Assim que o mais velho entrou no beco, o resto do grupo se juntou numa pequena roda iniciando uma conversa divertida sobre séries e filmes, contudo, namjoon não conseguia prestar atenção.
Em qualquer outra hora ele estaria animadamente recomendando suas séries favoritas e compartilhando informações ou fatos curiosos sobre as gravações, mas, agora seus pensamentos estavam acompanhando o rapaz que entrou dentro do beco.
Apesar de toda sua preocupação, ele sabe que o outro é um homem adulto e na presença de qualquer risco gritaria. Bom ao menos é que ele espera, mas só para prevenir, ele estava atento a qualquer sinal de perigo.
Ele podia escutar a voz do pessoal falando sobre uma sitcom que explodiu recentemente, entretanto, ele só teve sua atenção realmente atraída quando escutou o nome de Jake Peralta sendo dito pela voz suave de Jimin.
— Jake era um lixo no começo, mas ele evoluiu cem por cento, é o melhor personagem.
— Não mesmo, o melhor personagem é o capitão Holt. —Jeongguk falou olhando indignado para o Park.
— O melhor personagem... é a Rosa... — Moon atraiu a atenção de todos naquele momento, apesar de não gostarem muito da ideia, concordaram.
— E a Amy. — completou Hyejin.
— Vocês estão todos fora de suas cabeças. — Solar parecia indignada. — A melhor personagem é a Gina.
— Todas elas são boas. — quando Wheein finalmente falou, ninguém, ousou discordar.
— Eu não posso acreditar que sou amigo de vocês. — indagou o Kim mais novo. — O melhor personagem é o Pimento.
— TAEHYUNG? — os oito, contando com Namjoon, gritaram com o indignação olhando para o rapaz.
— Vai me dizer que vocês nunca deram risada com o cara? — perguntou num tom de acusação na voz.
— É... eu achava ele bem engraçado. — admitiu Jimin olhando para baixo.
— Por que ninguém falou o nome do Terry e do Boyle? — Namjoon deixou um pouco de lado o beco e voltou sua total atenção para a conversa.
— Pensei que era um consenso entre todo mundo achar que o Terry e o Boyle são os melhores. — Hyejin falou dando de ombros.
— Eles são maravilhosos. Um super sargento. Um super detetive e amigo. Dois Super paizão. — os olhos de Jeongguk brilhavam.
— Aah bom, achei que vocês tinham esquecido deles. — resmungou baixinho.
— Tenho certeza que qualquer pessoa com o mínimo de carat-
— AHHHHH!
Antes que Jimin completasse sua frase, um grito afinado igual cantores profissionais davam, soou, e antes que Namjoon desse conta, já estava correndo para dentro do beco.
No beco era possível não enxergar, mas ele era sujo, e se estivesse num silêncio era possível escutar o barulho de insetos e ratos se movendo.
Namjoon correu completamente sem direção, não enxergando, apenas seguindo seus instintos, que por si só... eram uma porcaria.
Antes que parasse e usasse sua cabeça para ao menos acender a luz do celular, sentiu algo trombando em seu corpo.
— OH MEU DEUS. PORRA. EU NÃO QUERO MORRER.
— EU NÃO MEREÇO MORRER ASSIM. CARALHO UNIVERSO.
Gritou e a coisa que trombou nele e Namjoon respectivamente ao mesmo tempo.
Ele só conseguiu enxergar alguma coisa, quando seus amigos apareceram usando a lanterna do celular, iluminando ele e Seokjin, que estava com uma cara muito pálida e assustada.
— Oh porra, sim, sabia que Deus gostava muito de mim, visto que me deu esse rosto, mas não sabia que o amor era tanto pra me fazer correr direito aos seus braços. — sua expressão facial parecia aliviada, mas a palidez continuava.
— E ele deve me odiar muito pra eu me encontrar justo com você. — provocou. — Preferia que fosse algum fantasma.
— O cacete que você preferia um fantasma. — acusou, com a cor voltando para seu rosto.
— A gente sente muito por atrapalhar seu momento de casal, mas, por que você gritou hyung? — perguntou o irmão do mais velho.
— Tem a porra de um fantasma. — sua voz estava irritada, e a cor de seu rosto, sumiu novamente.
— Fantasmas não existem. — declarou Jeongguk com Jimin e Taehyung se aconchegando em torno de seu corpo.
— Não existem mesmo. — disse uma voz desconhecida vinda das sombras.
— PORRA. MEU DEUS. EU NÃO QUERO MORRER. SAI DE MIM INFERNO. — gritou o mais velho se jogando nos braços de Namjoon.
Namjoon com o rapaz em seus braços queria mais do que tudo sair correndo, mas suas pernas estavam congeladas no lugar, um frio subiu por sua espinha.
Os outros apenas juntaram seus corpos e olharam com os olhos arregalados com medo de iluminar as sombras e encontrar algo muito feio.
— Vocês jovens hoje em dia são tudo um bando de mulherzinha. — a voz disse novamente parecendo se aproximar.
— Escuta aqui fantasma de merda, machismo aqui não, entendeu? — disse a mulher mais velha pronta para deitar a aparição no soco.
— Perdoe-me pela palavra, franguinhos, seria melhor? — questionou novamente.
— Não... mas é melhor que a anterior. — deu de ombros, notando os amigos olharem com os olhos arregalados. — O que foi? Só porque é um fantasma, não tem o direito de ser machista.
— Caralho, tu é perfeita, mano. — disse Namjoon e as três meninas ao mesmo tempo.
— Obrigada, meus queridos...
antes que ela pudesse falar mais alguma coisa, o mais velho limpou a garganta de maneira bem barulhenta, atraindo a atenção de todos.
— Tem um demônio nesse beco e vocês estão mais preocupados com militância e elogios? — disse, se aconchegando mais ao corpo de Namjoon, que não parecia se importar.
— Eu já disse que não sou um demônio, jovem. — a voz respondeu novamente.
— Se você não é um demônio, então... você é o quê? — perguntou o mais novo corajosamente.
— Uma pessoa normal assim como vocês.
— Duvido muito, — Seokjin sem fazer muitos movimentos com medo de ser solto, tentou olhar para os amigos. — ... as mãos dele estão geladas igual as de defunto.
— E se você for o fantasma, ein? — acusou a voz.
— Tá me tirando? — ele respondeu olhando para trás e não enxergando nada.
— Tem tanto conhecimento sobre defunto, você deve ser um. — a voz disse com desdém.
— Eu sou médico! É óbvio que eu tenho conhecimento sobre... cadáveres. — ele estava pronto para entrar em uma discussão com aquele ser.
— E se na verdade um fantasma roubou o corpo do amigo de vocês e está usando ele agora? — indagou ele parou o grupo.
— Espera tem um fantasma no corpo do meu irmão? — Taehyung estava com os olhos arregalados com espanto.
— Porra... finalmente ele prestou agora alguma coisa. — O Jeon estava sorrindo de maneira assustadora.
— Escutem aqui... EU NÃO SOU UM FANTASMA. — seokjin gritou a última parte com raiva.
— Quem garante que não? — perguntou Solar. — Se eu fosse um fantasma não falaria que sou um fantasma.
— Eu vou falar de uma vez por todas... NÃO SOU UM FANTASMA. — assim que ele gritou algo despertou em Namjoon que o fez se afastar do corpo do mais velho.
— Você é um fantasma? — Namjoon estava com os olhos arregalados com espanto.
— Não, Joonie... eu não sou um fantasma. — negou com cuidado na voz.
— Aaah... que pena. — suspirou decepcionado.
— Espera... como assim que pena? Tu queria que eu fosse um fantasma, bro? — olhou espantado para o mais novo.
— Quem? Eu? Claro seu não... bro. — deu uma risada nervosa.
— Seu namorado queria que você fosse um fantasma. — afirmou a voz.
— Cala a boca... ninguém te perguntou nada. — Namjoon disse petulante. — E a gente não ta namorando.
— Quem falou não está mais aqui. — a voz se calou em seguida.
— Gente... vocês já repararam que estão conversando com alguém que nem viram o rosto? — Wheein finalmente falou. — Parecendo uns doidos?
— Oh meu Deus, estamos enlouquecendo? — Jimin parecia assustado com esse fato.
— Óbvio que não, Jiminie. — respondeu Taehyung com carinho. Pegando nas mãos de Jeongguk, mirou para o fundo do beco, não encontrando absolutamente nada. — Tá vendo. Ué... por que não tem nada?
Naquele momento subiu um arrepio nas costas dos sete, alguém estava mais do que preparados pra correr, mas outros estavam petrificados no chão. Os olhos arregalados e as caras assustadas eram as expressões predominantes em todos eles.
— Porra... eu falei que tinha um fantasma. — choramingou o mais velho deles, tentando puxar Namjoon para fora do beco.
— Não é possível que realmente exista. — os olhos de Jeongguk estavam quase saltando de sua face. Suas mãos ainda estavam segurando as de Jimin e Taehyung.
— Caralho... Kim. — praguejou Moonbyul. — Você tinha que provocar um fantasma.
— EU NÃO FIZ NADA. — gritou seokjin tentando puxar um Namjoon paralisado.
— Eu não quero morrer sem antes comer meus brigadeiros. — sussurrou Solar.
— Você quis dizer brisadeiros, né? — perguntou Taehyung ingenuamente.
— Brigadeiro... brisadeiros, nessa situação pode ser qualquer um dos dois. — respondeu a garota, segurando as mãos das amigas.
— Galera foi bom conhecer vocês. — despediu-se Wheein. — Hyejin saiba que eu te amo muito.
— Eu... hm... também te amo, mas não precisa se despedir não. — Hyejin lançou um olhar estranho para a amiga.
— Vocês jovens são engraçados. — disse a voz dando uma risada rouca e estranha.
Os nove olharam assustado para a frente e ficaram mais apavorados ainda por não verem nada.
— Talvez se vocês olhassem para baixo... não estariam cagando nas calças com medo. — resmungou a voz.
Os nove olharam ao mesmo tempo para baixo com expectativas elevadas, mas se decepcionaram por encontrar apenas um homem até que bem vestido com uma aparência bem humana.
— Puta que pariu, eu podia jurar que era algum demônio. — resmungou Jeongguk.
— Calma... o que tu pensa sobre Deus? — perguntou Jimin com uma cara suspeita.
— Eu acredito em Deus, vou na missa todas as semanas, nunca perco um culto. — ele respondeu, olhando para os jovens.
— Aah... ele é um qualquer então... — toda a expectativa sumiu da face do Park, deixando ele decepcionado com um bico nos lábios.
— Quem você esperava que fosse? — perguntou o mais novo.
— Lúcifer. — suspirou se encolhendo no corpo do rapaz.
— Deus que me livre ser um ser mergulhado em pecados. — repreendeu o homem.
— Tu é machista. Já deve ter tomado banho no pecado umas dezenas de vezes. — falou Moonbyul olhando feio para o homem.
— Machismo e feminismo é tudo baboseira inventada pelo coisa ruim. — disse o homem num tom sábio. — Vocês jovens estão todos perdidos no pecado. Todos desviados.
— Eu... tava congelado com medo de ter encontrado um fantasma ou demônio... — Namjoon que havia recuperado-se do choque, disse. — Mas preferia mil vezes encontrar um do que encontrar um pastor.
— Como você sabe disso? — o homem olhou com os olhos arregalados para o Kim.
— Eu não... sabia? — falou com confusão estampada em sua face.
— Pastor? — sussurrou Jeongguk baixinho.
— Sim, você sabia... o demônio de dentro daquele jovem, — apontou para Seokjin. — Deve ter se apossado de você.
— Oh meu Deus... — ofegou Jeongguk. — A gente precisa ir embora agora.
Antes que qualquer um demonstrasse reação, Jeongguk estava puxando os outros dois rapaz grudados nele, para fora do beco.
— PIVETE DO INFERNO, DEVOLVE A LUZ, CUZÃO DO CARALHO. — gritou seokjin, arrastando um Namjoon completamente confuso, pelas mãos.
— VOCÊS HOMENS SÃO TODOS UM BANDO DE MERDA. — urrou Solar correndo com as meninas logo atrás dela.
— ISSO MESMO, SEUS DESVIADOS, VAZEM DAQUI. — também gritou o homem irritado com os jovens.
— VAI PRO INFERNO MACHISTA DO CARALHO. — Moonbyul também aumentou o tom.
— QUEM VAI IR PRO INFERNO VÃO SER VOCÊS JOVENS PECADORES.
[...]
Os nove correm muito para longe do beco, boa parte nem sabia para onde estavam indo, apenas seguiam os três mais novos que corriam na frente. Quando chegaram numa boa distância, o grupo de Seokjin finalmente reconheceu a direção para onde estavam indo.
— Por que... a gente... tá indo pro estúdio? — perguntou Seokjin, parando e respirando fundo em busca de ar, enquanto apoiava as mãos em seus joelhos.
— Eu acho que esqueci de trancar a porta. — confessou o jovem tímido.
— JEONGGUK? — GRITARAM MOONBYUL E SOLAR.
— Garoto, se meus brisadeiros sumirem, eu juro que te mato. — ameaçou Solar lançando um olhar assassino para o rapaz.
— Eu não tenho culpa. — fez biquinho. — Se vocês não tivessem parado, a gente já tinha chegado lá.
— E o que tá esperando?
Sem esperar por um resposta, ela saiu andando, com os resto do grupo atrás dela.
— Que estúdio é esse, bro? — perguntou Namjoon para Seokjin.
— Não é bem um estúdio... quando chegar lá você vai ver. — desconversou.
Eles andaram por mais três ruas até chegar em frente a um estabelecimento suspeito.
Sua fachada era toda preta com luzes rosas e roxas. Na enorme placa estava escrito Answer. Do lado de fora era possível escutar um batidão de alguma música pop desconhecida por Namjoon.
— Isso não me parece um estúdio, bro. — Namjoon lançou um olhar acusador para Seokjin.
— É... bem... não é bem um estúdio, como eu havia dito. — falou com receio.
— Não tenho tempo pra aguentar gente bêbada. — respondeu pronto pra ir embora.
— Espera... não é bem festa também... é complicado explicar. — disse Seokjin finalmente segurando nas mãos de Namjoon.
— Então é o quê? — parado olhou para o mais velho.
— Você tem que entrar pra entender. — engoliu em seco.
Namjoon ficou por um momento parado intercalando olhares entre Seokjin e a boate que estava tendo uma festa. Apesar de tudo dentro dele gritar para ir embora... ele ficou.
— Se você me arrastar pra uma festa, eu te juro, vou ter dar um soco. — ameaçou por mais que nunca fosse fazer nada contra a segurança do outro.
— Pode me socar se eu estiver mentindo. — sorriu e piscando um dos olhos completou. — E eu não vou correr dessa vez.
— O casal vai parar de flertar pra entrar ou quer ficar aqui fora? — perguntou Jimin agarrado no irmão do mais velho.
— Não somos um casal.
— A gente vai entrar, otário.
Respondeu os dois ao mesmo tempo.
— Tu sabe que é seu destino construir uma família comigo, né? — perguntou o menor com uma feição séria.
— Bro... tá sonhando alto. — respondeu o mais alto com uma feição séria.
— Tu que pensa. — respondeu baixinho, arrastando o mais novo para perto dos amigos. —pronto, vamos entrar.
— Demorou já cacete. Se meus brisadeiros sumirem, eu te mato. — Solar lançou um olhar ameaçador dando as costas e jogando o cabelo.
— Si miUs bRisaDirOs SuMirim, iu Ti mAto. — imitou Seokjin de maneira escrota.
Namjoon teve que segurar muito a risada que ameaça a escapar naquele momento.
[...]
Dentro da boato contrário ao esperado por Namjoon, não tinha bêbados, sujos, espalhados pelos cantos. Na verdade tinha cadeiras e poucas pessoas dentro. O rapaz não tinha entendido absolutamente nada do que estava acontecendo ali.
— Seokjin... o que é esse lugar? — perguntou segurando o ombro do rapaz com a mão.
— É um clube... — ele não parecia muito disposto a dar muitas respostas, então, Namjoon não pressionou preferindo esperar para descobrir por si só.
O lugar até que era bonito, um palco estava no centro, com cadeiras espalhadas na frente, o bar estava na lateral um pouco afastado, e todo o lugar cheirava a um cheiro exótico semelhante a pimenta.
Namjoon até queria ter um momento para analisar todo o lugar, no entanto, o grupo estava se dirigindo para os fundos e ele não queria ficar perdido longe do pessoal.
— Relaxa... mais tarde eu te mostro o lugar. — falou suavemente Seokjin, com um semblante feliz.
Abalado com o quão bonito o mais velho parecia naquele momento, andou, seguindo ele até os outros mais na frente.
Para chegar até o estúdio, eles atravessaram o longo corredor, nos fundos do bar, e quando chegou deram de cara com a porta fechada.
— Ué... mas você não tinha deixado o estúdio aberto? — perguntou Jimin com confusão.
— Eu achava que sim... — respondeu o mais jovem quase inaudível.
— Graças ao universo. — Solar empurrou todos que estavam na sua frente. — Abre logo essa merda.
— Vai com calma, cacete. — o mais novo falou olhando feio para a amiga.
— Abre logo então.
Com uma intensa troca de olhares, Jeongguk abriu a porta, e o cheiro ardido foi substituído pelo cheiro de tinta.
O estúdio na verdade era bem mais que um estúdio, era um lugar mágico, nas paredes pretas estavam acomodadas diversas pinturas, e no chão diversos instrumentos de desenho.
— Hm... é aqui que eu venho quando estou estressado, ansioso, triste e feliz. — Taehyung falou olhando para Namjoon, Hyejin e Wheein.
— Porra...
Foi a única coisa que os três conseguiram dizer. O lugar era realmente incrível.
— Atrás daquela porta, — Jeongguk apontou para a esquerda. — Tem meu estúdio de tatuagem.
— E atrás da porta na direita tem... — antes que Moonbyul completasse algo a fez se calar. — Nada muito importante.
— Como não? — questionou Namjoon. — Tenho certeza que aqui dentro não tem nada insignificante.
— Deixa pra lá, coisinha gostosa. — falou Solar tocando em seu braço. — Vem que eu vou te mostrar o melhor lugar.
— Eu já falei pra parar de chamar ele de coisinha gostosa. — resmungou Seokjin que até então estava muito quieto.
— Vai pro inferno... gay chato do cacete. — Solar lançou um olhar irritado.
— Vai você... sapatão chata metida a maconheira. — rebateu, olhando feio também.
Por incrível que pareça, ela não respondeu, apenas agarrou Namjoon e o levou até a porta que ficava na parede da frente.
Quando estava distante o suficiente ela sussurrou algo.
— O único erro do thanos foi não ter exterminado os emos.
O rapaz apenas engoliu a risada com medo de chamar atenção.
Quando a garota abriu a porta, um cômodo comum foi revelado. Nele havia dois grandes sofás floridos. Uma mesa de centro com um cachimbo — que Namjoon resolveu ignorar a presença — e nas paredes mais quadros.
Antes que ele começasse a prestar atenção nos quadros, foi arrastado novamente até uma geladeira, daquelas grande que tem em casa de rico.
— Por que diabos vocês tem uma geladeira dessas? — olhou assustado para a garota.
— Tem um bando de rico excêntrico nesse lugar. — deu de ombros abrindo a geladeira.
— Mas precisa ter uma dessas? — ele estava abismado.
— Pergunta pro Seokjin. — falou sem dar muita importância.
— Foi ele que comprou? — antes que recebesse uma resposta um lampejo de memória voltou para sua mente e ele se lembrou do rapaz se oferecendo para ser seu sugar daddy. — Não precisa responder.
Preso em sua mente, ele não notou, quando a galera retirou duas pequenas vasilhas de dentro da geladeira.
— Quer brigadeiro? — ofereceu.
— Esse daí é de maconha? — perguntou com receio.
— Sim.
— Não quero... obrigado. — negou educadamente.
— Tá bom. — com indiferença caminhou alguns passos, parando. — Tu não é daqueles né?
Apesar de estar implícito Namjoon entendeu o que ela quis dizer.
— Não... eu não sou. — sorriu.
— Então... ta. — respondeu sorrindo por cima dos ombros.
Os dois voltaram para o outro cômodo não encontrando ninguém, contudo, Yongsun parecia saber onde eles estavam, pois continuou andando até a porta esquerda do estúdio do Jeon.
Assim que eles chegaram perto dela foi possível escutar uma gritaria abafada, entretanto, eles não conseguiram entender o que estava sendo gritado.
Curiosos eles abriram a porta, todavia, assim que os pessoal que estavam dentro perceberam a porta sendo aberta, ficaram em silêncio.
— Por que ficaram quietos? — perguntou a garota rabugenta.
O rapaz contrário a ela fechou a porta.
— Nunca se sabe quem está entrando. — disse Jimin sentado em uma das cadeiras acolchoadas.
— Quem mais seria? — ela lançou um olhar irritado para ele, mas então ficou em silêncio, como se estivessem conversando por telepatia. — Aaaah... verdade.
Em silêncio ela seguiu para perto das meninas, acomodando-se no colo de Moonbyul.
Namjoon então ficou sozinho de pé, e por um momento se sentiu deslocado, mas sentindo um olhar pesado sobre si, virou o rosto a procura, encontrando um Seokjin cheio de expectativas.
Por mais que ele odiasse dar falsas esperanças, seguiu para perto do outro, sentando-se do lado dele.
— Então... agora que vimos que não é ninguém suspeito... — Taehyung que estava sentado de uma maneira bem estranha no colo de Jimin, continuou. — Eu sinto que a temporada dos esquilos está chegando.
— Como você sabe? — perguntou Jeongguk assustado.
— Eu sempre sei. — respondeu simplesmente.
— Esquilo? — perguntou Namjoon sussurrando para que apenas Seokjin escutasse.
— Também não sei, bro. Taehyung tem essa mania de dar nome de animais pras pessoas. — respondeu Seokjin também baixo, parecendo conter suas emoções.
— Você tem um? — Ignorando a empolgação do outro, continuou com a conversa.
— Tenho dois. — sorriu um sorriso contido.
Namjoon por um momento ficou em silêncio tentando imaginar quais animais. Pela perversão do outro, provavelmente seria algum animal romantizado, ele tinha certeza que seria um lobo e um morcego.
— Qual? — pergunto achando já saber a resposta.
— Uma alpaca e um hamster. — revelou orgulhoso.
Namjoon apenas olhou congelado para ele por pequenos segundos, mas logo, uma risada escapou por seus lábios e ele estava gargalhando.
— Não tem graça... — um biquinho formou em seus lábios. — É fofo.
— Oh meu universo. — ofegou olhando atentamente para o rosto do outro. — Você realmente se parece com os dois.
Voltou a rir novamente e a cara de Seokjin era a mesma que qualquer pessoa faria quando estava arrependida de ter feito algo.
— Eu não deveria ter te contado... — resmungou baixinho com o biquinho ficando maior.
O ataque de risadas de Namjoon obviamente chamou a atenção de todos os outros que intercalaram olhares do mais velho para o mais novo, começando a rir junto.
— Hyung, o que você aprontou? — questionou o irmão do mais velho.
— Nada! — respondeu emburrado.
Eles ficaram por alguns minutos apenas rindo, alguns mais do que os outros, principalmente Yongsun e Wheein quando a erva do brigadeiro começou a fazer efeito.
As risadas cessaram quando a voz de Hayley Williams cantando Decode atraiu a atenção de todos.
— Meu Deus, quem é que tem a música do crepúsculo como toque? — questionou Hyejin abismada.
— O nosso mascote emo sentimental. — respondeu Moonbyul dando risada de Jeongguk — que estava sentado na cadeira de tatuador — enquanto ele se atrapalhava com o telefone.
— Calem a boca, por favor... — falou entredentes levando o celular até o ouvido.
Todos com exceção de Jungkook, que as vezes soltava uns resmungos concordando, ficaram em silêncio.
— Espera você tá me dizendo que o Hope voltou? — com os olhos arregalados olhou confuso para o celular. — Eu não acredito que ele desligou na minha cara.
— Quem voltou? — perguntou o grupo de amigos em uníssono, deixando Namjoon e Hyejin confusos, e Wheein quieta curtindo sua brisa.
— O Hope. — respondeu ainda em choque.
— Taehyung, quem te contou? — indagou Jimin olhando para o rapaz em seu colo.
— Um gatinho com chifres. — respondeu com desdém se acomodando mais no colo do mais velho por alguns meses.
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