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História We Are The Rainbow - Yours Eyes Brown... - História escrita por J_A_Patterson - Spirit Fanfics e Histórias
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História We Are The Rainbow - Yours Eyes Brown...


Escrita por: J_A_Patterson

Capítulo 10 - Yours Eyes Brown...


Eu sabia que ele teria me beijado se não tivessem nos atrapalhado. Como eu sabia? Não sei. Eu olhei para a porta da sala e vi Sammy. Ele provavelmente não notou nada de estranho. 

- Josh, o professor de matemática pediu que eu te chamasse. Ele quer falar com você. É sobre o teste. 

- Ahm... T-tá. - eu olhei para Dustin que parecia meio frustrado. 

- Conversamos depois. 

- Certo. Você pode ficar com o café. Te vejo depois. 

Eu me levantei e segui o albino. Ele me guiou pelos corredores e me levou até uma sala vazia em que só o professor estava.

- Ah, você achou ele. - falou o professor sorrindo.

- O que o senhor quer falar comigo? - perguntei. 

- Sente-se, por favor. 

Eu me sentei numa mesa próxima a do professor e Sammy se sentou ao meu lado. Eu não me importava dele ouvir o que o professor tinha a me dizer. Mas se fosse uma notícia ruim eu iria ter um treco ali mesmo e não ia ser legal se ele estivesse presente. 

- Como todos nós estávamos ansiosos para saber o seu resultado... - eu o interrompi. 

- Desculpe. "Todos nós", quem? 

- A diretora, a Sra. Anastácia, seu amigo aqui e eu. - eu olhei de relance para o albino. - Posso continuar agora? 

- Pode. 

- Voltando a minha fala... Eu então resolvi corrigir primeiro o seu teste e te falar logo o resultado para que você visse se precisa se esforçar ainda mais ou não. A diretora e a Anastácia já sabem do resultado porque eu corrigi com elas aqui. 

- Então... Eu vou ser o último a saber? 

- Tecnicamente, sim. Enfim... Eu considerei algumas de suas rasuras. - ele fez uma cara que eu já sabia que eu não fui bom. 

- Eu fui mal no teste, não é? 

- Calma, eu ainda não terminei. Você acertou metade do teste. Por enquanto você vai continuar no clube de artes. Mais pra frente eu farei outro teste apenas pra você, para ver como está se saindo. Não vou dizer o dia. Apenas vou te chamar. Então é bom que estude. 

- Mas eu acertei a metade, e isso é bom, certo? 

- Comparando aos testes anteriores, sim, isso é bom. Sammy se puder continuar ajudando ele isso seria muito bom. 

- Tudo bem. 

- E, Josh, parabéns. Você está melhorando. Aos poucos, mas está. 

- Obrigado. 

- Podem ir. 

Nós saímos da sala e paramos no corredor. Podia não ser grande coisa, mas pra mim acertar a metade de um teste de matemática, era importante porque por hora eu podia continuar no clube. 

- Eu falei que você se sairia bem. - disse ele. 

- É. Mas ainda vai ter outro teste sabe-se lá quando. 

- Relaxa, vamos ter tempo para estudar mais. 

- Obrigado mesmo pela sua ajuda. Mas você também tem coisas para se preocupar. Tem a peça e também a competição. Eu só tenho que melhorar minhas notas em uma matéria. 

- E eu só quero te ajudar no meu tempo livre. 

- Mas... 

- Sabe que discutir comigo não vai adiantar. 

- Mas... - tentei falar outra vez. - Tem que fazer suas coisas também e descansar. Então quando você não puder me ajudar com matemática, não precisa. Combinados? 

- Combinados. 

- Ótimo. Bem, eu preciso achar a Rachel. Tenho que falar com ela sobre uma coisa. 

- Ela ainda deve estar no clube de teatro. 

- Certo. Obrigado. 


Eu fui atrás da morena e a encontrei exatamente onde Sammy disse que ela estaria. Rachel estava analisando alguns papéis e eu me sentei do seu lado. 

- Oi, esquisito. 

- Oi, menina chata. 

- Aconteceu alguma coisa ou só veio encher o meu saco? 

- Nenhum nem outro. Quero conversar com você sobre uma coisa... - ela me olhou desconfiada. 

- Só, por favor, não diga que gosta de mim. Porque não é recíproco. 

- Não, não vou dizer isso. Fique tranquila. 

- Fiquei realmente mais tranquila agora. Quer falar sobre o clube de artes ou o desse clube? 

- Quero falar sobre algo mais pessoal, você se importa? 

- Bem, depende. Mas pode falar. Quem sabe eu possa te ajudar. 

- Tá... - eu estava decidido a falar com ela sobre uma coisa muito pessoal. Mas ali na frente dela, me senti uma criança idiota. - Já ficou confusa sobre sua sexualidade? - ela sorriu. 

- Se já fiquei confusa? Demais. 

- Tipo, você já sentiu uma atração por outra garota? 

- Sim, Josh. - respondeu. - Eu já fiquei muito confusa e já senti atração por garotas. E creio que você quer saber o que eu fiz. - eu fiz que sim com a cabeça. - Eu tentei não entrar em desespero porque é realmente muito complicado ficar o tempo todo com uma dúvida enorme pairando sobre a sua cabeça. E tentei me descobrir. Eu não conversei com ninguém porque eu não tinha certeza de que alguém pudesse me ajudar. Mas eu me permiti conhecer mais sobre as pessoas LGBTQ , elas me explicaram algumas coisas que eu precisava saber e disseram que o negócio é ter calma. 

- Continue. 

- Eu descobri que sou pansexual. Ou seja, eu simplesmente gosto de pessoas. Do jeitinho que ela é. Mesmo que seja uma pessoa que não se identifica com nenhum dos dois gêneros. Conseguiu entender? 

- Acho que sim. - respondi ainda assimilando aquilo. Eu tinha ficado surpreso de verdade ao saber da sexualidade dela. - Como você lhe deu com essa descoberta? 

- Ah, foi chocante pra mim. Eu sempre apoiei a causa LGBTQ, mas nunca pensei que fizesse parte dessa comunidade tão colorida. Quer dizer alguma coisa sobre VOCÊ, Josh? 

- Eu... Bem, eu... - as palavras simplesmente fugiram de mim. Incrível! 

- Ficar nervoso faz parte. Seja lá o que for, encare como uma coisa comum. 

- Eu talvez tenha flertado com dois garotos. E talvez tenha quase beijado eles no calor do momento. E eu talvez tenha ficado muito confuso quando essas coisas começaram a acontecer. Porque eu talvez nunca tenha namorado. 

- São muitos talvez. 

- É, são muitos. 

- Dustin é um dos garotos, não é? Digo, um deles que você "talvez" tenha flertado. 

- Como pode saber disso? 

- Você foi a motivação do gol que ele fez. Ou não teria se importado que ele dissesse qual era a motivação dele. 

- Tá, acho que vacilei nessa. 

- O outro ou é o Elias ou é o Sammy. Acredito mais na segunda opção porque ele te entregou o romance gay dele que eu tive que encontrar por um acaso pra poder ler. 

- Eu pensei que ele tivesse te dado pra ler. 

- Depois que eu já tinha lido metade da história com a Milly ele nos deixou ler o resto. E depois nos mostrou as modificações que ele tinha feito. Então é ele? 

- É. 

- São dois caras legais e bonitos. Você é tipo a Elena de "The Vampire Diaries". Já ouviu falar dessa série? 

- Sim, já ouvi. 

- Mas tirando os dois e tals. Você já sabe o que você é? 

- Não tenho certeza... 

- Está em dúvida de quê? 

- Eu não estou com dúvida, é só que... É estranho. 

- Já beijou uma garota? 

- Sim. Foi o meu primeiro beijo e ela me roubou. 

- O que você achou? 

- Achei nojento. Não queria que ela tivesse enfiado a língua dela dentro da minha boca. 

- Na sua vida toda, por quantas garotas você sentiu pelo menos atração? 

- Bem... - eu parei pra pensar e entendi o que ela estava fazendo. Estava fazendo perguntas para me encurralar e eu chegar a uma conclusão. - Nenhuma. 

- Já se excitou com alguma garota ou foto de mulher pelada? 

- Essa conversa não está indo longe demais? 

- Talvez. - ela deu de ombros. - Você chegou a uma conclusão? 

- Cheguei. 

- Qual? 

- Que eu acho nojento beijar uma garota. Que eu nunca senti atração por uma e que a primeira vez que senti foi por dois caras bonitos da minha escola.

- E que seu resultado deu 100% gay. Olha, vai com calma. Você está se descobrindo, não força as coisas. Digo, você já está bem confuso por ter descoberto sua sexualidade e ainda tem dois garotos na sua vida. 

- Inacreditável... - murmurei. - Faz tempo que você se descobriu? 

- Acho que uns dois anos. 

- Por que será que eu demorei tanto? 

- Acontece. Tem gente que leva mais tempo que você pra se descobrir. A melhor coisa que você pode fazer é sair do armário. 

- Eu sempre estive fora dele. Nunca namorei com nenhuma garota. Nunca transei com uma garota pra pagar de "macho alfa". E não conversava com ninguém sobre garotas. Na verdade odiava ver os garotos largando suas brincadeiras idiotas para falar de garotas. 

- Realmente, você sempre esteve fora do armário. Caso o Sammy for mesmo gay, e mesmo que você não fique com ele, não deixa ele morfar dentro do armário. 

- Está bem.

- Josh, você está realmente bem com essa descoberta? É que tem algumas pessoas que não lhe dão muito bem com isso. 

- Acho que já passei da minha fase de negação na primeira vez que Elias me perguntou se eu era gay. 

- Entendi. Bem, quer falar mais alguma coisa? 

- Não. Isso era tudo. 

- Okay... Se quiser conversar sobre qualquer coisa, eu estou aqui. 

- Obrigado. - eu beijei sua bochecha e saí da sala. 

Era estranho falar sobre esse assunto. Mas quando eu falei com ela, eu tirei um grande peso das minhas costas. Eu poderia ter falado com Elias, mas queria entender direito o que eu era e Rachel me veio na cabeça. 


Fui para o dormitório já que eu não tinha nada mais pra fazer naquele fim de tarde. Sammy saiu do banheiro assim que entrei no quarto. 

- Oi, de novo. - disse ele. 

- Oi. - respondi. - Ah, eu esqueci de te falar, mas já terminei de ler o seu romance. 

- No mesmo dia que te entreguei? 

- Sim. - ele parecia desacreditado. - Se quiser posso te falar quais cenas eu gostei mais e como foi ler. 

- Claro que eu quero. 

Nós nos sentamos na minha cama e começamos a falar sobre a história. Tecnicamente EU que estava falando. Na maioria do tempo ele só me ouvia. Afinal, ele queria saber da MINHA opinião. 

Se você acha que era uma conversa rápida e simples falar de um livro que você gostou pra caramba, eu sinto muito lhe informar que não era. Ainda mais quando você queria falar sobre um ponto que você não gostou ou achou desnecessário. Mas não tinha muita coisa para criticar. A história dele era boa. 

As horas iam passando e a gente continuava falando da história. Inclusive eu nem sei dizer quando que a gente deitou na cama e ficamos de barriga pra cima discutindo. 

- A cena do primeiro beijo deles foi incrível. Acho que consegui sentir a emoção deles. 

- É ótimo, não é? - falou animado. 

- Sim. E aquela cena deles deitados na grama e olhando as estrelas... 

- Foi clichê, eu sei. 

- Não, mas foi boa. E também todo aquele lance do garoto ter medo, mas no fim aceitar quem ele é de verdade. E o jeito que você abordou as coisas com tanta simplicidade. 

- Mas as coisas são simples. - disse ele. - Nós é que complicamos tudo. Como o meu personagem que criou vários problemas apenas por não ter conversado com as outras pessoas. 

- Parecia tudo muito real. 

- Talvez seja. - retrucou. - O que você achou dos outros personagens, além do casal principal? 

- Achei que eles tiveram papeis muito importantes nessa história. Eu amei os pais do namorado do protagonista. 

- Eles são incríveis. - concordou. Eu o observei. 

- Você não me falou quase nada sobre você e a sua família. Mas se não quiser falar sobre, tudo bem. 

- O que você quer saber? 

- Eu não sei. O que você acha que pode me contar?

Ele se ajeitou e deitou de lado para poder olhar pra mim, eu fiz o mesmo ficando de frente pra ele. 

- Minha mãe é uma mulher incrivelmente gentil, eu a admiro. Ela teve depressão quando perdeu um filho, antes de mim. E depois ficou com medo de tentar de novo, mas tentou. Então eu nasci. Eu era bem diferente do que eles imaginavam. Eu nasci com boa parte do meu cabelo branco, era pra ser uma mecha, mas as partes pretas é que pareciam uma mecha.

- Mas geralmente quando isso acontece não é alguma doença? 

- As vezes. Mas eu era um bebê saudável. Meu pai chegou a pensar que talvez minha mãe o tivesse traído por conta também da cor dos meus olhos. Mas os médicos o asseguraram que não era esse o caso e que ele podia ficar tranquilo. 

- Sua mãe que te contou tudo isso? 

- Sim. E depois que eu cresci eu pedi pra minha mãe pintar as mechas pretas de branco. Eu não gostava daquelas mechas. Apesar que eu também não gostava muito do meu cabelo branco. Mas minha mãe amava. Ela também passou um bom tempo sendo super protetora comigo, achando que eu não podia pegar sol. E ela também tinha medo que as outras crianças fizessem bulliyng comigo.

- Eu acho que esse cabelo branco combina com você. Na verdade eu pensava que você tinha pintado todo o seu cabelo de branco.

- A maioria pensa isso. - explicou. - Eu odiava quando alguém me chamava de "loirinho". Não era um insulto, mas eu não gostava. A minha mãe dizia todos os dias pra mim que o meu cabelo branco me fazia ser ainda mais especial. Que essa era a minha marca. O meu "charme". - ele revirou os olhos sorrindo. - Quando meu pai se separou dela pensei que fosse por minha causa. Mas quase nada tinha mudado. Fazíamos coisas juntos ainda. Meu pai me visitava sempre que podia. Mamãe ficou um pouco menos protetora, mas me tratava como se eu fosse algo muito precioso pra ela. 

- Ela parece ser uma ótima mãe. 

- Ela é.

- Você disse que não gostava do seu cabelo branco, por quê? 

- Eu queria que fosse escuro como o do meu pai, e ia ser, mas aí apareceu esse branco. 

- Esse é o seu charme, Sammy. Aceite-o. - ele deu um sorriso fraco. 

- Muita gente queria ter olhos azuis. Mas eu não gosto muito deles.

- Sério? Por quê? 

- Sempre achei mais bonito os olhos castanhos, como os seus. 

- Seus olhos são lindos dessa cor. Não são exatamente azuis. Eles têm um tom cinzentos. É incrível. E os meus são tão... comuns. 

- Ainda acho os seus mais bonitos. De certa forma, pra mim, eles são diferentes. Eu poderia ficar olhando para eles o dia todo sem me cansar.









Continua... 


Notas Finais


Esse capítulo ficou bem grande, espero que gostem.
Até o próximo 💜


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