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História Venom - Yoonkook - 09: Doubts - História escrita por raaeraser - Spirit Fanfics e Histórias
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História Venom - Yoonkook - 09: Doubts


Escrita por: raaeraser

Notas do Autor


Olá, amores!

Era para eu ter postado esse caps há dias, juro 🫠
Mas meus dias só foram dedo no cu e gritaria e não consegui me organizar, me desculpem.

O capítulo não foi betado, me desculpem por qualquer erro ortográfico.

Capítulo 9 - 09: Doubts


Fanfic / Fanfiction Venom - Yoonkook - 09: Doubts


 Com passos apressados, Namjoon praticamente deslizou com seus pares de botas pesadas no enorme saguão hospitalar. Apesar do descontentamento por estar mais uma vez indo atrás de Shin em um curto período de cinco meses, conseguia esconder a sua pressa ao manter sua postura cordial ao se dirigir à recepção do grande edifício particular daquela região de Itaewon, um dos melhores bairros de Yongsan-Gu, um distrito onde também residia o escritório policial onde constantemente era contratado para diversos casos criminais daquele estado de Seoul.

 O que fez aproveitar a aproximação de ambos os prédios para fugir do seu serviço só para resolver aquele probleminha que era o Shin em sua vida após o trágico término dele e do Yoongi.

 A cidade não era tão rica e chique como Gangnam-gu ou outros bairros da capital de Seul, mas possuía uma das melhores assistências médicas do país graças ao grande investimento de profissionais e cientistas que o dono do hospital fazia. Eram conhecidos por possuírem o mais caro e grande laboratório de pesquisas focados em tratamentos e até mesmo de curas de doenças crônicas no país, algo que chamava a atenção de financiadores de todo o mundo, mesmo que fosse óbvio que o mercado farmacêutico só funcionava por conta desses casos que se tornavam cada vez mais frequente no mundo atual.

— Olá, boa tarde, senhor. Poderia me mostrar sua carteirinha do seu plano de saúde? Teria alguma consulta marcada para hoje? — a recepcionista bem uniformizada tentou soar gentil, mas fora perceptível na visão do detetive a forma monótona e quase robótica que ela falava, lhe fazendo suspirar ainda mais desgostoso do que gostaria, seu mau humor estava às alturas daquele dia e qualquer coisinha era motivo de aumentar sua irritação.

 — Boa tarde, obrigado, mas, eu gostaria de falar com Shin Seungho, você com certeza deve conhecê-lo, já que seu pai é o médico diretor desse hospital. Poderia fazer essa gentileza de chamá-lo para mim? — monopolizou a conversa enquanto analisava com mais precisão a jovem moça em sua frente, descendo os seus olhos atentos até o crachá de funcionário que toda recepcionista possuía naquele hospital, gravando o seu nome.

 — Desculpe, mas não posso chamá-lo, creio que o senhor Shin deve estar ocupado e sem um exame marcado eu não posso liberá-lo assim. Peço que agende uma consulta com o convênio do seu plano de saúde e volte mais tarde. — foi rápida em responder, passando a organizar as pastas em seu balcão, ignorando a presença do homem grande em sua frente ao achar que ele iria embora após as poucas palavras trocadas entre eles.

 — Oh, desculpe não ter me apresentado. Sou Kim Namjoon, detetive particular da polícia de Seoul. — seu tom gentil foi substituído por um sério e sem paciência ao alcançar seu distintivo e mostrar a mulher em sua frente, já que odiava estar ali atrás daquele homem e o tom dela estava começando a lhe irritar. — Eu estou mandando que o chame para mim. — reforçou quando viu os pequenos olhos se arregalaram em sua frente quando olharam o objeto brilhante contra a parede de vidro que os separavam daquele guichê.

 — Claro, sr.Kim… Só um minuto, irei chamá-lo agora mesmo. Gostaria de se sentar enquanto espera? 

— Estou bem aqui, obrigado. Aguardarei. Ah! Por favor, fale ao Shin que Yoongi é o nome de quem o solicita, ele saberá quem sou por esse nome. — piscou um dos olhos e observou com um pequeno sorriso a mulher sair praticamente correndo de sua mesa para fazer o que ele havia solicitado.

 O detetive não se orgulhava de usar sua profissão para benefício próprio, naqueles 10 anos de trabalho foram raras vezes que fazia algo do tipo, mas não se arrependia quando era realmente necessário usá-lo, principalmente quando envolviam membros de sua família no meio. 

 Agora olhando em volta para o ambiente mórbido do hospital que possuía um enorme odor de produtos de limpeza e remédios, sentiu seu estômago se embrulhar pela sensação ruim que sempre sentia quando estava nesses lugares, já que as lembranças de sua infância ainda eram bem frescas em seu subconsciente, lhe perturbando mesmo após se tornar um adulto. Sendo o filho mais novo de magnatas poderosos e tendo uma diferença de três anos de SeokJin, Namjoon sempre teve menos conhecimento de sua família por ter sido constantemente deixado de lado por sua idade, além de que seus pais viviam viajando pelo país por serem influentes na política coreana, os que faziam largar seus filhos com as melhores babás e professores profissionais para seus desenvolvimentos.

 Mentiria se dissesse que não cresceram cheio de mimos e regalias para que suprissem a falta de afeto dos pais, mas nada daquilo fazia sentido para a mente de duas crianças pequenas que viviam praticamente trancados dentro de casa com seus empregados, o que ocasionou diversas brigas quando SeokJin havia recém completado seus meros nove anos de idade, exigindo que pudesse morar com seus avós maternos pois sabia que esses sim iriam cuidar de si e de seu irmão da forma que mereciam. E após guerrear com seus progenitores por quase um mês e meio, os irmãos finalmente se mudaram para Dobong-gu, onde foram verdadeiramente amados e cuidados de verdade sem que estivessem sendo pagos para isso.

 Kim Jihye, a mulher responsável pelo sucesso do esposo como um grande magnata do país ensinou aos seus únicos netos tudo o que sabia sobre a vida, principalmente sobre a podridão que era o governo mundial e claro, de todo o país da Coréia do Sul, lembrando constantemente aos mais novos que alguém do alto escalão foi responsável pela tentativa falha de encomendar a morte de seu marido na frente de sua própria casa quando decidiram sair daquela vida de luxo pelo os absurdos presenciados ao decorrer dos anos, os fazendo praticamente repassar seus feitos para sua única filha, esta que era casada com um governante poderoso de Seoul e mãe de dois garotinhos lindos e inteligentes. Apesar da tentativa de o silenciar ter dado errado, já que haviam sido mais rápidos em se defender dos tiros a queima-roupa, Dar-hu teve sua saúde prejudicada ao ser atingido em seu pulmão e pernas, o obrigando a viver por anos o resto de sua velhice dentro de um quarto de hospital antes de sua morte.

 Namjoon lembrava de forma lúcida das visitas quase diárias que faziam ao seu avô após o acidente, ele e seu irmão se viam na obrigação de sempre apoiar a avó naquele momento delicado, e claro, jogavam jogos com o homem na tentativa de animá-lo e fazer seu cérebro trabalhar na esperança de uma possível alta, algo que nunca aconteceu por ficar dependente dos aparelhos respiratórios para sobreviver. Havia virado uma tradição daquelas crianças levar uma flor a Dar-Hu em suas visitas todos os dias após o horário de aula, sendo assim, aos seus doze anos de idade, foram por coincidência a floricultura recém aberta naquela cidadezinha pacata e tranquila na companhia de Jihye, os fazendo conhecer Min Yoongi com os seus recém oito anos, conectando suas histórias quando mexeram com aquelas rosas e machucaram as pétalas bonitas daquelas flores tão puras.

 — Cadê ele? Por que você está aqui, Namjoon? O que quer? – o tom de voz irritadiço de Shin lhe tirou de suas lembranças nostálgicas, o irritando de volta quando se lembrou o motivo de ter voltado a aquele hospital.

 — Cadê o caralho, Shin. — murmurou tentando não soar grosseiro demais para as pessoas a sua volta. — Vem, quero conversar com você, a sós. — com um sorriso forçado, se aproximou do homem do seu tamanho para apoiar de seu braço sobre o ombro alheio, praticamente o prendendo contra o seu corpo corpulento. Quando passaram pela porta da frente da portaria, se dirigiram a um canto mais afastado do estacionamento do hospital, o que fez Namjoon praticamente o empurrar para longe de si quando concluiu que estavam a sós e longe de qualquer câmera de segurança. Havia pesquisado rapidamente pontos cegos do local antes de tudo. — Eu tenho plena certeza que já deixei claro para você antes para que não chegasse mais perto do Yoongi, não foi? Então me responda o que caralhos você foi fazer na floricultura, e ainda perturbar Yerin e Moonbyul? Você sabe que posso muito bem te prender por ameaçá-los, sabe? São apenas jovens, Seungho. Eu sei que você é um homem inteligente demais para cometer um deslize tolo.

 — Tsc, as crianças foram chorar para você? — o moreno revirou os olhos ao estalar a língua, algo que quase fez uma veia estourar de irritação na testa do loiro, este que o puxou pela gola do jaleco com brutalidade, mas nao surtiu o efeito que gostaria, já que o Shin apenas lhe encarou de volta.

 — Não brinque comigo, ou terei que te relembrar tudo do que conversamos? Anda, responda minha pergunta agora! O que caralhos você queria indo atrás dele?

 — Estava preocupado com ele, tive medo que o Le- que o achassem. — pigarreou saindo do aperto das mãos alheias, arrumando sua postura quando o encarou de volta, notando a expressão confusa do detetive. Merda, havia quase vacilado logo na frente dele.

 — Quem estaria atrás dele, Seungho? Se você sabe de alguma coisa eu acho melhor me falar ou eu juro que acabo com você se algo acontecer com o Yoon. E eu não sou um cara que ameaça por ameaçar, eu cumpro minhas promessas.— cruzou os braços forte ao trincar o maxilar, arqueando a sobrancelha deixando exposto seu descontentamento. 

 — Olha, se Yoongi se meteu ou não em algo que não devia, não sei responder, por isso preciso falar com ele, mas caso tenha, ele será perseguido até acharem aquele simbionte. E não vou perder meu tempo te explicando o que é isso, mas é algo que estão anos tentando achar nesse país e se Yoongi for a única forma até então de encontrá-lo, acho melhor você usar todo o seu conhecimento para escondê-lo deles. — Shin possuía uma expressão sombria ao falar, algo que fez Namjoon sentir um arrepio percorrer em sua nuca. Aquele homem era maluco na sua perspectiva, mas após conhecer Venom e ouvir as palavras confusas do Shin, sabia que ele possuía conhecimento pelo simbionte e que seu trabalho ia além do que somente um médico assistente no hospital de seu pai.

 — Você só não poderia dar o nome do maluco por trás disso tudo? Facilitaria, e muito, a minha vida.

 — Eu posso amá-lo, mas não darei minha cabeça de bandeja para eles por ninguém, nem mesmo para um homem que apesar de eu fizer de tudo e amar mais do que a mim mesmo, me trocou por outro tão rapidamente. — sorriu cínico, ainda sentia sua mente fervilhar de ódio ao lembrar da maneira debochada que aqueles adolescentes jogaram em sua cara em como Yoongi havia o superado tão facilmente, como se fosse um qualquer. — Não ficarei surpreso caso ele tenha me traído antes mesmo do nosso término.

 — Cuidado com a sua língua, Shin. Você nem está percebendo as merdas que está falando! Você não ama Yoongi, e talvez nunca o amou de verdade pelo o que ele é, você apenas amou a sensação de posse que tinha de possuí-lo como namorado, amou e ainda ama a imagem submissa que você mesma criou dele nessa sua mente doente. Eu me arrependo amargamente do dia em que deixei você entrar na vida dele e bagunçar tudo. Ele não te superou rápido, até porque já faz quase um ano que terminaram, mas ele já estava mentalmente cansado de você muito antes e diminuindo aos poucos essa paixão até chegar ao estopim para terminar contigo.

 — Para de dizer loucuras, Yoongi sempre me amou assim como eu o amo.

 — Ele não te ama, e para ser sincero? Nunca o vi tão bem desde quando começou a se relacionar com esse cara, creio que ele sim o ama por ser quem ele é. Se não vai o ajudar, beleza, eu descobrirei sozinho toda a merda que está envolvido, e anote bem minhas palavras, Seungho! Se eu tiver provas contra sua pessoa, farei questão que passe o resto de sua vida atrás das grades e SeokJin fará de tudo para que tenha sua imagem manchada nesse país de merda. — Namjoon sorriu exibindo suas covinhas, fazendo uma expressão diabólica por pura implicância de provocá-lo. 

 — Vai de foder, Kim Namjoon!

 — Obrigado, Shin! Julgo que você também precisa gozar um pouquinho para desestressar! Nossa, Yoongi ultimamente vive nas nuvens, seu novo namorado talvez tenha acabado com sua frustração sexual, algo que você nunca conseguiu. — sorriu maldoso ao mentir e piscou um dos olhos antes de seguir andando, pouco se importando com o diálogo extenso de palavrões direcionados a si quando apenas acenou para o homem que estava até vermelho de raiva.

 Havia agido de forma infantil? Com certeza, mas sabia que daquela forma afetava bem mais o médico assistente do que ameaçá-lo. Yoongi era até então, a ruína do Shin, mesmo que considerasse tal fato bem doentio.

 Ao colocar o seu capacete prateado de viseira escura, Namjoon praticamente pulou para cima da moto de JungKook, sorrindo pequeno pela a adrenalina que sentia ao pilotar aquela motocicleta de luxo. Claro, havia pedido autorização do dono para que pudesse usá-la naquele dia, alegando que após seu expediente, a levaria até Gangnam-gu para devolvê-la ao Jeon e consequentemente pegar de volta o seu carro, além de visitar o Min e o avisar sobre o ex maluco dele.

 Agora com o distintivo em mãos, o Kim atravessou as portas do departamento de polícia com uma expressão séria, eliminando qualquer investida de conversa boba com os seus colegas de trabalho. Contudo, sua face carrancuda se desfez ao entrar em sua sala particular e encontrar Sooyeon em frente a seu quadro de investigações com os braços cruzados e um olhar afiado, sendo rapidamente direcionado ao homem alto e intimidador para os demais agentes, mas não para a mulher bonita em sua frente.

 Sua beleza não passava despercebido por onde passava, atraindo olhares de todos os homens e mulheres da delegacia de Itaewon. Seu cabelo longo era escuro, liso e que caia graciosamente até a altura de seus ombros, isso quando não os prendia em um coque despojado quando o caso que estava responsável estava ficando excitantemente divertido. As sobrancelhas bem definidas faziam um contraste bonito com o óculos de leitura que usava, e claro, o olhar marcante e bem expressivo arrancava suspiros de Namjoon quando era o foco de sua atenção.

 Sooyeon era uma mulher extremamente bonita, tão inteligente quanto ao Kim, e sempre tão analítica com aqueles olhos negros como onix.

 — Espero que você tenha uma desculpa muito boa por ter me deixado esperando, Kim.— arqueou a sobrancelha bem feita, sorrindo pequeno quando ajeitou o óculos que se encontrava na ponta do nariz fino e bonito. — Você falou com ele, não foi?

 — Hm? Não sei do que está falando, querida. — o loiro se fez de desentendido ao aproximar lentamente de si, tocando gentilmente em seu quadril ao fazer seu melhor olhar de inocente, algo que não colou para a detetive, a fazendo rir achando graça sua atitude. — Desculpe, eu não demorei muito, viu só? 

— Espero que tenha pelo menos dado um soco na cara dele. — negando com a cabeça, Sooyeon apoiou seus braços ao redor do pescoço alheio, deixando um selar demorado em seus lábios. Não sabiam bem como rotular o que estavam tendo nas últimas semanas, eram parceiros de caso durante as investigações feitas por toda Seoul, mas amantes longe do serviço que tanto amavam apesar do visível desgaste mental. Gostavam um do outro de verdade, das carícias trocadas, os encontros nos finais de semana, as discussões e debates relacionados aos casos que administravam e claro, a companhia confortável que possuíam juntos. Será que ainda era cedo demais para se imaginar sendo pedida em namoro por aquele homem? — Yoongi devia recorrer a uma medida protetiva, Namjoon. Já disse isso a ele?

— Ele não acha que seja necessário, mas vou tentar falar novamente quando vê-lo mais tarde. 

 — Droga, iria te convidar para sair depois do expediente. — fingindo uma magoa, Sooyeon se afastou para voltar sua atenção ao quadro pendurado na parede, franzindo sua testa enquanto tentava pensar em alternativas que pudessem os ajudar na investigação de assassinato. — Se passou uma semana e não conseguimos muitas pistas, mal saímos do lugar. Esses assassinatos e desaparecimentos não seguem um padrão! É como se alguém estivesse orquestrando isso sem deixar rastros.

 — Posso dormir na sua casa mais tarde se você quiser. — Risonho, Namjoon arqueou a sobrancelha em direção a morena, esta que riu fraco antes de assentir, concordando. Poderiam assistir um filme bobo antes de dormir. — É, tem razão, e isso é perturbador demais, pois não conseguimos pistas e muito menos limitar um local só para investigações. — confirmou a constatação dela, sabendo que ela logo daria uma das suas expressões convencidas em sua direção. — Acho que a qualquer momento minha cabeça vai explodir, So. Mas sinto que já sei o que posso fazer para ajudar Yoongi e essa investigação. 

 — Pois bem, espere esse caso ser solucionado pelo menos, tá, meu bem? Será sem graça cuidar do restante desse mistério sem você aqui para me encher o saco ou de beijos.

 …


 Dentro do apartamento aconchegante de JungKook, o jovem pintor estava alheio ao mundo fora das paredes do prédio que o mantinha protegido. Se encontrava apenas focado em beijar com toda a dedicação que possuía a boca pequena e viciante de Yoongi, este que suspirava a cada mordida deixada em seu lábio macio ou quando sentia tanto o piercing do lábio inferior do mais velho, quanto o piercing debaixo de sua língua, raspando em seu músculo molhado, atiçando cada vez mais o tesão que possuía por aquele homem tão atraente e gostoso. A mão tatuada assim como todo o seu braço, o apertava tão bem durante os amassos que estavam tendo naquela manhã, a ação antes cheia de carinho e ternura estava se transformando em algo mais selvagem e libidinoso na visão do simbionte, este que se encontrava até mesmo sem graça com a situação. 

 Não haviam dividido a mesma cama naquela noite para a infelicidade dos dois e do simbionte, JungKook havia quadros pendentes para serem finalizados e após uma deliciosa refeição com direito a uma lasanha feita pelo o melhor chefe de Seul, se despediu de Yoongi com um selar cálido antes de ir para seu ateliê, reforçando ao recém loirinho que poderia chamá-lo sempre que precisasse, o elogiando mais uma vez e de forma boba o quão bonito ele estava com aquele tom de cabelo claro. 

 Divino, tal como um anjo.

  O Min se sentiu solitário quando observou JungKook sumir de sua visão naquele corredor mal iluminado, mas não queria ser inconveniente e atrapalhá-lo em seus serviços mais do que já sentia que atrapalhava, principalmente após Jimin lhe contar que em dias comuns, JungKook vivia enfiado em seu ateliê ao ponto de negligenciar a sua própria exaustão no objetivo de terminar seus trabalhos o quanto antes para focar nos quadros que pintava para a exposição futura.

 Então apenas acompanhado do filhote de doberman e seu poodle marrom e peludinho, permaneceu por horas daquela madrugada mexendo em seu celular tentando ignorar o motivo de sua insônia, mesmo que soubesse que era apenas o medo de estar sozinho e vulnerável naquele cômodo escuro. Assistindo vídeos de receitas, mal notou quando finalmente adormeceu na cama espaçosa, sendo praticamente vencido pela exaustão de seu corpo durante a madrugada, já que não possuía o calor do corpo grande do Jeon e nem a sensação de segurança que possuía consigo e com Venom.

 Fator esse que novamente o deixou em alerta e pensativo sobre como estava gostando até demais de toda a atenção e mimo que estava recebendo daqueles dois.

 E apesar da noite mal dormida, Yoongi sorriu fraco quando foi acordado com JungKook se deitando ao seu lado quando notou os primeiros raios solares surgirem sua janela, se aconchegando em seu corpo franzino enquanto pedia desculpas por sua ousadia por tocá-lo tão íntimo assim o que fez o loirinho rir sonolento antes de o calar com um selinho em seus lábios e voltar a ressonar tranquilamente agora sob o corpo alheio, aproveitando o calor gostoso do outro contra o seu.

 Ele não se julgava um homem carente ou muito libidinoso, já que não tinha tanta experiência assim no quesito sexo, apesar dos três anos de relacionamento com Seungho, não tinham feito muito além da posição tradicional de mamãe e papai durante o ato, algo que Yoongi culpava o próprio Shin, esse que se importava apenas com o próprio prazer durante as fodas que insistia em ter, não focavam muito mas preliminares e muito menos nas preparações para a penetração, algo que deixava até mesmo Yoongi dolorido e desconfortável por um bom tempo, sendo esse o motivo de não transarem constantemente. 

 Mas tinha sido seu primeiro relacionamento, julgou que deveria engolir aquela frustração, e nunca de fato comentou sobre com os Kim por pura vergonha, até então não sabia que aquilo na verdade estava errado por diversos motivos.

 Agora sendo pego de jeito ali, em cima do colo de JungKook, o fazia tremer somente de imaginar que tipo de loucura o pintor o faria sentir diante de um contato mais íntimo, lhe alcançando fundo em suas paredes internas e claro, as marcas deliciosamente doloridas gravadas em sua pele até então imaculada. Sua mente trabalhava em diversas suposições do que aconteceria caso tentassem um contato mais íntimo, deixando suas pernas gelatinosas somente em visualizar a imagem de JungKook lhe beijando e chupando por inteiro, já que ao seu ver, o homem parecia mais focado em lhe trazer prazer acima de tudo.

 — Merda. — um resmungo escapou de seus lábios avermelhados pelo intenso beijo que havia recebido do pintor quando o barulho estridente do seu celular passou a ecoar pela sala espaçosa. Yoongi lutou bastante para se afastar dos braços fortes de JungKook, esse que apenas riu ao ver o biquinho emburrado.

 — Seus amigos podem estar preocupados com você, Yoon…

 — Ue, é a minha mãe?! — em um sobressalto, Yoongi atendeu imediatamente a ligação, sorrindo tão grande que nem parecia mais tão descontente pela interrupção cometida. JungKook apenas o observou levando o celular até seu ouvido, continuando as carícias nas coxas grossas que permaneciam cada uma ao lado do seu corpo, aproveitando o momento para deslizar suas mãos na cintura delgada e ignorar a forma que sua semi ereção era esmagada pela bunda redondinha do outro. — Alô? Oi, mãe? Está me ouvindo? Deixa eu mudar para chamada de vídeo, quero vê-la pois estou com saudade. — com um sorriso grande em seu rosto, afastou o aparelho somente para mudar o tipo de ligação, pouco se lembrando do fato de estar praticamente em cima de outro homem no momento, este que apenas arregalou os olhos desesperados.

 — Oras! Não se lembra que possui pais, Min Yoongi?! — A mulher fez drama ao jogar seus fios longos e tão escuros quanto os seus olhos para trás, mas logo ficou boca aberta pelo visual novo do filho. — Uau! Como você está lindo, meu filho, não imaginei que ficaria tão lindo com o cabelo claro.

 — Oi mamãe! Eu não esqueci, deixa disso, só não nos falamos por uma semana. — revirou os olhos com drama, aproximando o celular do rosto para mostrar melhor o seu cabelo, contente pelo elogio. — Gostou? Eu pintei ontem mesmo, eu precisava mesmo de um visual novo. Cadê o meu pai? Não o vi na última ligação que fizemos.

 — Eu amei meu filho! Combinou com você, mas está com o rostinho cansado, está tudo bem? 

 — Claro, mãe, só não dormi muito essa noite, mas estou bem, então não precisa se preocupar. Vai, deixe-me ver o papai. — Seung sorriu ainda mais ao ver a expressão fofa que seu filho fazia através da tela do celular, e pedindo um minuto ao seu primogênito, chamou pelo o marido em um único grito, este que rapidamente a atendeu e avisou que já estava indo até si.

Em silêncio, JungKook observou com um sorriso a mulher bonita enquanto conversava tão amorosamente com seu filho, constatando que Yoongi havia herdado quase todos os seus traços e sua beleza, o fazendo sorrir mais uma vez ao lembrar da foto que havia no quarto do Min, relembrando o quão fofo e gorducho Yoongi era quando um bebê. Não que ele ainda não continuasse um fofo mesmo após adulto, mas as bochechas não eram tão gordinhas quanto antes e céus, o corpo agora magro possuía curvas tão bem distribuídas, como seu quadril, bunda e coxas. 

 — Não está na floricultura hoje, meu filho? Te liguei mais cedo pelo telefone da loja mas só caiu. — foi a primeira coisa que Youngjae questionou ao se fazer presente na ligação ao lado da esposa, a voz grossa chamou a atenção do Jeon, este que notou que o Min mais velho ainda possuía suas características marcantes de quando era jovem, só o cabelo grisalho e as pequenas marcas de expressão que haviam surgido nestes últimos anos após completar seus cinquenta anos. — E você não está em casa, a sua não tem pinturas na parede… 

 — Você não sabe se eu resolvi comprar um, tá bom? — tentou argumentar que olhar para trás do sofá e observar rapidamente o quadro que era uma releitura feita pelo próprio JungKook de uma das obras famosas do talentoso Sandro Botticelli, contente por lembrar o nome do pintor renascentista que fizera o maior se interessar por aquele mundo ainda quando criança graças a beleza de seus quadros. 

 Assim como JungKook e Venom estavam interessados pelo seu trabalho, Yoongi estava bem mais pelo talento impressionante do Jeon.

 — Yoongi, meu filho, nunca na sua vida que você furou uma parede, muito menos para por um quadro. E até onde eu me lembre, atrás do seu sofá possuía uma estante.

 — Nessas horas sua memória é boa, né pai? — Yoongi sorriu sem graça ao olhar para o mais velho ao seu lado, sentindo novamente a carícia gentil em sua coxa coberta pelo moletom grosso. JungKook quis rir, mas apenas afastou o celular alheio para o lado o suficiente para que não o capturasse sussurrando em seu ouvido, lhe confessando que adoraria conhecer os seus pais naquele momento, o que o animou automaticamente. — Como você é um grande xereta, vou te apresentar a uma pessoa que eu gostaria muito que conhecessem. — Contente, o loirinho sorriu ao arrumar a câmera e mostrar JungKook ao seu lado com uma expressão feliz e bonita, arrancando suspiros surpresos de Seung. — Eu te entendo, mamãe. JungKook é muito lindo, né? — brincou arrancando risadas da mulher, que não hesitou em concordar. 

 — É um prazer conhecê-los senhor e senhora Min. — cordial e respeitoso, o Jeon curvou a cabeça e olhou rapidamente para Yoongi um pouco nervoso, Venom estava lhe perturbando em seu subconsciente para não agir feito um bocó que mal conseguia raciocinar direito. — Yoongi sempre fala muito de vocês, espero que possa ter a honra de encontrá-los pessoalmente um dia.

 — Uau, que educado. Meu filho teve a quem puxar em ter bom gosto com homens, não é querido? — a mulher sorriu presunçosa ao ver como seu filho havia ficado envergonhado através da tela do seu aparelho. — O prazer é nosso, meu bem. Agora entendo o que meu filho quis dizer sobre não ter dormido muito.

 — Mãe! — vermelho de vergonha, Yoongi quase sentiu seus olhos saltar para fora pelo o susto que levou pelafala de sua progenitora, arrancando uma risada de todos ali. 

 — Deixe se ser bobo, filho! Estamos feliz de conhecê-lo, JungKook, de verdade. 

 — Bom, se não for igual o último, sim. — Youngjae falou amargo, mas logo arregalou os pequenos olhos ao notar o que lhe escapou quando recebeu uma cotovelada da esposa em seu braço. — Desculpe, não gostaria de soar grosseiro. Você parece ser um bom garoto, JungKook, é que apenas estou preocupado com o meu filho. 

 — Está tudo bem, pai. Mas não vamos falar disso, ok? 

 — Claro, filho. Bem… Mas sério, você fechou a floricultura para namorar? — acusou arqueando a sobrancelha. 

 — Youngjae! Nosso filho merece um pouco de descanso, ele administra aquela loja sozinho agora, deixe ele curtir um pouco a juventude. — rindo pelo visível ciúmes do marido, a Min abanou a mão livre em direção aos mais novos. — Se não preocupe, JungKook-ah. Ele é assim como todos os rapazes que Yoongi lhe apresentou um dia, desde a adolescência.

 — Bem, JungKookie mora em Gangnam-gu, pai. É quase uma hora de carro de distancia entre nós dois dependendo do trânsito, e bem, somos adultos, vê-lo somente de noite para logo ir embora para acordar cedo gasta bastante tempo, você sabe. — Yoongi se justificou com uma risada divertida. — E sim, mereço uma folguinha, não acha? — mentiu fazendo um pequeno beicinho, ato que fez os presentes ali suspirar pela expressão fofa do garoto.

 O Jeon gostaria tanto de beijá-lo e morder aquele biquinho, mas não achava apropriado fazer aquela cena na frente dos pais do pequeno, principalmente por ser o primeiro contato deles, então gostaria de passar uma primeira boa impressão a eles, mesmo que não precisasse da autorização deles para o que estavam tendo. De fato, Yoongi era o único que gostaria de agradar, mas sabia que os seus progenitores eram muito importantes para ele assim como os seus eram até mesmo após seu falecimento. 

 Então engolindo a vontade de sentir os lábios fofos nos seus, apenas afundou os dedos longos na coxa de Yoongi, este que apenas se remexeu em seu colo tentando ficar mais confortável. 

 — Tudo bem, tudo bem! E nossa, Gangnam-gu é um bairro nobre, não? Eu lembro de ir nos centros comerciais algumas vezes e fiquei abismado com os valores. — exclamou genuinamente surpreso, se aproximando do celular para olhar melhor o homem que estava tão próximo de seu filho. — Gostei do seu estilo, apesar de eu nunca ter coragem de colocar um brinco no meu rosto. Quase desmaiei quando levei Yoongi adolescente para furar sua orelha e por esses brincos aí.

 — Pai, é um piercing. — rindo junto do amante, Yoongi capturou uma imagem melhor do moreno para seus pais verem o quão bonito ele era, envergonhando JungKook pela a atenção que estava tendo. — Papai tem medo de agulhas, ele desmaiaria fazendo uma tatuagem como a sua, JungKookie. Ah! Ele poderia ser modelo, não é mamãe? Ele facilmente roubaria a atenção de todos. 

 — Nem parece que era policial militar. — Seung se fez presente novamente, ouvindo um resmungo dramático do homem ao seu lado e com um sorriso, observou a forma doce que o tal JungKook olhava para seu filho após ser elogiado. — Sim, Yoongi. Muito bonito. Mas, desculpe a curiosidade JungKook, com o que você trabalha? O estilo de vida em Gangnam-gu é um pouco cara.

 — Oh, sou apenas um pintor, senhora Min. Surrealismo é a minha paixão de vida e ganho o suficiente para viver uma vida confortável aqui, aliás o quadro na parede de trás foi eu mesmo quem fiz. — Explicou orgulhoso de si mesmo e sorriu eufórico ao receber um selar singelo de Yoongi em sua bochecha. — Não sabia que seríamos apresentados tão cedo, mas prometo que na próxima vez terei algo para agradá-los.

 — Pode me chamar apenas de Seung, querido. Sem formalidades entre nós, e não precisa disso, já é uma grande surpresa ver meu filho ao lado de um homem tão bonito assim como você. — o interrompeu de forma gentil. — E ainda pintor! Uau, artistas como você atualmente deveriam ser mais valorizados em nosso país, assim como os jovens cantores. Não suporto ver essa tecnologia matar a arte em geral, não possui sentimentos e muito menos uma história por trás. São tão vazios e sem vida. 

 — Eu concordo completamente! — sorriu grande, abrindo um tópico que possuía bastante conhecimento e que o afetava diariamente em seus orçamentos pessoais. Já que pessoas ignorantes e mão de vacas preferiam um arte mal feita e cheia de colagem da internet do que uma arte totalmente original e cheia de personalidade.

 A chamada de vídeo foi longa e divertida para todos, JungKook pode notar bem como os Min eram apaixonados e preocupados com o único filho que possuíam, e apesar de ainda não ter ter total conhecimento pelo o antigo relacionamento de Yoongi, entendeu Youngjae quando o mesmo agiu de forma mais séria e desconfiado quando lhe enchia de perguntas como se estivesse em uma interrogatório policial, parando somente quando levava uma bronca da própria esposa ou filho, o fazendo pedir desculpas novamente pela inconveniência. 

 Não o levou mal, na verdade achou engraçado como Yoongi era tratado como se ainda estivesse no colegial, algo que fez o loirinho sair todo vermelhinho de vergonha da ligação, o fazendo apertar com força o corpo esguio em seu colo e lhe encher de beijos que tanto se segurou em dar durante toda a chamada de vídeo. 

 Conversaram sobre a floricultura, deixando Youngjae orgulhoso do próprio filho quando o mesmo atualizou o ex-militar sobre o aumento da demanda das vendas, alegando que até mesmo os irmãos Kim passaram a ajudá-lo nos finais de semana com os estoques dos produtos enquanto os jovens cuidavam da loja para si, fazendo o Min mais velho constatar que ele deveria contratar um novo funcionário para ajudá-lo além dos jovens aprendizes. O casal conheceu também o doberman que brincava feliz com Holly, deixando Seung morrendo de amores ao ver o quão entrosados os cachorros pareciam juntos, já que a poucas vezes que viu o poodle, ele mal saia de perto de Yoongi por ciúmes, mas ali nem parecia que seu filho estava presente na sala grande e bonita de JungKook. 

 — Está tudo bem, Yoongi? — Venom perguntou preocupado quando notou a expressão triste do humano, logo chamando a atenção de JungKook da cozinha, parando de cortar os legumes para o jantar somente para prestar a atenção neles. Namjoon estava a caminho, então gostaria ao menos de mostrar a ele como estava cuidando bem de Yoongi, mesmo que soubesse que o Kim confiava nele e em Venom apesar do grande susto inicial.

 — Conversar com os meus pais me deu uma falsa impressão de que estava tudo bem, mas agora a ilusão se desfez quando voltei à realidade. — com um sorriso fraco, o loiro olhou as orbes brancas de Venom. 

 — Mas está tudo bem, não? Você está protegido aqui.

 — Parece que sou um foragido assim. Estou praticamente escondido do mundo, Venom, e eu nem sei exatamente do que estou fugindo e o porquê, mas estou com medo. Só fico mal por meus hyungs estarem tendo problemas por minha causa, Jin praticamente brigou com o chefe mais cedo devido o jornal publicado e tenho certeza que o Joon está mais preocupado comigo do que com o próprio trabalho. Se ele não trazer resultados, podem desligá-lo a qualquer momento do caso. — falou em voz alta o que pensava, estava seguindo o conselho do Park de expressar suas angústias com a dupla de amigos e ser totalmente sincero com eles assim como foi consigo durante a tarde que passaram juntos. — Estou atrapalhando todos, até mesmo o JungKook, e eu nunca quis isso. Acho que o pior mesmo é mentir para os meus pais e dizer que está tudo bem quando na verdade não está nada bem.

 Venom apenas rodeou o corpo miúdo, apertando o Min em seu corpo enquanto chamava JungKook para perto com um dos seus tentáculos, alegando que ele era melhor que ele mesmo naquelas ocasiões. E observando o melhor amigo praticamente largar a faca afiada em cima do balcão e andar em passos apressados até o loirinho sentado em seu sofá, Venom suspirou aliviado por ser rapidamente atendido, sabia que não possuía muita delicadeza ao falar, e diferente da madrugada anterior, Yoongi estava sendo sincero e demonstrando real o seu medo, então preferiu deixar que JungKook o confortasse antes que falasse algo que deixasse o Min ainda mais chateado, ou até mesmo triste.

 E ele nunca se perdoaria caso causasse tristeza a Yoongi. Preferia sentir a dor de ser queimado do que isso. 

— Ei, está tudo bem, Yoonie. Eu tô aqui com você e nada vai te acontecer enquanto eu estiver por perto, te prometo. Você confia em mim? — questionou ao ficar de frente ao menor, passando a afagar os fios hidratados e logo os jogou para trás enquanto esperava sua resposta, recebendo apenas um aceno de cabeça. — Esse tipo de coisa assusta qualquer um, não se sinta fraco por sentir medo, pois também estou assustado assim como você, mas, vou fazer tudo o que eu puder pra que você se sinta seguro ao meu lado. E ninguém pensa dessa maneira, ok? Não vemos você como um problema, e muito menos o causador dela! — levando o indicador até o queixo fino do loiro, JungKook o olhou com ternura, apesar da visível preocupação que ele estava sentindo. A situação só contribuia para o estresse que Yoongi sentia, o fazendo temer que ele desenvolvesse até mesmo algum trauma futuramente devido ao episódio anterior. — Você pode sair se quiser, não deixaremos ninguém te fazer algum mal, não de novo. — suspirou descendo as pontas dos dedos até o pescoço marcado, engolindo o sentimento de culpa por aquelas manchas na tez clara. — E algum momento eu te fiz pensar que me atrapalha? Yoongi pelo amor de Deus, eu acho que nesse último ano nunca fiquei tão feliz por ter alguém nesse apartamento comigo além do Venom. Se não fosse você, eu estaria me matando de trabalhar no meu ateliê, de verdade, sou bastante perfeccionista com minhas obras, só me dou descanso quando fico satisfeito. 

 — E isso demora muito para acontecer. — Venom murmurou ao lado do amigo, voltando a deitar sua cabeça no ombro de Yoongi, que apenas sorriu com o ato.

 — O que eu quero dizer é que, sei que está com medo, você tem todo o direito de se sentir assim, entende? Mas eu quero que saiba que isso não é nenhum fardo pra mim, não precisa ter medo de mostrar o que você sente pra mim, pois estou aqui para te apoiar e garantir que esteja bem, por ser unicamente minha culpa e de Venom. — agora ajoelhado diante o corpo pequeno, JungKook apoiou suas mãos nas coxas fartas, não queria interromper o “abraço” que Venom o dava. Seria xingado por horas pelo simbionte. — Eu entendo se quiser voltar a sua casa, mas gostaria de pelo menos saber com o que estamos lidando antes, não gostaria de arriscar sua vida por nossa causa. Namjoon está vindo aqui para isso, não? 

 — Eu não falei isso nesses dias que estou aqui, mas estou muito grato por pelo menos estar em quarentena com vocês. — apesar de estar praticamente imobilizado pelo simbionte, Yoongi olhou com ternura para a dupla de amigos. — Não queria soar repetitivo para você, Venom. Eu estou tentando lidar com isso sozinho, eu juro que estou, mas não é todo dia que sua casa é invadida, você vê cabeças sendo engolidas e o sangue espalhado por minha sala, e aquele homem…

 — Tudo bem, eu entendi. — interrompeu sem graça, e assim como seu hospedeiro, Venom se desvencilhou do corpo de Yoongi para ficar em sua frente, observando os olhos afiados derramar uma lágrima solitária ao relembrar da agressão sofrida. — Desculpe por te fazermos ficar tão vulnerável e sozinho, quero me redimir cuidando de você agora, então não pense duas vezes antes de vir me pedir ajuda, até mesmo se for para dormir. Eu largo tudo de bom gosto para ficar ao seu lado, te dando carinho, uns beijinhos, o necessário para que você durma e se sinta bem.

 — Eu aceito os beijinhos. — Yoongi deixou escapar uma risadinha ao limpar seus olhos, sendo atacado por Venom que imediatamente raspou a ponta de sua língua pela bochecha gordinha, alegando que aquele era seu beijo. Suas angústias ainda não havia desaparecido, teria que trabalhar isso ainda por alguns dias e sozinho, mas estava aliviado por ser compreendido e até mimado por eles, os que o fez segurar o rosto definido do pintor ao se curvar em sua direção. — Obrigado de novo, você nem sabe o quanto significa para mim agora… Hm, outra dúvida, JungKookie, se caso eu precisar, você dormiria de conchinha comigo?

 — Você ainda pergunta?

 — Mesmo sendo a conchinha menor? — arqueou a sobrancelha enquanto tentava conter seu sorriso ladino.

 — E perder a oportunidade de esfregar minha bundinha em você? Podemos hoje? — animado, JungKook roubou um selar cálido de Yoongi antes de voltar para a cozinha com o simbionte, contente ao ouvir o som harmonioso da risada gostosa do loirinho, este que imediatamente o seguiu para ajudá-lo na preparação da janta. — Namjoon hyung nem chegou e já estou desejando que vá logo embora, estou com muito sono e com vontade de dormir.

 — Você não é o único, JungKook-ssi. 

 



Notas Finais


Era para o capítulo ter um foco no Jin também, mas ficou tão grande e ao mesmo tempo não consegui desenvolver a tempo a parte dele que resolvi deixar para o próximo capítulo.

Me desculpem novamente pela demora, não estou nos meus melhores dias, a frustração também está me consumindo tanto que só me fez deixar meus hobbes de lado.

Voltei a escrever na última semana e invés de focar aqui dessenvolvi um antigo plot que eu tinha no rascunho KKKKKKKKKKKK 😞👎🏻


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