Oikawa saiu da sétima loja, suspirando insatisfeito.
Nada, exatamente nada, parecia suficientemente bom para Iwaizumi. Fora tão mais fácil no natal passado, ele se lembrou, talvez porque ainda não havia se dado conta sobre os próprios sentimentos, sentimentos que sempre estiveram ali sem que ele percebesse. Foi como se piscasse os olhos e de repente o melhor amigo se transformasse em um homem, um lindo homem, leal, divertido, com um brilho próprio que atraía as pessoas, alguém que Oikawa nunca seria, de qualquer forma não invejava isso, já era bom o suficiente que alguém como ele havia escolhido alguém como Oikawa para ser amigo, mesmo que nunca passasse disso.
Ele acompanhou e estava presente em grande parte da vida do amigo: A primeira decepção, a primeira vitória, a primeira derrota, a primeira conquista. Em todos esses momentos Oikawa estava lá e com ele foi o mesmo. Iwaizumi era parte dele, era como se fosse uma extensão do próprio braço. Não se lembrava de um natal em que eles não estivessem juntos e agora esse poderia ser o último, um deles poderia entrar em um avião sem imaginar que tudo que faziam deles quem eram seria esquecido no passado.
Não!
Ele rapidamente afastou os pensamentos, não importa onde qualquer um deles fossem, sempre seriam Iwaizumi e Oikawa.
Quando havia desistido, só então, deu de cara com o que seria a loja perfeita.
É isso ou nada.
Suspirou, encarando o letreiro chamativo:
Sweet Peppers sex shop.
[...]
Iwaizumi encarou o celular pela milésima vez e suspirou começando a irritar-se, Mattsun e Hanamaki ao seu lado pareciam se divertir, mas era inevitável, mesmo que odiasse admitir, sem Oikawa não havia diversão para ele.
Foi quando as portas duplas do karaokê se abriram, o ar gélido batendo em seu rosto, mas seu coração se aqueceu quando colocou os olhos no melhor amigo. Claro, que ele viria, mesmo que se atrasasse, com todos os outros anos.
"O Iwaizumi pode finalmente parar de choramingar nos cantos." Mattsun provocou, recebendo do outro um olhar que previa a sua morte prematura.
Oikawa sentou-se entre Hanamaki e o melhor amigo, batendo os dentes com o frio que trouxera da rua.
Ele nunca aprende. Iwaizumi pensou, observando as mãos sem luvas e o pescoço descoberto do companheiro, quase sentindo pena.
"E os seus pais?" O mais baixo perguntou.
"Viajaram."
A pele pálida de Oikawa estava corada e o cabelo levemente úmido mais baixo que o normal, ele era realmente lindo, o outro notara. Não podia culpar as garotas que perdiam horas do tempo tentando impressioná-lo, nem mesmo podia se culpar por não ter conseguido evitar apaixonar-se pelo melhor amigo.
"Iwa-chan, o que você me comprou esse ano?" O levantador perguntou de repente, parecendo animado com a ideia.
Iwaizumi tocou com cuidado o próprio cachecol ao redor do pescoço, observando Mattsun desafinar com a quarta música, sequer o olhou para responder.
"Será que você merece algum?" Ele disse sem rodeios, vendo com o canto do olho o amigo fingir chateação.
"Você é uma vadia má, Iwa-chan." O outro rebateu. "Bom, que seja, porque eu também não te comprei nada."
Ele mostrou a língua como uma criança birrenta, o que fez Iwaizumi segurar o riso. A melhor coisa sobre a relação deles era o fato de que Oikawa mostrava a ele um lado que nunca mostraria a mais ninguém.
Mas estava realmente surpreso com o fato de que não havia lhe comprado um presente, seria o primeiro ano, de qualquer forma ele também nunca achou que chegaria o dia em que teriam um último natal juntos.
"Mattsun, passe a vez, eu não aguento nem por mais um segundo ouvir a sua voz." Mais uma vez irritando-se com qualquer um que não fosse o melhor amigo, mesmo que a razão fosse ele.
Com isso o ruivo se apressou para tomar o lugar do outro, no mesmo instante em que as portas duplas se abriram outra vez, aquecendo o coração de Iwaizumi novamente, dessa vez por colocar os olhos no seu antigo calouro, Tobio, ao seu lado o namorado, Atsumu Miya, um talentoso levantador que irritava Oikawa quase tanto quanto o talento nato de Kageyama. O ace do aoba johsai imediatamente se apressou para saudar os novos convidados quando ouviu o amigo soltar um exasperado suspiro acompanhado de um exagerado revirar de olhos.
"Iwaizumi-san." O rapaz disse timidamente, parecendo desconfortável com a presença de todos os outros, o que fez Mattsun e Hanamaki se apressarem para uma calorosa recepção a ambos.
"Fico feliz que aceitaram meu convite." Hajime comentou. "Eu vi o final do campeonato, vocês foram incríveis, os dois times."
De repente os olhos de Tobio se iluminaram como os de uma criança que acabara de ganhar de natal o brinquedo que desejara o ano todo. Era a sensação de ser elogiado pelo seu incrível senpai.
"Só estamos de passagem." O levantador mais novo disse ao mesmo tempo que o namorado soltou um: "Obrigado."
"Então os boatos eram verdadeiros." Oikawa se intrometeu, largando o copo de bebida sob a mesa para encarar Kageyama pela primeira vez na noite.
Iwaizumi suspirou, apertando os olhos, desejando que o amigo calasse a maldita boca.
Tobio não se intimidou ou desviou os olhos como costumava fazer, ele estava crescendo o suficiente para lutar suas próprias batalhas e isso orgulhava o veterano.
"Você realmente ganhou as nacionais negociando com o Inarizaki." Tooru provocou, citando o boato de que a vitória do Karasuno contra o time de Atsumu no final das nacionais tenha sido uma trapaça.
Hajime viu Tobio apertar as mãos em punhos e prender a respiração e então soltá-la novamente, mantendo o controle.
"Bom, Oikawa-san," Sua voz manteve-se pacífica. "As nacionais é algo realmente importante para um time colegial, qualquer coisa se torna negociável, mas eu não espero que você entenda já que nunca esteve em uma."
Ouch.
Iwaizumi sentiu mesmo que não fosse direcionado a ele, ainda era doloroso falar sobre o assunto, entretanto, foi preciso para colocar Oikawa no seu lugar. Ele apenas ignorou o comentário e virou-se para o outro lado, recebendo um risinho sufocado de Atsumu e em seguida do próprio amigo.
"Então, Iwaizumi-san, você disse que gostaria de me ver." Tobio lembrou-o.
"Ah, bem..." O veterano revirou o casaco, procurando por algo, então tirou uma pequena caixa de presente do bolso. "Não é nada grandioso, é pelo natal e pela vitória nas nacionais, estou orgulhoso de você."
O peito do calouro se encheu e ele segurou o pequeno objeto como se fosse a própria vida, mesmo quando Oikawa voltou a fuzilá-lo com os olhos, nada poderia tirar esse momento dele.
"Obrigado." Foi tudo que Kageyama disse acompanhado de um leve aceno de cabeça, mas Iwaizumi sabia que significava o mundo para ele.
O mais velho os observou ir embora, tudo parecendo no seu devido lugar, a sensação de desejo cumprido completando-o, até virar-se para Oikawa e notar que ainda estava emburrado.
"É véspera de natal, Lixokawa, dê um desconto a ele." Hajime tentou soar o mais amável possível, mesmo sabendo que isso só alimentaria a birra do outro.
"Você deu um presente a ele quando sequer lembrou de mim!" Tooru acusou.
"Bom, eu estou aqui com você quando minha mãe implorou para que eu passasse pelo menos uma véspera da minha vida com ela, então se ainda acha que não me lembrei de você é uma escolha sua." Ele despejou, estava exausto de ter que pegar Oikawa no colo e mimá-lo toda vez que este tinha uma birra.
O resto da noite foi um borrão, Oikawa continuou sentado onde estava, observando Mattsun, Hanamaki e Iwaizumi se divertirem no karaokê e se encherem com álcool ao ponto de até o vento ser motivo para uma nova gargalhada, isso estava o irritando.
"Certo, certo, acho que você já bebeu o suficiente." Ele levantou-se, segurando o braço do melhor amigo para levá-lo embora. "Estou indo e você vem comigo já que nenhum desses idiotas tem condições de te levar em casa."
Iwaizumi pendurou-se no seu ombro, levantando os olhos para encará-lo quando soprou contra o seu rosto: "Você está preocupado que eu seja atacado no meio do caminho como uma garotinha indefesa?"
"Exatamente como uma garotinha indefesa." Ele zombou. "Vamos, despeça-se dos seus companheiros de copo."
Oikawa segurou o seu braço durante todo o caminho de volta com medo e que ele fosse cair, moravam um do lado do outro, a vizinhança é a melhor coisa para compartilhar com um melhor amigo ou alguém por quem você está apaixonado.
"Vá para casa." Oikawa disse, continuando onde estava.
"Você não vem?" Iwaizumi perguntou, parecendo não tão bêbado mais.
Um sempre dormia na casa do outro quando os pais viajavam, especialmente em datas como essas.
"Não, hoje não."
Isso pareceu botar o companheiro em alerta, ele sabia que havia algo de errado. Ignorou a ordem para ir embora e caminhou em direção a Oikawa, a neve começando a cair decorou seu cabelo castanho. Iwaizumi tirou as próprias luvas e com cuidado colocou-as nas mãos gélidas do amigo, em seguida desenrolou o cachecol em volta do pescoço, deixando Tooru sem reação quando ele passou a peça quente ao redor do dele.
"Feliz natal, Oikawa." Com as mãos ainda no cachecol Iwaizumi puxou Oikawa para baixo ao mesmo tempo em que colocou-se na ponta dos pés pressionando os lábios nos lábios do melhor amigo.
Inicialmente Oikawa continuou paralisado sem saber como reagir, mas Iwaizumi o beijou mais e mais até ele relaxar e entregar-se ao gesto, posicionando as mãos nas costas do mais velho para puxá-lo para perto, aquecê-lo do frio como ele havia acabado de aquecê-lo com seu presente.
"Se você não vem..." Iwaizumi sussurrou afastando-se apenas o suficiente para falar, os lábios tremendo por conta do frio. "Me deixe dormir com você."
Oikawa segurou-o com cuidado, mantendo-o por perto quando beijou-o no topo da cabeça, todo o seu corpo estava reagindo, seu coração parecia que ia rasgar a pele e entrar em fuga, não queria deixá-lo ir nunca mais, tinha medo que quando a manhã chegasse tudo aquilo não tivesse passado de um sonho ou que ambos fingissem que nunca tinha acontecido, mas não era certo.
"Não posso." Essas foram as palavras mais dolorosas que já saíram da sua boca. "Ter você dormindo comigo agora não é como antes, agora que eu sei como é tocar você, beijar você... Eu não posso apenas dormir com você e do jeito que está agora... Não seria certo."
Iwaizumi riu, apertando-se contra o corpo do outro conforme a neve caía com mais intensidade.
"Eu bebi apenas dois copos, ok?" Confessou, "Precisava de uma desculpa caso você me dispensasse."
Ambos riram mais do que esperavam, uma risada de alívio, felicidade, nervosismo, tudo de uma única vez.
Oikawa segurou seu rosto e manteve seus olhos fixos nele quando o beijou outra vez, agora usando a língua em um beijo muito mais sério e quente que o anterior, ambos experimentando pela primeira vez beijar alguém que amavam inteiramente e verdadeiramente.
Eles subiram as escadas parando a cada segundo na tentativa de não quebrar o beijo, deixando as roupas tiradas por onde quer que passassem.
"Isso significa que vamos...? Bom, você sabe." Oikawa suspirou quando chegaram a porta do seu quarto.
"Na verdade eu nunca fiz nada parecido." Iwaizumi confessou, parecendo de certa forma envergonhado com o fato. "Nem mesmo com uma garota."
Oikawa riu como se fosse a maior piada do ano.
"Eu sabia que o Iwa-chan não era nada popular com garotas."
Foi o suficiente para levar um leve soco no estômago, Oikawa fingiu dor e o segurou pelo pulso, puxando-o contra seu corpo, ele reagiu como se tivesse acabado de tomar um choque, mas não afastou-se, deixou o amante segurar seu rosto, memorizando cada parte dele com os dedos como se não fosse real, esmagando sua boca com o polegar quando curvou-se para sussurrar:
"Serei gentil, não irei machucá-lo."
Borboletas imaginárias dançaram no estômago de Iwaizumi, sentindo a ereção crescer dentro das calças, sim, ele queria aquilo, mesmo que não fosse assumir.
"O que te faz pensar que eu sou aquele quem vai assumir esse papel?" Fingiu irritação mesmo quando continuou suspirando a cada beijo quente e molhado contra a sua pele.
"Iwa-chan é pequeno, virgem, tsundere... Não é assim que acontece em mangás yaoi?"
"Você está assumindo que passa o tempo com esse tipo de perversão?" Hajime gemeu sentindo as grandes mãos deslizar pelo seu torso para abrir o botão e zíper da sua calça.
O outro concordou com a cabeça, pressionando a testa na dele, sentindo sua respiração pesada. Mesmo fingindo confiança, suas mãos vacilaram por um segundo nos botões, estava mesmo a ponto de transar com a única pessoa que já amara na vida. Iwaizumi se impulsionou para cima, beijando-o enquanto guiava suas mãos, tentando deixá-lo menos nervoso mesmo que ele próprio estivesse a beira de um surto.
Gentilmente, para a surpresa do outro, Oikawa o guiou até a cama, beijando a curva do seu pescoço.
"Você só está me deixando mais nervoso." Iwaizumi reclamou, tentando não olhar para Tooru, era constrangedor demais a posição que ele estava assumindo. "Faça de uma vez, eu não sou uma garota."
O levantador estava nervoso, já havia transado algumas vezes, mas nunca fora o primeiro de alguém e agora seria do único que ele tinha medo de machucar. Puxado dos próprios pensamentos ele suspirou surpreso quando o melhor amigo segurou sua nuca e o beijou de forma atrevida, empurrando sua língua dentro da boca dele, Oikawa gemeu, apenas beijá-lo podia levá-lo facilmente ao limite, mais um motivo para fazer isso depressa.
"Você é um pervertido, Iwa-chan."
[...]
Iwaizumi gemeu, sentindo a respiração quente de Oikawa contra a sua nuca, a ereção do levantador roçando contra a sua abertura mesmo através do tecido da boxer sentiu o molhado do pré-gozo. Duas camadas de tecido impediam Oikawa de foder o melhor amigo, mas ainda assim ele sentia que estava prestes a gozar, se tratando de Iwaizumi, apenas beijar mexia com toda a merda dentro dele. No fim das contas lá estava Iwaizumi Hajime sentado em seu colo, gemendo como uma garotinha virgem apenas com o roçar de um pau na sua abertura. Tooru puxou as próprias boxers, expondo o membro duro, pré-gozo escorrendo da ponta, guiou o mais velho de quatro e terminou de tirar toda a sua roupa, naquela posição, completamente nu, esperando ser fodido pela primeira vez, tão vulnerável, não se parecia em nada com seu companheiro de quadra, não que ele não tenha gostado desse novo lado.
"Oikawa..." Ele ofegou quando a língua do outro deslizou pela sua fenda a primeira vez. "Não... Não faça is... Ah!"
Apertando o travesseiro entre os dentes, Hajime reprimiu os gemidos cada vez que Oikawa o fodia com a língua, língua que logo foi substituída por dedos ágeis. Iwaizumi começou a impulsionar o próprio corpo contra os dedos do outro, alargando o buraco, gemidos ecoando pelo quarto, ele agarrou o próprio pau, masturbando-se quando Oikawa aumentou o ritmo das estocadas com os dois dedos em movimentos circulares; os dedos saíram e um grunhido de insatisfação escapou contra a sua vontade da garganta, mas não por muito tempo, um segundo depois algo mais rígido e grosso que dedos começou a penetrá-lo, forçando sua abertura apertada, realmente sentiu lágrimas brotarem a cada polegada do pau de Oikawa que o seu cu engolia, a mão se apertou ao redor do próprio membro, gozo encharcando os dedos; Tooru empurrou-se para baixo em um único movimento, abraçando-o por trás, gemendo dentro do seu ouvido cada vez que se movia dentro e fora.
''Iwa-chan... O seu apertado cuzinho é a melhor...." Ele suspirou, batendo fundo até alcançar a próstata do outro. "A melhor ceia de natal que eu já provei."
Iwaizumi queria acertá-lo com um soco no meio do nariz por dizer coisas que o faziam gozar e ao mesmo tempo querer enfiar-se em um buraco.
Líquido quente continuou escorrendo do seu pau enquanto Oikawa o fodia mais e mais forte, não parecia que ele estava perto do limite, alargando suas paredes, aumentando o ritmo cada vez que Iwaizumi gemia mais alto.
Era o que supostamente devia ser o último natal deles juntos, não que Oikawa fosse deixar isso acontecer depois de dividirem esse tipo de novas experiências, nunca mais ia tirar os olhos do homem que amava, nem por mais um segundo.
"Feliz natal, Hajime."
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