História Visitando os pecados - Troca

Estela pov's on

Meu plano de dormir durante a viagem foi completamente destruído. Eu dormi por 5 minutos. CINCO! Não serviu nem para recuperar um terço das minhas energias. Minha alegria foi totalmente destroçada com simples três batidas na porta.

— Estela? – era a Kiara na porta.

— Fala! – disse irritada.

— Vai ser ignorante com a sua mãe! A gente já chegou em Liones! – ela gritou de volta e pude ouvir os seus passos se distanciando.

Como assim a gente já chegou em Liones? Que porra é essa? Eu nem dormi direito, e o tempo passou tão rápido? Impossível!

Me levantei da cama e abri a porta. Ban estava ali de braços cruzados.

Eita porra, fodeu!

— Oi, Ban... – disse fingindo que não havia feito nada.

Ele sorriu e passou por mim. Ele entrou no banheiro e pude ouvir o barulho da banheira enchendo.

Ufa, não é hoje que eu morro. Ainda tenho um tempinho sobrando.

Desci até os outros e realmente estávamos em Liones.

— A Merlin aceitou nos teletransportar. – Meliodas falou como se já soubesse o que eu queria perguntar.

Agora ela faz isso!? Só pode ser brincadeira.

— Todos nós vamos até o Bartra? – perguntei. – Não tem necessidade disso, ou tem?

— Também acho que não tem, mas o Rei fez questão de que todos estivessem lá. – uau, Meliodas acabou de concordar comigo? Parece que estamos progredindo.

— Será que vai ser algum presente? – perguntei pensativa.

— Acho difícil. Não fizemos nada que mereça um prêmio. – ele falou da mesma forma que eu.

— Tem certeza? Vai que vocês fizeram e nem perceberam. – falei dando de ombros. É a opção menos provável, mas disfarça.

— Pode ser que ele tenha tido alguma visão. – Meliodas falou.

— Ou quer saber se já encontramos a Elizabeth... – falei.

— E como ele sabe que a Elizabeth sumiu? – ele perguntou depois de me encarar.

— Eu e o Ban fomos lá procurar por ela. Não custava tentar, não é? – perguntei "inocentemente". Agora pensando bem não foi uma boa ideia.

— E como ele reagiu? – ele pareceu estar preocupado. Pode ter sido só imaginação minha, mas pareceu sim.

— Ele ficou meio preocupado, mas o Ban inventou uma desculpa. – falei dando de ombros novamente. – E, cá entre nós, uma desculpa bem merda.

— Eu ouvi isso! – Ban praticamente gritou. – E você iria fazer o quê? Contar que ela simplesmente sumiu?

— Eu ia falar que ela virou poeira cósmica! – eu precisava me defender.

— Você fala como se isso fosse uma coisa boa! Ele iria morrer se ouvisse isso! – Ban quase gritou novamente.

— Podem parar! – Meliodas falou bravo. – Não voltem a brigar, por favor! Vamos logo para o castelo antes que eu mate vocês!

Eita! Precisava agredir?

— Ok, tanto faz... – falei entediada.

Merlin estalou os dedos e em poucos segundos estávamos no castelo. Bartra estava um pouco tranquilo, talvez o assunto não fosse tão sério.

— Conseguiram achar Elizabeth? – foi a primeira coisa que ele perguntou.

Olhei para o Ban sinalizando que ele falasse algo. Já que ele é o "Senhor das Ideias", pode muito bem inventar uma boa desculpa agora! Tenho certeza que se eu tentar falar eu vou dizer algo errado, então melhor nem tentar

Ban sinalizou de volta dizendo que não sabia o que dizer. Incrível como podemos nos comunicar através de gestos, não é?

— Sim, ela disse que iria aproveitar mais um pouco as viagens que estava fazendo. Decidimos deixar ela explorar mais, sabe? – pelo menos dessa vez não falei besteira.

Pude perceber o olhar de confusão de todos ali, menos o de Ban. Esqueci que eles não sabem que mentira o Ban inventou, talvez se soubessem poderiam ter pensado em algo melhor.

Bartra pareceu ter ficado feliz com a minha resposta, então não preciso se importar.

— Pode dizer agora. Por que nos chamou? – Kiara perguntou como se não fosse nada.

— Parece que está faltando um dos sete, não? – Bartra perguntou com um leve tom de deboche. Gostei disso.

Meliodas pareceu ter se tocado de quem estava faltando, assim como os outros. Só faltou ele falar 4 simples palavras para o momento ficar perfeito; "Puta merda, o King!". Obviamente ele não falaria isso, até porque eu ainda não falei nada do tipo perto dele (que eu me lembre, não). Não sei se na época em que estamos essas palavras já existem. Provavelmente não, então eu que vou ter que ensinar.

— Sim, íamos procurar ele depois que nos dissesse o que era tão importante assim... – Meliodas falou como se não tivesse cometido o grande erro de esquecer a existência do King. Confesso que ele disfarçou bem, se eu não soubesse a verdade até poderia ter acreditado.

— Desculpe não ter acompanhado vocês antes, mas eu estava procurando pela Isabella. Eu desmaiei de uma maneira misteriosa, e quando percebi ela não estava lá... – King apareceu do nada falando.

Então ele não sumiu junto com as meninas. Curioso...

— Como assim? Não detectou o inimigo? King, você se supera cada vez mais... – Ban falou sorrindo.

Pude perceber King fechar seus punhos. Certamente queria atravessar a lança na cabeça do Ban naquele momento, mas manteve a postura por estar perto do rei. Eu não o culpo, até eu tenho essa vontade às vezes.

Todos estavam em silêncio. Eu não entendi muito bem o porquê deles simplesmente terem ficado calados assim, do nada. Acho que o King entendeu que ninguém o culpava, mas ainda assim ele parecia estar bem mal pelo que aconteceu. Provavelmente está se culpando pelo que aconteceu, se achando um inútil por não poder ter feito nada. O pior é que eu entendo bem como ele está se sentindo.

King voou até perto de Diane. A mesma estava na forma pequena, então os dois deram um abraço super fofo e logo recuperaram sua postura.

— Tenho também outra coisa para lhes mostrar. – Bartra falou e logo depois uma garota apareceu, assim como King.

Não pude evitar olhar, aquela personagem eu não conhecia. Ela não parecia ser desse mundo. Do mundo de Nanatsu no Taizai, ok? Não que não parecia ser humana ou algo do tipo. Ai, esquece! Melhor eu nem tentar me explicar, vocês devem ter entendido.

O cabelo dela era bem grande, chegando até a cintura. As mexas roxas davam uma aparência bem legal para ela. Os olhos azuis completavam a aparência impecável dela. Deveria ter uns 24 anos, ou menos, não sei dizer certamente. Saber a idade das pessoas logo de cara não é um dos meus talentos.

— Me chamo Alice. – ela falou um pouco envergonhada. Acrescenta tímida na lista de características. – Sabem quem é a Star?

Naquela hora eu e as meninas nos olhamos.

— Sim, por quê? – fui a primeira a perguntar.

— Sabe onde ela está? – Kiara perguntou logo em seguida.

— Eu não sei bem o que aconteceu. Eu estava no meu mundo tranquilamente, quando ela apareceu na minha frente e disse que era para mim encontrar vocês. Disse que precisava voltar para o mundo dela e o pedido foi atendido. Ela falou que quer que vocês fiquem bem e que espera ver vocês novamente. Depois disso eu apareci em um algum lugar da cidade, totalmente perdida. – ela explicou tudo em um fôlego só. Fiquei supresa com aquilo. Se fosse eu já estaria quase morrendo de falta de ar.

— Então foi uma troca? – perguntei.

— A Star devia estar desejando voltar ao nosso mundo e o pedido dela foi atendido de alguma forma, mas para isso outra pessoa teve que vir para cá e ficar no lugar dela. – Kiara falou pensativa. Provavelmente aquilo deveria ser um pensamento, mas ela acabou falando.

Todos olharam para ela surpresa. A mesma percebeu e rapidamente se pronunciou ofendida.

— Eu penso, 'tá? Não sou burra! – todos deram de ombros e voltaram sua atenção para Alice, incluindo eu.

O jeito vai ser ela ficar com a gente por enquanto. Não sabemos quando iremos retornar ao nosso mundo, e ainda tenho minha aventura para viver! Não posso largar isso tudo logo agora. Alice que desculpe meu egoísmo, mas preciso aproveitar essa oportunidade única e estranhamente maravilhosa que eu tive.