?
- Vá até ela, conquiste, namore, case. Isso vai facilitar as coisas, poderemos tirar mais dinheiro se você se casar com a herdeira.
- E se Bill der ouvidos a Alex? Lembre-se que ele gostava dela.
- Alex machucou Piper, isso Bill não irá perdoar, então dificilmente dará ouvidos às acusações dela. Agora chega de conversa, vem aqui - Max sorriu ficando sobre ela.- Me mostre como um homem de verdade faz.
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Andando pela calçada equilibrava sacolas nas mãos, pegou novamente a lista de compras e leu item por item não queira esquecer nada, da última vez levou uma verdadeira bronca. Fechou o casaco para fugir do frio, a temperatura caiu bastante com a chegada da noite, passou por algumas pessoas na calçada, levando esbarrões dos mais apressados.
- Idiota. - disse a um homem que quase fez derrubar as compras.
Se apressou quando gotas de chuva começaram a cair.
- Que droga!
Andava rápido se esquivando de todos que passavam correndo por ela, um grupo grande de pessoas vinha em sua direção, passou no meio delas tentando proteger os caros ovos que comprara para a esposa. Avistou o prédio que morava, parou esperando para atravessar a rua, mas antes que ela conseguisse se viu sendo arrastada para a parte mais escura , tentava se livrar do contato, mas o aperto era forte, ficou apavorada temendo ser vítima de um assalto.
- Não tenho dinheiro, mas você pode levar esses ovos, custam os olhos da cara. - mostrou a sacola.
- Não seja ridícula, Nicols! - reconheceu a voz.
- Vause? - se virou para ter certeza. - O que faz aqui?
- Senti saudades suas. - disse revirando os olhos.
- Sério?
- E claro que não! Preciso da sua ajuda.
- Sabia que a polícia está atrás de você?
- Não Nicky, eu realmente não sabia dessa. Por que acha que estou escondida?
- Não seja tão ácida. Por que não me procurou antes?
- Primeiro estava ocupada tentando não ser achada, segundo não poderia ser vista com você.
- Fui interrogada, suspeitam que estou envolvida no golpe.
- Espero que você tenha disfarçado bem.
- Tão bem que Lorna me deixou ficar na casa dela.
- Não acredite nessa bondade repentina de Lorna, aposto que ela está esperando que eu faça algum contato com você.
- Talvez você deva acreditar no meu charme.
- Sem piadas Nicols!
- Ok. Então conte o que aconteceu. O tal Max chegou bem a tempo de impedir o deposito?
- Não, eu já havia desistido de pegar o dinheiro.
- Você o que? - Nicky indagou pasma.
- Eu não consegui roubar Piper.
- Então a culpa disso tudo é sua?
- Não! A culpa é toda do Max! Ele que envenenou Piper, distorceu tudo, na verdade ele é quem está roubando a empresa.
- Tá dizendo que o miserável chegou na nossa frente?
- Estou dizendo que ele está enganando todo mundo, e ainda tendo um caso com Carol.
- Espera! Isso é mesmo verdade... Max e Carol?
- Sim, e você vai me ajudar a provar isso!
- Como?
- Consegui passar alguns balanços para um pendrive e também o vídeo que prova o envolvimento de Max e Carol.
- Tá falando de um vídeo onde eles....
- Exatamente!
- E onde está esse pendrive?
- Na sala de Max, caiu em algum lugar e você terá de encontrar antes dele. Essa é minha única chance de provar para Piper que não estou mentindo. Então, vai me ajudar?
- O que eu não faço por um casal improvável?! E claro que vou ajudar, farei isso mais rápido possível. Agora preciso ir, Lorna está prestes a chegar em casa e pediu que eu fizesse as compras.
- Me diga Nicky. Você é uma esposa ou uma empregada? - Alex indagou divertida.
- No momento sou uma sobrevivente, nem todo mundo tem sorte de nascer com esses seus olhos. - disse recolhendo as sacolas.
- Esperarei notícias suas, qualquer novidade ligue para Sophie.
- Está com Sophie?
- Onde mais poderia me esconder?
- Tudo que sei Vause é que de um jeito ou de outro Chapman vai querer matar você. Afinal ela pode odiar Sophie bem mais que suas mentiras.
- Não está acontecendo nada entre nós, somos só amigas.
- E bem mais fácil Piper acreditar na sua inocência do que entender essa sua amizade com uma francesa extremamente sexy.
- Nicky, cala a boca.
Um tom opaco de azul observava através das largas janelas a chuva cair intensa, os raios vez ou outra cortavam o céu. Suspirou encostando a testa no vidro, sentiu o peso da solidão invadir a sala, mesmo não estando completamente sozinha era assim que se sentia, a casa ficara com tons melancólicos sobretudo o quarto que agora parceria sufoca-la com lembranças da entrega que partilhara com Alex.
O nome trouxe raiva, sentiu a irritação invadir seus pensamentos, se afastou da janela indo até a cozinha, já era tarde, mas ela não conseguia dormir. Tomou um pouco de leite, e foi em direção ao quarto, abriu a porta, não chegou a entrar, o ambiente parecia uma armadilha, talvez as lembranças que estavam eternizadas naquelas paredes a deixassem menos rude em relação a Alex, e no momento ela não queira sentir outra coisa por ela a não ser raiva e indignação. Fechou a porta e voltou para a sala, se esticou no sofá deixando se levar pelo sono, sentiu um grande conforto em deitar ali, talvez no momento não se lembrasse mas aquele conforto e o leve cheiro que a acalmou pertencia a familiaridade, pois aquele sofá tinha muito de Alex, e o inconsistente de Piper gostava disso.
Sentiu um toque em seu rosto, o sono em que caiu começou a passar com o calor da palma que lhe tocava a bochecha. Abriu os olhos devagar vendo uma figura distorcida, piscou algumas vezes até reconhecer Max, ele estava ajoelhado olhando para ela.
- Bom dia. - disse ainda acariciando o rosto da loira.
- O que faz aqui? - levantou se livrando do toque.
- Queria saber como você estava, fiquei preocupado.
- Estou bem.
- Não me parece bem. Por que dormiu no sofá?
- Essa é minha casa, acho que posso dormir onde bem entender.
- E claro, desculpe. - Max disse sem graça.
- Não, não... Eu que peço desculpas, não devia ter sido grossa com você.
- Tudo bem, vamos esquecer isso. Estou aqui para acompanhar você até o trabalho, pensei em oferecer uma carona.
- E muita gentileza sua, Max, mas marquei com Lorna e chegarei mais tarde na empresa.
- E uma pena. Mas podemos sair para jantar hoje? - perguntou esperançoso deixando Piper sem graça em recusar.
- Sim. - disse sem muita animação.
- Ótimo. Passarei as oito. - chegou mais perto.- Tenho uma surpresa pra você. - aproximou os lábios e beijou o rosto dela. - Até mais tarde.
Max saiu animado, quando fechou a porta atrás de si, Piper se jogou sobre o sofá novamente.
- Esse não é de perder tempo. - Red diz dando um susto na loira.
- Red, você me assustou.
- Desculpe, não foi minha intenção. - sentou ao lado da loira. - Sabe, Piper lembro perfeitamente de cada coisa que se tornou importante para você. Desde seus brinquedos, até suas conquistas no decorrer da vida adulta. Sei reconhecer o brilho de felicidade nesses seus olhos de longe, e no momento ele não está aí. Sei que você procura formas de adquiri-lo, mas devo dizer que se você procura isso em Max, não vai encontrar, assim como não encontrou em Larry. As vezes nós devemos parar de ignorar as coisas que vem daqui. - apontou para o coração da loira. - Nossa felicidade está onde nosso coração quer estar. Entende, Piper?
- Acho que sim.
- Eu sei que entende, mas ainda está ignorando as informações que vem dele. - levantou. - Vá tomar um banho, irei preparar seu café.
- Obrigada. - disse não pelo café.
- Não agradeça, só faça o que é certo.
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Parada diante da recepcionista, Nicky aguardava a autorização para subir, batia o pé contra o chão impaciente.
- Qual é mesmo seu nome? - a mulher perguntou.
- Nicole, estou aqui porque minha esposa, Lorna Morelo me pediu para entregar esses documentos para Piper Chapman, em mãos.
- A senhora Chapman ainda não chegou.
- Eu espero.
- Aguarde mais um momento, por favor. - a mulher anotava coisas sem parar. Quase cinco minutos depois liberou a entrada. - Pode subir agora.
- Obrigada.
Nicky se apressou em entrar no elevador, seguiu as orientações de Alex sobre os horários, sabia que Max não tardaria a chegar. Andou pelo corredor da forma mais discreta que foi capaz, felizmente não havia muitos funcionários, conseguiu chegar a sala sem impedimentos, entrou.
Seguiu até a mesa, afastou a cadeira e se pôs a procurar o pendrive, mas não teve nem chance de realmente iniciar sua busca.
- Quem é você? - ouviu a indagação, levantou os olhos e se deparou com Max, sua mente ficou em branco. - O que está fazendo?
- Eu, eu... Bem, estou terminando de arrumar sua sala, Senhor. - rezou para que ele não a reconhecesse.
- Você é nova aqui?
- Sim, comecei hoje. - Max a observou franzindo um pouco a testa.
-Tem certeza que trabalha aqui?
Nicky já se preparava para sair correndo, mas para a sorte dela o telefone tocou chamando a atenção de Max.
- Alô? - Nicky aproveitou a deixá para sair antes que ele percebesse que ela não trajava o uniforme da empresa.
- Merda, merda, merda!!
Saiu do prédio apressada, esbarrou em algumas pessoas e disparou todo seu arsenal de palavrões, saiu tão irritada e desnorteada que não notou Piper e Lorna a observando.
- Aquela não é Nicky? - a loira indagou.
- O que ela faz aqui? Disse que não sairia de casa hoje.- Lorna comentou.
- Vamos atrás dela. - a loira disse ligando o carro novamente.
- Por que?
- Porque sinto cheiro de Alex nessa história.
Piper viu Nicky entrar em um táxi, a loira seguiu o veículo sem levantar suspeitas, Lorna estava eufórica achando tudo extremamente excitante, seguriam o táxi por quase trinta cinco minutos, até vê-lo parar diante de uma casa noturna. Nicky desceu, pagou a corrida e entrou no estabelecimento. Piper e Lorna se encararam antes de saírem do carro e continuar sua perseguição a ruiva.
Entraram por um corredor escuro, era possível ouvir vozes animadas e música. Logo foi possível avistar um grupo de mulheres, Piper parou ao ver Alex. A morena estava em um canto mais afastado conversando com Nicky, as duas pareciam discutir, mas a loira não conseguia ouvi-las. Decidiu se aproximar, queria conversar com Alex, daria uma chance para que ela se explicasse, mas parou novamente ao ver uma mulher abraçar a morena por trás.
- Juntem - se a nós, garotas. - a mulher tinha um sotaque forte e tentava levar Alex e Nicky para o pequeno grupo. - Meninas, meninas... Olhem o que eu encontrei, Alex Vause. - as outras bateram palmas. - Sabem o que ela me prometeu?
- Não. -as mulheres responderam rindo.
- Um lindo anel, com um enorme diamante. - gritinhos foram dados.
Alex riu da piada de Sophie, a mulher gostava de provocar as demais com suas histórias cheias de exageros, sempre citava anéis de diamantes pois todos os seus pretendentes lhe prometiam isso, mas nunca cumpriam.
A morena riu alto diante da alegria da francesa, mas seu sorriso sumiu completamente quando avistou Piper parada vendo e ouvindo tudo.
- Piper? - todas as presentes se voltaram para a loira.
- Então era pra isso que você queria o dinheiro? - o tom de voz estava repleto de mágoa. - Para comprar diamantes?
- Não... - Alex estava sem reação.
- Por um segundo, só por um segundo eu realmente quis ouvir você, ouvir sua versão da história por mais absurda que fosse, eu queria... Meu Deus você é uma mentirosa!
- Piper não é nada disso... Por favor...
- Tudo aquilo, tudo que você fez e disse... Era tudo pensando no dinheiro. - as lágrimas escapavam dos olhos azuis.
- Não era mentira, nada daquilo foi mentira. - Tentou se aproximar.
- Fique longe de mim!
- Piper, calma! Alex está dizendo a verdade!- Nicky tentou. - Você tem que ouvir a versão dela. Vause é louca por você, caramba ela até pagou para ser atropelada só pra ficar na sua casa. - Alex fechou os olhos diante de mais um erro cometido.
- O acidente também foi uma mentira?
- Não... Quer dizer... Era pra ser, mas eu realmente me machuquei, e doeu bastante.
- Vocês são doentes! - Lorna disse apontando o dedo para as duas.
- Eu sei que tudo está contra mim, mas se você me ouvir só um pouco....
- Nunca mais quero ouvir ou ver você, Alex! - a loira disse abrindo a bolsa. - Tudo que você diz é motivado por interesse, engano... - retirou um talão de cheques e uma caneta. - Sendo assim darei o que você quer. Me diga quanto... Quanto tenho de pagar para você sumir pra sempre?
- Eu não quero seu dinheiro!
- Cem mil, duzentos... Quinhentos? - preencheu o cheque. - Aqui! Compre um belo anel para sua amiga, e nunca mais apareça na minha frente!- deixou o cheque sobre o balcão saindo em seguida.
Alex não conseguiu ir atrás dela, apenas se sentiu congelar, sentiu que aquele era o ponto final, não haveria mais volta para Piper e ela.
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