— Você realmente veio!?
Estava de olhos arregalados, desacreditada.
— Eu te disse que viria. Você me esperou... Não é?
Olhei para as mãos do mesmo, continham um buquê de rosas azuis.
— Isso é para mim? — perguntei.
— Sim!
Jin me entregou o buquê e logo depois me deu um selinho. Senti minhas bochechas queimarem, provavelmente eu estava corada.
— Unnie, quem está aí?
Lisa entrou na sala se deparando com nós dois.
— Jin oppa!
Lisa o olhava boquiaberta. Ela se aproximou de nós ainda desacreditada.
— O que está fazendo aqui? Não deveria estar em casa?
— Não consegui dormir a noite toda pensando na S/n. — ele me olhou de relance. — Eu prometi que viria buscá-la, então assim o fiz. — ele coçou a nuca.
— Mas…
— Jabami!
A voz irritante da minha tia soou atrás de nós. Me virei para ela, olhando fixamente para seu rosto.
— Quem é esse? — ela manteve o olhar sombrio para Jin.
— Pra q…
Antes que eu pudesse terminar, Jin interrompeu minha fala dando um leve aperto em minha mão.
— Sou Kim SeokJin, filho de Kim Chung-Hee. Namorado de sua sobrinha! — ele se curvou.
Jin estava sério, eu nunca tinha o visto daquele jeito… exceto naquele dia... Na boate.
— Você? Namorado da S/n? — ela debochou. — Aconselho que você mude sua escolha, essa garota não serve para namorada ou até mesmo esposa.
— Com todo respeito… — Jin caminhou em direção a ela. — Peço que guarde seus pensamentos para você. Para mim, ela é perfeita desse jeito. Apesar de magoado muito ela, ter a feito chorar, entre outras coisas, agora entendo que ela precisa de amor e carinho, sentimento que você nunca pode e poderá proporcionar a ela. — ele parou de frente para minha tia. — Por isto, vou levar a S/n e a Lisa comigo!
— Você não pode leva-la.
— Porque não poderia?
— Por lei, S/n tem o dever de assumir a empresa dos seus pais. E assim como foi dito, ela assumiria seus deveres assim que retornasse ao Japão.
— Eu não quero… — disse em voz baixa.
Ergui a cabeça e olhei para minha tia. Os olhos ardiam por segurar as lágrimas e meu corpo fervia em ódio.
— Meus pais tiveram o bom e do melhor, mas eles davam valor ao amor que eles sentinham. E eu fui o fruto desse amor!
— Pare de falar bobagens, você nunca soube o que é ser amada ou amar de verdade!
— Pelo menos os meus pais tinham amor por mim, os seus… — sorri sarcástica. — Vovô e vovó só sentiam desgosto por você, e por isso, eu não devo nenhum tipo de respeito a você.
Dei as costas para Tia Miko, caminhei em direção a porta e parei antes de atravessa-la.
— Eu tenho pena de você, Tia.
Dei o primeiro passo e atravessei a porta. Segui em direção ao carro preto que estava na frente de casa, entrei nele e fechei a porta. Não consegui segurar as lágrimas. Olhei uma última vez para o portão, Jin estava vindo acompanhado de Lisa. Eu estava chorando pelo simples fato de estar feliz. Embora meus pais sempre quisessem me ver no topo, eles também queriam me ver feliz. E se para ser feliz eu preciso desistir de tudo… que assim seja.
— Você está bem? — Jin perguntou ao sentar-se do meu lado.
Balancei a cabeça confirmando e logo em eeguida esfreguei os pulsos nos olhos para limpar as lágrimas.
— Unnie! — Lisa me chamou.
Olhei para a mesma que estava me encarando do meu lado esquerdo.
— Você foi incrível! — ela sorriu.
Aquele sorriso de Lisa me deixou confortável, por um momento eu pude sentir a alegria fluir por todo meu corpo. Jin segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos, em seguida me deu um sorriso.
— Por favor, nos leve até o aeroporto! — Jin pediu ao motorista.
— Achei que fossemos usar o portal. — sussurrei para ele.
— E nós vamos… — ele sussurrou de volta. — Mas preciso fazer com que acreditem que realmente fomos ao aeroporto. — ele alisou meu rosto.
Por alguns tudo parecia tranquilo e estar dando certo, mas então novamente aquela dúvida tomou conta dos meus pensamentos.
O que eu haveria de fazer quando chegassemos na Coreia?
Jungkook:
Já haviam se passado três dias desde o sumiço do Hyung e da Noona. Nesse tempo, voltei a andar normal sem precisar das moletas. Até o momento, não tive nenhuma notícia deles, nem se quer dos outros garotos.
— JUNGKOOK! — minha mãe gritou do andar de baixo.
Desci as escadas correndo, mesmo sem saber o que poderia ser. Ao chegar na sala, me deparei com o resto dos garotos. Eles estavam suados, pareciam ter corrido uma maratona.
— O que aconteceu com vocês? — os olhei espantado.
— Meninos, sentem ali no sofá, vou trazer um lanche. — minha mãe disse dando as costas para nós e seguindo para cozinha.
— E então… que aconteceu?
— Jin… — Namjoon disse ofegante.
— Hyung, respira e depois fala!
— O Jin… ele… — Taehyung continuou.
— O Jin o que caralhos?
— Ele voltou ontem a noite.
Meu coração disparou naquele mesmo momento.
— Quando? Pera, como ficaram sabendo?
— SeokJung nos avisou. Ele chegou em casa por volta das 01:00h da manhã. — Afirmou Namjoon.
— Como ele está?
— Aparenta estar bem, mas pelo jeito que ele estava, algo deve ter acontecido antes de voltar pra casa.
— O que quer dizer?
— Ele parecia meio atordoado. — comentou Yoongi.
— Pensativo na verdade! — disse Taehyung.
— Certo, certo...
— Aqui meninos!
Minha mãe havia colocado uma bandeja cheia de comida. Havia bolo, guaraná, pipoca… tudo que eu tinha direito, só que não me era exercido.
— Desde quando tem bolo de chocolate? — perguntei.
— Se você saísse do quarto mais vezes saberia que seu pai comprou um hoje.
— É… — cocei a nuca.
Eu não sabia o que dizer. Embora eu nunca tenha a oportunidade de comer coisas boas, ela também estava certa sobre mim. Eu nunca saio do meu quarto, e por esse motivo eu devo ter perdido de comer coisas muito gostosas.
…
— Estou cheio! — Taehyung se encostou nas costas do sofá e arreganhou as pernas.
— E agora podemos ver o Hyung? Tenho muitas perguntas!
— Passamos na casa dele antes de vir pra cá. — comentou Jimin. — SeokJung disse que ele saiu.
— Saiu? — perguntei confusa. — Mas ele acabou de chegar!
— Isso é verdade! — Namjoon falou. — A essa hora ele já deve estar em casa.
— E se formos dar uma olhada? — sugeriu Hoseok. — É provável que ele já tenha chegado.
— Não vejo porque não, afinal, tem muita coisa que o Jin precisa explicar pra gente! — Namjoon afirmou.
— Sendo assim, vamos! — falei.
…
Acho que eu fui o primeiro a chegar na garagem. Meu carro não era tão grande quanto a caminhonete do Jin, então tivemos que nos encaixar dentro dele. Enfim, chegamos bem a casa do Jin.
— Nunca mais eu entro nessa banheira. — Jimin reclamou enquanto estralava as costas.
— Banheira? — arqueei uma sobrancelha. — Esse carro custa mais que o meu rim!
— Problema é teu, mas eu não entro nele de novo. Não com seis pessoas dentro dele!
— Não é pra tanto Jimin. — Namjoon suspirou. — Vamos entrar!
Nos aproximamos da porta. O jardim da frente estava bastante movimentado, inclusive algumas decorações de casamento estavam sendo postas. Pessoas correndo para lá e para cá o tempo todo.
— O casamento do SeokJung está próximo? — perguntei.
— Falta apenas dois dias. — respondeu Namjoon. — Você não sabia?
— Se ele não sabe a data, provavelmente esqueceu de comprar o terno também. — Jimin riu.
— Eu tenho um terno! — falei. — Eu só não lembrava da data. — cruzei os braços e virei o rosto.
— Jimin, pare de atormentar o Jungkook. — Namjoon o repreendeu.
Tocamos a campainha e aguardamos por alguns segundos. Eu esperava que Jin ou alguém da sua família viesse nos receber. Mas fiquei deveras impressionado quando vi Lisa abrir a porta e nos encarar surpresa.
— Lisa? — arregalei os olhos.
— Jungkook? — ela me olhou.
— Você não tinha ido com a Noona pro Japão? Que faz aqui?
— Lisa! Quem está ai?
Logo atrás dela, a Noona apareceu. Ela estava tão diferente. Não por estar usando um roupão branco e os cabelos meio bagunçados e o rosto inchado, mas sim pelo fato dela estar sorridente.
A quanto tempo eu não vejo a Noona assim?
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