História Você é meu! (Imagine Jungkook) - Saudades

O inverno chegou e posso dizer que dormir com uma vampira que não emana calor não é muito confortável. S/N percebeu isso e me enrolou em diversas cobertas como um bebê. Acendeu a lareira e o quarto se preencheu com um calor muito bem vindo. 

S/N se inclina e beija minha testa. Mexo meus braços com dificuldade, porque quando eu disse que S/N me enrolou em cobertas igual bebê, quero dizer que me deixou igual múmia. Cada parte do meu corpo, exceto o rosto, estava coberto.

— Não se mexa! — S/N me segurou no lugar pra que as cobertas não desenrolassem. — Você é um bebê tão fofo.

Posso tirar proveito da situação.

— Bebê quer mamar. — faço voz infantil.

— Quer é?

— Sim!

S/N se levanta.

— Já volto, não se mexa.

Ela some. Fico encarando o teto por alguns minutos.

O que aquela doida está tramando agora...?

S/N volta com uma... 

Mamadeira na mão.

— Que porra é essa?!?!

— Não queria mamar?

— Não era disso que eu estava falando! 

— Que seja, quero que toma isso! Fiz achocolatado quentinho pra você. — ergue a mamadeira.

Só pode ser brincadeira...

S/N senta ao meu lado e tentar por a mamadeira na minha boca.

— Abra a boca, Jungkook! — Nego com a cabeça. — Ah é? Então tá. Nunca mais te mordo...

Na hora abro a boca e ela põe a porra da mamadeira na minha boca.

— Toma tudo!

Com ela dizendo isso e segurando uma coisa de um formato suspeito na minha boca, começo a imaginar diversas imagens pervertidas. S/N apenas ri e a contragosto tomo o achocolatado. Tenho que admitir que esse troço tá bom.

Mas isso é muito, mas muito bizarro.

....

Disco o número e espero alguém atender.

— Alô?

Lágrimas caem dos meu olhos ao ouvir a voz da minha irmãzinha.

— O-Oi JungLee, sou eu Jungkook.

— Ah! Quanto tempo, mano! Onde você esta?

— Eu tô na casa de um amigo.

— Por que saiu de casa, assim de repente?

— Porque...eu precisava começar uma nova vida.

— Se você diz...Pelo menos venha visitar a gente, sinto falta de irritar alguém!

— Algum dia quando eu não estiver ocupado eu vou. Tenho que desligar.

— Tchau, mano.

— Tchau...

Fico encarando o celular na minha mão. Era tanta saudade que meu coração doía.

— Quer visitar eles?

Me assusto com S/N encostada na porta da sala.

— Posso?

— É claro, não sou um mostro pra te privar disso!

Abro um sorriso de orelha a orelha.

....

Liguei pra minha casa de novo avisando que iria visita-los. Dessa vez minha mãe que atendeu e ela não escondeu o entusiasmo.

O carro parou na porta da mansão. Olho pra S/N.

— Quer vir comigo?

— Eu queria, mas tenho que resolver algumas coisas na empresa.

Dou um beijo nela e saio do carro que dá partida em seguida. Respiro fundo e bato na porta. Alguém abre e...

— JUNGKOOK!

Minha mãe pula em cima de mim e quase caio no chão.

— Oi mãe. — a abraço meio desajeitado. — Senti saudades.

— Eu também, meu lindo! Agora vêm, me conta tudo!

Fiquei uma boa meia hora contando mentiras pra minha família. Eu não podia simplesmente dizer:

"Estou morando com uma vampira meio doida e como outros dois vampiros mais doidos ainda que só querem me comer. E ah! A mansão que tô morando é enorme! E tô me alimentando bem!"

Não né gente! Pra eles, eu morava do outro lado da cidade com um amigo e que dividimos o pagamento do aluguel. Isso é bem mais plausível que falar que moro com vampiros. Com certeza.

Vejo a hora e percebo que está muito tarde. Quase meia-noite.

— Tenho que ir, gente!

— Ah, não! Fica mais um pouco! — JungLee reclama.

A abraço.

— Outro dia eu venho, ok?

Ela concorda e me deixa ir. Quando eu estava na porta minha mãe diz:

— Não quer dormir aqui? Está tarde pra andar sozinho na rua!

Ergo meu celular.

— Vou ligar pro meu amigo vim me buscar.

Depois de dez minutos consegui sair de casa. Já do lado de fora, disco o número de S/N. Quando de repente sinto uma coisa picar meu pescoço. Fico tonto e deixo o celular cair no chão. Alguns segundos depois caio também.

— Alô? 

A voz de S/N é a última coisa que escuto antes de ver um vulto se aproximar de mim e eu apagar.