P.O.V MAYA BROOKE
— Você se lembra de alguém que era inimigo de um dos dois? — o policial diz, inclinando a prancheta e segurando sua pequena caneta azul escura.
— Eu já disse! Foi um suicídio, não um assassinato. Não precisa me perguntar esse tipo de coisa. — digo, fechando os olhos levemente e tentando descansar, já que não dormia desde ontem.
— Eu sei que acabou de perder sua mãe, mas não precisa me tratar assim. Estou aqui pra investigar o caso, senhorita Brooke. — ele diz e eu lambo meus lábios, cruzando os braços em seguida.
— É só você facilitar pra mim e eu facilito pra você. — digo e ele assente, guardando a prancheta e bebendo um gole de seu café.
— Tudo bem. Obrigada pelas informações e se lembrar de algo ligue pra nós, estaremos ao seu dispor. — diz, saindo e eu coloco alguns fios de meu cabelo pra trás.
Caminhei até minha casa e entrei, trancando-a em seguida. Andei até meu quarto e tentei dormir, mas não tinha como relaxar pensando em minha mãe e tentando me lembrar de algo mais detalhado do que havia acontecido na noite de ontem.
Flashback on
— Mãe, o que você fez? Ai que droga, mãe, que droga! — disse com os olhos lagrimando, mas logo parei e respirei fundo.
— Ele apenas tinha que pagar pelo que fez com todo mundo, comigo e com você. — ela disse e eu me aproximei mais, colocando a mão em minha boca.
— E você, mãe? Você também me machucou, também machucou os outros e não teve um final assim, não foi? — eu disse, chorando e ela sorriu me abraçando.
— Ai que você se engana, minha filha. Eu também irei pagar junto com ele no inferno. — ela disse pegando uma faca e se jogando na banheira cortando sua garganta e eu me desespero.
— NÃO, MÃE! NÃO! NÃO ME DEIXA, POR FAVOR! — gritei e ela segurou minha mão, dando os últimos suspiros.
—Aquele garoto minha filha... — ela disse, tentando lembrar o nome dele e eu agarro sua mão.
— Harry. — falei, chorando desesperada e ela assente.
— Isso, o Harry. Ele te ama e você o ama. Não o deixe ir... Não o deixe... — ela ficou repetindo, mas de repente parou de falar.
Eu balancei a cabeça em forma de não, coloquei a mão em seu coração e não havia mais batimentos.
Flashback off
Fiquei repetindo o momento na minha mente. Cada vez apareciam pensamentos e mais pensamentos em minha mente, enquanto tentava encaixa-los. A minha mãe poderia ter se suicidado pelo Luke, ou ela realmente se arrependeu de tudo o que havia feito com todos outros. Para descobrir o motivo teria que falar com alguém próximo dos dois e só me veio uma pessoa na minha mente, Justin.
Peguei um casaco e as chaves do carro de minha mãe. Bom, pelo menos as chaves do carro eram da minha mãe... Corri para o mesmo indo até a casa de Justin.
— Justin? — perguntei e o mesmo veio até mim com uma cara péssima.
— O que aconteceu? Aconteceu algo com a Zoe? — ele pergunta, eu ergo as sobrancelhas e ele abre a porta, deixando-me entrar.
— Não que eu saiba. Por quê? Não era pra ela tá com você? — questiono e ele apenas limpa o rosto, fazendo sinal para que eu me sentasse.
— Eu a perdi... Perdi a Zoe. — falou e eu fico assustada. Nunca fui muito próxima de Justin, mas sabia que ele era um cara de bom coração.
— Sinto muito. Eu entendo quando perdemos alguém... Perdi minha mãe. Não tem algo que eu possa fazer? — eu digo.
Ele levanta-se, pega uma xícara de café e oferece em seguida para mim. Eu afirmo que gostaria de um pouco.
— Sinto muito por você também, e sobre Zoe, está tudo acabado e graças aquela vadia Meghan. — afirma e eu ergo as sobrancelhas mais uma vez.
— Como assim?! O que ela fez?! — pergunto-o e ele suspira novamente.
— Ela me beijou e Zoe chegou bem na hora, mas isso não vem ao caso. Seja o que veio fazer aqui, você tem que procurar ela. — Justin diz.
Eu bebo um gole de meu café e ele também toma um pouco do seu.
— Sinto muito mesmo, mas o que eu vim falar com você foi sobre Luke e minha mãe. — disse e ele termina seu café.
— Sua mãe era obcecada por Luke e ele apenas a usava para satisfazer seus desejos, tanto sexuais quanto os outros.
P.O.V ZOE FOX
— Não enche, Michael. Eu já te disse que não quero. — falo, soltando-me dele que apenas fica mais confuso.
— Mas eu pensei que quando você terminasse com Justin poderíamos ficar juntos. — fala e eu apenas rolo os olhos.
— Para de ser bobo, Mike! Sabe que somos bons amigos, não sabe? — pergunto e ele assente tristonho.
— Sei, sei, Zoe. Porque é sempre assim... Você está sempre me deixando de lado. — Michael solta.
Eu ri debochada, até perceber que está falando sério.
— Para com isso. Você não me ama de verdade, Michael... Isso não é amor. — eu afirmo.
Ele revira os olhos bufando.
— É amor, Zoe. Só você que ainda não percebeu. — diz, saindo e me deixando sozinha na sala.
Saio da sala e vou direto para o carro, entrando no mesmo e respirando fundo. Eu ligo o carro e vou em direção à biblioteca, o único lugar onde eu conseguia me acalmar. Logo quando entro, avisto Julieta, uma das moças que trabalhava na biblioteca e a mais simpática por sinal.
— Zoe, faz tanto tempo que não a vejo por aqui. — Julieta diz e eu sorrio para a mesma entregando meu cartão.
— Me desculpe... Eu apenas estive sem tempo nas últimas semanas. — disse e ela devolve o sorriso, me entregando o cartão de volta.
— Tudo bem. Fique a vontade para ler. — fala e eu assinto, indo até a fileira de ficção científica que são os meus livros preferidos.
Deslizo meus dedos pelos livros e não encontro o que procuro. Todas as vezes que vinha sempre reparava no livro, mas nunca tive a oportunidade de leva-lo. Vejo um garoto de cabelos loiros se aproximando e eu finjo não reparar.
— Está procurando esse livro? — ele pergunta e eu fico super confusa erguendo a sobrancelha.
— Como sabia? — questiono e ele apenas dá um sorriso de lado.
— Eu te vejo todas as vezes que vem aqui. Você gosta mesmo de ler, hein! — diz e eu sorrio mostrando meus dentes.
— E você, não? — pergunto.
Ele afirma que sim, me entregando o livro.
— Me chamo Evan, Evan Peters!
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