Jungkook se aproximou, por um instante eu desviei o olhar e me afastei.
— Então, você tinha razão. — falei colocando os Dvd's de Volta na prateleira. — Lisa estava realmente preocupada. Alertaram até a polícia!
— Mesmo? — ele arregalou os olhos.
— Sim, mas a essa altura já devem ter cancelado.
Após colocar as coisas de volta na prateleira, me afastei. Por um instante, senti meu corpo ferver. Porém era estranho, o ar condicionado estava ligado.
— Tá calor né? — olhei para Jungkook.
— Calor? — ele riu. — O ar condicionado deve estar quebrado. — ele olhou para o aparelho pendurado na parede.
— Bem, acho que já vou indo pra casa. — dei as costas para ele.
— Eu vou com você! — ele caminhou até mim com a ajuda das moletas.
— Tem certeza? Tem muito o que andar daqui até a minha casa.
— Quem falou em andar? — ele sorriu ladino.
...
— Meu Deus!
Naquela garagem haviam carros mais luxuosos que na minha mansão no Japão.
— Você tem uma Mercedes? — o encarei de olhos arregalados e boquiaberta.
— Ganhei de aniversário. — ele riu.
— E quem vai dirigir? Se você não se lembra, está impossibilitado de usar as patas. — falei irônica.
— Pois bem, a senhorita que vai dirigir. — ele entregou a chave em minhas mãos e caminhou em direção a porta do carro ao lado do motorista.
— Eu? — apontei para mim mesma enquanto continuava lhe encarando boquiaberta com as sobrancelhas arqueadas.
— Você mesmo! O que está esperando?
Jungkook entrou no carro e continuou me olhando. Balancei em um sinal de negação enquanto sorria boba. Corri até o carro e me sentei de frente para o volante.
— Meu Deus! Isso não é um carro, é um transformer! — disse impressionada ao ver o grande painel a minha frente.
— Liga o motor do carro e eu faço o resto. — ele disse próximo a mim.
Fiz o que Jungkook disse, ele mexeu em alguns botões no carro e eu apenas pisei no acelerador. O motor era silencioso, e sinceramente, aqueles bancos davam uma sensação de que você está sentado nas nuvens. Os portões principais se abriram para nós, eu continuei o caminho até a minha casa.
...
Estacionei a Mercedes em frente a casa dos meus avós. Havia outro carro parado, era uma picape 4x4, igual a do Seokjin, mas eu não dei tanta importância.
— Espera… eu te trouxe, mas quem vai te levar de volta? — perguntei confusa para Jungkook.
— Já liguei para um segurança vir me buscar. — ele disse enquanto tirava as moletas do banco de trás. — Então, vamos entrar? — ele me encarou colocando as moletas debaixo das axilas e sorriu.
Jungkook me acompanhou até dentro de casa, provavelmente meus avós surtariam se me vissem chegando sozinha, acho que a companhia do Jungkook vai amenizar a bronca; Abri a porta com todo cuidado, encarei Suzuka e Hideki sentados no sofá feito para dois, eles estavam olhando para um ponto fixo do outro lado da sala. Lisa também estava lá, e também parecia atenta a fala de alguém. Eu me aproximei, notando assim, SeokJung. O que ele estava fazendo aqui? Quer dizer, Jin o mandou?
— Unnie… — Lisa me olhou sem expressão.
— O que está acontecendo aqui? — perguntei alternando o olhar entre SeokJung e todos ali presentes.
— S/n, é melhor que você se sente. — disse minha avó.
Sua voz não parecia nem um pouco satisfeita, eu fiz algo de errado? Além de passar a noite fora de casa?
— Eu já estou de saída. — Jungkook deu as costas e saiu.
Me aproximei do sofá onde estava Lisa, cabiam três pessoas nele. Todos estavam muito sérios.
O que estava prestes a acontecer?
— Senhorita S/n… — SeokJung me encarou.
Ele se parecia tanto com o Jin. Não havia notado essa semelhança antes. Ele provavelmente ainda não sabia da minha discussão com o Jin, podia perceber isso na sua expressão. Mas se não foi para falar do irmão, porque ele veio até aqui?
— Sim? — disse com a voz firme.
— Suponho que a senhorita já saiba o motivo por eu estar aqui!?
— Ah… eu deveria?
— Não sabe? Pois bem, eu venho aqui em nome da Universidade de Gwacheon, informá-la que você está expulsa.
Aquelas palavras mexeram definitivamente comigo.
— Expulsa? Porque? — perguntei confusa.
— Recebemos imagens de um vídeo onde a senhorita está dançando prejorativamente em uma boate noturna. Convenhamos que os requisitos da universidade não concordam com esse tipo de prática e que não cairia bem para a universidade temos a senhora como aluna. Então, em nome do presidente Kim, meu pai, lhe comunico que a senhorita está expulsa.
Ele disse aquelas palavras tão friamente, como se fosse algo tão natural. Mas eu não pretendia ficar calada, eu tinha uma carta na manga.
— Como pode provar que o vídeo seja real e não uma montagem?
— Temos testemunhas que a viram dançar várias vezes naquela mesma boate.
Ele havia me encurralado. Eu não sabia o que fazer.
— E porque estou sendo expulsa? Eu nem trabalho mais lá!
— Todos os alunos da universidade tem conhecimento da sua antiga prática, e sugiro que seja melhor para a senhorita que peça sua transferência para outra universidade, para evitar comentários.
— SeokJung, seja justo comigo. — senti meus olhos lacrimejarem. — Isso é por causa do SeokJin? Ou é apenas seu pai cumprindo regras imaginárias inventadas em um último segundo para dar um sumiço na namorada imperfeita do filho mais novo?
Ele não moveu se quer um dedo. Nem mesmo me encarou. Permaneceu em silêncio, com a respiração normal.
— Senhorita, problemas pessoais não se misturam com o profissional.
— Então porque está colocando a questão que eu trabalhava naquela porra de boate? Eu nem se quer trabalho mais lá!
Aquilo foi o ponto chave. As lágrimas escorreram sem que ao menos eu tivesse chance de terminar de falar.
— O seu problema com a boate não afetaria apenas você, mas afetaria a imagem exemplar da universidade e contudo a reputação exemplar da família Kim.
Ele arrumou o smoking e se levantou da poltrona. SeokJung encarou meus avós e se curvou para eles.
— Já terminei tudo que tinha a dizer, então já vou indo.
SeokJung desapareceu como tudo que eu tinha com o Jin a exatamente um dia atrás. Meu coração estava acelerado, e doía bastante.
Isso estava realmente acontecendo ou é apenas um pesadelo? Porque se for um pesadelo, eu gostaria de acordar agora, por favor!
— S/n! — Meu avô me chamou.
Sua voz estava séria, igual sua expressão. Ele estava decepcionado comigo, isso era nítido!
— Você volta pro Japão amanhã mesmo.
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