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História Vermelho - Cura - História escrita por Danna_Chan - Spirit Fanfics e Histórias
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História Vermelho - Cura


Escrita por: Danna_Chan

Notas do Autor


Oii. Desculpa ter sumido, estava meio desanimada.

Não sei bem o que pensar desse capítulo... Espero que gostem ♥️

Perdoem os erros.

Capítulo 10 - Cura


Fanfic / Fanfiction Vermelho - Cura

– Izuna, você já pode me soltar.

Izuna ignorou os protesto do Senju enquanto o apressava até a sala. Finalmente, teria alguém para lhe auxiliar em sua pesquisa.

– Pronto. – Izuna o soltou assim que chegaram próximos à mesa de chão que iriam trabalhar. Nesta, haviam diversos blocos de anotações.

Enquanto o Uchiha organizava suas coisas, Tobirama se sentou ao lado de Itama, que aparentava estar um pouco sonolento. Assim que o irmão notou sua presença, ele encostou o rosto em seu braço e bocejou.

– Não conseguiu dormir bem? – Perguntou, com um pequeno resquício de preocupação.

O mais novo concordou com a cabeça e coçou os olhos.

– Não muito... – Respondeu enquanto se ajeitava no tapete. – O Ashura achou que era uma boa ideia vir desabafar sobre o conselho comigo às duas manhã, acredita?

Tobirama assentiu vagamente, sabia bem como era. Às vezes, também tinha alguns problemas para dormir, e Ashura sempre gostava de desabafar as frustrações durante as madrugadas.

Apenas agora percebeu o quanto sentia falta daquilo...

– Okay, podemos começar... – A voz de Izuna lhes chamou a atenção. Ele depositou uma grande pilha de papéis em cima da mesa. – Essa é toda a informação que eu coletei da maldição nos últimos anos...

Impressionado, Tobirama pegou uma das folhas e leu os conteúdos que nela estavam com bastante atenção.

– Está muito bem detalhado... – Comentou, observando como cada caso da maldição era descrito individualmente.

– Sim, realmente. – Completou Itama, lendo o documento por cima do ombro do irmão.

Involuntariamente, Izuna sentiu seu rosto esquentar um pouco.

A questão não era o elogio às suas pesquisas, mas sim, ser elogiado por pessoas que conheciam aquela área melhor do que ninguém.

– Não é nada demais... – Resmungou, se ajeitando no tapete e afastando as folhas para o lado. – Podemos começar? Do que o mini Senju precisa saber?

Itama até mesmo perdeu o sono com a pura indignação que tomou seu corpo.

– Mini Senju!?

Tobirama tentou disfarçar a graça que achou da situação.

– Desculpe, desculpe. Itama-San, do que precisa saber? – Sem nenhum aparente arrependimento, Izuna insistiu.

Itama resolveu ignorar aquela afronta e checou mais uma vez os papéis na mesa.

– Bom, o que o Kagami me disse sobre a maldição foi bem vago... – Começou, se sentindo estranhamente nervoso. – Hum... Você pode me descrever mais detalhadamente?

Izuna suspirou internamente. Claro que podia, conhecia a Maldição melhor do que ninguém...

Mas... Relembrar tudo aquilo não era fácil...

– Ela é silenciosa, como muitos dizem, mas quando se presta mais atenção, é fácil notar os sinais... – O Uchiha respirou fundo, tentando se conter. – Os infectados começam a escutar coisas, como passos os perseguindo, ou sussurros. Alguns já me relataram que tinham a sensação de que alguém os vigiava na beirada da cama durante as noites...

Enquanto Izuna explicava, Itama escrevia os sintomas em seu pequeno bloco de notas. Já Tobirama, observava o Uchiha atentamente.

Ele parecia... angustiado.

– Como uma paranóia? – Itama perguntou.

– Sim. – Izuna concordou. – Na medida em que a maldição progride, os Uchihas infectados começam a duvidar de tudo, eles pensam que todos estão planejando algo sobre suas costas, guardando segredos; eles perdem a confiança...

Os braços de Izuna tremiam levemente. Sua voz era firme, mas Tobirama notou leves falhas durante a conversa.

– Com o passar do tempo, eles se tornam violentos... – O Uchiha tomou alguns segundos para se recompor. Não podia mostrar fraquezas. – Raiva, tristeza, desconfiança; é tudo o que sentem. Quando chegam neste ponto, temos que os colocar no genjutsu, mas isso só os contem por algumas semanas... E às vezes, nem isso... funciona...

Percebendo que Izuna estava a ponto de entrar em pânico, Tobirama se arrastou para perto dele e segurou sua mão.

– Izuna, se acalma, está tudo bem... – Falou em voz baixa, já que Itama ainda estava distraído com as anotações. – Respira.

O Uchiha apertou sua mão e respirou profundamente. Seu olhar estava no chão, e suas mãos ainda tremiam.

Izuna fechou os olhos quando Tobirama colocou uma das mãos sobre seu ombro. Não devia estar demonstrando tanta vulnerabilidade perante aos outros, mas ao menos, a presença do Senju estava lhe acalmando.

Relembrar os sintomas da Maldição nunca foi algo fácil; ainda mais quando vivenciou de perto alguém importante ser vítima dela.

E no fim...

– Obrigado, eu estou bem... – Izuna sussurrou e Tobirama se afastou um pouco. Mas ele ainda mantinha a mão por cima da sua; agradeceu internamente.

– Certo... Há alguma manifestação física? Ou apenas a mudança no comportamento? – Itama perguntou após algum tempo.

Izuna fez uma expressão desgostosa.

– Sim... Nos casos mais graves, os infectados começam a arranhar o próprio pescoço... – Explicou com pesar. – Eles não percebem o que estão fazendo, é como uma coceira.

Itama concordou vagamente, ainda anotando tudo.

– Há Uchihas que não ativaram o Sharingan infectados? – Tobirama perguntou pensativo.

Izuna rapidamente pegou uma das folhas onde mantinha os dados dos infectados.

– Não, nenhum. Ao menos, não nessa geração... – Respondeu abismado. – Como nunca pensei nisso antes?

Sempre lhe incomodou o fato de que apenas os Uchihas eram atingidos com tal maldição; era como se a doença fosse algo exclusivo para eles. Injustamente.

– Não faria sentido uma infecção deste tipo afetar apenas um clã em específico. – Comentou o Senju mais velho.

– Talvez, o Sharingan possui algum tipo de parasita, que se liberta quando ele é ativado pela primeira vez e atinge o cérebro diretamente... – Concluiu Itama.

Izuna se sentiu levemente ofendido.

– Você está chamando o Doujutsu do meu clã de parasita!? – Perguntou com indignação.

Não intimidado, Itama apenas negou.

– Claro que não, mas é a alternativa que mais faz sentido... – Respondeu simples.

– Considerando os estágios da Maldição, acho que é seguro dizer que todos os Uchihas que ativaram o Sharingan estão infectados... – Disse Tobirama, ainda tentando confortar Izuna de alguma forma. – Mas... O que causa a piora de alguns deles ainda é desconhecido.

Izuna concordou.

– Eu também pensei nisso... Sei que você os mantém estáveis, ao menos, desde que chegou. – Olhou para Tobirama. – Mas não sei o que os faz piorar.

– Izuna... – Itama o chamou. – Você já vivenciou algum sintoma da maldição?

O Uchiha sentiu um leve sobressalto em seu peito com a lembrança. Aquele dia ainda o assustava profundamente.

– Sim, apenas uma vez...

Aquele dia era impossível de se esquecer. Foi o dia em que três líderes de clãs se enfrentaram em uma batalha extremamente destrutiva; e também, o dia em que o clã Uchiha quase foi extinto.

– Eu ainda era novo, mas me lembro bem como aconteceu... – Sua mão voltou a tremer, mas Tobirama ainda a segurava. – Foi no dia da grande colisão dos líderes de Clãs...

Por algum motivo, neste dia, repentinamente, todos os Uchihas ficaram momentaneamente no último estágio da maldição. Todos começaram a se atacar e arranhar o pescoço freneticamente.

Felizmente, aquele bizarro acontecimento durou apenas alguns minutos. Mas foi o suficiente para que vários Uchihas ficassem severamente feridos.

Izuna nunca havia sentido tanto medo em toda sua vida. Era como se tudo e todos fossem seus inimigos, até mesmo seu próprio corpo.

–... Até hoje, ninguém sabe explicar o que aconteceu... – Terminou de contar, recebendo olhares espantados dos Senju.

– Isso é muito estranho... – Comentou Tobirama.

– Espera... – Itama os chamou. – No dia da colisão dos clãs... foi quando o Tobii-nii ganhou as marcas no rosto.

Tanto Izuna quanto Tobirama arregalaram os olhos.

– Foi nesse dia? – O albino perguntou confuso, nem mesmo ele se recordava de tudo o que ocorreu naquele dia.

– Sim, não se lembra? – O mais novo perguntou. – Foi quando você voltou da missão de espionagem.

Izuna mordeu o lábio. Aquilo não podia ser uma coincidência...

– O que exatamente aconteceu?

Tobirama olhou para o chão brevemente, tentando se recordar melhor dos acontecimentos.

– Meu pai me mandou espionar o conflito entre os líderes dos clãs que estavam se enfrentando...

– Espera! – Izuna o interrompeu. – Você era uma criança na época! Seu pai queria te ver morto, ou o quê?

Tobirama e Itama desviaram o olhar. Não era novidade para eles que Butsuma gostava de mandar os filhos em missões suicidas.

– Talvez... – O albino respondeu vagamente. – Eu me lembro que fui atacado, era óbvio que aquela missão não seria bem sucedida. Os ferimentos eram muito graves, eu... com certeza deveria ter morrido...

Tudo o que conseguiu se lembrar era que, quando estava quase desmaiando por conta dos ferimentos, um intenso calor tomou seu corpo, e seu rosto queimou em três lugares diferentes.

– Você voltou para casa sem se lembrar de quase nada, e claro, com as marcas no rosto... – Itama contou ao irmão. – E estava totalmente livre de ferimentos.

Após tal informação, os três se calaram por breves segundos.

– Seria muita coincidência esses dois fenômenos acontecerem no mesmo dia... – Comentou Tobirama. – Talvez... haja uma ligação.

Por mais que ainda lhe restasse um pouco de ceticismo, Izuna tinha que concordar. Sua mente logo ligou os pontos.

– Eu não me lembro da hora exata em que tudo aconteceu, mas... – O Uchiha disse com calma. – Talvez, só talvez, você quase morrer foi o que fez os Uchihas entrarem em colapso.

Considerando que a presença do Senju era o que mantinha os membros do clã estáveis, fazia sentido.

– Então, se eu for gravemente ferido... – Tobirama falou vagamente.

– Por mais que eu não goste de admitir, agora entendo porque as lendas sempre insistem que devemos te proteger. – Izuna comentou em um tom árido. – Mas... Por quê?

– Eu ainda estou aprendendo a curar além de ferimentos... – Itama comentou. – Mas quando eu aprender mais, posso tentar descobrir...

Tobirama se afastou um pouco para pegar alguns papéis na mesa. Ele finalmente soltou a mão de Izuna, que sentiu um pouco de frio pela falta de contato.

Enquanto Izuna e Itama estudavam melhor o assunto, Tobirama deitou a cabeça na mesa e tentou pensar melhor no assunto. Suas verdadeiras origens estavam o deixando cada vez mais confuso...

__________ * __________

Indra sorriu minimamente quando avistou Ashura lhe esperando na varanda, ele estava sentado no chão e escorado em uma das pilastras, perdido em pensamentos.

Se aproximou dele com calma e se sentou ao seu lado.

– Me desculpe por demorar... – Disse Indra, apoiando as mãos no piso de madeira e observando a bela grama do jardim.

– Tudo bem. – Ashura sorriu para ele. – Como você tem estado?

Indra suspirou pesadamente. Por mais que demonstrasse estar bem, não podia enganar a si mesmo. Sua doença estava lhe afetando mais a cada dia que se passava.

– Mais ou menos. – Respondeu vago. – O Al- Tobirama descobriu...

Apesar da leve preocupação, Ashura se deixou sorrir para acalmar o outro.

– Ele é esperto, iria descobrir mais cedo ou mais tarde. – Comentou após uma breve risada. – Ele não vai mais te deixar quieto.

Indra também sorriu. Sabia daquilo muito bem.

– Eu sei, ele tem essa mania de cuidar de todos...

Ashura sentiu uma leve pontada em seu peito. Sentia tanta falta de ter o primo em casa.

– Sim, até demais...

Os dois caíram brevemente em silêncio, enquanto observavam o vento balançar as folhas das várias plantas no jardim. Quanto mais tempo Indra passava com aquele Senju, mais sentia aquela estranha sensação; pertencente.

Notou com o tempo que Ashura lhe trazia emoções similares às que sentia quando estava junto de seu Algodão; aquele sentimento de paz, e de proteção. Mas havia uma pequena diferença entre os dois.

Com Ashura, ele sentia um peculiar tipo de ligação; algo que ultrapassava até mesmo o tempo. E Indra não tinha a mínima ideia do motivo.

Talvez esse fosse o motivo por acreditar com tanta veemência nos mitos e lendas. Indra sempre conseguiu sentir ligações, auras e espiritualidade com tremenda facilidade.

– O que você queria falar comigo? – Perguntou após algum tempo.

Ashura mordeu o interior de sua bochecha e olhou brevemente para as mãos.

– O selo anti-chakra do Tobii... Tem alguma chance dele ser tirado em breve?

Surpreso com uma pergunta tão específica, Indra balançou a cabeça em negação.

– Acredito que não, ele pode ficar assim por um mês ou mais... – Explicou com pesar, se sentindo um pouco culpado.

Ashura suspirou.

– Por que a pergunta? – Indra perguntou.

O Senju desviou o olhar.

– Bom...

Somente então, Indra notou como o chakra dele estava oscilando de uma forma perturbada.

– Seu selo está enfraquecendo. – O Uchiha afirmou.

– Sim, está...

Indra conheceu Ashura ainda novo, quando as guerras estavam em seu auge.

O Uchiha estava fazendo uma ronda em territórios neutros quando começou a ter uma severa crise de dispnéia. Estava tossindo bastante e mal conseguia respirar.

E para piorar, um membro do clã inimigo o encontrou.

Indra ficou igualmente surpreso e assustado naquele dia. Em seu clã, era venerado por ser uma criança com um poder tão esmagador que ultrapassava aquele de vários adultos.

E aquela criança Senju possuía a mesma quantidade de poder. Ele podia sentir.

Ainda assim, quando o pequeno Senju o viu naquele estado, não lhe atacou. Ele o disse que não gostava de lutar, e que nunca machucaria alguém em um estado tão vulnerável.

E mesmo correndo o risco de ser atacado pelo clã inimigo, Ashura o carregou em suas costas até às bordas do acampamento Uchiha.

Talvez este fosse o motivo por Indra guardar tanto carinho por Ashura. Mas sentia que havia algo mais...

– Ashura, por que você esconde sua força?

Quando Indra se encontrou com Ashura após aquele fatídico acontecimento, percebeu que o chakra dele estava mudado. Ou melhor, escondido.

Para quem nunca o conheceu antes, pensariam que seu chakra era similar a de um civil.

– Bom...

– Pode confiar em mim. – Indra sorriu para ele.

– Eu sei, mas não quero que pense mal de mim... – O outro disse com certa insegurança.

O Uchiha tocou a mão dele para o apoiar.

– Eu não vou, pode ter certeza.

Sentindo a pele de sua mão se aquecer levemente, Ashura resolveu contar.

– Não é nada muito impressionante... – Começou. – Meu poder se manifestou um pouco mais tarde do que o normal, então eu não conhecia muito dos campos de batalha ou da guerra em si...

Para sua sorte, Ashura foi mandado com Tobirama para sua primeira missão de combate. Apesar de todos os elogios que recebeu sobre seu impressionante poder, o Senju ainda assim estava bastante nervoso.

– ...Mas quando os inimigos chegaram, eu não consegui me mover, o medo me paralisou... – Desviou os olhos ao contar. – Eu não consegui fazer nada, era como um bloqueio, que me impediu de lutar...

Felizmente, Tobirama conseguiu derrotar todos os inimigos por conta própria. Mas Ashura não conseguiu se recuperar do pânico; não foi capaz nem ao menos de recolher suas armas.

– O Tobii viu uma solução, ele criou um selo para esconder o meu chakra. E assim, diria ao clã que os inimigos fizeram aquilo comigo. – Explicou com um leve sorriso. – Era tão... covarde e patético, mas eu aceitei

Ainda se sentia mal por isso, pois quando voltaram, Tobirama foi severamente julgado por permitir que um dos maiores prodígios do clã tivesse seu chakra selado.

– Ei, não fale assim... – Indra tocou seu ombro gentilmente. – Você não tinha condições de lutar, mas poucos iriam compreender isso. Você fez a coisa certa.

Ashura sentiu um grande alívio em seu peito. Sempre sentiu culpa por não ser capaz de ajudar seu clã, ainda mais por algo tão... estúpido, como o medo.

– É que às vezes eu me sinto culpado...

– Eu também. – Indra comentou. – Nem todos do meu clã entendiam que eu estava doente e me julgavam por não lutar. Então eu entendo.

Calmos, os dois observaram a bela grama novamente.

– Se o meu selo for desfeito, todos vão saber do meu poder... – Ashura falou após algum tempo. – Não sei se estou pronto para isso.

– Bom, eu entendo um pouco de selos, então posso tentar te ajudar... – Indra ofereceu. – O Algodão pode me ensinar como faz.

Ashura segurou as mãos de Indra e o olhou com um semblante esperançoso.

– Mesmo!?

Achando o entusiasmo alheio fofo, Indra concordou.

– Sim.

– Obrigado! – Ignorando sua cordialidade, Ashura o abraçou fortemente.

Um pouco espantado, Indra mal teve a chance de retribuir.

– Bom, eu vou tentar. É um selo bem complicado... – Disse meio sem jeito. – O Algodão cria coisas realmente incríveis.

Ashura concordou vagamente.

– Algodão é um apelido tão legal, queria um também...

– Não te chamam de Ashu?

– Sim, mas não é muito criativo.

Indra ficou pensativo por alguns segundos.

– Okay, deixa eu pensar em um... – Olhou para o rosto do Senju atentamente, e apenas uma coisa lhe veio em mente. – Raio de Sol.

Ashura piscou duas vezes.

– Oh, eu gostei!

– É um pouco grande...

– Não importa, eu gostei. – O Senju disse animado. – Você tem um apelido criativo para todos que conhece?

Indra negou com a cabeça e se levantou.

– Não. Apenas para quem considero especial. – Respondeu de costas, deixando Ashura bastante surpreso. – Vem, vamos entrar.

__________ * __________

Se sentindo um pouco mais confiante, Ashura voltou para dentro de casa e foi se sentar perto de Tobirama. Como Touka ainda treinava os mais novos do lado de fora, não estava com nenhuma pressa de ir embora.

– Tobii... – Sua voz tomou um leve tom provocativo enquanto abraçava os ombros do primo com ambos os braços. – Adivinha o que eu aprendi?

Itama, que estava ao lado de Izuna revisando algumas anotações, murmurou um "lá vem".

– O quê...? - Perguntou desconfiado.

– Seu novo apelido! – Respondeu animado, fazendo o Senju arregalar os olhos levemente. – Algodão, é realmente fofo. Espera até o resto do clã saber.

Tobirama deitou a cabeça na mesa e soltou um longo grunhido frustrado. Ashura adorava apelidos, e por causa dele, todos em em seu clã começaram a lhe chamar de Tobii.

– Por favor, não. – Implorou, levantando a cabeça e encarando o primo mortalmente.

Ashura não se intimidou.

– Mas é tão fofinho, eu gostei. – Itama comentou docemente.

– É constrangedor e humilhante. – Izuna se intrometeu na conversa sem levantar os olhos dos papéis que lia.

Ashura e Itama olharam feio para ele.

– Quieto, Izuna. É fofo. – Indra disse no momento em que entrou na sala e se jogou no tapete ao lado do albino.

O outro Uchiha apenas revirou os olhos.

– Por que você contou para o Ashura? – Tobirama se virou para Indra e perguntou. – Ele não vai mais me deixar em paz.

– Não vou mesmo. – O outro Senju concordou.

Se sentindo verdadeiramente culpado, Indra se sentou e segurou as mãos do albino.

– Desculpa, Algodão, saiu sem querer... – Se desculpou quase que dramaticamente.

Apesar da vergonha e da leve irritação, Tobirama não culpava o Uchiha; não verdadeiramente. Afinal, ele já sabia como se vingar.

Seria vergonhoso, mas...

– Tudo bem, eu sei que você não fez por mal... – Apoiou uma mão no ombro de Indra e lhe deu um rápido beijo no rosto. – Lobinho.

Uma grande satisfação lhe tomou quando viu o rosto do Uchiha ficar vermelho. Ele abaixou o olhar para o tapete, tentando esconder a súbita timidez.

Ashura e Itama soltaram sons de surpresa.

– Tobii-nii! O que foi isso? – Itama perguntou abismado.

Vendo que sua pequena vingança atingiu a si mesmo, Tobirama recuou um pouco.

– Hum... Nada...

Ashura se recuperou do choque e encarou os dois intensamente.

– Lobinho, hm? – Disse pensativo, olhando o Uchiha com mais atenção. – Até que combina.

Indra não sabia aonde enfiar a cara.

– Shiu, Raio de Sol. – Repreendeu o Senju em um sussurro.

Vendo que o Uchiha quase morria de tanto constrangimento, Tobirama tocou o ombro dele gentilmente.

– Desculpa.

– Você me pegou com essa, Algodão. – Indra sorriu e abraçou o Senju, deitando a cabeça em seu ombro. – Mas eu gostei, você me deu um apelido e isso me deixa feliz.

– Eu também gostei. – Disse Ashura.

Enquanto os três conversavam/discutiam, Itama observou que Izuna estava um pouco quieto demais.

– Tudo bem, Izuna-San? – Perguntou preocupado.

O Uchiha observava a cena atentamente e com os punhos cerrados.

– Sim, está tudo ótimo, perfeito. – Respondeu com a voz monótona.

– Tem certeza? – Itama insistiu.

– Absoluta.

Antes que o Senju pudesse insistir mais, a porta da frente foi aberta pelo time de Tobirama, que aparentavam estar bastante histéricos.

– Sensei! – Kagami correu até o Senju e se jogou ao lado dele, esbarrando em Indra no processo. – Sua prima é louca!

– É mesmo. – Ashura concordou.

Touka logo entrou na sala, com as roupas empoeiradas e os cabelos levemente bagunçados.

– O que você fez? – Tobirama perguntou assim que a viu.

A Senju colocou uma mão sobre o peito e fingiu estar ofendida.

– Eu só estava treinando eles! – Ela se defendeu.

Os três alunos olharam-na indignados.

– Treinando!? – Hiruzen perguntou abismado. – Você ficou nos colocando naquele genjutsu bizarro e jogando armas! Repetidamente!

Kagami e Danzou tremeram com as lembranças.

– Touka... – Tobirama repreendeu a prima.

– O quê? Não pode ser bonzinho com eles!

Danzou deixou uma risada sarcástica lhe escapar.

– Velha louca...

– Você me chamou de quê!? – A Senju perguntou mortalmente, pegando sua Naginata e a erguendo para o alto.

Hiruzen engoliu seco e se levantou, puxando Danzou e Kagami consigo.

– Corre!

Os três alunos correram para um dos corredores, e Touka os seguiu com a arma em mãos.

Izuna observava aquilo tudo abismado.

– Ei! Aqui é casa do líder do clã, não uma zona! – Xingou os três, que iam e vinham pelo corredor.

– Bem feito, ficam chamando os outros de velho... – Comemorou Indra, assistindo tudo de camarote.

Izuna se virou para Tobirama.

– Eles são seus alunos. Vai dar um jeito neles. – Ordenou.

Tobirama realmente não queria...

– Não quero... – Reclamou.

– Deixa que eu vou... – Ashura se levantou e correu atrás dos quatro aos berros.

Itama suspirou pesadamente.

– É isso o que eu aguento todos os dias... – Comentou em um tom derrotado.

– Sinto muito por você, mini Senju. – Izuna simpatizou com ele.

– Para com isso!

Tobirama observou aquela confusão toda com um sorriso melancólico em seu rosto. Só faltava Hashirama para completar a bagunça.

_________ * _________

Após passar tanto tempo nas pesquisas de Izuna e aguentar as discussões de seus alunos e parentes, Tobirama aproveitava a quietude do escritório de Madara.

O líder dos Uchihas mais uma vez trabalhava incessantemente; ao menos, Indra estava lhe ajudando.

– Indra. – Tobirama escutou Madara chamar o primo. – Você usou minha escova de cabelo?

Olhando por cima do livro, pôde ver Madara segurando a escova em questão, que possuía alguns fios castanhos presos nela.

– Claro que não. – O mencionado respondeu simples, entretido nos documentos que revisava.

– Então por que tem cabelo nela?

– Porque é uma escova de cabelo, queria que tivesse o quê?

Tobirama não conseguiu segurar o sorriso.

– Indra... – O líder dos Uchihas quase rosnou.

– Foi o Izuna.

– O cabelo é marrom.

– Então foi o Hikaku.

– O Hikaku não mora aqui.

– E eu também não. – Indra sorriu ao responder, fazendo o outro Uchiha suspirar.

– Pode não ser, mas você não sai mais daqui.

O rosto do outro tomou um semblante ofendido.

– Madara, querido, isso tudo por uma escova de cabelo? – Perguntou de forma irônica, retirando os fios castanhos da escova. – Não seja egoísta.

– Pode usar, mas não deixe seus cabelos grudados nela...

Tobirama já nem prestava mais atenção no que estava anteriormente fazendo. A discussão dos dois lhe deixou estranhamente entretido.

Ele e Hashirama costumavam discutir por coisas bobas assim...

Após perderem alguns minutos discutindo, os dois Uchihas voltaram a trabalhar por um longo tempo. Tobirama então se recordou de que Madara não deixou aquele sala desde que o viu entrar durante a manhã.

Realmente, ele não tomava jeito.

O Senju se levantou e andou calmamente até o Uchiha. Segurou o pulso dele e o obrigou a se levantar.

– Vem, você já trabalhou demais.

Madara mais uma vez se sentiu bem por ter o Senju cuidando de si. Contra sua vontade.

– Me deixe, eu tenho que terminar isso.

– O Indra termina. Vem. – O puxou com mais força.

Indra aproveitou a cadeira livre e se sentou nela, impedindo o outro Uchiha de voltar.

– Pode ir, eu termino tudo. – Assegurou.

Internamente agradecido, mas fingindo estar irritado, Madara deixou Tobirama o guiar até a poltrona que ficava no canto da sala.

– Você nunca vai me deixar trabalhar em paz?

– Não. – Tobirama respondeu seriamente. – Você já comeu?

– Já sim, Senju.

Indra se divertia com a cena.

– Que fofo, o Madara ganhou outro irmãozinho. – Disse brincando.

Tobirama revirou os olhos.

– Está mais para um esposo, isso sim. – Madara reclamou, fazendo o Senju lhe soltar abruptamente.

Ao se dar conta das implicações de sua frase, Madara sentiu mais uma vez vontade de se jogar da Torre Hokage. Por que ele continuava se constrangendo daquela forma?

– E-Esposo? O quê? – O albino perguntou entre tosses. – Por que nunca temos uma conversa normal!?

Madara se sentiu profundamente ofendido.

– Não é minha culpa você ter zero habilidades comunicativas.

– Eu? Foi você quem começou com esse assunto! – O albino retrucou.

Indra se levantou e rumou até eles.

– E isso é o que acontece quando dois reclusos decidem ter uma conversa. – Brincou, rodeando a cintura do albino com um dos braços. – E sinto muito, mas o Algodão vai ser meu esposo, não seu.

Tobirama olhou para ele com incredulidade no olhar.

– Indra!

– Hm, é mesmo? – Perguntou de um modo irônico.

– Sim, ele me ama. – Respondeu de um modo confiante, abraçando o albino mais fortemente.

Madara já tinha conhecimento do nada secreto afeto de Indra para com Tobirama. Mas não tinha ideia de que o Senju era tão... receptivo.

Por que estava com um pouquinho de raiva.

– Isso é verdade, Senju?

Tobirama olhou para os dois e sentiu o rosto queimar.

– E-Eu...

– Não se preocupe, Madara, eu divido ele com você um pouquinho.

Dito isso, Indra os abraçou fortemente, fazendo Tobirama e Madara ficarem bem próximos um do outro.

– I-Indra! – Tobirama o xingou.

– Me solta, peste! – Madara também xingou, tentando ignorar o quão grudados ele e o Senju estavam.

Tobirama tentou se soltar, e acabou esbarrando seu nariz no de Madara. O rosto dele estava quase tão vermelho quanto seus olhos.

De repente, alguém abriu a porta.

– Madara, o... – Izuna abriu a porta e se deparou com a cena. – Eu não vou nem perguntar... O Hikaku está aqui desesperado querendo falar com você.

Indra finalmente os soltou, fazendo ambos se afastarem quase que em um pulo.

– Pode mandar ele entrar. – Fingindo posse e cordialidade, Madara ordenou.

Não demorou muito para que um Hikaku bastante afobado entrasse na sala.

– Madara-Sama, a Hikari acordou!

Os outros Uchihas sentiram um forte pesar no peito. Quando um Uchiha acordava do genjutsu, era porque a maldição já estava em seus estados finais.

E geralmente, eles se machucaram bastante, mesmo com as restrições.

– Ela se machucou? – Izuna perguntou preocupado.

Hikaku negou.

– Não, ela está bem... – Ele olhou brevemente para Tobirama. – Ela... Está curada.


Notas Finais


Hmmm, e agora?

Mais revelações nesse capítulo...

Amei fazer as Interações do Izuna e do Itama, mesmo que foram poucas.

Pra quem assistiu Higurashi, deve ter notado as referências...

Altos ciúmes também, ai ai...

Espero que tenham gostado 💕


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