Eles voltaram pra 2003. Era a época perfeita pra convencer a anciã a entregar a joia do tempo, bem, foi o que Wong disse, era um ano de bom humor pros magos, ou alguma coisa relacionada com cheeseburger.. ou será que o Tony estava com fome e não tinha muita certeza de como pegar a joia?
Ok, esse nem era o problema atual. O problema era que eles estavam em Nova York e não sabiam como encontrar a anciã.
— Vamos nos dividir? — perguntou Steve.— Temos tempo.
— É, andar por aí batendo em portas parece uma boa.— concordou Scott.
— As instruções de Wong diziam que deveríamos procurar placas de ferro e casarões grandes.— murmurou Tony.
— Ok, qualquer coisa avisem, e não se afastem demais. Estão com os GPS?
Scott e Tony assentiram, olhando no pulso e localizando uns aos outros, antes de se dividirem.
Tony entrou no lugar sentindo nostalgia, um restarurante começando, a construção era de madeira e a placa de ferro, e.. poxa ele não comeu nada de manhã, tinha pouca gente, muitos conversando sem ficar olhando pra uma tela e comida fresca.
Quando entrou reparou numa mãe apreensiva no canto do lugar olhando pro celular, seu bebê estava deitado no carrinho mordendo uma aranha, o bilionário se forçou a desviar o olhar. Por que aquela bochechas fofas e olhos castanhos lembravam Peter?
O moreno desviou o olhar e foi pro balcão.
— Três hambúrgueres completos pra viagem! — pediu já entregando o dinheiro. Que ironia trazer seu cartão pra uma viajem no tempo.
Atrás dele a mulher com o bebê chamou uma garçonete.
— Moça, por favor, pode olhá-lo um segundo? Eu realmente preciso ir do outro lado da rua pra fazer uma ligação, mas ele não pode ficar no sol! Se queimou há uma semana!
— Não sou babá! — Respondeu a garçonete, saindo com um milk shake.
A mulher assentiu, suspirando, ela encarou o bebê.
— A ligação confidencial do seu pai vai ter que esperar! — murmurou em voz baixa.
Essa tal ligação parecia muito importantes pra ela e Tony não conseguia deixá-la nessa situação mesmo sabendo que isso poderia trazer consequências no futuro.
— Posso ficar com ele! — ofereceu o moreno se virando.
Ela encarou Tony por um longo tempo, guardando sua feição e pensando na oferta.
— Muito obrigada mas eu..
— Tudo bem, meu nome é.. Antony! Seu bebê vai sobreviver.. — Eu espero, ele acrescentou mentalmente.
Tá seguindo essa linha de raciocínio talvez não fosse uma boa ideia se oferecer pra ficar com o menininho.
— Ok! Eu volto rápido! — ela se levantou rapidamente acariciando o bebê.— A propósito sou Mary Parker!
Ela correu pra porta à direita pintada de rosa enquanto Tony ficou paralisado.
Era a mãe de Peter. Ele tinha certeza, leu esse nome nos registros do garoto. Mary Parker. E isso significava que..
A criança deixou a aranha cair no chão e resmungou chacoalhando os bracinhos gordos e pequenos, tentando se sentar.
Tony se virou para encara-lo ainda em choque, mas sua expressão se suavizou um pouco quando o bebê riu pra ele, dando uma grande gargalhada, que atraiu atenção de todos a volta.
O coração do homem disparou, ele engoliu em seco, se aproximando de Peter.
— Ei? — Bebê idiota, pare de sorrir Pete.
O homem de ferro levou uma mão perto dele e Peter logo a agarrou, rindo fofamente.
— Pare de ser tão fofo, Parker! — murmurou Tony, revirando os olhos.
O bebê balançou os pés despreocupado.
Tony se soltou dele e não pode lutar contra o instinto e vontade de pega-lo no colo.
Peter continuou sorrindo pra ele, quieto no peito do homem.
— Sinto sua falta, garoto!— sussurrou Tony, acariciando as bochechas gordas do bebê e sentindo seus olhos arderem.
Peter enfiou uma mão na boca e desviou o olhar pra sua aranha, num pedido silencioso.
— Aquilo está sujo, nem pense que vai por na boca de novo.
A criança fez uma careta mas logo esqueceu focando na barba de Tony, a qual queria arranhar, com as mãos cheia de baba.
— Pare com isso Parker! — riu o homem de ferro tentando segurar os braços do neném, ele obedeceu somente depois de melar o queixo do homem com baba, rindo com a indignação de Tony.— Seu pequeno..
Stark suspirou sem terminar a frase, ele queria que Peter falasse, que tivesse 15 de novo, que estivesse preocupado com o próximo filme de Star Wars ou em ajudar velhinhas na rua. Ele queria estar morto no lugar de seu filho.
— Vem aqui! — sussurrou puxando a criança de quase um ano pra um abraço, segurando sua cabeça com uma mão e o corpo com a outra.
Peter cheirava neném, obviamente, mas a sensação de seus bracinhos em volta do homem foi reconfortante e desesperadora ao mesmo tempo. A última vez que aqueles braços estiveram lá, Peter se fora.
— Me desculpa, garoto! — sussurrou pra criança confusa.
— Tony! — chamou Steve entrando no lugar, ele ia dizer algo mas parou ao ver a criança, franzindo o cenho.— O que você tá fazendo?
— Hey Steve! — ele suspirou levantando Peter no ar.— Não é a coisa mais fofa que você já viu?
Steve levantou uma sobrancelha e sorriu de lado.
— Quem é ele, Tony?.
Stark devolveu Peter ao carrinho, limpando a garganta em seguida.
— Peter Parker..— sussurrou.
— Quem?
— Ele é fofinho! — respondeu Stark, arrumando o bebê no carrinho, que ficara parado observando os dois homens discutindo.
— Homem aranha? — perguntou Steve, surpreso.
Tony o encarou perplexo.
— Eu consegui alguns relatórios da Sexta Feira quando você sumiu, tinha o porquê de você acabar dentro daquela espaçonave! — Steve limpou a garganta desviando o olhar pra criança, que agora voltara a encarar seu brinquedo no chão.— Foi muito responsável! — disse capitão pegando a aranha, pra pedir pra garçonete lavar.
— E idiota! — completou o moreno, com um dedo encaixado na mão do pequeno.
— Pode lavar pra mim? — perguntou o loiro, a mulher pegou a aranha de borracha e passou na torneira com o maior sorriso. Ela devolveu ainda com um sorriso flertante, Steve a ignorou e devolveu o brinquedo pra Peter, que gargalhou e abraçou o brinquedo, aquilo derreteu o soldado.
— Você tá certo! É fofo! — disse Capitão se abaixando na altura do carrinho.
Tony forçou um sorriso ainda sentado do lado do pequeno.
— Não morde isso Bebê-aranha, vai acabar com seus dentes! — disse o homem de ferro puxando a aranha mesmo com as caretas e protestos de Peter.
Steve riu.
— Na verdade é pra ajudar os dentes a nascerem!
— Fica quieto Steve! — murmurou Tony, focando no moreno de olhos castanhos que queria seu mordedor de volta. — Fala pro Cap que ele não entende de dentes, Pete!
O loiro revirou os olhos, quando o pequeno começou a chorar.
— Não é assim que se consegue as coisas! Para com isso! — devolveu o bilionário afastando mais o brinquedo.
Steve bufou pegando a aranha da mão do mesmo e devolvendo pra criança, mas agora ele parecia querer chorar mais.
— Ei! Seu mordedor já está aqui por que você tá chorando? — Tony observou o pequeno parar aos poucos, observando o loiro.— Isso! Não tem porque chorar, garoto!
Agora o olhar do bilionário se mudou pro seu companheiro de equipe, sorrindo amplamente pra Peter, passando os dedos crespos de guerra por suas bochechas molhadas de lágrimas. Ele queria que Steve tivesse uma família completa e de verdade.
— Bom menino! — riu o loiro quando o bebê voltou a morder sua aranha.
Mary entrou de novo no restaurante com passos rápidos.
— Me desculpe a demora, Sr..
— Sem problema! — respondeu Stark forçando um sorriso.
Steve se levantou, se apresentando pra mulher.
— Obrigada por ficarem com ele!
— É um bom menino! — disse Capitão.
— Seus lanches estão prontos! — chamou a mulher do balcão.
Tony saiu da vista de Pete pra pegar o pedido e o bebê logo começou a resmungar de novo.
— Peter, pare com isso! — disse Mary com voz forte.
O homem de ferro sorriu voltando a visão do bebê.
— Hey garoto, você vai precisar obedecer a mamãe agora ok? Eu preciso ir! — disse o bilionário apertando sua bochecha fofa uma última vez.
Os olhos úmidos castanhos de Peter ficaram cravados em Tony, como se tentasse entender o que ele dizia.
Steve sorriu para os dois, segurando a sacola de lanches pro homem de ferro, Mary não se importou, ela também soltou um sorriso.
Tony suspirou e se virou para porta, sem se despedir corretamente de Mary, ele só não podia ficar encarando a criança que perdera por mais tempo. A feição de Steve caiu e ele se despediu rapidamente dos Parker, tirando um sorriso do pequeno antes de sair.
— Hey! Tudo bem! — disse Capitão alcançando o Homem de Ferro na calçada.
Tony limpou uma lágrima teimosa enquanto seu lábio tremia.
— Estou bem! — sussurrou tentando se controlar.
— Ei! Vamos conseguir, ok? — Steve abraçou o homem, Tony aceitou o abraço, depois de tanto tempo negando-o e repulsando-o, aquilo pareceu reconfortante.
Tony levantou o olhar do ombro do loiro, vendo Mary sorrir ao se sentar novamente ao lado do bebê. Peter merecia a felicidade e tudo que lhe fora entregue foi dor. Isso não era justo.
— Eu sei que não é justo! Mas vamos dar um jeito! Eu prometo! Estou com você nessa! — sussurrou capitão massageando as costas do homem de ferro.
Eles não disseram nada, até Scott gritar nos pontos no ouvido: “Eu achei uma casa que é a cara de um mago escondido”.
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