Candy olhava a morena surpresa. Ela ainda estava agachada com as mãos apoiadas no vaso e se sentindo tonta por ter acabado de vomitar, um dos motivos que a levou a achar que não ouvira direito o que a outra dissera. Ela vomitou mais uma vez antes de olhar para Luna com algumas lágrimas nos olhos pela dor em sua garganta.
-Acho que não ouvi direito, Luna. –se levantou com dificuldade e foi até a pia para lavar a boca.
-Foi isso mesmo que entendeu. –se encostou na porta com as mãos nos bolsos. –Por favor não me leve a mal, mas devo isso a ele. Juro que explico os motivos depois, só confie em mim.
-Você está louca? Do que está falando? –perguntou ainda mais confusa.
-Só faça o que digo. –a ajudou a ir para fora do banheiro. –Por favor...
Candy não entendia o que estava acontecendo. Por um minuto achou que a morena estava novamente perdendo a sanidade, mas alguma coisa dentro dela a dizia para confiar em Luna e que ela não se arrependeria.
-Certo. –respondeu baixo e fechou os olhos cansada.
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-O que? –Teddy quase caiu no chão devido a surpresa da noticia. –Por quê?
-Ela não me respondeu... –abaixou a cabeça. –Mas o motivo deve ser urgente, se não nunca pediria uma coisa dessas.
Josh estava quieto. Tentava pensar qual era a coisa certa a se fazer, o pedido da irmã ou o plano inicial. Era arriscado, qualquer uma das duas opições.
-Certo! –respondeu por fim –Vou fazer isso.
-Tem certeza, Josh? –Seby parecia ser o mais calmo entre os quatro.
-Tenho. Preciso acreditar na minha irmã, se ela tem um motivo, pode ser nossa única chance. –respondeu o mais serio possível. –Vocês ajudam ela, eu cuido do resto.
-Mas agora? Sozinho? –o punk quase caiu de novo.
-Se eu for com alguém ele pode desconfiar.
-Ele tem razão. –o loiro concordou. –E se Luna pediu justo para ele quer dizer que... –não encontrou as palavras certas para terminar a frase.
-Confia em mim? –terminou o garoto.
-É... pode-se dizer que sim... –respondeu –Mas, Josh, não acho que seja uma boa opção ir agora.
-Então quando?
-Deixe que ele venha até você. –Candy já podia ver a cabana ao longe e pelo que parecia eles não haviam chego ainda. –É um plano melhor.
-Okay... –concordou correndo mais rápido ainda em direção a cabana.
Josh e Seby, por ainda estarem armados, entraram na frente encontrando tudo bagunçado, mas sem nenhum sinal de Luna ou dos creepys que ainda sobravam. Estranhando os dois abaixaram as armas e aguardaram os outros dois que ainda estavam do lado de fora escondidos. Eles começaram a chamar por Luna dentro e fora da cabana.
Candy e Josh já estavam começando a se preocupar quando ouviram um som de batidas desesperadas vindas de dentro do carrinho. Rapidamente Seby abre a tampa e Luna se senta respirando profundamente varias vezes, fazendo seus pulmões trabalharem com ar novo novamente.
-Como foi parar ai dentro? –Teddy estava desconfiado, mas ao mesmo tempo surpreso tentando entender como ela coube dentro dele.
-O Rake me jogou aqui dentro enquanto me distrai para pegar mais munição. –explicou já respirando normalmente.
-E o Slenderman e o Jeff? –a morena olhou o mais novo sem entender. –Eles estavam vindo para cá! –respondeu vendo que ela realmente não estava entendendo.
-Eles não apareceram por aqui. –respondeu descendo do carrinho.
-Então vamos logo antes que eles queiram aparecer. –a loira segurou a mão de Luna e foi em direção a porta, mas viu um homem alto vindo em direção a cabana. –S –Slenderman....
-Tarde de mais... –Teddy disse preocupado.
-Pelos fundos! –gritou Seby e tentou correr, mas um garoto de moletom branco barrou sua saída.
-Não sabem que crianças deviam estar dormindo a essa hora? –disse ele com um sorriso psicopata e apontou uma faca de caça para eles.
-Jeff. –Josh trincou os dentes.
Teddy pensou rápido e pegou uma espingarda dentro do carrinho e apontou para Jeff.
-Não se mecha!
-Acha mesmo que me assusta com esse brinquedinho de criança? Já tive varias dessas apontas para mim desde que virei um creepy. –seu sorriso se alargou. –E meu assunto não é com você, bebê chorão.
-Não me interessa com quem seja! Nós vamos te matar juntos! –Candy se pôs a frente de Luna.
-Será mesmo? –perguntou Jeff com seu sorriso de lado.
Rapidamente Slenderman, com seus tentáculos, sequestra Josh e foge o mais rápido que pode pelas arvores. Luna desesperada tenta correr atrás deles, mas Jeff aparece em sua frente e a ataca com a faca a fazendo recuar. Ela desvia por pouco, mas seu agasalho acaba sendo rasgado.
-Se fosse você tinha me despedido dele, Slendy não costuma deixar testemunhas para contar historias. Só o que vão ter dele agora será seus gritos por piedade. –gargalhou o creepy.
-Eu não teria tanta certeza! –Teddy atirou contra Jeff que desviou. Aproveitando o tempo de distração do creepy, jogou uma espada para Luna. –Josh é forte, confiamos nele!
-Eu não contaria tanto com isso. –Jeff correu na direção de Luna novamente, mas recuou com outro tiro.
-Não vou deixar que você a machuque! –Candy atirava contra ele desesperadamente.
Jeff desviava dos tiros facilmente e com um sorriso vitorioso. Sebastian e Teddy também começaram a atirar no creepy enquanto Luna foi para cima dele com a espada. O creepy começa a ter dificuldade para desviar dos tiros e dos ataques de Luna ao mesmo tempo, o que custou alguns arranhões e alguns tiros de raspão.
Cansado de panas ficar na defensiva, e aproveitando a troca de pente de um dos atiradores, ele parte para o ataque direto sobre a morena não se importando em ser atingido pelos outros dois. Luna broquei com a espada, mas ele muda a faca de mão em um piscar de olhos e a encrava o braço da garota. Ela se afasta com a mão sobre o ferimento e, preocupados, os outros três pararam de atirar para não acerta-la de guarda baixa.
-Luna, você ta bem? –Sebastian foi o primeiro a perguntar já vendo que o sangue negro começava a cobrir o corte.
-Vou ficar. –respondeu ficando em posição de ataque novamente.
Candy guardou a arma e colocou os dois socos-ingleses nas mãos se colocando ao lado da gótica. Luna a olhou confusa e a loira lhe deu um sorriso confiante e um olhar determinado, fazendo a outra concordar e ter os mesmos sorriso e olhar. Dois no ataque e dois em suporte, faria mais efeito do que apenas um ataque.
-Quer morrer junto com ela pelo jeito. –Jeff sorriu sacana.
-Talvez eu queira. –respondeu a loira surpreendendo o creepy que baixou a guarda por míseros segundos.
As garotas não perderam essa oportunidade e partiram para cima de Jeff. Candy acertou um soco em sua mão e fez com que ele derrubasse a faca enquanto Luna já mirou a espada contra o pescoço do creepy, mas ele conseguiu desviar e se afastou das garotas. A loira chuta a faca caída para perto dos garotos, assim ele não poderia recupera-la sem passar por elas, ela parte para cima dele novamente com uma serie de socos o deixando desnorteado e sem escapatória a não ser desviar. Luna aproveita que ele estava concentrado em Candy e pula de trás da loira e acerta Jeff o deixando com um grande arranhão no abdômen.
-Vocês duas são mesmo muito irritantes lutando juntas. Estão me dando mais trabalho do que eu pensei. –Jeff trincou os dentes, mas então mostrou um sorriso raivoso. –Vamos jogar sério então.
O creepy tirou mais duas facas do bolso do moletom e partiu par cima da gótica. Candy, sabendo que ele não podia a matar, entra na frente de Luna a protegendo. Jeff, como se tivesse previsto isso, deu um giro com o corpo e chutou a loira para longe com dor nas costelas. Teddy e Seby voltaram a atirar contra o creepy, mas Jeff ogou as duas facas contra eles forçando-os a se defender lhe dando uma brecha para atacar Luna sem a interferência de nenhum deles.
Ela não deixou que ele a atacasse tão facilmente assim e também aproveitou para ataca-lo já que estava concentrado apenas no ataque e não em sua defesa. A faca perfurou o estomago da gótica enquanto a espada atravessou o coração do creepy. Os olhos psicopatas encontraram os raivosos da garota e o sorriso do assassino se alargou ao ponto de tocar suas orelhas.
-Se tornou uma de nós então.
-Nunca serei uma de vocês. –respondeu afundando a espada ainda mais.
-Alguém que mata por puro prazer sempre será um de nós. –gargalhou.
Luna fechou os olhos com força e arrancou a espada do corpo de Jeff que caiu ainda gargalhando até morrer sobre a poça de sangue negro, como o verdadeiro psicopata que ele era. A garota respirava rápido, olhou para a espada ensanguentada e viu o reflexo de seus olhos, agora vermelhos como sangue. Ela piscou varias vezes até que eles voltassem ao normal e só então se lembrou da faca encravada em seu estomago. Ela a arrancou ignorando a dor e caiu deitada de costas ao lado do creepy.
-Acabou... –fechou seus olhos ouvindo os amigos a chamarem desesperadamente.
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Josh foi jogado com tudo no chão rolando um pouco mais depois do ponto de impacto no terreno barroso. Slenderman permanecia afastado do garoto, seus tentáculos se moviam freneticamente enquanto seu dono continuava parado. O garoto tentou se levantar, mas estava dolorido de mais para isso. Os tentáculos de Slenderman o apertaram muito forte e ser jogado no chão daquele jeito só pareceu piorar sua dor. Desistiu de permanecer em pé e apenas se ajoelhou olhando fixamente para seu sequestrador.
Ele tentava imaginar o que se passava na mente do creepy. Por que o tinha levado para longe se poderia tê-lo matado na mesma hora que o sequestrou? Talvez Luna estivesse certa em fazer aquele pedido a ele antes.
Josh se pôs em pé por alguns segundos antes de cair novamente. Suas costelas doíam insuportavelmente, fazendo-o abraçar o próprio corpo numa tentava de alivia-la desesperadamente enquanto se contorcia. Ouviu passos e viu que Slenderman andava em sua direção, seus tentáculos não se movimentavam com tanta frequência.
-N-Não se aproxime... de mim! –tentou gritar, mas pareceu só piorar a dor, por outro lado a criatura pareceu entender a seu pedido o fazendo suspirar aliviado e voltar a posição para parar com a dor.
Sentiu lentamente, e com mais cuidado, os tentáculos de Slenderman circularem sua cintura novamente o erguendo para que ficasse de pé. Vendo que o creepy estava lhe dando o apoio para permanecer, ele retirou a foice corrente da cintura, os tentáculos da criatura voltaram a se agitar e o que circulava sua cintura apertou-lhe um pouco, mas não muito forte. O garoto reclamou, mas se recompôs e enrolou a arma e a estendeu para o creepy.
-Foi por isso que foi tão bruto comigo, não é? Por causa dela.
Outro tentáculo tocou a arma e a arrancou da mão do garoto a jogando para longe. Em um movimento súbito, que deixou Josh assustado, o creepy tirou o garoto do chão e o aproximou de seu rosto sem face. Josh não parecia demostrar medo diante dele, estava apenas com o mesmo olhar dolorido de antes e algumas lagrima começavam a se formar nos cantos de seus olhos. O creepy pareceu desconfiado o que deixou o garoto confuso.
-O-O que?
Mais um dos tentáculos segurou suas mãos enquanto outro retirava de seu bolso traseiro de sua calça uma pistola e um pente reserva. Josh então se lembrou que Candy o tinha colocado ali alguns segundos antes dele o sequestrar.
-Desculpa... Juro que não me lembrava dessa. –pediu sincero.
Mesmo sem ter um rosto, Josh podia jurar que viu um olhar desconfiado se formar em Slenderman, como se estivesse o analisando. Se passaram longos segundos até que o creepy relaxasse e soltasse as mãos do garoto. Seu longo braço, até então jogado ao lado do corpo alto, com sua mão gigante se aproximou do garoto e bagunçou seus cabelos. O garoto confuso levou suas próprias mãos ao local e o olhou confuso.
O creepy tocou seu peito com um dos dedos e continuou a olha-lo. Josh, parecendo entender o que ele queria, retirou o colar de dentro da camisa e o creepy segurou o pingente com seus dedos compridos. Colocou o garoto no chão novamente e se sentou a sua frente.
-Você já conhecia ela entes, não é? –perguntou temeroso da resposta. O creepy acenou com a cabeça e apontou o garoto. –Eu também? –afirmou mais uma vez. –Você estava naquela noite? –ele negou abaixando a cabeça. Josh ficou confuso, sabia que não adiantaria perguntar o porque dele estar assim, já que só respondia por gestos e não palavras. –Está triste? –chutou vendo o homem negar. –Culpado? –desta vez teve uma resposta afirmativa. –Por tê-la machucado antes? –negou –Por estarmos aqui? –negou novamente. Josh estava se cansando desta brincadeira de adivinhação, era como falar com uma criança mimada e emburrada, mas ele sabia que o creepy não estava fazendo isso porque queria.
O garoto soltou um suspiro derrotado sentindo novamente a dor nas costelas fazendo-o reclamar. Slenderman pareceu ficar preocupado e o olhou de lado.
-Tá tudo bem, é só uma dorzinha de nada. –sorriu da melhor maneira que conseguiu.
O creepy estendeu sua mão pálida na direção do garoto e se cortou com um dor tentáculos fazendo o sangue negro escorrer dela. Mal ele acabou de se cortar já estava sendo durado novamente fazendo o garoto se lembrar de uma coisa.
-Aconteceu o mesmo com Luna... Espera! Ela tem seu sangue?! –o creepy afirmou. –Como? –ele estendeu a mão para mais perto do garoto. –O que? –a mão pálida já estava a centímetros do rosto do garoto. –Para eu tomar? –finalmente o creepy afirmou.
Josh o olhou confuso enquanto ele insistia. O garoto desconfiado negou fazendo o homem tomar a decisão de o forçar a tomar seu sangue a qualquer custo. O mais novo lutou contra ele no inicio, mas se rendeu sentindo mais dor e então teve sua boca aberta e sentiu o gosto amargo descer por sua garganta. Assim que solto pelo creepy, tossiu e se sentiu tonto por um tempo ate que começou a notar que suas dores estavam desaparecendo.
-Você... me curou? –afirmou o creepy. –Por quê? –esqueceu de vez que ele não respondia por palavras e perguntou o que tanto estava entalado em sua garganta desde o inicio.
Slenderman se levantou lentamente e degurou o garoto ovamente com os tentáculos voltando a andar pela floresta.
-Onde está me levando? –o creepy virou seu rosto em direção ao garoto antes de olhar novamente para onde ia.
Josh decidiu não perguntar mais nada. Abaixou a cabeça e descansou as mãos sobre o tentáculo que envolvia sua cintura. Ele via seus pés balançando no ar enquanto as raízes e pequenas moitas passavam por baixo deles. Se lembrou quando andava de carro com seus pais e ficava olhando para fora da janela vendo as arvores na beira da estrada voarem. Isso lhe deu uma nostalgia e ele não pode deixar de sorrir.
Ouviu um tiro e Slanderman se esquivou subitamente o levando junto. Pode ver, um pouco longe, um loiro recarregar uma espingarda o mais rápido que podia e mirrar em direção a criatura novamente.
-Seby! Espera! –gritou antes que ele atirasse.
-Solte o Josh ou desta vez não irei errar! –gritou o loiro de volta.
-Seby abaixa a arma! Ele não vai nos faze mal! –Josh tentou mais uma vez.
-Desculpa Josh, não posso confiar...
-Abaixa a porra da arma agora! –gritou ainda mais alto.
O loiro, surpreso, obedeceu. Josh soltou um suspiro aliviado e acenou com a cabeça para o creepy que o colocou novamente no chão. O garoto segurou sua mão e o puxou para perto do loiro que parecia ainda mais confuso.
-Ele não vai nos machucar Seby. Podemos confiar nele.
-Não tenho tanta certeza. –olhou desconfiado para o creepy e suspirou. –Mas já que não tenho escolha... –jogou a espingarda nas costas e passou a andar de volta para a cabana.
-Seby... onde estão os outros? –temeroso, Josh finalmente perguntou após alguns segundos.
-Estão nos esperando na cabana. –olhou para ele também vendo o creepy o acompanhar. –Espero não estar enganado em relação a ele.
-Não estou! –respondeu convicto apertando a mão do creepy.
Um silencio extremamente insuportável voltou a cair sobre eles, mas Josh não pareceu se importar com isso mais. Chegando próximo a cabana Josh apertou a mão do creepy com ainda mais força vendo Jeff morto no chão, o creepy vendo a tenção do garoto usou um dos tentáculos para acariciar sua cabeça o deixando calmo. Eles entraram na cabana vendo Teddy sentado em um dos cantos abraçado a Candy que tinhas os olhos vermelhos e o rosto molhado por lagrimas.
-Voltamos. –anunciou o loiro chamando a atenção deles.
Teddy apenas os olhou, mas Candy se levantou as pressas e foi em direção ao garoto e o creepy.
-Josh, sai de perto dele! –disse autoritária e segurou o braço do garoto.
-Nem pensar! –se soltou da loira –Vocês vão mata-lo assim que eu o fizer! –se juntou ainda mais ao homem de terno –Luna disse para eu não o mata-lo, mas não disse nada em relação a vocês! Eu é que não vou deixar que o matem! –só após alguns segundos foi notar o nome que disse. –Onde ela está? –perguntou olhando em volta.
-Não o direi até solta-lo! –respondeu a loira com o olhar serio.
-Não preciso que diga então! –puxou o creepy para fora da cabana e deu a volta na mesma.
-Josh! Volta aqui. –a loira o segui assim como os outros dois.
-Não! –o garoto conseguiu dar a volta na cabana e a primeira coisa que viu foi a gótica encostada na parede da cabana com a cabeça tombada para trás, os olhos fechados e uma enorme mancha de sangue em sua barriga. Josh gelou na hora e sua garganta travou.
Os outros três chegaram logo após ficando atrás deles com um olhar vazio. A loira fez menção em se aproximar deles, mas Teddy tocou seu ombro e a fez permanecer parada.
Josh apertou a mão do creepy com ambas as suas e o homem olhava a garota com uma feição surpresa. Se soltou das mãos do garoto e andou lentamente até Luna se agachando a sua frente sem fazer barulho. Com um dos tentáculos tirou a franja da garota de seus olhos e a colocou atrás da orelha. A garota abriu seus olhos novamente, fazendo Josh soltar um suspiro aliviado, e sorriu para a criatura.
-Bom te ver de novo Slendy. Dessa vez sem me atacar. –riu e a criatura se pós em pé novamente. Luna olhou para o lado e viu todos com olhares vazios, menos Josh que parecia aliviado. –Vocês ainda não foram em bora?
-Josh queria te ver... –explicou a loira olhando para outro lado. Ainda era doloroso para ela ter que abandonar a outra naquele lugar.
-Luna! –gritou Josh antes que ela falasse algo e se jogou sobre ela. –Não me assuste assim! Achei que você tinha morrido.
-Desculpa... –foi só o que disse enquanto a cariciava os cabelos do garoto.
-Você tinha razão! – se afastou um pouco para olhar para ela. –O Slenderman não é do mal! Ele está do nosso lado! –olhou a criatura que acenou com a cabeça.
-Eu já sabia... –também o olhou e sorriu de lado.
-Agora podemos ir embora daqui! Podemos ir para casa!
-Sim, vocês podem... –suspirou e se levantou olhando seriamente para o garoto.
-Hãn? “Vocês” ? O que quer dizer com isso? –segurou seus braços desesperado.
-Eu tenho que ficar. –respondeu simplória e olhou os outros –Você vai com eles, Candy te explica tudo no caminho.
-Não! Não vou sem você! Eu implorei durante nove anos para que minha família de verdade não tivesse realmente desistido de mim e que um dia os encontraria de novo, mas agora que te conheci você quer simplesmente me abandonar de novo?! Não vou aceitar isso!
-Josh, por favor entenda...
-Não! Não quero entender! Eu quero você comigo! Quero minha irmã comigo!
-Eu não sou mais a irmã que você queria que eu fosse! –o grito fez com que ele paralisasse na mesma hora. –Josh, não sou mais a pessoa que você acha que sou. –suspirou antes de continuar, agora mais calma –Naquela noite que fugi com você e te deixei no orfanato, já sabia que era meu fim. Jeff tinha perfurado meu pulmão e correndo com estava não duraria muito tempo. Foi ai que Slendy me salvou e me curou com seu sangue, mas o grau do meu ferimento era muito grave que ele precisou me dar mais do que o necessário e foi então que me transformei em um protótipo. Eu vivi ate agora guardando rancor de Jeff por tudo o que ele tinha feito, mas consegui matar ele acabei me tornando um deles.
-Eu não me importo! Você sendo ou não um deles ainda é minha irmã! Não o sangue de um creepy correndo em seu interior que vai mudar o que você é! Você só queria me proteger e se vingar por nossos pais, isso não te faz um deles, só mostra o quanto seu coração é forte para fazer qualquer coisa por quem ama! –algumas lágrimas estavam se formando nos olhos do garoto. –Você não é como eles. Eles não pensam naqueles que amam, só em si mesmos, é isso que te faz diferente deles.
Luna não soube o que dizer. Estava paralisada com a confissão do irmão. Realmente ela estava pensando nele este tempo todo, queria que ele estivesse bem e que nada o ferisse com fez com seus pais ou sua irmã gêmea. Não queria que nada daquilo acontecesse novamente, ela estava determinada a dar o que fosse para impedir que mais alguém importante fosse tirado dela sem motivo algum. Olhou o creepy que acenou com a cabeça afirmando que tudo o que Josh disse era verdade. Luna o abraçou o mais forte que pode, não podendo mais se segurar.
-Não vou mais te deixar sozinho. Nunca mais.
Josh retribuiu o abraço e deixou que suas lagrimas rolassem aliviadas de ter sua família de volta. Comovidos com a cena, os outros três que ate agora só olhavam, e Candy chorava, também foram abraça-los, sabendo que agora a gótica iria embora com eles daquele lugar medonho e caótico.
Assim que se separaram Luna olhou para o homem de terno e se aproximou do mesmo com um sorriso. Ele se agachou para ficar do mesmo tamanho que ela e pôs a mão no topo de sua cabeça, a garota riu.
-Obrigada por cuidar de mim todos esses anos Slendy. Não pense que me esquecerei de você tão fácil, viu? –ele acenou com a cabeça. Um de seus tentáculos lhe entregou uma pequena flor branca e a fez rir. –Nunca perde essa mania, não é? –ela segura a flor e o abraça. –Vou sentir sua falta.
~~~~~~Nove anos antes~~~~~~
A garota já estava perdendo suas forças, deitada na sarjeta tossindo sangue que ia embora com a água da chuva que escorria para o bueiro mais próximo. Seu olhos ainda continham lagrimas e lembranças nítidas dos acontecimentos de poucas horas, ao menos conseguira salvar o irmão e esperava que ele continuasse a salvo. Ela prometera que o encontraria novamente algum dia, mas disse apenas para o manter calmo, pois nem mesmo sabia se sobreviveria aquele ferimento. Seu corpo ficava frio, não só pela chuva mas também pela falta de sangue, já chegara sua hora, ninguém poderia a ajudar, nem mesmo os mais experientes médicos da cidade poderiam. Fechou seus olhos se entregando a sua fática morte.
Ao invés de encontrar aquilo que chamavam de “luz no fim do túnel” ela sentiu alguma coisa quente em contato com sua pele a tirando do chão gélido. Não tinha forças o suficientes para voltar a abrir os olhos e ver o que acontecia, sua boca fora aberta e por ela passava um liquido igualmente quente, mas que ela não conseguia identificar seu sabor ou sua textura. Aos poucos e muito de vagar sua energia parecia voltar, as dores começaram a ser sentidas, mas logo desapareciam. Finalmente podendo abrir os olhos viu apenas um vulto que parecia um homem pálido de terno a olhando. Seu foco voltara lentamente e ela notara que o homem não tinha rosto.
-P-por favor... n-não me machuque... –pediu com lagrimas nos olhos. Mas então tossiu novamente expelindo mais de seu sangue que achou já ter se esvaído.
O homem novamente a pegou nos braços e abriu sua boca, ela ainda tonta não teve como fazer nada a não ser deixa-lo fazer o que bem pretendia e mais uma vez o liquido desceu por sua garganta desta vez tendo um gosto amargo e ela agora sabia de onde vinha, era o sangue do próprio homem, mas era negro a fazendo se perguntar internamente o que estaria acontecendo. Ela teria realmente morrido? Descartou tal pensamento, agora pouco tossira sangue novamente.
O homem a soltou novamente e ela não tinha mais dores e nem mesmo tossia mais sangue, estava curada, viva principalmente, graças ao homem sem rosto. Ela o olhou por alguns segundos e se afastou alguns passos com medo de sua fisionomia.
-O-obrigada p-por me salvar. –pediu ainda com medo. O homem acenou com a cabeça e se abaixou mostrando uma flor branca para ela. Seus pequenos dedos pegaram a flor ainda com medo. Ela o olhou novamente e desta vez sorriu. –Obrigada senhor.
Ficou olhando a flor por alguns segundos e se lembrou do ocorrido voltando a chorar. O homem de terno enxugou suas lagrimas com um lenço e acariciou sua cabeça como se pedisse para que se acalmasse.
-Minha família... foi morta por um garoto mal. –disse entre os sôfregos. –Ele tentou me matar também... mas eu fugi com meu irmãozinho... –olhou para ele –Por favor, me ajude... –o homem acenou com a cabeça e a pegou no colo deitando sua cabeça em seu ombro.
A garota se sentiu acolhida, como achou que nunca mais se sentiria novamente. O calor que vinha do homem era o mesmo que seus próprios pais transmitiam para a acalmar quando precisava, e naquela hora ela notou que ele a ajudaria a continuar segundo em frente, mesmo que ele fosse diferente e um pouco assustador, ela sentia que podia confiar naquele homem sem rosto.
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