POV Giovanna:
Quando eu desliguei o internofe logo em seguida destranquei a porta, porque combinei com o Alberto que a moça da limpeza poderia entrar direto.
Aproveitei pra dar uma olha no quarto e no banheiro. Não tinha infiltração, nem nada. Estava tudo certo para entrar e morar.
Abri a torneira para tirar a pressão na torneira.
Meu coração acelerou quando a campainha tocou, pois como o apartamento estava vazio o eco era maior.
Caminhei até a porta e abri direto, já sabia que era a faxineira. Já ia avisa-la que só queria o material, quando dei de cara com ele. Com a pessoa que eu não estava esperando fazia tempo.
Os olhos dele tinham o mesmo brilho de antes. Pareciam estar me olhando pela primeira vez. Meu coração batia descompassado. Tinha vontade de socar a cara dele por ter sumido por tanto tempo, mas ao mesmo tempo quis abraçá-lo e matar um pouco da saudade.
E dentro de todas as possibilidades que pensei em fazer, eu não fiz nenhuma. Deixei ele tomar a atitude.
-Eu... eu não sabia que você tava ai... Pensei que tinha se mudado. E não vi seu carro no estacionamento, então pensei que..-ele viu que parecia confuso então apenas se calou. -E como você tá?
-É to bem. -foi inevitável não sorrir, ele estava todo travado na minha frente, era engraçado vê-lo desse jeito. -E voce? Já ta na cobertura nova né? -abri a porta completamente para poder olha-lo de corpo inteiro.
-Já já, e você também se mudou né? Tá morando aonde? -ele colocou as mãos na parede apoiando as costas.
-É, acabei me mudando. Agora tô morando próximo a praia da Barra. -só queria saber o porque dele estar ali, justo hoje.
-Tá morando sozinha? -senti o que ele queria saber.
-Ah, não. -tentei ser esperta, mas não deu certo.
-Casou né? -ele sorriu, deu aquele sorriso lindo, mas parecia frustrado.
-Não, tô morando com o Murilo, mas não penso em casar agora.
-Hm, agora né? -falou e antes que eu pudesse responder, ele mudou de assunto. -Veio visitar o prédio?
-Não. É... Um casal parece estar interessado no meu apartamento. Não ao certo o que é, o Alberto que me ligou. -quis perguntar sobre ele estar ali, mas preferi o silêncio.
-Eu também, tô aqui pelo mesmo motivo. Quer dizer, a venda da casa. Não sei se é o mesmo casal.
-Ah, sim.
O silêncio pairou sobre o corredor, nos evitamos contatos visual. Mas nossos corpos pareciam gritar internamente.
Vi ele colocar a mão no bolso, e puxou sua carteira. Com uma certa dificuldade tirou um papel de dentro das divisórias da mesma.
-Será que eu apareci dentro do nosso tempo? -falou me esticando um papel bem surrado. Peguei de sua mão e nossos dedos se tocaram de leve.
Abri o papel e vi a carta que eu tinha feito. Só que estava marcada com um marca texto verde florescente nas frases:
"Só que nesse dia, não vai ser mais o nosso tempo.
O nosso tempo já vai ter passado. E eu vou ter que te dizer que foi uma pena você não ter vindo atrás de mim enquanto tinha tempo, pois eu te quis. "
Não sabia o que pensar ou dizer. Então apenas fechei a carta e estiquei ela para que ele pegasse. Ao invés disso ele segurou na minha mão e me puxou para um abraço.
Eu poderia reescrever o dicionário completo, mas nunca acharia palavras que descrevessem a sensação que é estar nos braços do Alexandre.
Pude ouvir seu coração batendo acelerado, e me deixei levar no abraço caloroso dele.
-Você não sabe o quando eu te procurei, o quanto eu senti falta disso Giovanna. -a voz dele estava embargada. -Depois que eu li a sua carta eu fui atrás de você, mas tudo me fez crer que era tarde demais. Mas agora, aqui, eu tenho certeza, que aquele não era o nosso momento. O nosso momento é de agora pra sempre. -Ele se distanciou um pouco, e levou uma mão até o meu queixo levantando o meu rosto. Nos aproximamos como quem iria partir para um beijo voraz. Mas eu sai.
-Alexandre, não. Tá...tudo diferente. -falei querendo acreditar nisso. -Eu mudei, tô com outra pessoa. E eu gosto do Murilo. Não quero errar. -Dei dois passos pra trás mantendo uma distância considerável. -O que aconteceu no passado, ficou lá. Esquece. Tá tudo bem. Mas não vai ter mais... -doía muito dizer isso, mas era a verdade. -Não tem mais nós dois.
-Não é isso que seus olhos dizem. -ele se manteve firme. -Eu posso ver o quanto você tá incompleta, e eu também estou.
Sei o quanto eu errei. Mas quero me redimir. -me puxou colando nossos corpos. -Fala olhando nos meu olhos que você não quer mais nada.
Eu abaixei a cabeça.
-Eu não quero, chega. -tentei sair dos seus braços, mas não consegui.
-Falei pra olhar pra mim e dizer. Vai fala.
Olhei dentro dos olhos dele, respirei fundo e quando abri a boca para falar, sua língua invadiu minha boca. Nos beijamos com vontade, saudade, e em algum momento, não sei qual em exato nós choramos. Ali. Enquanto nos beijávamos. O beijo foi ficando mais lento e ele afastou os lábios dos meus. Encostou a testa na minha ainda me segurando pela cintura e pela a nuca.
-Fala agora que não quer!
Preferi não responde-lo. Apenas voltei a beija-lo. Só que agora com mais carinho e calma.
Ficamos ali. Por bastante tempo. Até que precisamos nos afastar para buscar o fôlego.
Não precisei falar nada, e nem ele. Apenas me puxou pelo braço destrancando sua casa, que ainda estava toda mobiliada.
Entendi o que ele queria, e apenas o segui até o quarto entre beijos e mais beijos, até que ele me jogou na cama.
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