Seul, Coréia do Sul — Kim ChaeYoung
A luz do sol se expande, cobrindo boa parte do meu rosto, impossibilitando-me de abrir os olhos no exato momento. Tento mover meus músculos, mas meu corpo pesa, como se tivesse sido jogado depois de um atropelamento por um caminhão a quilômetros por hora. O único som que consigo usufruir, mesmo com dificuldades, é um alarme de carro sendo disparado. Meus pulsos fraquejam ao tentar, pela segunda vez, se equilibrar em meu próprio peso para se levantar. Com muito esforço, consigo mover ao menos o braço, sentindo algo viscoso abaixo dele.
O barulho ao redor parecia não ter fim; quanto mais as dores aumentavam, mais o alarme do carro soava desagradavelmente, pelo que pude distinguir, o som do tráfego, ao fundo agora. Posso também distinguir um possível tumulto e gritos estridentes. Com a força que arranjei para levantar meu braço, consegui abrir os olhos, acostumando-me com a forte claridade.
Tento analisar bem o local. Com os olhos semicerrados, consigo absorver poucos detalhes, não faço ideia de onde estou deitada. Ao abrir melhor os olhos, consigo encarar cada ponto fixo ao meu redor, até mesmo o andar de cima, e dou-me de cara com o telhado da escola. Haviam diversos alunos ali, não me recordava de conhecer alguém, mas deduzi apenas por seus uniformes típicos.
Me lembro do quão apavorados eram seus olhares, supostamente sobre mim. Alguns não escondiam o ódio, assim como boa porcentagem continha pena.
E é isto que me lembro. É a última coisa que consigo me lembrar antes de fechar os olhos e deixar a escuridão tomar posse de mim.
--x--
Busan, Coréia do Sul — Yoon BaekHee.
Depois de mais um longo dia exaustivo, cá estou eu, finalmente chegando em casa. Me sinto cansada, o que é de se esperar para o meu corpo normalmente em todas as semanas; depois de todos os trabalhos de meio período, é quando finalmente posso me deitar e descansar sossegadamente.
Mas, como dizem, nem tudo é um mar de rosas. Quando chego em casa, me deparo com meu pai, um velho hostil e mesquinho, como sempre jogado no sofá depois de, obviamente, sua milésima lata de cerveja. Posso deduzir que sua empregada — ou devo chamá-la de mãe? — provavelmente está na cozinha.
Minha vida é um grande lixo. Mal tenho tempo para estudar e trabalho que nem uma louca para poder “sobreviver”, pois, se depender realmente dos meus pais — posso chamá-los assim mesmo? —, eu não existo.
Com o amanhecer, faço o que mais odeio em minha vida em uma manhã às 6h: acordo e me preparo para ir à escola. Apesar de não ter boas notas, amigas ou um futuro planejado para tentar ingressar na faculdade e muito menos sonhos para tal — nem todos realmente acreditam nessas baboseiras. Eu, particularmente, sou uma dessas pessoas —, ainda preciso terminar a escola para conseguir outros empregos melhores e que, obviamente, passem de salários que posso julgar como “mixarias”. Infelizmente, esse é meu futuro, meu presente e sempre foi meu passado.
Saio do meu quarto com a mochila empenhada nas costas e ouço a mesma coisa de todas as manhãs: gritarias. Minha mãe, encolhida e com um de seus olhos, o esquerdo, roxo e seu nariz sangrando, enquanto o que posso julgar como “pai” está de pé em sua frente, gritando enquanto em uma de suas mãos possui uma garrafa de bebida.
Apenas encaro aquela cena com pura normalidade. Passo reto, pronta para alcançar o meu Mp3 e encontrar alguma música que me distraía no caminho para o colégio, sem me importar ou sentir pena daquela situação. Para mim, é algo absolutamente comum. Parece errado de minha parte não fazer nada perante aquilo, mas o que eu poderia fazer?! Ninguém daria bola; aliás, eles não se importavam comigo. Saio de casa a caminho do ponto de ônibus.
Após o longo percurso de ônibus, chego até a escola. Parada em meio aos enormes portões enferrujados do colégio, penso de modo positivo que, finalmente, só falta mais um ano para me formar e sumir daqui.
- Senhorita Yoon BaekHee? - Ouvi alguém me chamar, fazendo com que saia completamente dos meus devaneios.
Arqueei a sobrancelha, curiosa. Quem é ele?, pensei.
- Sim?
- Pode me acompanhar? - Ele perguntou, como se obviamente eu fosse dizer um "sim" para um estranho. - Antes que chegue a me perguntar, é uma boa causa. Prometo que não irá se arrepender.
- Quem é você? - Decidi finalmente questionar, afinal, eu não fazia ideia de onde aquele homem desconhecido tinha vindo. - E como sabe quem sou?
- Apenas venha comigo e esclarecemos todas as suas dúvidas, uma a uma. Além de que é um ótimo emprego, lhe prometo isso.
Bem, pensei, ele disse emprego.
Hesitei muito antes de concordar e segui-lo em direção a um carro enorme e preto, que julguei ser caro e exclusivo.
No meio do caminho, descobri que aquele homem de boa aparência, vestido em um terno elegante, era um secretário. Seu nome era Ahn, ele trabalhava para um homem muito importante em uma empresa - não entendi o que eles faziam, pois não me interessava em geral. Seu chefe, Kim, gostaria de me propor um acordo.
Quando chegamos a sede, fiquei deslumbrada com o tamanho do lugar. Talvez estivesse delirando. Mas por que exatamente ele me chamou? E não qualquer outra pessoa? Tinha algo nessa proposta e/ou acordo e me fazia sentir burra o suficiente para acreditar em estranhos. Portanto, o que eu tinha a perder? Ele parecia confiável.
Pessoas más parecem confiáveis.
Fui direcionada para a grande poltrona em volta da mesa de mármore, me aconcheguei ali mesmo à espera de quem Ahn me disse que seria senhor Kim. Quando as enormes portas se abriram, entrou um senhor de idade avançada, porém, muito elegante. Presumi ser o presidente Kim, e assim me curvei.
- Bom dia, Senhorita Yoon BaekHee.
- Bom dia. - Respondi.
- Deve estar se perguntando o que está fazendo aqui e quem somos. Irei explicar tudo isso detalhadamente. Apenas preciso te convencer a trabalhar conosco.
- Então me diga, do que se trata, afinal?
- Bem, há alguns meses, minha doce e amável filha veio a tentar cometer suicídio. - Ele começou a dizer e entreabri a boca, surpresa. - Isso é uma tremenda catástrofe, tanto para mim, quanto para minha família. Saber que alguém teve a intenção de induzir minha filha a cometer tal ato... - Ele disse. - Queremos descobrir a causa, o porquê, afinal, ChaeYoung q…
- ChaeYoung?
- Kim ChaeYoung. A minha filha. - Senhor Kim disse e então entendi que se tratava de uma história desinteressante de sua filha rica e mimada. — Continuando... Ainda não sabemos por que minha filha quis causar tremenda injustiça em sua vida. Queríamos investigar e seria muito mais fácil perguntando a ela, acontece que ChaeYoung perdeu a memória devido ao estresse dos acontecimentos e ao fato de jogar-se do telhado da escola. Se ao menos houvesse algum rastro onde ela estudava... Porém, infelizmente todo o rastro que aparentemente poderíamos achar na escola sumiram. - Continuou tagarelando. Eu estava entediada com esse drama.
Afinal o que eu tinha a ver com isso?
- E o que eu tenho a ver com isso? - Não soava como algo rude, apenas como alguém entediada demais para ouvir histórias sem finais felizes.
- Minha filha, ChaeYoung…
- E o que eu... — Tentei perguntar novamente, irritada. Ele me interrompeu bruscamente.
- Sei que você precisa de dinheiro e você é muita parecida com minha filha, ela é praticamente idêntica a você. Eu te pagaria uma quantia bem desejável para colocar-se no lugar de ChaeYoung e descobrir quem tentou matá-la, a causa da suposta tentativa de suicídio de minha filha.
Senhor Kim mostrou-me o porta-retrato que ficava em cima da mesa de mármore e lá, continha uma foto de um casal e uma menina, supostamente da minha idade, no meio. A garota na foto realmente parecia-se comigo, tirando pelo cabelo; entretanto, nada que uma boa tinta não pudesse resolver.
Aquilo era, de fato, bastante assustador.
- Como você me achou? E ainda por cima descobriu minha situação financeira? - Perguntei, um tanto exaltada com tal atrevimento. Aquilo era errado.
- Sei que invadi sua privacidade e, por isso, peço desculpas. Mas isso é muito importante para mim, BaekHee. Preciso fazer com que a pessoa que fez tal covardia pague por isto.
- Como... foi? - Meu olhar era de puro ódio.
- Paguei um detetive. Mas, se aceitar, prometo pagar uma boa quantia generosa.
Era verdade que eu necessitava de dinheiro, ele praticamente me sustentava. E, mesmo com todos aqueles empregos de meio período, a situação ainda era caótica e preocupante. De tudo que eu ganhava, metade ia para uma poupança aberta há um ano e meio, pois meus planos de logo sair de casa dependiam daquele dinheiro; a outra metade eu usava com coisas necessárias do dia-a-dia.
- Preciso de uma quantia específica. - Falei, ponderando a ideia.
O senhor Kim apertou um botão no telefone que estava no criado mudo ao lado do seu sofá no exato momento e pediu que o secretário Ahn entrasse. O mesmo não demorou a entrar com uma pasta em mãos, o que me fez pensar que eles já suspeitavam da minha resposta. Claro, uma desesperada por dinheiro, isso que eu devia ser para eles.
- Este é o nosso contrato. - Disse o secretário Ahn, me entregando a pasta.
Assim que peguei a pasta, fui capaz de abri-la para ver o que se tratava de um contrato para Kim. Assim que feito, só pude ver um confuso contrato onde só se via tópicos e mais tópicos. No final, o valor que ele me pagaria estava estipulado e, diga-se de passagem, era um valor um tanto alto, continha muitos zeros. Aquela quantia resolveria todos os meus problemas em um só instante.
Os tópicos eram organizados basicamente em:
Confidencialidade: Onde eu não poderia contar sobre isso para ninguém, e o mesmo equivaleria a ele, que não poderia contar para ninguém e falar sobre nada acerca da minha vida particular a ninguém.
Um dos outros tópicos que mais gostei era:
Direitos: Todas as notas que eu tirasse na escola com o nome de ChaeYoung, iriam diretamente para o meu boletim, Yoon BaekHee.
Por mais que eu ponderasse, não chegava a outra conclusão a não ser esta:
- Onde eu assino?
--x--
Seul, Coréia do Sul – Yoon BaekHee
Mesmo ponderando muito sobre a proposta de fingir ser aquela garota, nenhuma opção me fazia recusar aquela oferta. Aquele senhor me pagaria muito bem e o que eu mais precisava no momento era dinheiro. Então, com muita força e colocando o orgulho de lado, eu aceitei.
Hoje seria meu primeiro dia “encarnando” Kim ChaeYoung. Muitas mudanças aconteceram nesse intervalo de tempo. Coisas como: vim para Seul, deixei Busan, ganhei roupas novas e o imenso quarto de ChaeYoung. Não sei o que senhor Kim disse aos meus pais sobre eu ter saído de casa — ele disse que tomaria conta da minha antiga escola e conversaria com meus pais. Mas, bem, eu realmente sei que meus pais nem se importariam ou sentiriam falta.
A real ChaeYoung não estaria ali por estar em cuidados em um hospital particular nos Estados Unidos. O secretário Ahn até me questionou sobre conhecê-la um dia, mas, sinceramente, não tinha interesse.
Meus cabelos, curtos e na cor preta, estavam presos. Por cima, uma rede prendia-os bem e, por fim, uma peruca de longos cabelos castanhos. Olhei-me no espelho depois de colocar o uniforme daquela cara e prestigiada escola. No espelho, eu conseguia enxergar ChaeYoung e não mais eu, o eu Yoon BaekHee. Eu realmente estava me parecendo com a filha do presidente Kim. Isso poderia ser coincidência demais?!
Fui levada até a escola pelo secretário Ahn em um outro carro luxuoso de uma marca desconhecida por mim. No caminho, repassamos as informações que eu deveria confirmar caso algum professor perguntasse algo: passei dois meses nos Estados Unidos me recuperando de um coma e, como sequela do mesmo, minha memória havia sido afetada.
A Kyunggi High School era uma das mais prestigiadas e caras escolas de ensino médio em Seoul, local de estudo de toda a elite da cidade, futuros herdeiros de grandes companhias — assim como ChaeYoung seria —, e menos de 1% de bolsistas escolhidos a dedos, os melhores nos rankings de escolas públicas. Parada em frente aos grandes portões da Kyunggi, eu sentia um tremendo nervosismo. Era um local totalmente diferente do meu, pessoas cheias de si que acreditavam poder controlar tudo e a todos com dinheiro. E não estavam errados, eu estava ali por dinheiro.
Secretário Ahn me acompanhou até a direção e entregou um monte de papelada pra um dos professores. Não sabia o que era e também não tinha o mínimo interesse em saber, tudo o que vinha daquela família era um tédio. O professor me direciona até a "minha" antiga sala. Apesar do caminho não ser tão longo, eu sentia como se estivesse percorrendo a Muralha da China, sentia que meu coração poderia parar a qualquer momento. Não entendia o motivo do meu nervosismo, porém, sabia que o que esperava por mim não seria nada fácil.
O professor entrou na sala e eu aguardei do lado de fora, hiperventilando mais algumas vezes e logo o ouço me chamar. Entro calmamente na sala, com a cabeça erguida como se eu fosse o centro do mundo - definitivamente, esse seria o comportamento de Kim ChaeYoung. Enquanto caminho, observo os olhares dos alunos; alguns de surpresa, alguns de medo, mas com certeza apenas um olhar em convergência: o ódio.
Mas um olhar em questão me chamou a atenção, o de um garoto na última carteira da sala; o olhar dele era de medo com um misto de ódio, mas o que mais se sobrepunha era a mágoa. Eu nunca fui boa em expressar meus sentimentos, mas com isso havia adquirido uma estranha mania de conseguir ler as pessoas.
O professor falava algo sobre meu estado para a sala, mas eu não prestei atenção em nada. Meu foco era o garoto dos olhos tristes. Ele possuía uma pele pálida e seus lábios eram vermelhos como sangue, cabelos negros, definitivamente bonito. Dois garotos tentavam acalmá-lo de alguma forma. O que ChaeYoung andou fazendo pra deixar um pobre garoto como aquele no meio de uma crise?
O professor me apontou um lugar no fundo da sala, do lado de um dos meninos que estavam acalmando o triste garoto - ele tinha cabelos medianos, o qual caia em sua testa, eram de um preto carvão; seu olhar era frio, e sua marquinha embaixo de um dos olhos lhe dava um ar sexy, seu rosto era como uma obra de arte, parecia que seu maxilar havia sido esculpido por deuses. Era uma beleza difícil de ser descrita apenas com simples palavras. Em momento algum ele ousou me olhar, mas conseguia sentir uma tensão no ar por parte dele.
Mesmo depois de sentada, conseguia ver olhares dirigidos a mim e cochichos, os quais eu apostava não serem bons. O garoto do meu lado passou o resto da aula deitado na mesa; constatei que ele dormia. Depois de algum de tempo, o que pareceu ser anos com o incrível ar pesado da sala - ou, sendo mais clara: com minha presença -, finalmente o sinal soou, pro meu alívio. Os alunos começaram a deixar a sala, indo em direção ao refeitório. Essa seria uma ótima deixa pra eu tentar descobrir algo a respeito do acidente de ChaeYoung.
No momento em que tive a intenção de me levantar e sair também daquele local entediante - estudar nunca foi meu forte, ainda mais com o pouco tempo que eu tinha -, fui drasticamente empurrada até me chocar contra os armários no fundo da sala. Por minha mesa ser a última da fileira, não foi nem um pouco difícil para o garoto me empurrar até lá. Portanto, a violência que ele continha em seus braços fez com que minhas costas se chocassem com força, a ponto de fazê-las doer, o suficiente para perguntar-me se haveria ferimentos na região. Com a dor perfurando cada vez mais minha carne - os armários não eram pontiagudos, mas eram de um metal suficientemente duro para meus ossos, que poderiam ser caracterizados como fracos à certo ponto - escorreguei ali mesmo e me permiti ficar sentada no chão do ambiente.
O garoto ameaçou a ir pra cima de mim novamente, mas o garoto que antes dormia o segurou no exato momento. Ele gritou e tentou se soltar. Quando consegui olhar com clareza e observar quem era, fiquei surpresa, ou talvez já soubesse que aquilo iria acontecer uma hora ou outra. Era o garoto dos olhos tristes.
- Para, DongYoung, calma! - O menino dos cabelos pretos gritava com as mãos em seu tórax.
Não sentia medo do garoto de olhar triste — ou DongYoung, como preferir. Pelo contrário: se não fosse pelas minhas costas doerem, eu seria capaz de me levantar dali e dar na cara daquele imprestável. Eu era faixa preta em Karatê, tinha os meus hábitos, afinal, quando uma garota é sozinha na vida, ela tem que arrumar um modo de autodefesa.
O garoto, ainda exaltado, gritava:
- Parar?! Como quer que eu pare? Essa vadia destruiu minha vida, TaeYong! - Ele dizia entre as lágrimas e o soluço não percebido antes pelo mesmo.
- Eu sei, hyung, mas calma! — Ele disse.
O outro menino, que também tentara acalmar ele no início da aula, puxou o tal DongYoung para fora da sala, me deixando a sós com o meu companheiro de mesa.
Eu ainda permanecia no chão, com as costas parecendo entrar em chamas pela dor constante. Da próxima vez, me permitiria ser mais astuta do que negligente, como fiz agora.
O tal TaeYong ainda me encarava e isso também me gerava um certo desconforto. Me assustei quando ele tomou a iniciativa de se abaixar, um pouco próximo. Vendo-o agora, após sua sessão de soneca, pude analisá-lo melhor; ele era bonito, realmente incrível, seus olhos continham um tipo de brilho para o qual eu poderia olhar o dia todo. Ele parecia com aqueles adolescentes que atraíam bastante atenção de todas as meninas pelo lugar onde passava. Seus detalhes, todos, em geral, eram bastante perfeitos. Ele abriu um sorriso doce nos lábios e me peguei apreciando-o por tempo indeterminado. O que ele disse logo após me fez acordar do conto de fadas.
- Sempre se metendo em confusões, ChaeYoung. – Ainda abaixado, ele me estendeu sua mão. Fiquei receosa sobre aquela mão estendida. Seria falta de educação recusá-la, correto? Aceitei. Contudo, percebi meu grande erro quando o garoto doce mudou seu sorriso fofo para um sádico, diferente do outro, completamente o oposto. Ele logo puxou-me para perto de si, me levantando às pressas, e fui obrigada a ouvir seu sussurro em meu ouvido:
- Bem-vinda de volta, ChaeYoung! E bem-vinda mais uma vez ao inferno que acaba de começar na sua vida... - Dito isso, ele jogou-me ferozmente no armário novamente e me deixou ali, sozinha naquela sala, lamentando-me cruelmente pela dor e, pela primeira vez, pelo medo.
Sim, medo do que estava por vir.
Parece que ChaeYoung não era tão anjinho como o pai dizia.
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