Yoon BaekHee POV's
Meu coração acelerou, e sinto medo; muito medo. Mas eu não deixaria isso estragar meu plano. Num ato rápido me viro e empurro a pessoa, mas ela me segura e me puxa junto caindo por baixo de mim. Para minha surpresa, era TaeYong, nossos olhos se fixam um ao outro, nossas respirações pesam na silenciosa sala.
Seus cotovelos pressionam o chão segurando nosso peso, uma de minhas mãos pousa no chão e a outra em seu peito. Ficamos por poucos segundos, mas que pareceu horas.
Novamente uma luz é vista passando por uma das janelas que dava para o corredor, ligeiramente TaeYong coloca sua mão em minha nuca e deita minha cabeça em seu peito, também deitando no chão.
Deitada em seu peito, ouço seu coração acelerado, uma sensação reconfortante que faz com que eu queira ficar ali pelo resto da vida. Ele ainda permanecia com sua mão em minha nuca, o que faz com que arrepios percorram meu corpo de forma alucinante.
Logo ouço a porta fechar e me pergunto quando ela foi aberta pelo vigilante. Me levanto relutante e logo TaeYong faz o mesmo.
- O que está fazendo aqui? - Questiono.
- Vamos sair daqui primeiro, depois explico. - Ele fala e apenas concordo.
TaeYong pega em minha mão e me puxa para porta, ele observa o corredor e saímos; tranco a porta e começamos a correr pelos corredores - ainda de mãos dadas. Eu estava passando por emoções demais naquele dia.
Escondidos atrás de uma das pilastras perto da saída, sinto as mãos dele me abraçar por trás, ele me puxa mais para si e cochicha em meu ouvido:
- Você está a mostra, não me entenda mal, só não quero que seja vista. - Sua respiração gelada bate em meu pescoço, fazendo com que eu feche os olhos.
Quando o vigia sai de lá, corremos para fora da escola, mas uma surpresa nos esperava. A droga do portão já havia sido fechado, nós estávamos ferrados.
- Vem, tenho uma ideia. – Ele apenas falou e me puxou.
Ele me guia até uma parte lateral da escola, ali continha um pequeno jardim que ficava encostado no muro que dava para rua, logo entendo a ideia de TaeYong.
- Não precisa ficar com medo.
- E quem disse que eu estou com medo. – Apenas sorrio e dou um tapa leve em seu braço. O mesmo sorri de lado.
Ele se abaixa e juntas as mãos para que eu use para subir no muro e assim o faço. TaeYong sobe também, ele pula e me estende as mãos e logo as segura pulando do muro e indo parar bem perto do mesmo.
- Pelo jeito está acostumado a fazer isso. – Provoco-o.
- Às vezes é necessário sumir deste lugar. – Ele fala meio sem graça. – Vem, vamos em um lugar. – Ele sai andando e eu o sigo.
Em um local perto da entrada da escola, uma moto totalmente fantástica estava parada, ela era preta com alguns detalhes em vermelho. Sempre quis andar numa dessas e logo fico animada, fazendo com que o mesmo note minha animação. Ele pega um capacete no compartimento dentro do banco e coloca em minha cabeça, com delicadeza ele ata a presilha do capacete e coloca o seu.
- Acho melhor segurar firme. – Ele sobe na moto e sorri.
Subo na moto e seguro em sua cintura apertando o máximo possível, pois apesar de estar animada para andar naquela belezinha eu estava com medo.
--x--
TaeYong me leva em um local afastado do centro, o lugar era alto e de lá era possível ver toda cidade. Essa era uma das minhas vistas favoritas, era um pouco diferente da de Busan, mas ainda era o mesmo sentimento. Dou um jeito de logo subir no muro para sentar, me desequilibro e quase caio, mas TaeYong é rápido e me ajeita no muro, logo subindo em seguida.
O vento é gelado, mas é como calmante para minha mente.
- Você vem muito aqui? - Pergunto enquanto balanço os pés no murinho.
-Sim, sempre que me sinto sufocado, quando preciso espairecer. - Ele fala olhando para a paisagem. - Sabe o que significa cada ponto de luz? Significa...
- Cada ponto de luz é uma vida, uma família, um todo..., é engraçado imaginar que cada ponto de luz teve um dia diferente, uma barreira diferente. - Falo deixando TaeYong um pouco surpreso.
- Saber que existe pessoas que tenham tido um dia pior que o meu me deixa menos ingrato. - Ele finalmente me olha, seu olhar está vazio.
Tento cortar o clima que quer se instalar, preciso evitar.
- Como soube que eu estava na escola? - Pergunto, mudando de assunto.
- Hyuck me ligou, a mãe dele passou mal, e ele a levou para o hospital. - Ele soa triste, talvez tenha notado minha intenção com a pergunta. - Ele realmente se importa com você, sentiu medo que você fosse pega e pediu minha ajuda.
- Obrigada de qualquer forma. – Falo depois de um tempo.
- Conseguiu fazer o que queria? Você sabe que se fosse pega seria expulsa, né? - Ele fala num tom de reprovação.
- Está preocupado que eu fique longe? - Falo brincando.
- Sim, me imaginar sem você faz meu coração doer. - Ele novamente me olha, olhos piedosos.
- Ah que isso, TaeYong. - Dou um leve tapinha no ombro dele tentando descontrair.
Mas aquilo havia me tocado e me deixado novamente abalada com seu maldito jeito adorável de ser.
- Sabe ChaeYoung, se você precisar de algo você pode pedir minha ajuda. – Ele fala olhando para as próprias mãos.
- Obrigado, TaeYong... de verdade, mas eu não quero te machucar.
- Tenho a sensação de que você não vai me machucar. – Ele me olha, nossos olhos se encontram. – Não você. – Ele fala olhando no fundo dos meus olhos, fico paralisada; ele sorri.
--x--
"Não você." As palavras continuam martelando em minha mente, eu queria desesperadamente gritar para ele que eu jamais o magoaria, mas eu não podia... aquela não era minha vida, e nunca seria. Eu tinha que acabar com quaisquer sentimentos bobo que não passaria de mais um sentimento momentâneo. Criar expectativas era enganar a si própria.
Eu estava me sentindo sufocada e com medo, era muita coisa para eu pensar em lidar. Em poucos dias eu estava vivenciando coisas novas demais para mim.
Deitada na cama eu olhava para o teto, pensando em minhas próprias paranoias, quando sou interrompida por batidas na porta. Vejo a cabeça de Hyuck pelo vão da porta logo após eu balbuciar um "entre", sua feição é de preocupação e um pouco de medo.
- Como sua mãe está? - Pergunto, acenando para que o mesmo entre.
- Ela está melhor, foi apenas uma queda de pressão. - Ele para perto da cama e olha pro chão constrangido.
- Ah, que alívio! Fiquei preocupada quando TaeYong me disse. - Me levanto ficando sentada na cama, dou leve tapinhas para que ele se sente do meu lado.
- Me desculpa, eu sei que deveria ter ido, mas foi tão repentino. - Ele brinca com os dedos cabisbaixo.
- Não se preocupe, você deve ter ficado assustado. - Ele apenas balança a cabeça em confirmação, mas sem levantar a mesma. - Obrigada, e cuide da sua mãe.
- Realmente não está brava? - Finalmente me olha, ele estava triste. Isso parte meu coração.
- Por que eu estaria?
- Sabe eu fiquei muito feliz em voltar a ser seu amigo, que pensar em você me odiando novamente me dói muito.
Mais uma vez eu estava sendo egoísta, tratando-o bem, criando expectativas que Kim ChaeYoung jamais poderia cumprir. Me sinto culpada.
- Me desculpa. - Não sei porque digo isso, mas apenas digo com total sinceridade.
Repentinamente Hyuck me abraça, seu abraço era extremamente quentinho e aconchegante. Eu me sentia sortuda por estar ali, e por mais uma vez desejei ser Kim ChaeYoung. Me pergunto se eu merecia estar ali? E a resposta era obviamente um grande não, eu era um monstro sem coração brincando com as pessoas simplesmente por dinheiro.
- Se precisar de algo mais, saiba que pode contar comigo. - Hyuck fala antes deixar o quarto.
Ficar me auto crucificando por ser uma grande filha da puta, não vai mudar o que estou fazendo. Prometo a mim mesma que farei o que puder pra descobrir logo o que aconteceu naquele maldito dia, pegarei meu dinheiro e sumirei. Quero parar logo de interferir na vida de pessoas que não me conhecem.
Pego o notebook em cima da mesa e logo coloco o pendrive no mesmo, abrindo os arquivos. Como esperado não existe imagens do dia do acidente, mas mesmo assim olho os outros vídeos, passo horas ali que nem vejo as horas passar, novamente pequenas batidas na porta, dessa vez era YeongCheol.
- Como foi lá? - Ele se joga numa poltrona rosa perto da parede. - Queria ter te ajudado, mas aquele velho mesmo de longe consegue ser uma pedra no sapato.
Dou uma leve risada, ele era um cara demais quando se conhecia melhor.
- Me deixou um pouco com medo, mas deu tudo certo, mas olhando agora creio que foi inútil toda essa loucura.
- Como eu disse, a polícia informou que no dia as câmeras estavam em manutenção. - Ele coça o olho.
- Todas? - Uma ideia me atinge.
- Sim, por quê? - Ele se ajeita na poltrona mostrando interesse.
- Apenas as imagens do telhado não existem, ou seja...
- Podemos olhar por outro ponto de vista. - Ele se levanta e senta do meu lado na cama tomando o notebook em mãos. - Por que não pensei nisso antes.
YeongCheol abre novamente a pasta do dia do acidente e busca pelos horários mais cedo possíveis, logo abrindo a pasta da câmera da entrada da escola. BINGO!
A gente podia não saber quem exatamente havia feito o crime, mas nossa lista de suspeitos iria ficar mínima possível. Ele abre o vídeo da portaria, mas ainda era confuso demais, já que as aulas se iniciavam as oito da manhã, porém muitos alunos costumavam chegar antes para estudos livres. E foi o que aconteceu, vários alunos de outros anos entrando mais cedo pelo portão, toda ideia tinha ido pelo ralo.
YeongCheol solta o notebook na cama e bufa de desapontamento.
- Não vai dar dessa forma. - Ele fala desapontado.
- Vamos pensar, o acidente foi as 7? - Pergunto me encostando na cabeceira ao seu lado.
- As 7:25 para ser exato.
- Os portões abrem as 7:10, o que faz com que a pessoa tenha tido dez minutos para subir ao terceiro andar... - Suponho.
- Você tem razão, o culpado teria que ter entrado entre as 7:10 e as 7:20, ou menos que isso, uma pessoa com passos rápidos levaria cinco minutos pra subir ao telhado, mas... - Ele senta ereto colocando os dedos no queixo pensando.
- Uma pessoa andando normalmente levaria mais do que isso para subir, então suponhamos, que seria entre 7:10 e 7:18. - Completo sua ideia, estávamos pensando em convergência.
- Se a pessoa entrando nesse último horário, teria exato sete minutos pra subir até o último andar, depois dessa hora seria meio impossível chegar e subi até a hora do acidente. Vamos ver as câmeras novamente entre esses horários. - Ele pondera.
YeongCheol novamente abre as filmagens, e observamos.
7h10min: o porteiro abre o longo portão de ferro;
7h11min: Renjun passa cabisbaixo pelo portão;
7h12min: TaeYong e DongYoung chegam juntos na moto de TaeYong;
7h13min: um carro de luxo para na entrada e YoungHo sai dele;
7h14min: Chenle chega num carro caro, desce e manda beijos para pessoa de dentro; logo após outro carro para, Ahn abre a porta para ChaeYoung, que desce e entra na escola irritada;
7h15min: Yukhei e Kun chegam juntos num papo acalorado;
7h16min: Yuta desce de um carro aparentemente irritadiço, atrás seu pai falando algo para o mesmo;
7h17min: Hyuck chega em sua bicicleta vermelha;
7h18min: Min HaRi e suas duas amigas passam pelos portões...
Aparentemente essa era a lista de suspeito, voltamos à estaca zero - mostrando mais uma vez que eu não podia confiar em ninguém, já que metade deles haviam saído de suspeitos para amigos, mas agora voltavam todos para inimigos -, já que outros alunos que passaram pelos portões foram automaticamente descartados quando estes apareceram. Alunos de anos diferentes, que não haviam razões mais plausíveis que o querido ciclo amigável de Kim ChaeYoung. Agora mais do que nunca, eu não podia deixar me levar por gestos agradáveis e confiar neles, pois eu sabia que ninguém era inocente até que se provasse ao contrário. E minha leve intuição dizia que eu me decepcionaria com o final... Isso seria mais complicado do que eu estava pensando.
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