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História War of Thrones ( Em correção e Hiatus) - Capítulo Sete. - História escrita por AlexParker - Spirit Fanfics e Histórias
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História War of Thrones ( Em correção e Hiatus) - Capítulo Sete.


Escrita por: AlexParker e AlexParker2

Notas do Autor


Tem muita coisa pra acontecer ainda e eu tô surtando aaaaaaaa

O mapa realmente não tem muito detalhe, mais é o suficiente pra vocês entenderem como mais ou menos as coisas eram na época.

Algumas páginas do diário também vão ser lidas e a partir daqui muita coisa vai ficar mais clara. Queria por esse acontecimentos mais a frente, porém percebi que não iria dar certo, ( até porque muitas ideias novas apareceram) e vi que seria melhor eu recomeçar tudo de novo.

Eu não reviso capítulo por pura preguiça e sinto muito se estiver com muitos erros, a ansiedade é maior e quero aproveitar que estou conectada novamente com a história e terminar de editar os capítulos.

Mas espero que gostem dessa nova versão e tenham uma boa leitura!!

⏩ CAPÍTULO NÃO REVISADO E NÃO BETADO.

Capítulo 7 - Capítulo Sete.


Fanfic / Fanfiction War of Thrones ( Em correção e Hiatus) - Capítulo Sete.

Sentimentos são

Fáceis de mudar

Mesmo entre quem

Não vê que alguém

Pode ser seu par

Basta um olhar

Que o outro não espera

Para assustar e até perturbar

Mesmo a Bela e a Fera


☪️


Os Deuses são representados sob a forma humana e simbolizavam os anseios e temores humanos. Em seus interiores habitavam o espírito divino, o qual lhe dava a posição de deuses ou semideuses. Essa parte era regida pelo universo a fim de equilibrar as duas partes do mundo, a carnal e a espiritual.

O universo, depois de muito tempo, conseguiu criar planetas e seus devidos protetores. Eles eram respectivamente Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

Tirando o planeta terra por conta dos deuses, os outros planetas não tinham habitantes ou os próprios deuses, entretanto eram protegidos e regidos por guardiãs e filhas do universo. Ou seja, o universo criou oito planetas com suas guardiãs, sendo elas filhas do próprio universo e tem o papel de proteger e cuidar do planeta.

Junto com Gaia, a Mãe- terra, os deuses protegem o planeta terra. Eles regiam as forças da natureza, comandavam o céu, a terra, o sol, a lua, os rios, o mar, o vento, etc. Os deuses se comportavam como criaturas humanas, ou seja, tinham ciúme, inveja, ódio e amor. A maioria era imortais e estavam dispostos numa hierarquia.

  Gaia é a personificação do mundo se formando. É a própria Terra divinizada. Por tudo isso, Gaia é a base de todas as outras coisas que vieram depois dela. Surgida do Caos, ela é a origem de tudo, a fonte de toda a matéria: do céu, das montanhas e dos mares.

  Assim, após surgir do nada, Gaia gerou espontaneamente (ou seja, sem fertilização) três filhos: Urano (divindade que representa o Céu), Óreas (as Montanhas) Céu e Ponto (o mar).

Céu e Terra mais tarde se uniram. Sim, por mais estranho que isso possa parecer, Gaia fez de seu filho Urano seu marido. Dessa relação nasceram, por exemplo, os 12 Titãs. É por isso que Gaia também é chamada de Titeia: a mãe dos Titãs.

  Os titãs são Helios (o sol), Selene (a lua) e Eos (a aurora). Além destes, podemos destacar também o casal mais relevante entre os titãs: Réia e Cronos. Inclusive, da relação, nasceram Hera, deusa rainha do Olimpo; Poseidon, deus dos oceanos; e Zeus, deus supremo, pai de todos os deuses do Olimpo. E Hades é o deus grego do submundo, do reino dos mortos.

E o mais interessante, é que além de poder manipular explosões sísmicas. Sendo filho da primordial do mundo – Mãe Terra-, tem a capacidade de controlar perfeitamente os elementos, e os diversos poderes de sua progenitora.

  Os anos na terra foram se passando, as criaturas começaram a se misturarem e conviverem juntos. Porém precisavam estabelecer uma organização ou tudo poderia sair do controle. Foi aí que Zeus, o líder de todos os deuses, resolveu dividir o mundo em partes, correspondendo cada uma com uma estação e de acordo com quatro localidades do globo, sendo eles norte, oeste, sul e leste.

  Primavera, inverno, outono e verão, no centro apenas os humanos que não residiam nenhuma das quatro estavam vivendo. Porém os humanos são seres cruéis e ambiciosos. Jihoo, líder dos seres humanos, conseguiu convencer a todos em começar uma guerra contra as quatro divisões e os deuses, tendo a ajuda de Cronos, pai de Zeus.

Foi aí que uma guerra começou. Jihoo se juntou a várias outras espécies, passou a espalhar o caos com o seu exército enquanto Cronos entrou em uma guerra contra os seus próprios filhos e irmãos.

Foi um completo caos.

Quando Jihoo e Cronos ganharam a guerra, que durou anos, estabeleceram regras e líderes, conseguindo mais uma vez que as pessoas a se calarem e pensassem que o fim da divisa se deu por conta de uma guerra e revolta dos deuses.

Não se sabe ao certo o que aconteceu, o motivo, o antes e após a guerra, as coisas não saíram como o esperado e os Volturi tomaram a liderança de tudo em um momento inesperado, piorando ainda mais a situação.

Muitos povos passaram a se dividirem em reinos e se esconderem desde então, não queriam sofrer com mais desgraça em suas vidas. E a quem se lembra da guerra, apenas esperavam que os deuses não voltassem nunca mais. Eles foram o motivo de várias mortes e discórdia. O mundo estava uma bagunça e ninguém sabia o que de fato estava acontecendo.

O universo também não ajudava muito. Desde a guerra, não falava ou fazia nada, também não permitindo que alguns guardiãs ajudassem o planeta terra.

Estava tudo um completo caos.

Jeon Jungkook estava um completo caos.

Alguns dias se passaram desde a conversa com a deusa Atena e Jungkook não conseguia parar no lugar. Se não estava ocupado com o inicio das ultimas provas, consigo mesmo ou com aquele bendito diário, - o qual sua coragem para ler não existia mais- a revelação de que após aquela semana havia as eliminações para que os encontros com o príncipe e os selecionados pudessem dar início estava o deixando a beira de um colapso. Ainda teve a conversa que teve com a deusa.

Estava tão confuso e perdido.

Mavi, Mushu e Ji Sung perceberam a inquietude do Jeon, mas quando era perguntado, apenas se desviava do assunto ou dizia que era a seleção tomando seus pensamentos, mas ele sabia que não era apenas a seleção que lhe deixava com a cabeça no mundo da lua.

Ele era uma ponte.

Mas que ponte era essa?

Porque ele?


“- Leia o diário que você achou. É por ele que você deve começar. Os livros, os mapas… tudo naquela sala está ali por algum motivo Jungkook.”


   Não teve coragem de voltar novamente. Seu coração passa a bombear sangue gelado só de pensar no diálogo com a deusa e o que ela lhe instruiu a fazer. Não entrava - e muito menos saia- de sua cabeça que tudo o que Irene lhe disse não fazia sentido. 


Porque ele?

Diante de varias pessoas no mundo, o que ele tinha para ser designado aquele maldito diario?

  Não confiava nos Volturi, não gostava deles e queria distância de qualquer coisa relacionada a aqueles olhos vermelhos e pele fria. Queria evitar qualquer contato com eles o máximo possível, entretanto, a mesma mente que repetia essas palavras, perguntava o que tinha no diário e o que a sala tinha de tão importante para estar tão bem escondida. 

  Não foi difícil encontrá-la, mas lembrava-se que tinham vários caminhos para conduzir. entravam e saiam entre as paredes e corredores empoeirados, como se, literalmente, não fosse pra ninguém saber da existência do cômodo.  

Sua mente trabalhava com rapidez, suas mãos estavam suadas e já fazia dois dias que a cor rosa não lhe abandonava. Estava impregnado em si de uma forma que nem dormindo saia. Tentou de tudo, meditar, dormir, comer, treinar, estudar, se esforçar naquela semana de eliminação... Mas nada funcionava, o rosa apenas parecia se intensificar e ora ficava vermelho por conta da raiva que sentia de si mesmo por não se acalmar e relaxar. Hipocrisia, não? 


O que não adiantava muita coisa, aliás.


As provas teóricas apenas duraram esses dois dias e estava confiante que se saiu bem. Os assuntos não eram tão difíceis e falavam mais sobre geografia, cálculos e algumas coisas sobre o reino, mas nada muito complicado. Conseguiu responder todas as questões sem muita dor de cabeça e apenas restava a ele relaxar – algo difícil nos últimos dias, como dito. – para as próximas provas que restavam da semana. Dois dias de prova teórica e três de prática, cada dia uma modalidade diferente que aprenderam com os três príncipes.

Por mais que a modalidade corporal- a qual o príncipe Kim Taehyung ensinava, sempre fugia, pois era outra coisa que queria evitar ter contato.  –  e apesar de tudo, Jungkook sabia que iria se sair bem. Afinal, o sangue de Jeon Some  Evil Shan dryden corria em suas veias. Então, para recompensar, ficava treinando em seu quarto, entre as árvores na madrugada ou com dois selecionados, Shownu e Wonho. Não se falavam muito ou eram amigos, eram mais pra colegas que se respeitavam e se davam bem.    

   As provas começariam em poucas horas. Seus olhos e mente não queriam descansar e a única coisa que conseguia pensar era no diário. Sem expectativas em voltar a dormir, Jungkook se agasalhou, calçou seus pés, pegou algo para iluminar o caminho e foi até a passagem secreta. 

   Prestando atenção no caminho, fez o percurso já conhecido. Desceu as escadas ignorando o arrepio na espinha quando passou pelos quadros sinistros. As pessoas ali retratadas pareciam que estavam acompanhando cada passo que dava e se caísse, elas iam rir até suas barrigas doerem e suas bochechas arderem. 

  Quando chegou, enfim, abriu a porta sem muita cerimônia, entrou na sala e fechou a porta com certo cuidado pois ela fazia muito barulho. Com a ajuda do fogo que havia em sua mão, foi acendendo as outras velas, iluminado totalmente o lugar agora organizado e sem nenhum sinal de poeira. 

  Os mapas e pergaminhos continuavam no mesmo lugar, para sua surpresa tudo estava bem conservado e precisou apenas ser limpado.  Foi em direção ao motivo de sua insônia e o pegou. Ele era pesado e olhando bem, parecia até maior do que da última vez. O leão com espadas cravadas continuava ali. Evitou encará-lo e foi depressa se sentar, pondo delicadamente o livro sobre a mesa, afastando também o que impedia o seu ato, tomando cuidado em não estragar nada. 

Porque assim como o diário, não sabia o que era aquelas coisas, evitava ao máximo danificá-las ou jogá-las fora. 

    Direcionou sua atenção para o diário e o abriu. 

Na primeira página, havia um mapa mal desenhado e simples. Estava dividido em cinco partes e pelos poucos detalhes que pode reconhecer, era um mapa da Antiga Divisa.  

  Era como cinco continentes. Quatro deles estavam ao redor de um, o local que pertencia para a maioria dos humanos. 

      O verso estava em branco, mas na página seguinte já havia algo escrito.


   “ Como sei que tu amas escrever até quando uma folha cai, estou lhe dando este presente de aniversário, meu amado filho. Espero que nele possa descrever dos teus anseios até a tua mais inocente alegria. Que escreva seus poemas, pensamentos e expresse com os teus desenhos e músicas o que tu guardas em teu coração. 

   É o teu primeiro aniversário que está só nós dois. Sinto que precisa pôr na ponta da pena o que você está pensando, meu filho. Mas nunca se esqueça, eu sou seu pai e te amo mais do que a mim mesmo.


 Com amor, seu pai Jihoo."


  Jungkook franziu o cenho, o nome lhe era familiar mas de algum modo, não conseguia se lembrar de onde. 

  Na página seguinte, a letra já mudava, então logo percebeu que não era mais Jihoo que estava escrevendo e sim o filho dele. 


    “ Papai me deu esse diário mais cedo para que eu pudesse escrever. Esse é o primeiro aniversário que eu passo com meu pai depois que minha mãe morreu e já fazem cinco meses que estamos nesse acampamento. As tropas, mesmo que nem as três da madrugada eram, estavam treinando. Podia ouvir as espadas batendo daqui e sinceramente, depois de tanto tempo ouvindo, não me incomodavam mais. 

  No começo mamãe dizia que era normal, já que estamos em guerra e os nossos soldados precisam treinar, mas de qualquer forma, não podemos agir como se não fossem morrer. Não somos como os deuses, apesar do pai de um deles estar do nosso lado. 

  Meu pai não quer que me envolva nessa guerra, então ele me explica as coisas, pede minha opinião e até deixa eu dar sugestão sobre o que fazer com o nosso exército. Agora nunca me deixou segurar uma espada e lutar pelo meu povo. Quando perguntei a ele o motivo, ele me deu duas respostas, e mesmo que não quisesse, entendi os motivos dele. 

  Ele não queria me perder como perdeu a mãe. Mas também não queria deixar o nosso povo desamparado, então caso algo acontecesse com ele, eu ainda estaria vivo para liderar no lugar dele. 

  Não gostei muito da situação em que nos coloquei no momento, mas de qualquer modo, também não toquei mais no assunto. 

   Hoje as tropas estão divididas, alguns soldados foram procurar ajuda com as quatro divisas para nos juntarmos e nos protegermos. Tem um monstro esquisito a solta, e pelos boatos, é um ser que nunca foi visto antes, possuia olhos vermelhos, dentes afiados, velocidade inexplicavel e uma sede por sangue. 

Vários corpos nas divisas foram achados, a maioria eram soldados e mulheres. Todos estavam já sem vida e com mordidas nos pescoços. 

Estão chamando o responsável de demônio. 

Um homem conseguiu sobreviver por algumas horas e pelo que foi entendido, era um deus que tinha virado aquilo. 

Mas que deus era esse e o que era “aquilo”?

Papai disse que tínhamos coisa mais importante para nos preocuparmos porque várias coisas estranhas estavam acontecendo ao mesmo tempo, mas eles precisavam dar atenção a guerra e as invasões. Confesso que tanto a guerra como as invasões são culpa nossa, humanos. 

 Cronos se juntou ao meu pai e agora querem controle de tudo. Desconfio que não é apenas isso o motivo da guerra, é algo muito maior e nem eu ou meu pai sabemos o que é. Desconfio que até o próprio cronos se pergunta o que diabos está acontecendo."

  

   Os humanos não sabiam o motivo da guerra, ou era apenas o filho de Ji hoo? Pelo que se lembrou, Jihoo era líder dos humanos e ele se juntou a Cronos ainda no começo de toda a confusão. 

  Mas Jungkook não conseguia encontrar motivos para que Cronos envolvessem os humanos em uma guerra sem que soube-

  Estava óbvio!
Sua mente iluminou e logo entendeu. Cronos estava batalhando contra seus filhos e irmãos pois queria poder. E como sabia que precisava de tropas e que os humanos eram os que menos possuem “ força”, eram mais fáceis de serem manipulados e descartados. 

   Cronos venceu a guerra, disso ele sabia. Mas havia muita coisa por trás disso e aquele diário tinha escrito o que se perguntou por anos! 

   Suas dúvidas continuavam ali, mas daquela vez, responderia a maioria delas. 

  Olhou para um relógio no canto da parede. Ainda era meia noite. Tinha que acordar 7 horas em ponto. Pensou um pouco e no final voltou a se concentrar na leitura. Possuía tempo. Leria no máximo quatro páginas e poderia ir dormir. 

   Mas como podem imaginar, não foram apenas quatro páginas. As páginas seguintes contavam mais ou menos a rotina do filho de Ji Hoo, ideias para guerra e quais eram os seus pensamentos e suposições sobre ela. Desde o começo, Jungkook pode perceber que ele não acreditava muito que o motivo da guerra fosse sede de poder. Ou pelo menos não apenas isso. A criatura desconhecida da época, um vampiro no caso, também foi um dos motivos, e apenas depois de algumas páginas pode-se entender. 


   “ As coisas estão saindo do controle. A guerra não é para ou sobre nós, habitantes mortais da terra. Claro, acabamos nos envolvendo para nos proteger, mas meu pai se juntou a Cronos e as coisas desandaram de uma maneira muito rápida. 


   Gaia era uma das filhas de Nemesis. Ela teve muitos filhos, e eles são chamados de titãs. Um desses titãs era Cronos. E Cronos odiava o seu pai, Urano. Não entendi o motivo porque eu sequer o sabia. Só sei que literalmente era uma sede de poder que o levou a lutar contra a própria família e nos envolveu nisso. 

   

  Meu pai saiu junto com mais cinco tropas para lutarem no oeste e mais cinco no leste. Os semideuses e deuses estão lutando mais no sul, por incrível que pareça, eles não se envolvem nessa parte. 

   A criatura desconhecida, ou demônios dos olhos vermelhos, ainda está a solta e continua matando muita gente, o que intensificou ainda mais a situação, porque pelo que parece, novamente Cronos está jogando sujo. E infelizmente, não é apenas ele".


   


    (...) 

  

Acordou antes mesmo de Jisung chegar a seu quarto. Comeu algumas frutas que passou a deixar no aposento ao lado da cama por conta dos estudos, tomou banho e vestiu a roupa para aquele dia. 


   Ainda estava com sono pois tinha ido dormir tarde. Passou boas horas naquela sala lendo o diário e, para sua infelicidade, não tinha descoberto muita coisa. Se sentia eufórico quando lembrava das páginas preenchidas pelos pensamentos e ações do filho de Jihoo. Jungkook amava estudar história e poder ter a oportunidade de ler algo que apostava que ninguém ou poucas pessoas sabiam da existência. 

    Sentia que ainda tinha que descobrir muita coisa, mas por ora, tinha que se concentrar nos seus compromissos com a seleção, por isso estava naquele momento vestindo sua armadura depois de tomar um bom banho.  

   A armadura, além de deixar certas partes do seu corpo bem moldadas, porque querendo ou não estava ganhando massa e musculatura - era pesada e adiou o máximo que pôde vesti-la por ser muito calorenta. A prova do dia – e a primeira das três -- seria de arco e flecha e o conselho que avalia cada selecionado.

   Estava nervoso e ansioso, por um momento, o desejo de deixar o Príncipe Taehyung orgulhoso de si veio à tona e logo tratou de afastar aquele sentimento.

    Era certo de que queria evitar contato com o príncipe, mas naquele dia, em seu peito, deu uma súbita vontade de tentar ficar e lutar de verdade pela seleção. 

  Pra falar a verdade, estava com muitas coisas ao mesmo tempo em seu interior, então apenas deu de ombros e saiu do quarto quando terminou de se aprontar. Como estava adiantado, não se preocupou em prolongar suas pernas a andarem mais rápido.  Ficou andando em passos curtos e leves pelo tapete vermelho enquanto observava a vista da praia pelas portas de sacada e pelas grandes janelas, onde um sol ardente iluminava todo o palácio e o deixava acolhedor.

Aproveitou aquele momento para relaxar os músculos, respirar fundo e esvaziar a mente.

Atravessou a porta de uma das sacadas e se apoiou no muro desta, olhando as árvores, alguns pássaros e borboletas que por si passavam e algumas pessoas andando pelo jardim abaixo de si. Puxava o ar com força e soltava, sentindo o cheiro salgado no mar junto com a vontade de jogar suas responsabilidades daquele dia pro ar e passar o resto das horas na praia.

Jungkook amava a praia e precisava urgentemente tirar algumas horas para esvaziar a mente e esquecer qualquer tipo de compromisso e preocupação. 

Fez um lembrete mental de que na primeira oportunidade, iria com Mushu, Mavi e Ji Sung a praia. 

   Por um momento, lembrou-se da sensação de voar e sentiu saudades de casa. 

  Sempre que podia e com cautela, sobrevoava a ilha à noite. Também ia para a parte mais alta do castelo apenas para observar a lua. Às vezes se arriscava em dar um mergulho no mar morno da madrugada e sujar seus pés na areia molhada quando deveria estar dormindo. Não fez isso naquela madrugada por motivos óbvios, mas nada iria se comparar ao vento batendo em seu rosto quando jogava tudo pro alto e voava entre as nuvens. 

  Ah, suspirou com um aperto no peito. Guardou bem no fundo do seu coração a vontade de voar naquele momento. Mas sabia que não podia, então se contentava com as madrugadas e com as caminhadas pela praia durante o pôr do sol. 

   Eram coisas simples que amava fazer e desfrutar. Estava cada vez mais conectado com a ilha e seu coração apertava com a possibilidade de ir embora do arquipélago.

Não queria sair. Queria ficar.

Ficar e quem sabe conhecer o príncipe que tanto fugia. 

Admitiu para si mesmo que sim, poderia estar nutrindo algum tipo de curiosidade pelo príncipe. Porém era muito incerto e não queria se apegar a essa ideia antes das eliminações. Queria evitar que se machucasse por algo que mal começou ou conheceu. Mas isso não significa que a vontade não existia.

Iria esperar e a depender do resultado, quem sabe…

- Apreciando a vista?

Ouvindo de repente uma voz atrás de si, saltou no lugar pelo susto com uma mão no peito, onde seu coração batia aceleradamente. Virou pra trás e lá estava ele. 

Príncipe Kim Taehyung.

Ele estava lindo. Absurdamente lindo. Suas vestes claras combinavam com o cabelo loiro bem penteado. Não usava tanta maquiagem e a gola de sua blusa era baixa o suficiente para que pudesse ver a pele bronzeada e algumas pintinhas espalhadas na derme do Kim. O mesmo estava na porta da sacada, lhe observando com um sorriso nos lábios por, sem querer ter lhe assustado– ou nem tanto.

Jungkook não conseguiu responder. Seu coração ainda batia forte no peito e não sabia dizer se era por recente susto, nervoso ou todas as duas possibilidades juntas. O príncipe Kim estava diante de si e não sabia nem como respirar direito.

O que ele deveria fazer? 

Em passos lentos, o mais velho foi se aproximando ao seu lado do muro, observando a mesma paisagem com a metade do corpo inclinado para frente.

Jeon tratou de recompor sua compostura e respirar fundo. Virou o corpo pra frente e voltou à posição que estava antes. Poderia ficar inclinado que nem o outro? Sim, mas poderia ficar com dor nas costas e isso não era o que desejava pro seu dia.

Tentou esquecer ou ignorar o perfume gostoso do outro. O quanto o seu perfume combinava com o do mais velho. Um amadeirado nada enjoativo e, de novo, delicioso. Tentou ignorar também o vento que soprava os seus cabelos aparentemente tão macios e espalhava o perfume dos dois, fazendo ambos, disfarçadamente, respirarem fundo só para sentir mais o perfume do outro e gravar na mente o quão gostoso era a presença oposta era.

Não estavam preocupados com o horário ou em puxar algum assunto, o silêncio entre eles era o suficiente para que estivessem perdidos em seus pensamentos, ou quem sabe, gravando na memória o perfume bom que usavam.

- Sempre que posso eu venho aqui ver o sol nascer e se por. – comentou o Kim. Jungkook gostou de ouvir sua voz rouca. Gostou de sentir sua pele reagindo ao outro. Também gostou de sentir borboletas na boca do estômago e uma vontade de abraçar o outro para sentir o perfume mais de perto. O mais velho era maior que si por questão de centímetros. Percebeu isso quando se imaginou lhe abraçando e pondo a cabeça em seu ombro enquanto observavam o pôr do sol no final do dia. Negou algumas vezes com a cabeça, desejando ignorar sua vontade de abraçar Kim Taehyung. Estava, por um acaso, ficando louco?– Se puder me encontre aqui às cinco. – disse desviando sua atenção da paisagem para si. Aos poucos foi se aproximando de Jungkook. O suficiente para que suas respirações se misturarem e seus narizes se encostaram. Kim levantou um pouco sua cabeça e deixou um colar delicado na testa de Jungkook, que fechou por instinto seus olhos– Estarei te esperando ansiosamente aqui- Lentamente, assim como se aproximou, se distanciou e sorriu antes de deixar um outro selar na mão direita do mais novo e sumir entre os diversos corredores do castelo, deixando um Jungkook besta pra trás.

Kim taehyung tinha lhe beijado.

Kim taehyung beijou sua testa e sua mão.

Pediu para que lhe encontrasse as cinco, que por coincidência, era quando o sol se despedia e a lua dava as caras.

Kim taehyung queria vê-lo.


Uau.


Quando perdeu a visão do Kim, olhou pra mão beijada e deixou um sorriso tomar conta se seu rosto. Não pude perceber ou ver, mas tinha voltado ao normal e em seus olhos predominava um brilho lindo e puro.

O que tinha acabado de acontecer ali? Jungkook não se importava, tinha ganhando um beijo do príncipe e agora sua mente dava vários e vários anos. 

Ficou suspirando pelo príncipe por alguns minutos antes de também sair e andar pelos corredores. Precisava ir até a área da prova antes que chegasse atrasado.

Atrasado não, mas preso na cena do príncipe beijando suas mãos? Sim!

Jungkook era aquele tipo de pessoa que não gostava de atrasos e em sua mente imaginava como seria o encontro dos dois mais tarde. Ficou curioso com o que o príncipe queria falar consigo. Também se martirizou por perceber que não tinha respondido e comentado nada com o príncipe. Esperava que quando o encontrasse, deixasse a sua vergonha de lado e pudesse conversar civilizadamente com ele. 

Será que queria lhe perguntar porque não tinha comparecido aos seus treinos? Era bem provável. Mas querer saber daquela informação não precisava lhe beijar. 

Ainda mais duas vezes!

  De repente queria conhecê-lo, saber quem era de verdade. Saber dos seus gostos, suas manias, do que não gostava. Se gostava de ler tanto quanto ele, ou se gostava de ficar horas perdidos em uma floresta comendo goiaba com os pés descalços e pretos de sujeira.

Queria que o Kim também lhe conhecesse. Que soubesse que apenas gostava de comer goiaba porque tinha um cheiro bom e não pelo gosto esquisito que a ffruta tinha. Que amava morangos e tortas feitas pela fruta, porém nada ultrapassa seu amor que tinha pelo chocolate. Que gostava de ficar horas na floresta ou brincando com suas próprias habilidades. Soubesse que amava dançar em volta de uma fogueira com uma boa música. Que não lhe achasse estranho quando soubesse de fato quem era Jeon Jungkook.

Uma ponte.

Ele era a ponte.

E queria saber se quando descobrisse quem era, Taehyung estivesse com ele para atravessar todas as suas pontes.

Céus, queria tanta coisa.

   Tinha ciência que poderia se apegar. Que quando fosse embora iria embora com o coração em pedaços, por isso não queria se apegar, por isso que não queria contato com o príncipe, porque sabia que poderia se apaixonar, porem a qualquer momento poderiam mandá-lo embora. E sinceramente, não queria lembrar de jeito nenhum. Claro que sentia falta de casa e da sua madrinha. Mas a vontade de participar de VERDADE da seleção estava ali desde quando parou para pensar que não seria uma má ideia se entregar a aquele novo mundo. 

  Mas daí também se lembrava que por ser um novo mundo, não pertencia a ele. Jungkook não era daquele lugar e sentia que poderia se passar anos e ainda se sentia deslocado e como um intruso. 

  Ao chegar à área sem árvores e um pouco distante do castelo, com os alvos já postos em fileiras, e alguns membros do conselho em um pequeno grupo afastado dos selecionados, percebeu que quase todos os candidatos estavam aqui. Inclusive Park Ji Won, que ao vê-lo chegando com seu arco e flechas, fechou a cara e respirou fundo, como se, literalmente, se controlasse para não pular em cima de si arrancar seus olhos.

Mas como não tinha medo dela, deu um sorriso gentil pra mesma com direito a aceno com os seus dedinhos mexendo no ar, o que irritou mais a Park, ao ponto de suas orelhas ficarem vermelhas. 

Jungkook percebeu que gostou de provocar tal reação da outra e desejou que na próxima vez que se encontrasse, seu lado afrontoso viesse à tona, pois amou sua atitude e a reação que teve ao fazê-lo.

Esperaram mais alguns minutos e finalmente deram início a competição.

Como julgava, Jungkook conseguiu um bom resultado ficando em segundo lugar por ter errado uma flecha. Em primeiro ficou Park Jiwon com seu sorriso convencido e ego nas alturas.

Mas Jeon não se deixou abater por isso e logo tratou de respirar fundo e se preparar para a segunda rodada da prova. Não tinha ciência sobre essa segunda parte, porém ela foi decidida de última hora por duas razões. A primeira seria para ajudar na pontuação e quem sabe eliminação, e a segunda era para desempatar alguns números dos placares.

De vinte e cinco selecionados, quinze estavam em risco de eliminação. Não só por conta dos arcos e flechas, mas sim por essa e outras atividades que não apresentaram um bom desempenho. Dessa maneira, os quinze iam realizar a segunda parte primeiro e os outros dez iriam depois e provavelmente permaneceriam sem riscos de eliminação.

  Eram vinte e cinco participantes. 

  Quinze seriam eliminados em três dias. Sobrando dez e cinco por cento. 

Os dez primeiros naquele momento eram Park Ji Won, Jeon Jungkook, Kim So Hyun, Heo Yoorin, Aisha, Jo Serem, Shownu, Wonho, Nonhyeon e Kihyun. 

  Dos quinze, dez que passaram  para ficarem apenas cinco. Desses quinze, às outras atividades que ainda restam e os pontos das anteriores iam decidir quem fica e quem sai. 

Assim foi feito. Ali mesmo, cinco selecionados foram dispensados restando os dez. Os dez primeiros iam competir nesse exato momento e garantir que permaneceram, os outros cinco precisavam mostrar que eram dignos em estarem ali e provarem que eram capazes de continuar. 

Como o número de selecionados tinha diminuído, os alvos acabaram por diminuírem junto, ficando assim três grupos de cinco pessoas para cada alvo. Os dez primeiros nas duas primeiras jogadas e os outros cinco para o último veredito. Nos outros dois dias, mais cinco pessoas também iriam sair. 

  Jungkook estava ao lado de Jiwon, esperando que ela lançasse suas flechas no alvo e os conselheiros marcarem seus pontos. Ao seu lado direito, estava Wonho e Shownu, os quais os conhecia por serem seus parceiros em atividades com os arcos, flechas e espada. Ambos eram bons no que faziam e pareciam bem próximos. Também tinha Kihyun ao lado deles conversando, porém nunca teve qualquer contato com o mesmo além de alguns encontros nos corredores do castelo.

Os três pareciam mais próximos a cada dia que se passava e era impossível Jungkook não admirar a irmandade que tinham ou lembrar-se dos seus amigos. Principalmente Ji Sung. Sabia que, como um bom amigo coruja, estava escondido em cima de alguma árvore com Mushu e Mavi para ver a competição. Sabia também que os três precisavam se esconder por conta das obrigações do Parque mais novo no castelo, então permaneciam quietinhos ouvindo e vendo tudo de longe. Como Ji Sung era baixinho, não seria pego tão facilmente, apesar de estarem em um lugar visível para Jungkook ver seus amigos zoando os membros do conselho e alguns selecionados, inclusive o próprio Jungkook. 

Pestes. 

Não perdoavam ninguém e se duvidassem falavam mal até de si mesmos ou de suas majestades.

Quando Jiwon concluiu de atirar suas flechas, errando poucos centímetros do centro a última, chegou à vez de Jeon.

   Posicionou a flecha em seu arco e esticou seu braço, deixando seu corpo de lado e pernas levemente abertas. Seu cenho demonstrava sua concentração. O suor caia em sua testa e o coração batia forte no peito. Respirou fundo, mirou e atirou, acertando bem no centro.

Pegou a próxima flecha, porém resolveu inovar e arriscar lançar duas flechas de uma vez, deixando muitos surpresos com sua ousadia e coragem. Posicionou as duas no arco e assim como a primeira, ambas acertaram no centro vermelho, arrancando gritos surpresos e palmas de todos – incluindo a família real que assistia com os membros do conselho e de alguns selecionados.

Faltava apenas uma.

Pegou a mesma e fez o mesmo procedimento. Sentiu o olhar de Jiwon em suas costas e lembrou-se do encontro desagradável dias atrás, e que no mesmo dia se encontrou com a mulher que um dia sonhou, a qual descobriu ser Atena, sobre a conversa que tiveram. Lembrou-se de seus pais, madrinha, amigos... De Taehyung…

Tudo passava em sua mente de uma forma embaralhada, confusa e em câmera lenta. Porém as palavras de nojo e desprezo da Park o deixou irritado e com a sensação de sufoco no peito. Como se alguém tivesse apertando seu coração ou lhe enforcando, impedindo que respirasse adequadamente. 

Queimando seu peito com raiva, Jungkook puxou e lançou a flecha, descontando nela todos os seus sentimentos que lhe dominavam. Estava confuso e cansado de não saber ao menos o que sentia. Isso lhe frustrou e deixou a cor rosa impregnada em si por horas.

Porque como se não bastasse se sentir ansioso com o rumo da seleção e ter que bater de frente com seus próprios problemas pessoais e internos, tinha que conviver com sentimentos que nunca tinha sentido, ou que não sabia descrever o que era. Como iria pedir ajuda a alguém sobre o que sentia sendo que nem ele mesmo sabia o quê estava sentido? A conversa no templo da deusa da guerra apenas fortificou sua inquietude e suas inseguranças. O príncipe lhe chamando para se encontrarem na sacada no final do dia , lhe aquecia o peito e lhe deixava inquieto. Não sabia o que exatamente eram aquelas explosões de sentimentos, mas também não era besta para não reconhecer que, talvez, pudesse se apaixonar aos poucos pelo príncipe. Sem contar no dia com Irene, ela deixou claro a missão que possuía. 

Confuso. Essa era a palavra que lhe descrevia por completo.

Uma hora estava inseguro e em outra tinha certeza que batia o pé no chão convencendo a si mesmo que era capaz. Depois, vem a mistura de sentimentos que nem ele mesmo sabe descrever quais são.

Apenas o caos.

Jungkook foi um caos de confusão, acontecimentos e sentimentos. 

Nem seus batimentos cardíacos estavam mais corretos. O seu coração batia de forma desenfreada e sua cabeça começou a latejar. 

  Perdido estava, e mesmo assim soltou a flecha. 

  A flecha que lançou acertou no mesmo lugar que a primeira, rompendo-a no meio, o que deixou muitos ainda mais abismados e surpresos.

Ji Sung, Mushu e Mavi, ainda acima da árvore, tiveram que segurar o berro para não alarmar ninguém ou que descobrissem onde estavam. Também tiveram que se segurar mais no tronco da árvore, pois, assim como todos, sentiram o impacto quando Jeon lançou a sua última flecha e quebrou outra no meio. Sentiram a confusão dos seus sentimentos. Sentiram a presença de dominância tomando todo o local. A presença marcante. O impacto da flecha no arco.

Sentiram a verdadeira presença de Jeon Jungkook.

Os reis e príncipes sentiram suas peles se arrepiarem. Os membros do conselho sentiram até mesmo certo medo com a presença dominante do Jeon. Alguns fios de seus cabelos se arrepiaram e uma sensação percorrendo suas colunas fizeram com que eles sentissem vontade de se curvarem. Jeon conseguiu fazer todos sentirem aquele sentimento. O mesmo sentimento que um deus carrega.

De dominância, justiça, majestade, grandiosidade, excelência e autoridade.

O que Jungkook fez com eles para se sentirem daquela maneira?

Quem era de verdade Jeon Jungkook?

Taehyung estava com os olhos arregalados e muito espantado com a áurea divina que tomou todo o local. Seu coração batia rápido e não conseguia desviar o seu olhar de Jungkook. A ansiedade de se encontrar com o mais novo veio com tudo e se encontrou inquieto no resto das outras apresentações.

Sua mente apenas conseguia pensar em Jeon Jungkook. Em como ele era bonito. Como sua determinação em passar naquelas provas. A reação que teve ao lhe beijar os dedos e testa veio a mente e precisou segurar o sorriso.

Ah, Jeon Jungkook, o que estava fazendo com o príncipe?

Nem mesmo o próprio Kim saberia dizer o que estava sentido. Sempre que podia, ficava observando o mais novo no jardim, sentado no chão, entre diversas flores, com o vento bagunçando os seus cabelos sedosos e os quais  não duvidava que fossem macios. Queria ficar com o mais novo sentado na praia observando o pôr do sol, ignorando todas as etapas da seleção para se conhecerem melhor. Para que pudessem desfrutar da presença do outro enquanto conversavam descontroladamente a noite toda, se conhecendo e prendendo as risadas altas para não acordar ninguém.

Queria se apaixonar.

Não precisava ser o Jeon, o qual já possuía sua admiração, mas sim uma pessoa que lhe amasse mesmo com seus defeitos e peculiaridades, que cuidasse dele, que o tratasse com carinho, que fosse leal somente a ele, que amasse o povo e que cuidasse dele também.

Antes da seleção, essas características viam sem alguém em específico, mas agora, sentia que poderia sim se apaixonar por certo alguém, apesar de ainda temer sua decisão final, estava amando a sensação de poder ser feliz, apesar de ainda ter - como dito- o receio de fazer a escolha errada e o reino pagar por isso. Por esse motivo, era o conselho que avaliava os selecionados.

Apesar de também prestar atenção em um específico. 

 Taehyung não diria que estava apaixonado, mas diria que estava curioso para conhecer Jeon Jungkook, assim como também esperava que o mesmo estivesse tão curioso quanto ele.

E não se enganava. Jungkook sentia os olhares do Kim sobre si, tentou retribuir o mesmo porém se envergonha e logo desviava seus olhos para qualquer coisa que não fosse o príncipe.

Rei Jaebum percebeu a troca de olhares entre os dois. Percebeu que provavelmente estavam envergonhados e apenas observando de longe. Sentia e sabia a curiosidade do seu filho com o selecionado, assim também como desconfiava/ acreditava que Jeon era o genro que sonhava e o rei que Seogwipo precisava.

Acompanhava de longe o desempenho do mesmo e poderia dizer que estava feliz com o resultado. Sempre estava presente nas provas e via o quão determinado o mais novo era. Não tinha dúvidas que ele fosse um bom pretendente para Taehyung.

Era bem capaz que o Rei Jaebum estivesse mais ansioso pelo primeiro encontro dos dois na próxima fase da seleção do que o próprio filho.

Mas o que podia fazer? Jungkook estava conquistando todos do castelo com seu jeito de ser e com seus olhos de jabuticaba.

Tinha ciência de suas idas na cozinha e seu peito encheu de alegria ao ouvir apenas elogios para o mesmo dos serviçais, o que apenas reforçou sua opinião sobre o mesmo ser bom pro seu filho e um ótimo rei. 

   Percebeu também o medo que o mais novo tinha. Não sabia o que era, mas queria muito descobrir.

Pretendia, em um momento livre, chamá-lo para conversar e se aproximar mais do mesmo. Queria comprovar com os seus próprios olhos quem de fato era Jeon Jungkook.

  Após algumas flechas sendo miradas nos alvos, e após os três grupos se apresentarem, o conselho já tinha uma noção de quem iria sair e quem iria ficar. Faltavam apenas duas provas e estas seriam realizadas nos dias seguintes, a luta corporal e com a espada e com elas completaria exatamente a primeira fase da seleção. 

Jungkook tinha se saído bem nas provas daquele dia, do segundo foi pro primeiro lugar, conseguindo o orgulho de si mesmo. – desejando também que onde quer que seus pais estejam, sentissem orgulhosos também. Sua mente se ocupou na luta corporal, a última prova na sexta feira. Tinha treinado com dois de seus colegas e sozinho, porque como dito, fugia sempre que podia por estar com vergonha do príncipe. Mas revendo agora suas atitudes, Jungkook perguntou-se como iria conseguir permanecer na seleção se ficava fugindo do  príncipe.

Por falar em fugir, a conversa com a deusa tomou conta novamente de seus pensamentos. Taehyung iria fugir de si caso contasse sobre si, os sonhos, o encontro com a deusa ou que estava bisbilhotando o que acreditava que não deveria?

Também não sabia.

Aliás muitas coisas estavam sem respostas e Jeon ficava confuso ao lembrar que a deusa lhe disse que ele era a ponte entre perguntas e respostas, sendo que nem ele mesmo sabia sobre suas próprias questões . 

O quão mentiroso isso era?

   Certo que tinha começado a ler o diário, mas no que isso tinha haver com seus questionamentos internos ou com o desaparecimento dos deuses?

Não conseguia acreditar na deusa, assim como também desconfiava que nada do que aconteceu foi verdade e sim tudo obra de sua imaginação fértil.

Deuses não morrem ou ficam doentes. Eles abandonaram a terra há muito tempo.

Não existia desenho algum.

Ele não era ponte de nada, ele era apenas Jeon Jungkook.

Quando liberaram a todos, cada um foi para um canto do castelo. Jungkook tinha se levantado cedo e em seu estômago apenas havia frutas que comera no quarto, e junto com a mente trabalhando arduamente, negligenciou sua própria alimentação. Passou em seu quarto apenas para jogar seus equipamentos e se livrar de partes pesadas de suas vestes antes de se encaminhar para o caminho da cozinha, pois além da fome, sabia que seus amigos estavam o esperando lá.

Por mais que já tivessem uma amizade e confiança uns nos outros, Jungkook não conseguia se abrir e contar sobre os últimos acontecimentos. Porém estava mais do que decidido que tudo não passou de uma miragem, sonho, fruto da sua imaginação ou qualquer coisa do tipo. 

Mesmo que fosse verdade, era impossível Jungkook ser a tal ponte. Continha alguns poderes e asas grandes em suas costas, sim, mas isso não era motivo o suficiente para ser a resolução dos problemas dos outros, certo? Certo!

- Jungkook? – ouviu alguém atrás de si lhe chamando, provocando em si um sobressalto e um grito preso na garganta. Era o segundo susto que tomava apenas naquele dia, mas que infernos.

 Virou para trás e mirou seus olhos no Rei Jaebum acompanhando com dois guardas atrás de si. Seu coração bateu forte no peito por nervosismo, porém respirou fundo e se curvou diante do rei.

- O que deseja majestade?

- Quero que me acompanhe até o escritório, preciso falar com você. – respondeu ele com um sorriso discreto no rosto e voz calma, deixando Jungkook mais nervoso.

Suas últimas conversas não foram tão agradáveis assim, se é que me entendem.

- Tudo bem. – disse após um ato de coragem. Ficou surpreso consigo mesmo em não gaguejar, porém seu nervosismo continuava ali, e suas mãos suadas e coração batendo desesperadamente no peito eram provas disso. 

O rei passou em sua frente e se pôs a acompanhar o mais velho com alguns passos para trás, tendo a visão de suas costas e cabelos ultrapassando a nuca. A sua coroa estava posta em sua cabeça e em um pensamento involuntário, se imaginou usando uma coroa ao lado do príncipe, o que lhe arrancou um sorriso discreto, mas logo tratou de disfarçar o mesmo mordendo seu lábio inferior, sentindo suas bochechas arderem. 

No que estava pensando? 

Andaram mais um pouco até que chegaram a frente à sala, a qual apenas os guardas ficaram ao lado de fora para fecharem a porta. O rei se dirigiu a um sofá vermelho em frente a uma grande janela, o qual se sentou e lhe chamou com a mão para se juntar a ele. Seu nervosismo ficou evidente para o rei.

Em passos temerosos e sentindo que a qualquer momento seu coração poderia sair pela boca, Jungkook se sentou em uma distância considerável no sofá e ao lado do mais velho. Ainda estava envergonhando, tendo as lembranças da conversa da Deusa e Taehyung tomando sua mente.

Se não acreditava, porque pensava tanto nisso?

- Te chamei aqui para conversarmos, não era minha intenção te deixar nervoso, meu bem. – disse ele olhando fixamente para si. As bochechas do mais novo esquentaram ainda mais e o rei não poderia achar Jungkook mais agradável.

- Desculpe, majestade, mas não entendo o motivo de nossa conversa.

- Eu irei conversar com cada selecionado, quero conhecer quem disputa pelo coração de meu filho. – Mentira! Queria conversar apenas com o Jeon, mas deu essa desculpa para que não se sentisse desconfortável. – você me chamou atenção, não só hoje, mas desde que enviou suas respostas para a avaliação- confessou ele, dando início a conversa e guardando seus próprios questionamentos dentro de si. Precisava ter calma e paciencia. 

- O que?

- Normalmente, quem responde essas respostas são os mensageiros do conselho, mas quando eu vi o seu formulário... – deu uma pausa- senti sinceridades em suas palavras, Jungkook. – revelou e Jungkook arregalou os olhos. – fiz questão de escrever cada palavra de sua carta. E desde então, estou encantado por você Jungkook. Não tenho dúvidas que seu bom caráter e bondade também fossem os motivos de conquistar a metade de meu castelo.

- Majestade...

- Muitos aqui são sim ótimas pessoas, mas também há aquelas que estão aqui por algum tipo de interesse. Mas quando eu li o motivo que você querer vir aqui me acendeu o peito. Senti que você foi verdadeiro e quanto mais o tempo passava, mas eu via que sim, tudo que estava escrito era verdade. Você apenas queria conhecer o castelo mas acaba conquistando todos nós Jungkook.

  Sinto que você, de alguma maneira, é especial e que irá conquistar não só o amor de Taehyung, mas a admiração de muita gente. Em nosso primeiro café da manhã, nos surpreendeu com seus cabelos, olhos e até mesmo desenhos na pele. No mesmo dia fiz uma receita deliciosa para nós que até hoje sinto curiosidade em conseguir a receita. E hoje, como se não bastasse conquistar meus cozinheiros e os empregados do palácio, você mostra que é bom em tudo que faz. Suas notas são boas, suas pontuações são impecáveis e meus filhos sempre te elogiam em treinos. - falou com empolgação e tendo que respirar em algumas partes. Falava um pouco alto e mexia as mãos no ar, demonstrando o quão empolgado estava ao falar. Porém sua faceta ficou séria e apertou seus olhos. - Mas um passarinho me contou que está fugindo de Taehyung, estou certo?

- Não. – Ué. - Quer dizer sim. Pra falar a verdade, mais ou menos- suspirou- Eu estava fugindo do Príncipe porque eu estava envergonhado e com medo.

- Porque, meu bem? Ele te fez algo? – perguntou preocupado. Não era porque Taehyung não era do seu filho ou que já tinha alcançado a maioridade que iria passar a mão na sua cabeça ou que pudesse livrá-lo de algumas palmadas.

- Não, não ele nunca me fez nada meu rei. - falou rapidamente. - Pra ser bem sincero, nem eu mesmo sei o motivo disso ou por ter fugido dele. Nesses últimos dias eu repensei essas atitudes e vi que não tinha uma desculpa para me convencer a mim mesmo. Mas também não sinto coragem para mudar a situaçao. 

- Convencer a si mesmo de que?

- Talvez eu queira ficar, mas não pelo amor do príncipe. Sinto que não estou sendo sincero comigo mesmo quando penso dessa forma. Ainda não o conheço, mas…  - suspirou novamente e se calou, não conseguia terminar de falar. 

- Quer dizer que nunca quis  ou quer o amor de Taehyung?

- Eu vou ser sincero novamente, meu rei. - respirou fundo. - Eu entrei nessa seleção porque sempre foi meu sonho conhecer o castelo. Eu nunca tinha visto de perto um, e posso dizer que estar aqui é maravilhoso. – um sorriso involuntário nasceu em seu rosto, arrancando outro de Jaebum. - Estou muito satisfeito por estar aqui, mas mesmo assim ainda sinto medo.

- E eu posso saber que medo é esse que tanto fala, meu bem?

- De me machucar majestade. De poder me apegar demais em um dia e no outro eu ter que ir embora. 

E também porque eu não sei o que realmente quero. Não sei se estou pronto para ter uma pessoa em meu coração. 

  Jungkook sentiu a sensação de sufoco sumir em seu corpo. Ficou mais leve e seu coração já não apertava mais. A confusão que estava dentro de si era apenas o reconhecimento do medo?

  O rei, ao ouvir a confissão do mais novo e ver o quão aliviado ficou ao dizer o que queria, não evitou a satisfação de subir todo o seu ser, porque apesar de tudo, Jungkook foi sincero e não mentiu. Agora mais do que nunca tinha certeza que sim, Jeon Jungkook era o homem que Taehyung precisava em sua vida. 

Porém sabia que acima de tudo tinham que ter paciência, a primeira fase de eliminação ainda estava ocorrendo e não poderiam botar carroças na frente dos bois. Tudo tinha seu tempo. Gostou de pensar que era como se fosse uma ponte, a qual teria seu tempo de atravessar.

Mas a questão que fica é, se Jungkook, aparentemente é uma ponte, quem irá atravessá-lo até o final?

  Jaebum pegou as mãos trêmulas do moreno a sua frente de forma delicada. Com a mão livre, levantou o rosto envergonhado de Jungkook e sorriu. 

-Suas vontades serão respeitadas, Jungkook. Não se sinta mal por isso. Quando for a hora certa, tudo vai se resolver. E não se preocupe, meu filho vai entender caso não queira nada com ele e apenas conhecer a ilha. É a sua vontade e não podemos mudar as coisas, certo?

- Certo- concordou não tendo tanta convicção. 

-Agora me conte, o que tem achado da ilha? - indagou, começando um diálogo mais agradável com Jeon, onde passaram boas horas ali, apenas curtindo o momento e dando boas risadas. Ambos se deram muito bem acima de tudo. 



☪️


Sentimento assim

Sempre é uma surpresa

Quando ele vem, nada o detém

É uma chama acesa

Sentimentos vem

Para nos trazer

Novas sensações, doces emoções

E um novo prazer

E numa estação, como a primavera

Sentimentos são, como uma canção

Para a Bela ea Fera

Sentimentos são

Como uma canção

Para a Bela ea Fera.


Notas Finais


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