A vodka descia ardendo a garganta, o gosto era amargo e ruim, porém a queimação que ela deixava era deliciosa. Jeon Jungkook sabia que estar ali, no balcão de um bar ao anoitecer de uma sexta-feira era a coisa mais horrível que ele já tinha feito em sua vida, porém quando ele decidiu sair escondido de casa aquela foi a única direção na qual ele conseguiu dirigir. Era a primeira dose que o alfa trazia aos lábios, porém ele sentiu que não passaria de duas, nada descia bem fazia dias. Drama? Muitos poderiam pensar assim, poderia soar melodramático o suficiente dizer que Jungkook não conseguia pensar em seguir um relacionamento que não fosse com Jimin, que não sentia vontade de conversar com ninguém, ou sequer fazer voltar ao time de natação, que era sua paixão.
As coisas tinham acontecido rápido demais, tão rápido que o alfa mal conseguia acompanhar. Todos os dias ele se perguntava se ter terminado com Jimin foi a sua melhor opção, ele se perguntava o porquê de não ter lutado mais, resistido mais, e agora ele sentia que já era tarde demais. Nessas horas Jungkook sentia falta de Yoongi, na verdade ele sentia a falta do mais velho todos os dias. Ele queria contar tudo o que tinha acontecido para seu hyung, queria pedir conselhos, uma luz no caminho escuro, contudo, mais uma vez ele achava que era tarde demais. Sua mãe estava cada vez mais em sua cola e ele sabia que logo mais ela notaria que ele não estava em seu quarto e o ligaria para ele voltar para casa. Ele tinha perdido a conta de quantas vezes ela levou as omegas da igreja para que ele conhecesse, e também perdeu as contas de quantos sorrisos falsos ele deu ao longo desse mês.
Com um aceno ele pediu outra dose ao barman, e quase ao mesmo tempo um copo com uma bebida avermelhada foi arrastado até si junto a uma voz conhecida.
— Vodka? Não achei que gostasse de bebidas fortes, Jungkook. Por que não experimenta essa Sakerinha?— Yang Mi lhe sorria apontando para o copo. Como sempre a mulher estava linda, trajava um vestido tubinho vermelho sangue e tinha os cabelos jogado pelos ombros, os lábios destacados em um batom vinho e uma sombra clara em seus olhos.
— Eu acho que o dia de hoje pede bebidas fortes. — O alfa suspirou, sem muita animação ao retribuir o sorriso da universitária. — Mas se você diz que é bom, acho que posso abrir uma exceção. — Segurou a taça, levando o drink até a boca. O gosto de morango inundou a sua boca, era doce e tinha um amargor curto no final. Era gostoso, muito melhor do que a vodka pura que ele tomava.
— E posso saber por que ele pede bebidas fortes? — A mulher apoiou os cotovelos no balcão e segurou o rosto com as palmas, mantendo os olhos focados no alfa. Mesmo maravilhoso, como sempre foi, Jungkook não parecia estar bem, as olheiras marcavam seus olhos e suas expressões eram desanimadas, sem energia. Não era o alfa que ela conhecia. — Você sumiu da faculdade, foi viajar e não avisou ninguém... Voltou e pelo visto ninguém sabe também... — Sabe o famoso “jogue verde para colher maduro”? Era exatamente isso que a beta estava fazendo. — Vamos Jungkook... Você sabe que pode desabafar comigo... — Lhe acariciou o ombro direito, coberto por uma jaqueta jeans.
— Problemas com minha família, andei fazendo algumas coisas que minha mãe não gostou... — Jeon desconversou, tomando mais alguns goles da bebida. Qualquer um perceberia que ele não estava muito para conversa e Yang realmente viu isso, mas ela sentia dentro de si que deveria insistir mais um pouco. O sumiço de Jungkook repercutiu por toda a universidade, afinal ele era bastante popular, capitão da equipe de natação e um dos melhores alunos do curso de economia, nem os seus amigos “mais próximos”, a não ser Yoongi, sabiam o que tinha acontecido ou porque ele tinha viajado. Quando Yang Mi notou que era ele ali no balcão do pub – quando ela entrou com seu irmão – a curiosidade atacou, porém não só isso, Jungkook era um cara que ela tinha gostado e ao notar que ele estava mal, ela queria tentar ajudar.
— Jura que é isso? Porque sinceramente, você está parecendo aqueles caras de filmes americanos que vem beber no bar por causa de um coração partido. — Riu baixinho, porém o que era para ser uma piada pareceu se tornar realmente a verdade quando Jeon sorriu fraco, quebrado.
— Talvez seja realmente isso. — Lambeu os lábios, acabando de uma vez com a bebida, porém sentia como se o álcool não tivesse feito nenhum efeito em seu organismo. A beta franziu o cenho, confusa. Certo, ligando os fatos em sua cabeça ela pode concluir algumas coisas. Primeiro, quando eles saíram pela primeira vez e aconteceu aquele pequeno “probleminha” com Jungkook quando eles foram transar, já poderia ser justificado com o fato de que poderia existir outra pessoa ocupando a cabeça de Jungkook. Segundo, quando eles ficaram no campus da faculdade o alfa tinha um cheiro forte de ômega em suas roupas, e mesmo que ele tivesse desconversando, a beta sabia que aquele cheiro de morango não vinha do alfa, e depois desse dia Jungkook nunca mais a chamou para sair. Entretanto, a pergunta que não queria calar era o porque Jungkook não tinha assumido o relacionamento com essa outra garota, porque tinha medo – talvez vergonha – da outra ômega? Isso não se encaixava em sua cabeça. E também, se o que sua omma mais queria era uma nora, porque houve algum tipo de briga?
Só duas coisas vinham em sua cabeça. Primeiro, a garota poderia ser uma alfa, - até porque alguns alfas tinha um tipo de preconceito com isso e algumas famílias também, todavia a beta tinha vagas lembranças de Jungkook já ter ficado com uma amiga alfa sua em uma festa. Segundo, Jungkook poderia ter se envolvido com um homem, e isso sim fazia mais sentido. E querendo comprar essa teoria, a beta jogou “verde” mais uma vez.
— E quem foi a garota, ou garoto, que te deixou assim? — Touché, o arregalar de olhos de Jungkook lhe entregou em cheio.
— G-Garoto? O que você quer dizer com isso? — Nem Jeon sabia porque ainda insistia em negar, porém era como um reflexo marcado em sua mente.
— Qual é, Jungkook... É normal isso, e também eu não te vi com nenhuma mulher esses últimos tempos. — Yang cruzou os braços com um sorriso sugestivo de quem pegou uma criança fazendo arte.
— Não é normal... Para a minha família não é. — Suspirou, desistindo de
resistir, por que faria isso? Por que tentaria mentir mais uma vez? E outra, se fosse para Yang Mi lhe difamar, ela já teria feito.
— E quem disse que você precisa ligar para a opinião da sua família? Eu entendo que você pode amar eles, porém quem decide o que é melhor para sua vida, é você. — A mulher dava de ombros, bebendo seu próprio drink. O jeito que ela dizia parecia tão fácil, como se fosse simples.
— Você não entende, Yang Mi... É complicado. — Bufou, acendo para pedir outro do drink sabor morango. Tinha gostado dele.
— Você pode me explicar então, Jungkook. Porque é tão complicado? — Arqueou as sobrancelhas, lhe olhando com um olhar inquisidor.
— Eu cresci a minha vida inteira na igreja, e na minha crença um homem se relacionar com outro não é certo. Minha mãe disse que se eu escolhesse isso, eu poderia me considerar deserdado. — Mordeu a parte interna da bochecha, ainda se sentia com um pé atrás por conversar sobre aquilo com a beta, porém ele tinha tanta coisa acumulada dentro de si que quando viu, ele já botava para fora. — Se eu escolhesse esse amor, eu seria expulso de casa, não faria mais faculdade, seria retirado do time de natação... Isso não é o que mais me preocupa, mas como que eu vou assumir um ômega não tendo nada? Ele merece muito mais que isso... Ele é incrível, sabe? — Sentiu os olhos arderem, porém os apertou, bebendo mais do drink.
— Religião é algo que eu não posso falar muito sobre, afinal cada um tem a sua. Mas eu acho que se existir mesmo um Deus, ele pregaria somente o amor, independe do que você é e de quem você irá amar. E outra, não importa se você cresceu sua vida nessa igreja, você não é obrigado a seguir essa crença. O deus que habita em mim pode ser diferente no que está em você, e isso não é errado. — Apertou o ombro do Alfa com um sorriso acolhedor. — E sobre o seu ômega, você já ouviu falar que, quando se há amor, para tudo tem um jeito? Você é inteligentíssimo Jungkook, eu tenho a certeza de que consegue passar em algum vestibular. Vai conseguir arrumar um emprego e vai achar um lugar para morar, e o mais importante, vai ser livre. Eu não digo isso somente para que você fique junto com esse ômega, mas também para que você tenha sua liberdade para fazer o que bem entender e viver o amor que escolher para si, seja homem ou mulher. — A voz da mulher era como uma acaricia nos ouvidos de Jungkook, ela dizia com tranquilidade de suavidade, trazendo certo frescor no peito de Jungkook. — Não perca tempo vivendo a vida que os outros querem que você viva, sua verdade quem escolhe é você.
— Já pensou em fazer psicologia? — Jungkook sorriu, rindo um pouco. Se sentia mais leve, muito mais do que poderia pensar.
— Que nada... Eu apenas senti que você precisava de ajuda, eu te acho um cara incrível Jeon, e eu tenho certeza de que seu ômega é muito sortudo. — Os lábios pintados de vinho se puxaram em um sorriso grande.
— Eu não sei se ele é tanto... Aliás, eu acho que é tarde demais para consertar as coisas... — O alfa mordeu os lábios, terminando o segundo copo de Sakarinho.
— Jeon Jungkook, eu não acabei de dar um discurso para você simplesmente me falar isso! Não existe essa de “tarde demais”, caralho. Você vai levantar essa bunda gorda da cadeira e correr atrás desse filho da puta que roubou seu coração! — E como se fosse para frisar ainda mais o que a beta dizia, um tapa forte marcou o ombro de Jungkook.
— Puta que pariu, que mão pesada! — Resmungou, acariciando o ombro dolorido.
— Jungkook, se você não sair daqui nos próximos cinco segundos eu vou te bater de novo! — E não precisou de outro aviso para o moreno se levantar do banco, mas antes de sair dali ele fez questão de puxar a futura arquiteta para um abraço apertado.
— Obrigado... De verdade. — Suspirou, se distanciando.
— Não me agradeça. E se levar um pé na bunda é só me ligar, eu compro sorvete. — Sorriu, acenando.
Em passos praticamente corridos o alfa entrou novamente em seu carro, passando a dirigir até o seu destino. Já era quase oito horas da noite e esperava que Jimin estivesse em casa. Passando a língua pelos lábios ele sabia porque tinha gostado tanto do drink, ele tinha gosto de morango e isso fazia com que ele lembrasse do cheiro tão único de Jimin, mas o que assustava Jeon era que ele não conseguia lembrar mais do gosto dos lábios do mais novo misturado ao seu, e isso era horrível.
Yang Mi lhe tinha dado coragem para fazer o que ele tinha sentido vontade por todo o mês, de ir atrás do que ele realmente queria.
Não se tratava somente de Jimin, mas também de si. Até quando ele se deixaria ser prisioneiro da própria família e dos outros? Até quando ele deixaria sua mãe lhe mandar e desmandar? Tinha em mente que iria enfrentar muita coisa com essa decisão, mas se ele tivesse o seu ômega junto de si, ele conseguiria, ele poderia.
Não se preocupou em estacionar o carro perfeitamente bem em frente a casa de Jimin, e talvez a bebida lhe tirou um pouco do medo já que ele foi até o canteiro de flores da vizinha e roubou três rosas-brancas, agradecendo o fato delas não terem espinhos.
Os coturnos negros lhe levaram até a porta branca da casa de Jimin, e antes que ele pudesse tocar a campainha ela se abriu sozinha, revelando o mais velho perfeitamente arrumado com as chaves do carro na mão e um pote de vidro na outra.
Ambos arregalaram os olhos, sem saber o que fazer, ou o que falar.
Todo o discurso que Jeon Jungkook tinha pronto em sua cabeça pareceu se evaporar quando viu Jimin. Os cabelos cinzas lhe caiam perfeitamente bem, uma maquiagem suave marcava o rosto e um brilho labial deixava sua boca ainda mais rosada. Parecia um anjo, o mais lindo que já pisou na Terra. O alfa queria lhe abraçar, lhe beijar, dizer o quanto estava com saudade.
A cabeça de Jimin estava na mesma confusão, se não pior. Ele estava saindo justamente para findar com qualquer sentimento que já existiu pelo outro, e quando abre a porta, a criatura está ali frente a frente com ele. Tudo o que ele pensou em fazer quando encontrasse Jungkook — de bater naquela cara linda até beijar — pareceu sumir, Jimin não sabia o que dizer, tinha ficado simplesmente sem fala.
No fim, eles compartilhavam a mesma sensação, e fazendo uma comparação ridícula, era como você colocar um brinquedo na frente de uma criança e falar que ela não pode pegar. Ela vai se sentir extremamente tentada, porém, não sabe se pode pegar.
— Essas rosas são do jardim da senhora May? — Jimin pirragueou, quebrando o silêncio que nenhum dos dois parecia estar disposto a partir. Ele queria voar em Jungkook, queria bater nele e gritar com ele, chorar, perguntar porque ele tinha sumido daquele jeito.
— Hm? É, acho que são... Não tinha nenhum lugar aberto para eu comprar... — Coçou a nuca, estendendo o ramalhete para o ômega. Jimin as segurou, ainda um pouco atordoado. O alfa parecia ainda mais desconcertado do que ele, e mesmo que Jimin quisesse dar um belo soco naquela cara linda, foi impossível não achar fofo.
— Elas são lindas... É capaz da senhora May te processar se descobrir que você roubou... — Sorriu de canto.
— Tomara que ela não descubra então... Você vai sair? Eu queria conversar com você... — Esfregou a mãos nervosamente, sentindo seus estomago dar várias cambalhotas.
— Eu ia sim... Mas se você for rápido, pode entrar. — Jimin não queria agir daquela forma, seco e frio, como se fossem meros conhecidos, e ele via como aquilo pareceu machucar Jungkook. Deus dois passos para trás deixando que o alfa entrasse.
— Seus pais estão em casa? — Entrou com passos largos, parando no meio da sala e observando o local. Parecia o mesmo de um mês atrás, o mesmo calor e cheiro de aconchego, a única diferença era a posição dos porta retratos e dos quadros, - Park Minji adorava mudá-los de lugar.
— Eles foram para Busan esse final de semana, minha mãe até pediu seu telefone para encontrar com você. Aliás, me diga, sua viagem foi boa? — O ômega tinha tentado com todas as forças ficar calmo, se manter neutro, escutar o que o alfa tinha a dizer, e mandá-lo embora, porém, era difícil demais. Ao olhar para o alfa, ele só conseguia lembrar a mensagem que ele tinha lhe mandado, de todas as noites que chorou por ele.
— Eu não viajei... Eu tenho tanta coisa para falar, Jimin... — Bufou, completamente angustiado, lhe cortava receber aquele tratamento de Jimin, tão frio.
— Eu só quero saber uma coisa, Jeon. Por que acabou daquela forma? Por que sumiu? — Fechou a porta, andando em passos lentos até o alfa. Park tinha tantas perguntas, tanto o que ser respondido, e, ao mesmo tempo sentia que não teria forças para falar o que queria.
— J-Jimin... — Se Jungkook tivesse orelhinhas de lobo elas certamente estariam encolhidas e o rabo estaria entre as pernas, era assim que o seu lobo se sentia.
— Jimin o caralho! A gente estava tão bem Jungkook! Você em algum momento pensou no que eu ia sentir? Em como eu fiquei durante esse tempo? — Seus olhos já começavam arder, assim como o choro era engolido em sua garganta. O homem de madeixas acinzentadas já estava de frente ao alfa olhando em seus olhos. — Foi erro confiar em você! Eu sabia, droga, eu sabia que isso não iria acabar bem, que eu iria acabar gostando demais de você... Isso tudo foi um erro, me apaixonar por você foi um erro. — A voz era acelerada e entrecortada pelo choro que era segurado, quando Jimin viu ele já socava o peito de Jungkook, não conseguindo conter tudo o que sentia dentro de si. — E sabe o que dói mais? É não conseguir te esquecer seu filho da puta! — Gritou, sentindo o pranto molhar suas bochechas.
Jeon Jungkook tinha notado que era realmente um filho da puta egoísta. Por todo esse tempo ele se preocupou somente com o que ele estava sentindo, ele estava querendo o melhor para Jimin, - e acreditava que esse melhor não seria com ele -, porém em momento algum ele se perguntou como Jimin estava se sentindo. Ao ver seu ômega ali, descontando toda sua dor interna em seu peito com socos, fracos pelo choro, ele se sentiu o pior alfa do mundo.
— Eu sei que eu não posso apagar o que eu fiz, sei que não posso voltar no tempo... — Engoliu o choro, tomando os pulsos de Jimin para que ele parasse com os tapas. Aquilo lhe lembrou o dia em que eles quase se beijaram no corredor, como ele se sentia confuso naquela época, como se condenava por desejar Jimin. — Mas, se o seu maior erro foi se apaixonar por mim... A melhor coisa da minha vida foi amar você. — Ofegou, piscando diversas vezes para tentar segurar os pingos que começavam a desapontar em seus olhos. — Minha mãe descobriu sobre nós, ela fez da minha vida um inferno... Eu não queria te envolver nisso, você merece tanto mais do que essa complicação que sou eu... Mas eu fui fraco, eu não aguentei te ter longe. — Se antes Jimin já tinha as bochechas molhadas, agora elas estavam encharcadas pelas lágrimas que quase lhe embaçavam a visão. Ele queria, jurava que queria conseguir sentir raiva de Jungkook, mas ele não conseguia, era simplesmente impossível. Seu coração insistia em acelerar, e quando o moreno falou que o amava, droga, era como se tivesse uma montanha-russa em seu estômago. Em um impulso o ômega venceu aquele espaço que ainda existia entre os dois, deitando sua cabeça no peito de Jungkook. Os braços do mais velho se enrolaram em torno de si, fortes e quente, o embalando em um calor que ultrapassa o da pele.
— Você é um idiota, um imbecil... Não acha que eu sou grande o bastante para escolher o que é melhor para mim? — Fungou, apertando o tecido da camiseta do outro. O cheiro de capim-limão era tão gostoso, era como uma lufada de frescor em meio a um deserto quente. — Por que você voltou? — Sussurrou. Ele agarra tanto Jungkook que parecia que iria se fundir ao outro.
— Eu voltei porque eu quero viver a minha vida, não a que os outros querem para mim. — Tomou a cintura do mais velho, afundando seu nariz nas madeixas macias para aspirar seu cheiro tão delicioso. Morango e menta. — E eu não me vejo fazendo isso sem você, Jimin... Eu preciso de você... Você trouxe de volta um sorriso que eu nem sabia que existia antes de te conhecer... — As palavras saiam sem que ele conseguisse segurar – e não era como se ele realmente quisesse. Seu coração batia tão rápido que ele jurou que poderia ter um início de infarto ali mesmo. Ter Jimin de volta em seus braços era a melhor coisa do mundo.
— Então fica... Mas se você for ficar vai ter que ser para sempre, porque se ainda estiver com alguma dúvida, eu prefiro que saía por aquela porta e nunca mais me procure. — Era doloroso dizer aquilo, porém, Jimin precisava ter a certeza daquilo, porque mesmo amando Jungkook, ele se amava mais, e não queria sofrer como tinha sofrido mais uma vez.
— Eu não vou mais embora, Jimin... Nunca mais. — Sussurrou, subindo as mãos pelas costas do mais velho até alcançar seu rosto, o segurando entre as mãos para poder olhar em seus olhos. — Você vai ter que me aguentar por muito tempo... — Sorriu, sentindo seus olhos embaçarem pelas lágrimas que insistiam em cair, mas elas eram de algo bem diferente de tristeza.
— Eu quero te bater muito, você não tem noção... — Jimin sorriu, não esperando mais um segundo sequer para cruzar aquela maldita distância e colar as bocas. Era lento, como se fosse a primeira vez. Tinha sabor de amor e saudade, alívio, euforia. Eles se apertavam tanto que era perigoso virarem um só, talvez fosse o medo de ser somente uma alucinação. — Não pensa que eu te perdoei total, okay? Eu ainda to muito bravo e magoado... — O ômega mordeu o lábio do alfa, deixando vários selinhos entre as palavras.
— Eu faço tudo que você quiser, meu mochi... — Jungkook sussurrou, puxando Jimin para que eles se sentassem no sofá. Seu peito estava leve, tranquilo, era como se todo o peso do mundo tivesse saído de seus ombros.
— Mochi nada! Para você é Park Jimin. — Empurrou o alfa pelo peito, se sentando ao seu lado. Ele achava o que? Jimin ainda estava muitíssimo puto.
— Park Jimin? Me soa sexy. — Sabe aquele sorriso de criança que quer fazer arte? Era exatamente esse que Jungkook carregava nos lábios.
— JEON JUNGKOOK! Você realmente veio para o lado colorido...— Jimin riu, deixando um tapa estalado na coxa do outro. Ele queria muito conseguir resistir aos encantos de Jungkook, porém, era tanta saudade, tanta vontade, tanta paixão que ele mal sabia dizer como aconteceu, mas quando viu, ele já estava deitado do sofá com um Jeon Jungkook entre suas pernas usando e abusando da sua boquinha.
É… Será que agora eles poderiam começar do jeito certo?
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