Manhãs agitadas não eram meu forte. E confesso que está estava sendo mais do que isso. Uma correria total. Malas para arrumar e eu não podia esquecer de nada. Depois de tudo pronto, vesti uma calça cintura alta jeans, um blusa maior que eu mesma preta e por fim, coloquei um boné também preto. Peguei as malas e levei para o andar de baixo deixando o mordomo dos meus avós coloca-las dentro do carro.
- Tome cuidado por lá, S/n. - Tia Miko falou com um tom de preocupada.
Todos sabemos aqui, que isso é apenas um teatro barato e que ela realmente é uma cobra, não é?
- Vou tomar.
Tenho que tomar cuidado com você, sua jararaca importada.
- Vamos logo antes que a gente perca nosso voo. - Suzuka falou me empurrando para o carro.
Me sentei nos bancos de trás e nem se quer olhei para mansão quando o carro deu partida. Essa casa não vai me fazer falta, já os meus pais...não posso dizer o mesmo.
- Miko continua mais falsa que uma carteira de couro de dinossauro. - Hideki falou me olhando pelo retrovisor do carro.
- É verdade. - Susuka concordou. - Nunca vi uma mulher tão desalmada feito ela, sua mãe era bem diferente dela. Nem parecem irmãs.
- Eu quem diga. - falei revirando os olhos ao lembrar das vezes que minha tia tentou me colocar contra meus pais.
...
Chegamos ao aeroporto, e confesso que eu não estava pronta para embarcar nele como esperava estar.
- S/n, você está bem? - Suzuka perguntou alisando minhas costas.
- Estou, é só que não esperava que minha vida fosse mudar tão...tão repentinamente.
- Acredite, é muito melhor você morar com a gente do que ficar aqui no Japão e ser atormentada pela sua tia. - Hideki falou guardando o celular no bolso.
- Que horas vamos embarcar? - perguntei.
- Daqui a 2 minutos. - ele me respondeu.
- Certo.
Peguei o celular na bolsa de mão que estava comigo e já fui preparando a playlist para ouvir durante o voo.
...
Não demorou muito e me vi dentro de um avião, sentada em uma cadeira afastada dos meus avós. Na verdade, eles estavam sentados bem ao meu lado, porém, como as cadeiras eram para duas pessoas, me sentei na janela do outro lado. Me pergunto qual será o importuno que sentará ao meu lado.
- Com licença! - a voz de uma garota soou para mim.
Tirei os fones e olhei para a loira falsa a minha frente.
- Se importa se eu colocar minha bolsa aqui encima também? - neguei. - Obrigada! - ela sorriu deixando transparecer os dentes brancos reluzentes.
A mesma se sentou ao meu lado e me olhou.
- Qual seu nome? - perguntou.
- É...S/n Jabami. - falei desconfiada.
- Ah, prazer Jabami. - ela estendeu a mão sorrindo para mim. - Meu nome é Lisa.
Olhei para a garota alegre a minha frente, claramente nossas personalidades não se batiam. Cumprimentei a mesma e ela se virou para frente, colocando o cinto de proteção para a decolagem. Fiz o mesmo a pedido da aeromoça e desliguei meu celular.
- É a minha primeira vez de avião, estou nervosa. - disse com as mãos juntas uma na outra.
Virei a cabeça para o lado da janela e observei o chão ficar cada vez mais distante, logo, as nuvens tomarão conta do lugar e tudo que eu via era um céu azul bem relaxante.
- Bem Jabami...- a interrompi.
- Por favor, não precisa de formalidade. Pode me chamar de S/n. - revirei os olhos.
Detesto esse nome.
- Tudo nem S/n, vou te deixar em paz agora, não quero incomodar.
- Acredite, você não está me incomodando.
- Que bom! Então podemos conversar a viagem inteira? - perguntou animada com um brilho nos olhos.
- Não.
Coloquei os fones no ouvido e liguei na primeira música da playlist, I'm gonna show you crazy, de bebe rexha.
Enquanto a música tocava, acabei adormecendo, acordando só tempo depois com uma pequena turbulência.
- Já acordou? - Lisa perguntou me vendo a encarar com os olhos entreabertos. - Está com fome? - ela me ofereceu um salgadinho. Provavelmente desses que dão no avião.
- Não, obrigada. - falei voltando a olhar para a janela.
- Você veio sozinha?
- Não.
- Veio com quem?
- Meus avós.
- Sério? Eu vim com meus pais. Eles estão sentados lá na frente.
- Hum. - sorri sem mostar os dentes e voltei a olhar a janela.
- Estamos indo para a coreia do sul, meus pais fizeram uma aliança com uma empresa famosa e agora vamos morar lá.
- Massa. - falei sem olhar pra ela.
- E você? Pra onde vai?
- Gwacheon, isso é tudo que posso dizer.
- Sério? A empresa dos meus pais fica lá. Podemos ser amigas...que tal vizinhas? - ela disse empolgada.
- Quem sabe...
Espero que não. Garota tagarela, não para de falar nunca.
- Está quase na hora do desembarque. Vou tentar dormir um pouco.
Graças a Deus.
- Boa noite pra você S/n. - ela disse fechando os olhos.
Finalmente! Pensei que nunca ia dormir, papagaio.
O resto do caminho foi tranquilo, já que a Maria fala fala havia adormecido.
Quando o avião pousou a bendita acordou. Me levantei da cadeira rapidamente e procurei minha mala de mão encima. Peguei-a rapidamente e em aproximei dos meus avós.
- Tchau S/n! - ela acenou para mim.
Acenei de volta e sai do avião o mais rápido que consegui.
Fomos direito buscar nossas malas, e depois para um carro que nos aguardava do lado de fora. Desta vez, era menos luxuoso que os da família da mamãe, mas ainda sim, um certo exagero de tamanho.
- Quem era a garota do avião? - Suzuka perguntou me olhando.
- E eu sei lá. A mina era toda viajada e começou a falar comigo do nada.
- Ela parecia animada. Gostei dela! - Hideki disse me olhando sorrindo.
- Gostou dela porque não ficou aturando ela falar 1 hora e 20 minutos no pé do seu ouvido.
- Meu Deus S/n, você é um caso perdido. - ele disse entre risadas.
...
Passamos por algumas árvores, alaranjadas por conta do outono, logo entramos em uma pequena rua onde haviam muitas casinhas bonitinhas. Como se fosse uma cidade de bonecas.
O carro parou bem frente a uma de cor branca, um pouco maior e mais modernizada que as outras. Ao lado, havia uma casa com o nome vende-se. Esta, bem mais simples que a nossa.
- Bem vinda a sua nova casa! - Hideki falou ao meu lado. - Porque não entra? Vou ajudar o motorista com as malas.
- Vamos S/n, vou te levar pro seu quarto. - Suzuka falou me puxando para dentro da casa.
Ela correu segurando meu pulso em direção a uma porta branca de madeira, a mesma a abriu me revelando um quarto um pouco vazio e empoeirado, apenas com uma cama e um armário.
- Desculpe pela poeira, não tivemos tempo de limpar já que foi tudo encima da hora.
- Sem problemas. - expirei.
- Temos vassouras e panos lá em baixo caso queira limpa-lo antes de trazer suas coisas.
- Sim, Sim. Mas antes vou analizar onde irão ficar minhas coisas.
- Tudo bem, eu vou preparar o jantar. - a mesma saiu do quarto fechando a porta.
Me aproximei da janela e olhei para a rua um pouco vazia, logo depois disso, um carro estacionou na casa ao lado. O senhor que saiu dele, tirou a placa de vende-se e a jogou no chão, logo em seguida, abriu os braços e uma garota veio até o mesmo correndo e o abraçou.
- O que essa garota faz aqui? - perguntei encarando a janela assustada.
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