~Point Of View Ycaro~
Coloquei minha ultima muda de roupas na mala e suspirei. Finalmente havia acabado. Em uma mochila de Nisekoi, que fui obrigado a comprar, coloquei todos os presentes nela, a fechando em seguida. Verifiquei o quarto mais uma vez, pegando uma ou outra coisa que eu havia esquecido, e saí, me sentando no saguão a espera de Meia Um e Goularte. Abri meu instagram, rolando as fotos, até parar em uma dos meus amigos. Guaxinim estava no meio, ao lado de Vic, a direita estavam Pk e Calango e a esquerda Saiko e Ski. Sorri, printando a foto.
Senti um par de mãos pequenas e quentes sobre meus olhos, sorri.
- Finalmente, não é, Goularte?
As mãos se afastara, e me virei a tempo de vê-lo cruzar os braços, emburrado.
- Como vocês sempre adivinham?
- Fácil – disse Meia Um, se aproximando – Eu e o Ycro estamos sempre com as mãos frias.
Ele revirou os olhos.
- Onde o carro vai estar? – perguntou Goularte
- Pelo que me avisaram, a Macey vem nos buscar daqui a pouco. – disse Meia Um, se sentando ao meu lado.
Não demorou até que Macey corresse até nós sorrindo, nós a cumprimentamos e a seguimos até seu carro, uma mini van preta, o motorista colocou nossas malas na parte de trás e nos sentamos.
- Espero que vocês não se importem de ficar no mesmo quarto – disse ela
- Não se preocupe com isso, Macey – disse Goularte, sorrindo
O carro deu partida e, em cerca de meia hora, estacionamos em frente a uma casa azul. A casa era grande, com um imenso jardim colorido. Seguimos Macey para dentro da casa, do lado de dentro, as paredes tinham um tom claro de bege e móveis antigos. Ela nos guiou pela casa até um corredor, entrando na primeira porta. Naquele quarto, haviam três camas de solteiro, um guarda roupa grande e uma escrivaninha. Ela entrou, corada, e sorriu.
- Espero que vocês se sintam confortáveis aqui – disse ela – Descansem, vou ajudar o Edward a terminar o café da manhã.
Ela sorriu e saiu do quarto, deixando nós três ali. Me aproximei de uma das camas e me sentei, me deitando em seguida, os lençóis cor-de-rosa tinham um cheiro doce de chiclete. Senti o espaço ao meu lado na cama afundar, desviei o olhar, vendo o Goularte sentado ao meu lado.
- Me sinto tão mal de ficar na casa dela assim – murmurou
Me sentei, segurando sua mão entre as minhas.
- Não se preocupe, Gou, ela se inscreveu pra isso.
Ele concordou com a cabeça, claramente ainda incomodado. Macey entrou no quarto, sorrindo, e nos guiou para a sala de jantar, onde uma enorme mesa com frutas, pães, bolos, sucos e café estava posta. Nos sentamos e começamos a comer, e foi quando recebi uma mensagem de quem eu menos esperava.
Skii: Ycaro? Vc ta ocupado?
Ycro: Oi Ski, não, pode falar.
Skii: Desculpa desabafar com vc, é que, mesmo longe, vc é o melhor amigo do Saiko.
Ycro: Td bem, o que aconteceu?
Skii: Ele anda estranho cmg ultimamente
Skii: E hoje ele disse que queria conversar cmg na escola
Skii: To achando q ele vai terminar
Ycro: Acho q não, Ski, ele gosta muito de vc.
Respirei fundo, antes de continuar.
Ycro: Ele te ama
Skii: Espero q vc teja certo
Skii: Obg por ouvir, até dps
Ycro: Até.
Desliguei a tela do celular e o guardei no bolso, encarando as panquecas a minha frente. De repente elas não eram mais tão saborosas assim.
~Point of View Saiko~
Fitei o relógio do computador novamente, eram quase sete horas da manhã e eu havia terminado de editar um vídeo, virado, para variar. Me levantei e fui para o banheiro, tomando um banho frio e rápido. Ao sair, peguei meu celular e mandei um “precisamos conversar” para Ski. Deixei-o em cima da cama e me vesti, pegando minha mochila e guardando o celular no bolso, saindo de casa em direção a escola. Coloquei meus fones de ouvido e liguei uma música alta, Promise, caminhando enquanto cantarolava. Ao chegar na escola, me sentei próximo a árvore que sempre ficávamos. Ski foi a primeira a chegar, ela se aproximou e cruzou os braços.
- Sobre o que precisamos conversar? – ela parecia querer manter a pose, embora a insegurança fosse visível.
Com um suspiro pesaroso, me levantei, me escorando na árvore.
- Não me entenda mal, Fra – comecei, respirando fundo e tomando coragem.
Aquela mentira tinha de ter um fim, eu não poderia continuar dizendo a ela que a amava quando eu não sentia aquilo. Fechei os olhos, e ela pareceu ter entendido, pois apenas a ouvi se afastar um pouco.
- Tudo bem – disse ela, forçando um sorriso, com os olhos marejados – Só me diga o que você quer.
- Fra... – murmurei um de seus apelidos antes de continuar – Eu quero terminar.
Ela concordou com a cabeça.
- Tudo bem – disse, com a voz embargada, se afastando – Até mais, Saiko.
Ela se afastou em silêncio. Com um suspiro, me sentei no chão, aumentando o volume da música, até os demais chegarem. PK, Calango, Guaxinim e Vic chegaram juntos, sorrindo, e se sentaram ao meu lado. Cumprimentei Vic com um beijo no rosto, e ela inclinou levemente a cabeça para o lado.
- Saiko, ta tudo bem?
Concordei com a cabeça, sentindo uma pontada de culpa misturada com tristeza, se eu não a amava, eu deveria sentir dor por deixa-la partir?
- Terminei com a Ski – disse, com um certo desinteresse.
Eles se calaram e me fitaram com uma expressão surpresa. Guaxinim foi o primeiro a falar.
- Por quê?
- Eu não gostava mais dela – disse, fechando os olhos, sentindo o sol quente contra meu rosto naquela manhã fria – Não quis iludir a garota.
- Você ama outra pessoa? – perguntou Calango, ele parecia curioso demais
- Não – murmurei, o fitando – Ninguém.
Ele suspirou, parecia decepcionado. Revirei os olhos, voltando a me escorar na árvore.
~Point of View Ycaro~
Estava no meio da aula de inglês daquele dia, quando senti meu celular vibrar. Me levantei e saí em direção ao banheiro, ligando a tela e vendo a mensagem de Ski.
Skii: Ele terminou cmg, Ycaro
Ycro: Como assim? Ele deu motivo?
Skii: Ele disse que não me amava mais, ele deve amar outra pessoa.
Skii: Espero não perder vc tbm, vc foi a melhor pessoa q esse namoro me trouxe
Sorri, enviando um emoji de coração e a frase “Nunca irei embora”, bloqueando a tela e voltando para a sala em seguida. Eles tinham terminado, tudo bem, eu estava triste pela Ski, afinal, éramos amigos, mas eu estava feliz, havia uma possibilidade, uma pequena possibilidade de ele se apaixonar de novo, talvez por mim.
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